quarta-feira, 31 de agosto de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Estes, são os Templários, esta foi e É a Têmpra.

Razão de Ser e de Servir.
Não Vos Enganeis, as Aparências são apenas isso mesmo.
Lutar até ao Fim.
A morte passou por aqui esta noite.
Levou muitos irmãos nas suas garras.

Esta terra de Saurio tem sido uma pesada cruz.
Estas gentes dificilmente se conseguem manter.
O difícil acto de a desbravar tem-nos custado
bastante suor, muito sangue e não poucas lágrimas.

Tem sido sempre assim.
Dão-nos terra de feras; imensa ruína
que exige de nós esforço imenso
na recuperação e difícil defesa.

Aqui estamos, suportando todas as adversidades.
Deixados à deriva do destino. Perdidos no tempo.
Pelejando....
Repelindo até à exaustão
os intermináveis ataques dos filhos de mafona.

Já somos poucos.
Não conseguiremos manter o reduto.
Pobres cavaleiros do Templo.
Pobres até na sorte.

Apenas nos mantemos unidos na força do espírito.
Como irmãos, lutaremos até ao fim...

Ó Céus, encomendo-vos a minha alma !


______________________________________________
No dia 8 de Julho de 1144, o castelo de Soure caiu sob a brutal investida sarracena.
Poucos foram os Templários que sobreviveram.
Os seus habitantes foram quase todos mortos e os sobreviventes levados cativos para Santarém.
A vila foi arrasada e o castelo incendiado.
- Templários Portugueses

Petição Pública



(fotos: António Rebelo)

Leiam, Assinem, Divulgem!

Todos juntos, vamos conseguir.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Tempo Redondo

Ontem como hoje

O desprezo que sempre tiveram, regressa esmagadoramente.
A infâmia e a servidão das #Trevas#.


(imagem António Rebelo, a quem agradeço)

Uma constante, meticulosa e planeada destruição dos vestígios do Templo em Portugal.

Este é, e continua a ser, o último atropelo.

Um dos atropelos foi, Santa Maria do Olival:

Mais do que destruirem a maior necrópole medieval da Europa, destruíram a maior necrópole Templária.
Destruíram o Panteão do Templo em Portugal.
Transformaram-o num aterro sanitário.

Para que se saiba, aos Templários era-lhes negado o sepultamento nas igrejas; o mesmo sepultamento que seria permitido a "religiosos", como era o caso dos padres de então, ou aquele que era permitido a qualquer mortal.
Os padres recusavam.

Foi por tal necessário estabelecer locais próprios de culto (os Templos) e de sepultamento.
Santa Maria do Olival.

Tanto assim é, que o papa Urbano III teve que expedir uma Bula que determinava:

- Manda aos bispos e prelados, que deixem enterrar livremente os Freis da Ordem do Templo pelos Religiosos da Ordem, sem permitirem que os seus súbditos coloquem entraves ou impeçam, nem tão pouco permitam que escarneçam, que recebam os ditos Freis nas suas Igrejas quando forem pedir esmola, e que procedam contra aqueles que os censurarem.

- Manda aos bispos e prelados que não façam aos da Ordem do Templo os agravos que lhes faziam, i.e., não deixarem, nem consentirem, que os Freis e outras pessoas que em suas Igrejas escolhiam sepultura, se enterrassem nelas, e em não lhes fazerem justiça, quando se lhes queixavam dos seus malfeitores, e em lhes impedirem de pedirem esmola nas suas Igrejas, nem de tão pouco os quererem encomendar nelas.

E assim eram vistos os Cavaleiros do Templo.

E assim eram tratados os Cavaleiros do Templo.

Hoje, como Ontem.
A destruição continua.

Ó minh'alma, ó minh'alma, ó meu Abrigo,
Meu sol e minha sombra peregrina,
Luz imortal que os mundos ilumina
Do velho Sonho, meu fiel Amigo!

Estrada ideal de São Tiago, antigo
Templo da minha fé casta e divina,
De onde é que vem toda esta mágoa fina
Que é, no entanto, consolo e que eu bendigo?

De onde é que vem tanta esperança vaga,
De onde vem tanto anseio que me alaga,
Tanta diluída e sempiterna mágoa?

Ah! de onde vem toda essa estranha essência
De tanta misteriosa Transcendência
Que estes olhos me deixam rasos de água?!


