sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Tempo Redondo

Ontem como hoje

O desprezo que sempre tiveram, regressa esmagadoramente.
A infâmia e a servidão das #Trevas#.


(imagem António Rebelo, a quem agradeço)

Uma constante, meticulosa e planeada destruição dos vestígios do Templo em Portugal.

Este é, e continua a ser, o último atropelo.

Um dos atropelos foi, Santa Maria do Olival:

Mais do que destruirem a maior necrópole medieval da Europa, destruíram a maior necrópole Templária.
Destruíram o Panteão do Templo em Portugal.
Transformaram-o num aterro sanitário.

Para que se saiba, aos Templários era-lhes negado o sepultamento nas igrejas; o mesmo sepultamento que seria permitido a "religiosos", como era o caso dos padres de então, ou aquele que era permitido a qualquer mortal.
Os padres recusavam.

Foi por tal necessário estabelecer locais próprios de culto (os Templos) e de sepultamento.
Santa Maria do Olival.

Tanto assim é, que o papa Urbano III teve que expedir uma Bula que determinava:

- Manda aos bispos e prelados, que deixem enterrar livremente os Freis da Ordem do Templo pelos Religiosos da Ordem, sem permitirem que os seus súbditos coloquem entraves ou impeçam, nem tão pouco permitam que escarneçam, que recebam os ditos Freis nas suas Igrejas quando forem pedir esmola, e que procedam contra aqueles que os censurarem.

- Manda aos bispos e prelados que não façam aos da Ordem do Templo os agravos que lhes faziam, i.e., não deixarem, nem consentirem, que os Freis e outras pessoas que em suas Igrejas escolhiam sepultura, se enterrassem nelas, e em não lhes fazerem justiça, quando se lhes queixavam dos seus malfeitores, e em lhes impedirem de pedirem esmola nas suas Igrejas, nem de tão pouco os quererem encomendar nelas.

E assim eram vistos os Cavaleiros do Templo.

E assim eram tratados os Cavaleiros do Templo.

Hoje, como Ontem.
A destruição continua.

Ó minh'alma, ó minh'alma, ó meu Abrigo,
Meu sol e minha sombra peregrina,
Luz imortal que os mundos ilumina
Do velho Sonho, meu fiel Amigo!

Estrada ideal de São Tiago, antigo
Templo da minha fé casta e divina,
De onde é que vem toda esta mágoa fina
Que é, no entanto, consolo e que eu bendigo?

De onde é que vem tanta esperança vaga,
De onde vem tanto anseio que me alaga,
Tanta diluída e sempiterna mágoa?

Ah! de onde vem toda essa estranha essência
De tanta misteriosa Transcendência
Que estes olhos me deixam rasos de água?!


- Cruz e Sousa, Anima Mea

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