terça-feira, 19 de outubro de 2010

São Pedro de Roriz


Descrição
Planta composta por nave rectangular comprida e cabeceira de dois tramos com remate redondo pelo exterior e poligonal pelo interior.
Alçados elevados, com coberturas diferenciadas em telhado de duas águas na nave e facetados na capela-mor. Do lado S. da cabeceira anexa-se um corpo rectangular mais baixo e cobertura de duas águas, que agora serve de sacristia.
Esta antiga Casa do Capítulo delimitava por E. o desaparecido claustro, apresentando na frontaria deste lado, após os restauros, duas janelas e uma porta central em arco quebrado com duas arquivoltas, e uma pequena rosácea na parede S. Do lado N. da nave adossam-se as ruínas da antiga igreja cemiterial de Sta. Maria, formando planta rectangular com campanário de tripla ventana no topo N. e portal de arco quebrado de duas arquivoltas na parede E.
A fachada principal da Igreja apresenta portal de arco quebrado com três arquivoltas decoradas com bolas, assentes em três colunas, duas das quais prismáticas; tímpano liso, apoiado em consolas representando cabeças de bovídeos.
No alto, abre-se uma grande rosácea decorada com bolas e temas vegetalistas de talhe biselado. A fachada termina em empena com cornija decorada por bolas e é encimada por cruz recortada. A fachada lateral N. da nave apresenta uma pequena porta de duas arquivoltas em arco quebrado, um nível de mísulas lisas de apoio de um antigo coberto lateral, e três frestas muito altas e estreitas. A fachada S. possui duas portas, um nível de mísulas lisas e lacrimal de antigo coberto, e três frestas idênticas às da fachada N. A ábside apresenta externamente, de ambos os lados, um contraforte liso, de descarga do arco que limita a abóbada de berço, e outros quatro em forma de coluna adossada. Nos espaços intercalares das três frestas - uma de topo e duas laterais - desenham-se dois grupos de falsas janelas geminadas.
Como suporte do lacrimal do telhado, a cornija apresenta, ao longo das paredes uma sequência de pequenos arcos aperaltados, apoiados em modilhões decorados com motivos vegetalistas, tratados a bisel.
O arco triunfal, de volta inteira é amplo, subindo até à altura da abóbada. Sobre ele, a parede ergue-se acima do telhado da ábside rasgando-se aí um óculo. O interior, de pavimento lajeado, conserva como apoio do travejamento do coro-alto, duas impostas afrontadas figurando um casal - a dama exibindo os seios por entre o vestido arregaçado e o homem arregalando os olhos. O remate poligonal da capela-mor é decorado, no interior, com arcadas cegas, relativamente altas, assentes em impostas poligonais, apresentando três frestas com toros diédricos. Cabeceira com abóbada de berço no primeiro tramo, e no segundo terminando em abóbada de arestas radiais, incidindo nos ângulos do polígono interior da ábside.

Época Construção
Sécs. XII/ XIII

Cronologia
1096 - Primeira notícia documental conhecida, em que o mosteiro efectua permuta de propriedades;

Séc. XII / XIII - Construção;

1492 - D. João II entrega o mosteiro a um comendatário;

1573 - O mosteiro foi anexado ao padroado da Companhia de Jesus, do Colégio de São Paulo em Braga, uma das principais casas da Companhia;

1755 - Foi vendido a um proprietário, Dr. Sebastião José Teixeira de Carvalho e Sousa, que efectuou várias alterações nos edifícios, transformando-os em Casa do Mosteiro.

Tipologia
Arquitectura religiosa, românica. Igreja monástica românica. O talhe em bisel dos elementos decorativos, os toros diédricos das frestas e o próprio portal axial remetem esta igreja para o chamado românico portuense com protótipo em Paço de Sousa.

Características Particulares
Carlos Alberto Ferreira de Almeida considera esta igreja como um exemplo do românico minhoto tardio numa solução proto-gótica expressa na sua planta, na altura e na própria luminosidade resultante da rosácea e das três frestas da cabeceira.

Observações
Manuel Real propõe a existência de cinco fases para o desenvolvimento da obra românica desta igreja, identificando-as a partir do estudo do aparelho, do levantamento das marcas de canteiro, e da análise estilística dos elementos arquitectónicos e plásticos. Segundo o mesmo autor a capela de Santa Maria possuía um absidíolo já desaparecido mas com vestígios do seu arranque. Em 1936, por ocasião da intervenção da DGEMN, surgiram os alicerces da colunata do claustro.
(fonte: IHRU)

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