João Alvares, sapateiro, morador em Vila de Ala, termo da vila do Mogadouro.
Enviou dizer que, em um dia de Julho do ano passado de 1.500, estando ele no logo da vila de Ala, fazendo uma parede com um pedreiro, junto da igreja de S.ta Maria, ouvira um arruído e chamar por "Aqui del-rei".
E tomara uma lança e capa no braço e fora correndo saber que era e achara junto da igreja vir um Pero Sardinha, morador na aldeia de Tó, termo da Bemposta, que dizia trazer poder do juiz da vila para prender um Afonso Coiraça, para o que trazia certos homens consigo.
E quando assim achara o Pedro Sardinha com os ditos homens andar revoltos, no [audro] da igreja, para prenderem o Afonso Coiraça, não sabendo o suplicante que ele trazia o dito carrego nem o conhecendo por juiz, porque não era do termo da vila de Mogadouro, onde queria prender o Afonso Coiraça, mas antes cuidava que o queriam matar, se metera com a lança entre eles e, aos botes, defendera Afonso Coiraça, em maneira que fugira e se fora, andando outros em companhia do suplicante que o ajudara.
E o Pero Sardinha dissera que saíra ferido do arruído e que não sabia quem o ferira.
E por elo o suplicante se amorara. E andando amorado, Pero Sardinha lhe perdoara por um público instrumento de perdão, feito e assinado por Martim Alvares, tabelião na vila da Bemposta, a 1 de Janeiro de 1500.
Pedindo o suplicante, el-rei, vendo o que dizer enviou, se assim era e aí mais não havia, visto o perdão da parte e um parece com o seu passe, lhe perdoou, contanto pagasse 1.000 rs. para a Piedade .
João Afonso a fez.
Enviou dizer que, em um dia de Julho do ano passado de 1.500, estando ele no logo da vila de Ala, fazendo uma parede com um pedreiro, junto da igreja de S.ta Maria, ouvira um arruído e chamar por "Aqui del-rei".
E tomara uma lança e capa no braço e fora correndo saber que era e achara junto da igreja vir um Pero Sardinha, morador na aldeia de Tó, termo da Bemposta, que dizia trazer poder do juiz da vila para prender um Afonso Coiraça, para o que trazia certos homens consigo.
E quando assim achara o Pedro Sardinha com os ditos homens andar revoltos, no [audro] da igreja, para prenderem o Afonso Coiraça, não sabendo o suplicante que ele trazia o dito carrego nem o conhecendo por juiz, porque não era do termo da vila de Mogadouro, onde queria prender o Afonso Coiraça, mas antes cuidava que o queriam matar, se metera com a lança entre eles e, aos botes, defendera Afonso Coiraça, em maneira que fugira e se fora, andando outros em companhia do suplicante que o ajudara.
E o Pero Sardinha dissera que saíra ferido do arruído e que não sabia quem o ferira.
E por elo o suplicante se amorara. E andando amorado, Pero Sardinha lhe perdoara por um público instrumento de perdão, feito e assinado por Martim Alvares, tabelião na vila da Bemposta, a 1 de Janeiro de 1500.
Pedindo o suplicante, el-rei, vendo o que dizer enviou, se assim era e aí mais não havia, visto o perdão da parte e um parece com o seu passe, lhe perdoou, contanto pagasse 1.000 rs. para a Piedade .
João Afonso a fez.
2 comentários:
Fantástico! Já conhecia o resumo da história. Adoro as histórias do quotidiano dos nossos antepassados.
É realmente!
E a linguagem utilizada para descrever os factos, absolutamente imperdível, já o desfecho da história seria impensável nos dias que correm!
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