quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Do Achamento e Nome da Terra de Vera Cruz

Uma pequena homenagem aos amigos da Terra de Santa / Vera Cruz (Brasil)
Um abraço amistoso desde este lado do oceano


No dia 22 de Abril de 1500, naus com a cruz da Ordem de Cristo chegaram à Terra de Vera Cruz, onde é hoje a Bahia.

Foi o espírito dos cruzados que guiou a aventura das grandes navegações portuguesas.

Lisboa, 08 de Março de 1500, um domingo. Terminada a missa campal, o rei D. Manuel I sobe ao altar, montado no cais da Torre de Belém, toma a bandeira da Ordem de Cristo e entrega-a a Pedro Álvares Cabral. O capitão vai içá-la na principal nave da frota que partirá daí a pouco para a Índia.

Era uma esquadra respeitável, a maior já montada em Portugal, com treze navios e 1500 homens. Além do tamanho, tinha outro detalhe incomum. O comandante não possuía a menor experiência como navegador. Cabral só estava ao comando da esquadra porque era cavaleiro da Ordem de Cristo e, como tal, tinha duas missões: criar uma feitoria na Índia e, no caminho, tomar posse de uma terra já conhecida, o Brasil.

A Presença de Cabral à frente do empreendimento era indispensável, porque só a Ordem de Cristo, uma companhia religiosa-militar autónoma do Estado e herdeira da Ordem dos Templários, tinha autorização papal para ocupar - tal como nas cruzadas - os territórios tomados aos infiéis (no caso brasileiro, os índios). No dia 26 de Abril de 1500, quatro dias depois de avistar a costa brasileira, o cavaleiro Pedro Álvares Cabral cumpriu a primeira parte da sua tarefa. Levantou onde hoje é Porto Seguro a bandeira da Ordem e mandou rezar a primeira missa no novo território. O futuro país era formalmente incorporado nas propriedades da organização. O escrivão Pero Vaz de Caminha, que reparava em tudo, escreveu ao rei sobre a solenidade: «Ali estava com o capitão a bandeira da Ordem de Cristo, com a qual saíra de Belém, e que sempre esteve alta». Para o monarca português, a primazia da Ordem era conveniente. É que atrás das descobertas dos novos cruzados vinham as riquezas que faziam a grandeza e a glória do reino. A seguir perceberá como a Ordem de Cristo transformou a pequena nação ibérica num império espalhado pelos quatro cantos do planeta.

1 comentário:

simon disse...

Boa noite. A escolha de abral deveu-se ao facto de existir um intenso conflito entre as Ordens de Santiago e de Cristo. Não devemos esquecer que D. Diogo foi morto por D. João II em 1484 subindo ao poder mestral o duque D. Manuel. Os santiaguistas estavam em plena ascensão,ainda por cima com a descoberta da Índia por Vasco da Gama, santiaguista que era. A escolha de um cavaleiro de Cristo foi uma maneira de compensar a Ordem de Cristo no seu imaginário já que no plano material a descoberta da Índia deu-lhe direito à vintena o que se traduzia numa fortuna. Obrigado. Simon