- Cruz e Sousa, Anima Mea

Thomar

Pátria até que os meus pés
Se magoem no chão.
Até que o coração
Bata descompassado.
Até que eu não entenda
A voz livre do vento
E o silêncio tolhido
Das penedias.
Até que a minha sede
Não reconheça as fontes.
Até que seja outro
E para outros
O aceno ancestral dos horizontes.


- Miguel Torga, Limite

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Credo deles na paupérrima "Revelação zapatiana"

«Glória às retroescavadoras que estais a destruir um alambor 'sacro' do Séc. XII, que ninguém - a não ser todos os estudos existentes e/ou publicados sobre o assunto afirmaram ... - descobriu, antes de Nós ...»

«Venha a Nós o Vosso cimento, assim no Banco como no nosso bolso, agora e enquanto Nos fôr possível amealhar para o momento da falta de tacho ...» ...

A verdade sobre a destruição do alambor

Um artigo de António Rebelo que, permitam-me a sugestão, deverá ser lido por todas as pessoas que se interessam sobre a questão da destruição do alambor primitivo norte do Castelo de Thomar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Castelo dos Templário

De Lacerda Machado, 1936
(disponibilizado na internet por "ruitintin")

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um Tempo sem Tempo

Brumas da Memória

No meio do Lago, a Torre

O Coração pulsa

Ouço-te os Passos
Aurora do Amor

Luz
Sem Tempo

Farol para a Humanidade

Navio Peregrino
A Terra abre-se ao Céu

Ponte

Tempo de Sonhos
Doces Sonhos

Prometido ficou, que apenas contigo a voltaria a pisar

domingo, 21 de agosto de 2011

O Jardim das Hespérides

(editado)

O Jardim das Hespérides é o local onde está a Árvore do Conhecimento.

De acordo com a Mitologia, Gaia terá oferecido a Hera maçãs (ou laranjas ou romã) de ouro como presente pelo casamento com Zeus.

Hera incumbiu as Hespérides (ninfas) de guardar o Jardim onde a Árvore estava plantada; o Jardim ficou conhecido como de Hespérides por causa das ninfas.
Entretanto, as ninfas começaram a consumir tais frutos ... Hera não ficou nada satisfeita, e procurou um novo guardião que não toca-se e respeita-se os frutos e a Árvore.
Decidiu-se por um Dragão ou Serpente: Ladon ou Hidra.

Hera e Hércules, segundo reza a mitologia, não se "entendiam bem". Pelo que, sendo um dos 12 trabalhos de Hércules obter frutos da Árvores, este tê-la-á encontrado no extremo Ocidente.
Terá adormecido o dragão, e as hespérides deram-lhe as maçãs ou laranjas ou romãs de ouro. (Umas ninfas muito malandras ...)
Após conseguir os frutos tão desejados, entregou-os a Euristeu, que por sua vez os entregou a Atena, pois eram propriedade de Hera.
Atena encarregou-se de recolocá-las no Jardim das Hespérides.

Na tradição grega a Hidra é a Guardiã do Jardim das Hespérides.

Jardim primordial onde frutificava um pomar de macieiras, ou um laranjal ou um romãnzal, proriedade de Hera, esposa e irmã de Zeus.

Hera é uma Deusa Tripla.
A sua relação com Hidra - a Serpente de Sete Cabeças, é a recordação dos tempos imemoriais em que as Deusas neolíticas fecundavam os solos.
Aravam a terra e semeavam-na, abrindo-a e fecundando-a.

O Jardim é uma metáfora a um Centro Primordial de onde terá partido o primeiro impulso de iniciação à humanidade.

Símbolo de clarividência.
Mas, a Humanidade caiu.
O Jardim fechou-se.
A sua localização velou-se.

Os poetas e filósofos tentaram nos seus versos e enigmas perpetuá-lo, na esperança de uma nova Idade de Ouro.
A simbiose mágico-religiosa, e, principalmente, espiritual com a Natureza, tendo como ponto de partida os ritmos cósmicos enquanto impulsos para a transformação da Alma.

Estes frutos trazem em si o Pentagrama, símbolo da união do Espirito com as quatro forças dos Elementos da Natureza,
de que a Deusa é Rainha e Guardiã.

Mapa Estelar Alpe Prà


Está datado do Paleolítico Médio até à Idade do Ferro.

Alpe Prá, é um local sagrado.

