Planta composta por corpo principal rectangular e por 2 torreões inseridos na muralha da vila, de diferentes alturas e projecção, de planta poligonal, formada por um corpo quadrangular e um pentagonal, de volumes escalonados, com os 2 pisos inferiores rematados por terraço, rodeado por balcão com matacães sobre arcaria apontada, de tijolo, assente em mísulas piramidais de cantaria; um 3º piso corresponde a corpo prismático, de base quadrangular, assente nas plataformas, com telhado de 4 águas. O pano de muralha que une os torreões, rematado por caminho de ronda, é rasgado por porta em arco quebrado no exterior, abatido no interior. Portas em arco quebrado rasgam os torreões do lado do recinto, vãos com vergas rectas com dentículos os corpos superiores; no exterior o paramento é vazado por frestas. No interior abóbada de aresta cobrindo o corpo pentagonal, saliente, e travejamento e telhado no corpo quadrangular. O recinto comunicava com o Paço através de túnel rasgado no rés do chão do Paço e a torre SE. por passadiço que comunicava com túnel rasgado no 1º piso. Os alçados S., E. e O. do Paço são rematados por balcão com matacães iguais aos dos torreões, o alçado N. por friso rendilhado em tijolo; este alçado virado para um pátio é, ao contrário do oposto, copiosamente vazado por vãos rectangulares e em arco quebrado; no pátio ergue-se a parte inferior de um cubelo oval, que protegia o acesso ao túnel. Sem cobertura, são ainda visíveis no interior as mísulas onde se apoiavam os barrotes dos soalhos e tectos. No interior do recinto existe cisterna de grandes dimensões, com acesso ao seu interior por escadas de pedra.
Enquadramento Urbano, isolado, destacado. Implantado num sítio de grande valor estratégico de difícil acesso por estrada calcetada, dominando a estrada N. / S., envolvido por vegetação na qual predomina a oliveira. Localizado no alto do monte à volta do qual se encontra a antiga Vila de Ourém, rodeado a N. pelo Terreiro de Santiago, largo da igreja que ali esteve, foi praça de armas, onde se ergue a estátua do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Descrição Complementar
Memórias Paroquiais - 1758 - Descrição: "
(...) Em todo o alto do monte (...) está uma grande planície chamada o Terreiro de Santiago, também com muro baixo, que mostra praça de armas, que ainda hoje tem um baluarte para quartel a nascente, e junto a este terreiro para sul está o castelo, que consta de 3 torres de mediana altura, duas para o Norte e uma para o Sul pela qual se entra no castelo e largo que de muro alto o cerca, em o qual está uma cisterna subterranea que sempre conserva água cristalina. Descendo deste castelo em distância de um tiro de besta para o Sul está o solar do senhor da terra que é uma casa forte de arquitectura primoroza do tempo antigo a que ornam e defendem dois torreões fronteiros fundados na muralha para sul e no que fica da parte direita estão as armas dos Condes de Ourém e Marquês de Valença que foram senhores da Vila (...). Foi esta vila edificada com o nome de "Abdegas" pelos anos de 751, depois da fundação de Roma, e El-Rei D. Afonso Henriques antes de ganhar Lisboa a tomava aos mouros e a mandou habitar pelos anos de 1148 (?). O seu castelo e muros é obra do mesmo rei, depois de restaurado o dotou a D. Tareja, sua filha, a qual lhe deu foral com grandes privilégios no ano de 1180 e foi a primeira terra que se dotou as infantas de Portugal.(...).
