sábado, 14 de maio de 2011

Até breve

Colho, maravilhado,
A flor do teu sorriso;
E tudo à minha volta
Se transfigura:
O céu é um mar azul onde navegam aves;
E as montanhas, suaves
Ondulações
Do grande berço maternal do mundo.
(...) apenas sei que a vara de condão
É o sol de pétalas que me aquece a mão.

(...)Os poetas são loucos.
E poucos
Acreditam
Que a loucura
É o dom do eterno em cada criatura.
Mas neste testemunho comovido,
Neste poema erguido
Sobre a campa das horas
Como um facho de luz inconformada,
Terás, intacta, pela vida fora
A rosa da inocência que és agora.


- Miguel Torga, Rosa Preservada

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