Um local com alto valor mágico e simbólico.

Tem o Mapa das Constelações de:

Hidra, a Taça e o Corvo
(a Primavera)

sábado, 20 de agosto de 2011

Um tributo ao meu Mestre de Armas

Meu Amigo, meu primo, meu Irmão

Homem
Não pela palavra, mas pelo Exemplo.
Exemplo de Honra e Verticalidade.

Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!


- Antero de Quental, Surge et Ambula

Nomad

Stª Maria de Quintanilla de las Viñas


Santa Maria de Lara, é uma ermida visigótica situada em Quintanilla de las Viñas, província de Burgos, Espanha.

Edificada no Séc. VII, é um exemplar magnífico da arquitectura visigótica peninsular.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Celestial Harmony


Nossa Senhora da Assumpção

A minha Padroeira



Minha beleza é mais dizível
nos segredos que perscruto
no mar que um búzio retém.

Vozes que só eu escuto
são a forma do meu corpo
aqui absorto
num sonho que depus além


- Natália Correia, O rosto que ninguém vê

domingo, 14 de agosto de 2011

Ritos de Fertilidade

O Touro

Desde a pré-história que o Touro é um animal símbolo de Fertilidade, Força, Coragem e Renovação. Considerado sagrado, sacrificado e imolado em várias culturas e por todo mundo.

As touradas são o perpetuar desses ritos ancestrais que vêm do megalítico.

Apresenta-se na arte rupestre, nos ritos sagrados, na mitologia.

É o caso do Touro de Creta:

O Touro de Creta foi, na mitologia grega, uma fera que viveu na ilha de Creta e que foi capturada por Hércules num dos seus famosos trabalhos.

É ainda associado ao Minotauro e ao rapto de Europa.

O touro só foi derrotado por Hércules, a mando de Euristeu; ficou conhecido como o sétimo dos seus trabalhos.

Hércules desembarcou em Creta, agarrou o touro pelos cornos e levou para a Argólida, onde o entregou a Euristeu.

Eristeu quis entregá-lo a Hera, mas a deusa, como não queria aceitar presentes vindos de Hércules, pôs a fera novamente em liberdade.

Teseu, mais tarde, acabou por capturá-lo nas planícies de Maratona.

sábado, 13 de agosto de 2011

Esperança



Quero que sejas
A última palavra
Da minha boca.
A mortalha de sol
Que me cubra e resuma.
(...)
Grito agora o teu nome aos quatro ventos.
Juro-te, (...) lealdade
Por toda a vida e em todos os momentos.


- Miguel Torga

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quero, é a minha Vontade e o meu Desejo



Que o Amor me Guie Sempre

Deusa Abelha ou Abelha Rainha II


Delfos-Delos-Karnak


Tendo uma reputação de ordem, as abelhas e suas colméias serviram de modelos à organização dos templos de muitas culturas do Mediterrâneo.

Sacerdotisas nos templos de Cibele, na Ásia Menor, na Grécia e em Roma foram denominadas de: Melissai ou Melissae.

Estas sacerdotisas eram frequentemente profetisas ou oráculos, que entravam em extâse induzido, que incluía a ingestão de mel (em grego este estado de consciência é designado por enthusiasmos).

As abelhas foram apelidadas de "Pássaros das Musas", e são atraídas pelas fragrâncias de flores celestiais, a partir das quais produzem o néctar divino.

Nos mitos do mundo antigo, as crianças divinas eram muitas vezes alimentadas com mel, e eram criadas em segredo por uma deusa na profundidade das cavernas.

A Deusa Abelha era venerada nos templos de Artemis.
Artémis é um dos aspectos mais antigos e populares do Divino Feminino.
Nascida na ilha grega de Delos, Artémis era irmã de Apolo e filha de Zeus e de Leto.
Os seios de Artémis pareciam "ovos de abelhas".

São tidas como sacerdotisas: Demeter, Rhea, Cibele - Melissae.

A Bíblia menciona uma rainha e profetisa de Israel chamada Débora: a "Abelha Rainha"; as suas sacerdotisas eram conhecidas como Déboras.

Diz-se que as sacerdotisas da Deusa da Lua eram chamadas de abelhas, porque acreditava-se que: "todo o mel vinha da Lua; a colmeia cujas abelhas foram estrelas."