Época Construção
Séc. XII/ XV
Cronologia
1136 - conquista de Ourém aos Mouros;
1178 - D. Afonso Henriques doa Ourém a sua filha D. Teresa;
1180 - foral da Vila por D. Teresa;
1218 - foral confirmado por D. Afonso II;
1240 - D. Sancho II doa a vila a sua mulher D. Mécia Lopes de Haro;
1249 - a Vila regressa ao domínio da Coroa;
1256 - D. Mécia Lopes é, segundo a tradição, encerrada numa das torres do castelo;
1282 - D. Dinis doa a vila a sua mulher D. Isabel;
1315 - de novo na posse da Coroa;
1357 - D. Pedro doa a Vila a sua mãe D. Brites, viúva de D. Afonso IV;
1358 - D. Pedro concede a Vila e o título de Conde de Ourém a D. João Afonso Telles de Menezes;
1381 - D. Fernando doa a Vila e o título a João Fernandes Andeiro;
1384 - D. João I concede a D. Nuno Àlvares Pereira o senhorio da Vila e o título;
1422 - o Condestável doa todos os seus bens e títulos aos seus netos D. Afonso e D. Fernando;
1433 - D. Duarte confirma a doação da Vila a D. Afonso, 4º Conde de Ourém;
1435 - D. Afonso, Conde de Ourém chefia a embaixada portuguesa ao Concílio de Basileia - Ferrara - Florença;
1451 - D. Afonso, Conde de Ourém recebe o título de Marquês de Valença;
Séc. XV, meados - D. Afonso, Marquês de Valença manda rasgar o seu Paço nas muralhas do primitivo castelo;
1460, 29 de Agosto - morte de D. Afonso, Marquês de Valença; não deixando descendentes legítimos, os seus bens e títulos passam a seu irmão D. Fernando, Conde de Arraiolos e Marquês de Vila Viçosa;
1483 - degolação de D. Fernando, implicado no atentado a D. João II; a Vila passa à Coroa;
1487, 8 de Junho - trasladação restos mortais D. Afonso para a Colegiada;
1515 - foral novo por D. Manuel;
1695 - reforma do foral por D. Pedro II;
1755 - o castelo é praticamente destruído com o terramoto e Ourém, que tinha ficado arrasada, é abandonada pela população, que se fixa na Aldeia da Cruz;
1810 - o castelo é vítima das invasões francesas;
1841 - a Aldeia da Cruz é elevada a categoria de vila com a designação de Vila Nova de Ourém;
1934 - devolução por parte do Ministério de Guerra do Castelo de Ourém à Fazenda Pública (artº. 2º - D.L.nº 24 849 de 13 de Setembro;
1934 / 1945 - as obras de restauro são suspensas por falta de verbas;
1946 - estragos nos telhados dos torreões causados pelo temporal;
1955 - pedido de autorização para construção de um marco geodésico tronco-cónico no torreão mais elevado do castelo;
1959 - pedido de instalação de uma pousada no Castelo de Ourém, tendo sido dado parecer negativo pela DGEMN;
1963 - desabamento de 6 metros da muralha junto à entrada da vila;
1966 - pedido da Junta de Freguesia de Ourém para reconstrução das muralhas; a Comissão Regional de Turismo de Leiria pede parecer à DGEMN sobre a construção de um restaurante no Castelo de Ourém;
1967 - pedido feito à Junta Autónoma de Estradas pela Junta de Freguesia de Ourém, para a colocação de sinais informativos do castelo;
1968 - aprovado o projecto sobre "recolha de elementos históricos e arqueológicos para a elaboração de um estudo de recuperação do Castelo de Ourém", pedido a Hamilton da Silva Alexandre;
1969 - foi efectuado um estudo para o arranjo da envolvente;
1969 - a Agência se Viagens Fátima Travel Inc., sediada nos USA, pede autorização para a utilização de alguns dos espaços do castelo para promover actividades culturais e turísticas, sendo para o efeito necessário efectuar algumas obras, que não receberam a concordância da DGEMN;
1983 - destruição da iluminação do castelo por actos de vandalismo;
1991, 20 de Junho - a junção da antiga vila de Ourém e da Aldeia da Cruz - Vila Nova de Ourém - deram origem à constituição da cidade com a antiga denominação - Ourém;
2004, Julho - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.
Características Particulares
O passadiço exterior, envolvendo o paço, sustentado por arcos quebrados de tijolo sobre mísulas, fazendo lembrar bandas lombardas, técnica raramente usada a N. do rio Tejo
Intervenção Realizada
DGEMN: 1936 - beneficiação e restauro do castelo de Ourém: reconstrução de paredes de alvenaria argamassada; reconstrução de cunhais com 2 pavimentos em cantaria silharada; 1937 - obras de restauro e consolidação do castelo: reconstrução das muralhas; reparação geral dos adarves e das abóbadas; desaterros na praça de armas; limpeza geral dos parementos da torre de menagem; recuperação total de um dos torreões; 1938 - reconstrução das muralhas; 1939 / 1941 - reconstrução de muralhas; execução de arcos; 1942 - construção da armação de um telhado em madeira de eucalipto; cobertura da armação do telhado com telha nacional dupla; 1943 / 1944 / 1945 - obras de restauro; construção da cobertura e pavimentos; construção de arcos em tijolo prensado nas varandas; cintagem de paredes com vigas de betão armado; recuperação de paredes de alvenaria; cantaria lavrada assente em cunhais e portais; 1947 - diversos trabalhos de restauro: regularização de paredes na torre principal; consolidação estrutural; 1952 - obras de conservação, assentamento das cantarias, consolidação das ruínas; 1954 - execução da cobertura na torre de menagem; 1955 - colocação de um marco geodésico tronco-cónico no canto SO. do torreão mais elevado do castelo; 1960 - iluminação exterior do Castelo de Ourém; 1967 - iluminação exterior do Castelo de Ourém; 1968 / 1969 - consolidação e recuperação da cintura de muralhas do lado poente e norte: limpeza dos paramentos das muralhas; reconstrução dos troços de muralha desaparecidos; construção de caleiras para deviar as águas pluviais das terras onde assenta a muralha; refechamento de juntas; escavação arqueológica; 1972 - recuperação e valorização da zona do castelejo; 1980 - obras de beneficiação: asssentamento de portas em madeira de pinho; pintura de portas e janelas; limpeza das muralhas, refechamento de juntas; 1982 - beneficiação e valorização das muralhas; 1983 - vedação do recinto do castelo; 2005 - levantamento do Antigo Paço dos condes e elaboração da Carta de Risco; projecto de musealização do Paço elaborado pela DRML.
