Abidis é uma divindade mitológica dos celtiberos, e trata-se do nome de um rei, também ele mitológico relacionado com a cidade portuguesa de Santarém (Scallabis).
Durante a sua Odisseia, Ulisses de Ítaca teria passado por terras lusitanas, onde se apaixonou por Calipso, filha do celtibero Gorgoris, rei dos Cunetas. Dessa relação teria nascido Abidis, que o avô teria mandado abandonar, colocando numa cesta foi atirando ao rio Tejo.
A cesta subiu o rio contra a corrente e foi recolhida por uma loba ou uma cerva na praia de Santarém, que alimentou e protegeu o príncipe Abidis. Após algumas peripécias, este acabou por ser reconhecido por Calipso, que o tornou o legítimo herdeiro do trono, e escolhendo o sítio de Santarém para capital do reino, ao qual deu o nome de Esca Abidis (o manjar de Abidis), que teria derivado em linguagem corrente para Scalabis.No tempo do domínio romano, Santarém teve o nome de Scalabicastrum, e essa origem permanece na designação dos habitantes, conhecidos por escalabitanos.
(fonte: Câmara Municipal de Santarém)A Lenda de Abidis ou de Santarém
A origem da antiguidade de Santarém, perde-se na noite dos séculos.
Foi uma cidade da antiga Lusitânia que passou por ela, antes dos romanos, vários povos:
fenícios gregos e cartagineses.
Ora, conta a lenda, que reinava na Lusitânia o rei Gorgoris, chamado de "o Melícola" por ter ensinado o seu povo a extrair mel dos favos das abelhas.
Certo dia, chegou ao cais de Melícola o navio do grego Ulisses que vinha abastecer-se de comida e água e, também, comprar o famoso mel daquela região.
O herói grego desembarcou para falar com o rei, mas encontrou Calipso e logo se apaixonaram e, esquecidos de tudo, ficaram dias e dias gozando as delícias daquele país de sol e floridos campos e frondosas florestas. Os caçadores viram os namorados e foram contar ao rei Gorgoris.
Furioso, o rei ameaçou de morte o estrangeiro Ulisses porque não queria que a filha gostasse dele. Ulisses fugiu, às escondidas, numa noite escura. E a pobre princesa ficou abandonada e à espera de, em breve, ter um filho. A criança nasceu linda como um anjo. Num braço tinha marcada a vermelho uma flor que a princesa beijou, com muita ternura.-Ábidis, assim te chamarás!
Melícola mandou pôr o recém-nascido num cesto e lançar o cesto ao rio. O cesto ficou encalhado numa praia do Tejo. Vieram as corças beber ao rio. Uma aproximou-se do cesto. Puxou-o e deu de mamar a Ábidis. O Príncipe foi criado pelos animais do bosque.
Ábidis tornou-se num belo rapaz que se alimentava de peixe do rio e frutos silvestres e estava habituado a conviver com os animais. Mas um dia, uns caçadores surpreenderam aquele rapaz selvagem, capturaram-no e levaram-no à presença de Calipso, sua mãe. Calipso reconheceu em Ábidis, através de um sinal de nascença, o seu filho abandonado.
Ora, o rei Gorgoris, já estava muito velho e andava desgostoso, porque não tinha herdeiro varão, para o suceder no trono. Quando soube que o neto tinha sido encontrado, ficou muito feliz e resolveu educá-lo como seu sucessor. Ábidis tornou-se assim no rei dos lusitanos, um rei justo, sábio e humano que mandou edificar uma cidade no sítio onde viveu os primeiros vinte anos da sua vida. A essa cidade chamou Esca-Ábidis, que significa manjar do príncipe Ábidis, o primeiro nome da cidade de Santarém cujos habitantes são hoje conhecidos por escalabitanos.
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