domingo, 4 de abril de 2010

Agnus Dei


Quando o amor te acenar, segue-o,
ainda que por caminhos ásperos e íngremes.

E quando as suas asas te envolverem,
rende-te a ele,
ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa ferir-te.

E quando ele te falar, acredita no que ele diz,
ainda que a sua voz possa destroçar os teus sonhos,
assim como o vento norte açoita o jardim.

Pois, se o amor te coroa, ele tambm te crucifica.
Se te ajuda a crescer, também te diminui.
Se te faz subir às alturas
e acaricia os teus ramos mais tenros que tremem ao sol,
também te faz descer às raízes
e abala a tua ligação com a terra.

Como os feixes de trigo, ele mantém-te íntegro.
Debulha-te até que fiques nu.
Transforma-te, retirando a tua palha.
Tritura-te, até que estejas branco.
Amassa-te, até que te tornes macio;
e então coloca-te perante o fogo,
para que te transformes em pão,
no banquete sagrado de Deus.

Todas essas coisas pode o amor realizar,
para que conheças os segredos do teu Coração,
e que com esse conhecimento, sejas um fragmento
do Coração da Vida.


- Khalil Gibran, O Amor

Caridade enquanto amor ao próximo (fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem a nós); actuar com benevolência (pois aquilo que acontece aos outros hoje, pode acontecer-nos a nós depois); bondade (boa índole; brandura; indulgência; inclinação para o bem); compaixão (compreensão perante a dor alheia; pena; piedade).

"Fé" é um oásis no coração que nunca será alcançado pela caravana do pensamento.

- Khalil Gibran

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