(fonte: IHRU)
Reconstrução de Gualdim
Enquadramento Urbano, isolado, destacado. Implantado num sítio de grande valor estratégico de difícil acesso por estrada calcetada, dominando a estrada N. / S., envolvido por vegetação na qual predomina a oliveira. Localizado no alto do monte à volta do qual se encontra a antiga Vila de Ourém, rodeado a N. pelo Terreiro de Santiago, largo da igreja que ali esteve, foi praça de armas, onde se ergue a estátua do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Descrição Complementar
Memórias Paroquiais - 1758 - Descrição: "
(...) Em todo o alto do monte (...) está uma grande planície chamada o Terreiro de Santiago, também com muro baixo, que mostra praça de armas, que ainda hoje tem um baluarte para quartel a nascente, e junto a este terreiro para sul está o castelo, que consta de 3 torres de mediana altura, duas para o Norte e uma para o Sul pela qual se entra no castelo e largo que de muro alto o cerca, em o qual está uma cisterna subterranea que sempre conserva água cristalina. Descendo deste castelo em distância de um tiro de besta para o Sul está o solar do senhor da terra que é uma casa forte de arquitectura primoroza do tempo antigo a que ornam e defendem dois torreões fronteiros fundados na muralha para sul e no que fica da parte direita estão as armas dos Condes de Ourém e Marquês de Valença que foram senhores da Vila (...). Foi esta vila edificada com o nome de "Abdegas" pelos anos de 751, depois da fundação de Roma, e El-Rei D. Afonso Henriques antes de ganhar Lisboa a tomava aos mouros e a mandou habitar pelos anos de 1148 (?). O seu castelo e muros é obra do mesmo rei, depois de restaurado o dotou a D. Tareja, sua filha, a qual lhe deu foral com grandes privilégios no ano de 1180 e foi a primeira terra que se dotou as infantas de Portugal.(...).
Época Construção
Séc. XII/ XV
Cronologia
1136 - conquista de Ourém aos Mouros;
1178 - D. Afonso Henriques doa Ourém a sua filha D. Teresa;
1180 - foral da Vila por D. Teresa;
1218 - foral confirmado por D. Afonso II;
1240 - D. Sancho II doa a vila a sua mulher D. Mécia Lopes de Haro;
1249 - a Vila regressa ao domínio da Coroa;
1256 - D. Mécia Lopes é, segundo a tradição, encerrada numa das torres do castelo;
1282 - D. Dinis doa a vila a sua mulher D. Isabel;
1315 - de novo na posse da Coroa;
1357 - D. Pedro doa a Vila a sua mãe D. Brites, viúva de D. Afonso IV;
1358 - D. Pedro concede a Vila e o título de Conde de Ourém a D. João Afonso Telles de Menezes;
1381 - D. Fernando doa a Vila e o título a João Fernandes Andeiro;
1384 - D. João I concede a D. Nuno Àlvares Pereira o senhorio da Vila e o título;
1422 - o Condestável doa todos os seus bens e títulos aos seus netos D. Afonso e D. Fernando;
1433 - D. Duarte confirma a doação da Vila a D. Afonso, 4º Conde de Ourém;
1435 - D. Afonso, Conde de Ourém chefia a embaixada portuguesa ao Concílio de Basileia - Ferrara - Florença;
1451 - D. Afonso, Conde de Ourém recebe o título de Marquês de Valença;
Séc. XV, meados - D. Afonso, Marquês de Valença manda rasgar o seu Paço nas muralhas do primitivo castelo;
1460, 29 de Agosto - morte de D. Afonso, Marquês de Valença; não deixando descendentes legítimos, os seus bens e títulos passam a seu irmão D. Fernando, Conde de Arraiolos e Marquês de Vila Viçosa;
1483 - degolação de D. Fernando, implicado no atentado a D. João II; a Vila passa à Coroa;
1487, 8 de Junho - trasladação restos mortais D. Afonso para a Colegiada;
1515 - foral novo por D. Manuel;
1695 - reforma do foral por D. Pedro II;
1755 - o castelo é praticamente destruído com o terramoto e Ourém, que tinha ficado arrasada, é abandonada pela população, que se fixa na Aldeia da Cruz;
1810 - o castelo é vítima das invasões francesas;
1841 - a Aldeia da Cruz é elevada a categoria de vila com a designação de Vila Nova de Ourém;
1934 - devolução por parte do Ministério de Guerra do Castelo de Ourém à Fazenda Pública (artº. 2º - D.L.nº 24 849 de 13 de Setembro;
