domingo, 5 de dezembro de 2010

Brighid e Santa Brígida

Brighid, Brígida, representada como uma Deusa Triplíce Celta, mas também Germânica e Nórdica.

Brigit é uma antiga Deusa Tripla do Fogo e foi venerada por toda a Bretanha e Europa.
Está particularmente associada ao Imbolc, o primeiro dos 4 grandes festivais célticos do ano.
Preside o fogo, a beleza e todas as Artes.
O nome Brigit originalmente teria significado Deusa, e era conferido a todas as Deusas irlandesas e britânicas.
Na forma irlandesa o seu nome significa "Alta" ou "exaltada".
Alguns, no entanto, dizem que o nome Brigit vem de Breo-saigit que quer dizer flecha flamejante.
Também é chamada de Bride (BRIDA), Brigit e Brighde, simbolizando os 3 diferentes tipos de fogo.
Ela é o Fogo da Inspiração, a Musa, a Deusa da poesia declamada pela fonte sagrada.
A palavra poesia vem de poesias, significando criação.
Antigamente os poetas encontravam-se sobre a protecção de Brigit.
Os seus sacerdotes traziam um bastão dourado com pequenos sinos em sua honra.
Outros nomes foram-lhe conferidos, tais foram: Brigidu, Brigantia e Briginda.
Brigit é a Deusa das Fontes Curadoras. Há muitas fontes de Brigit por toda a Bretanha, onde as suas águas ainda hoje podem ser bebidas. As pessoas podem banhar-se nas águas curadoras que contém minerais, e a sua vibração ígnea.
As fontes termais expressam o encontro do fogo com água, e por isso são especialmente sagradas para a Deusa.
Brigit é a Deusa da Lareira da casa e dos ferreiros.
Antigamente a lareira era o coração das casas, a fonte de luz, de calor e alimentação.
Uma nova casa só era considerada um lar depois que uma chama de Brigit fosse acesa na lareira.
Brigit também é a Deusa da Forja, a ígnea arte alquímica de moldar metais brutos criando beleza.
Dizem que por meio da forja, Brigit construiu o primeiro apito que tornou possível chamar alguém à distância e durante a noite.
É também a Deusa Vaca Branca reverenciada antigamente como a Senhora capaz de dar e sustentar a vida. É comummente representada como uma mulher ordenhando uma vaca, envergando um longa túnica de lã de ovelha, um de seus muitos animais sagrados.
A forma latinizada do nome Brigit é Brigantia, encontrado por toda Bretanha e Europa.
Brigantia foi também o antigo reino que incluía a antiga Inglaterra, Bretanha e norte da Espanha.
Brigit foi reverenciada em Roma, na Bretanaha e País de Gales, mas é indubitavelmente uma Deusa muito mais antiga.
Ela foi transformada em Santa Brígida pela Igreja Católica em meados de 453 D.C.
Assim como a Deusa Brigit, Santa Brígida era conhecida como a padroeira dos trabalhos agrícolas e do gado, protectora da casa contra o fogo e calamidade.
Brigit também é uma Deusa do Sol, conhecida na Irlanda como Bride dos Cabelos Dourados, Bride das Colinas Brancas, e na Escócia como Bride das Claras Palmas e Maria dos Galeses.
Como Noiva (note-se que Bride é a palavra inglesa para noiva) é a Deusa original que todos os noivos honram quando desejam casar-se.
Brigit possui 4 animais sagrados: a cobra, a vaca, o lobo e o abutre.
A Cobra é a "Serpente Criadora" que era guardada nos seus santuários onde oráculos eram revelados aos homens.
O seu segundo animal é a Vaca Sagrada. Seu abundante leite nutre os humanos, as crianças em particular.
É relacionada com o lobo, pois este é um dos animais sagrados das Ilhas britânicas.
No seu aspecto de Deusa da Morte, está associada com o Abutre ou outras aves de rapina.
Igualmente é-lhe consagrado o cisne; tanto o branco quanto o negro.
Os antigos povos europeus acreditavam que o cisne era o resultado da união da serpente com o pato, simbolizando o fogo e a água respectivamente, ambos sagrados para Brigit.
A festa de Brigit inicia-se no começo de Fevereiro, entre o Inverno e a primavera.
Esta festa é denomida Imbolc e significa: "no leite", uma vez que esta celebração ocorre durante o período em que as ovelhas e vacas encontram-se em seu período de lactação.
Nesta data, os primeiros raios de sol de Brigit iluminam os dias escuros do inverno.
Este é o momento quando Brigit espalha o seu manto sobre a Terra, uma vez mais, abençoado a vida.
Antigamente dizia-se que "Brigit é aquela que sopra a vida na boca do Inverno morto".
Antigamente a Chama de Brigita queimava continuamente no seu santuário em Kildare.
O fogo era guardado por 19 Virgens num Ciclo de 20 dias, um para cada Virgem, e ao vigésimo dia, Brigit tratava ela mesma da chama.
Assumiu inúmeros aspectos e atributos através dos tempos. As suas três cores sagradas são o vermelho, o laranja e o verde; cada uma desta cores representam um dos atributos de Brigit.
O vermelho simboliza o fogo da forja.
O laranja representa a luz solar, pois antes da ascensão patriarcal de Deuses como Bel e Lugh ao patamar de Deuses solares, era a Brigit que o Sol era consagrado.
O verde representa as fontes e ervas que curam, no papel de Brigit como Curadora.
Só um toque, ritos que podem ser considerados apenas o Samhain e o Beltane, já que o ano era dividido entre a parte clara e a parte escura o Imbolc, não entra na mesma grandeza dos outros dois. Trtam-se mais uma de comemoração tradicional do que de um rito em si.
Apenas a wicca (que não é uma religião puramente celta) considera o Imbolc assim.
Mas de forma alguma isso desmerece essa deusa maravilhosa, foi so um toque mesmo.
O Imbolc ocorre seis semanas após Yule, simbolizando a recuperação da Deusa após o parto da criança solar e a sua transformação em Donzela jovem e cheia de vigor.
A Igreja Católica aproveitou o antigo significado pagão e transformou esta data na festa da Candelária: a Purificação de Maria.
A própria Deusa Brighid foi cristianizada como Santa Brígida, e o seu santuário foi transformado num mosteiro de monjas.

- D. A.

Brigantia (Muito interessante. Leva-me a pensar em que pode ser raiz do termo: brigantinos - os naturais de Bragança.)

Tógfaidh mé mo thinne inniu
i láthair na nDéithe naofa neimhe,
i láthair Bríd is áille cruth,
i láthair Lugh na n-uile scéimh,
gan fuath, gan tnúth gan formad,
gan eagla gan uamhan neach faoin ngréin,
agus NaohmMháthair dom thearmann.
A Dhéithe, adaígí féin i mo chroí istigh aibhleog an ghrá
Dom namhaid, do mo ghaol, dom chairde,
don saoi, don daoi, don tráill,
ón ní ísle crannchuire
go dtí an t-ainm is airde.

Eu construo o meu fogo de hoje
Na presença dos Deuses do Céu.
Na presença de Brigid das formas bonitas
Na presença de Lugh senhor de todas as belezas
Sem ódio, sem inveja, sem ciúmes,
Sem medo ou horror a ninguém debaixo do Sol,
Porque o meu refugio é a Mãe Sagrada.
Oh Deuses, acendam o fogo do amor dentro do meu coração,
Pelos meus inimigos, pelos meus parentes, pelos meus amigos,
Pelo sábio, o ignorante, e o escravo.
Da coisa mais humilde
À mais importante.

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