1934 / 1945 - as obras de restauro são suspensas por falta de verbas;
1946 - estragos nos telhados dos torreões causados pelo temporal;
1955 - pedido de autorização para construção de um marco geodésico tronco-cónico no torreão mais elevado do castelo;
1959 - pedido de instalação de uma pousada no Castelo de Ourém, tendo sido dado parecer negativo pela DGEMN;
1963 - desabamento de 6 metros da muralha junto à entrada da vila;
1966 - pedido da Junta de Freguesia de Ourém para reconstrução das muralhas; a Comissão Regional de Turismo de Leiria pede parecer à DGEMN sobre a construção de um restaurante no Castelo de Ourém;
1967 - pedido feito à Junta Autónoma de Estradas pela Junta de Freguesia de Ourém, para a colocação de sinais informativos do castelo;
1968 - aprovado o projecto sobre "recolha de elementos históricos e arqueológicos para a elaboração de um estudo de recuperação do Castelo de Ourém", pedido a Hamilton da Silva Alexandre;
1969 - foi efectuado um estudo para o arranjo da envolvente;
1969 - a Agência se Viagens Fátima Travel Inc., sediada nos USA, pede autorização para a utilização de alguns dos espaços do castelo para promover actividades culturais e turísticas, sendo para o efeito necessário efectuar algumas obras, que não receberam a concordância da DGEMN;
1983 - destruição da iluminação do castelo por actos de vandalismo;
1991, 20 de Junho - a junção da antiga vila de Ourém e da Aldeia da Cruz - Vila Nova de Ourém - deram origem à constituição da cidade com a antiga denominação - Ourém;
2004, Julho - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.
Características Particulares
O passadiço exterior, envolvendo o paço, sustentado por arcos quebrados de tijolo sobre mísulas, fazendo lembrar bandas lombardas, técnica raramente usada a N. do rio Tejo
Intervenção Realizada
DGEMN: 1936 - beneficiação e restauro do castelo de Ourém: reconstrução de paredes de alvenaria argamassada; reconstrução de cunhais com 2 pavimentos em cantaria silharada; 1937 - obras de restauro e consolidação do castelo: reconstrução das muralhas; reparação geral dos adarves e das abóbadas; desaterros na praça de armas; limpeza geral dos parementos da torre de menagem; recuperação total de um dos torreões; 1938 - reconstrução das muralhas; 1939 / 1941 - reconstrução de muralhas; execução de arcos; 1942 - construção da armação de um telhado em madeira de eucalipto; cobertura da armação do telhado com telha nacional dupla; 1943 / 1944 / 1945 - obras de restauro; construção da cobertura e pavimentos; construção de arcos em tijolo prensado nas varandas; cintagem de paredes com vigas de betão armado; recuperação de paredes de alvenaria; cantaria lavrada assente em cunhais e portais; 1947 - diversos trabalhos de restauro: regularização de paredes na torre principal; consolidação estrutural; 1952 - obras de conservação, assentamento das cantarias, consolidação das ruínas; 1954 - execução da cobertura na torre de menagem; 1955 - colocação de um marco geodésico tronco-cónico no canto SO. do torreão mais elevado do castelo; 1960 - iluminação exterior do Castelo de Ourém; 1967 - iluminação exterior do Castelo de Ourém; 1968 / 1969 - consolidação e recuperação da cintura de muralhas do lado poente e norte: limpeza dos paramentos das muralhas; reconstrução dos troços de muralha desaparecidos; construção de caleiras para deviar as águas pluviais das terras onde assenta a muralha; refechamento de juntas; escavação arqueológica; 1972 - recuperação e valorização da zona do castelejo; 1980 - obras de beneficiação: asssentamento de portas em madeira de pinho; pintura de portas e janelas; limpeza das muralhas, refechamento de juntas; 1982 - beneficiação e valorização das muralhas; 1983 - vedação do recinto do castelo; 2005 - levantamento do Antigo Paço dos condes e elaboração da Carta de Risco; projecto de musealização do Paço elaborado pela DRML.
(fonte: IHRU)
Reconstrução de Gualdim
Sem comentários:
Enviar um comentário