Melissa, ensinou os mortais a fazer hidromel.
No Hino Homérico a Hermes, as Melissai alimentavam-se de mel para inspirarem-se "a pronunciar a verdade".
Estas tradições fizeram do Omphalos o lugar da pronúncia sagrada - o poder oracular associado ao zumbido das abelhas e à vibração da vida.

O Omphalos tem o formato de uma colméia de abelhas.
Paphos, na Grécia, tido como o local do túmulo de Afrodite, era conhecido como o umbigo da Terra.
Simbolicamente, o Omphalos reuniu uma série de importantes conceitos espirituais:

O coração-sede da grande Mãe Terra enquanto centro do umbigo do mundo (fonte de alimento espiritual).
Da mesma forma, o templo de Afrodite foi o local de alimentação espiritual.

(continua)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Templo

Templo de crenças e d’amores puros!
Comunhão de verdade! onde não há
Bonzo à porta a estremar fiéis e impuros,
Uns para a luz… e os outros para cá…
Ali parecerão os mais escuros
Brilhantes como a face de Jeová,
Comungando no altar do coração
No mesmo amor de pai e amor d’Irmão!

Oh! este amor é doce
Como ambrósia e como um beijo casto!
Orvalho santo, que chovido fosse,
E o lírio absorve como etéreo pasto!…
Dilúvio suave, que nos toma posse
Da vida e tudo, e que nos faz tão vasto
O coração minguado… que admira
Os sons que solta esta celeste lira!

Só ele pode a ara sacrossanta
Erguer, e um templo eterno para todos…
Sim, um eterno templo e ara santa,
Mas com mil cultos, mil diversos modos!
Mil são os frutos, e é só uma a planta!
Um coração, e mil desejos doudos!
Mas dá lugar a todos a Cidade,
Assente sobre a rocha da Igualdade.

É desse amor que eu falo! e dele espero
O doce orvalho com que vá surgindo
O triste lírio, que este solo austero
Está entre urze e abrolhos encobrindo.
Dele o resgate só será sincero…
Dele! do Amor!… enquanto vais abrindo,
Sobre o ninho onde choca a Unidade,
As tuas asas d’águia, ó Liberdade!


- Antero de Quental

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

domingo, 7 de agosto de 2011

A Magia do Al Garb

Há países belos, paisagens belíssimas, locais mágicos e maravilhosos, mas ...
Não há país que se compare a Portugal.

Aqui, a Terra da Luz.
Aqui, a Magia é permanentemente Grande.
Aqui, onde a Terra acaba, e o Mar, começa.

A Beleza e a Graça estão, onde está o nosso Coração.


A Magia das Ilhas Gregas

Thessaloniki - Salónica

A Torre Branca


sábado, 6 de agosto de 2011

Deusa Abelha ou Abelha Rainha

Enquanto símbolo/representação da Deusa Mãe.


As abelhas, como todos os insectos que fazem casulos ou tecem teias, servem como imagens da interligação miraculosa que é a vida.

A intrincada estrutura celular que segrega a essência de ouro da vida, é a imagem da interacção invisível da natureza que se relaciona tudo entre si num padrão ordenado e harmonioso.

Talvez seja este o significado da lenda que refere que Zeus, enquanto bébé, foi alimentado em Creta com mel, e pode ser também a razão pela qual o mel era o néctar dos deuses.

Além disso, a abelha, seguindo o seu instinto natural para polinizar as flores e colher o néctar, que será transformado em mel, é um exemplo de actividade contínua e necessária do ser humano para apanhar as colheitas e transformá-las em comida.
A abelha rainha, a quem todas as outras serviam durante a sua breve vida, foi, no Neolítico, uma epifânia da própria Deusa.

A apicultura, em si, foi amplamente praticada no mundo antigo.

Abelhas e apicultura, são frequentemente retratadas em obras de arte antigas.
Em 2007, foram encontrados no norte de Israel restos de antigos favos de mel, cera de abelhas e colmeias intactas, que provam que a apicultura era praticada há 3.000 anos.
A Bíblia refere-se a Israel como a "terra do leite e do mel", mas nenhuma menção foi feita à cultura de abelhas.
Com esta descoberta ficou provado que houve, de facto, uma indústria apícola altamente desenvolvida na Terra Santa.

Existe uma relação entre a abelha rainha, a Deusa e as suas sacerdotisas; que se apresentavam vestidas de abelhas, na Creta minóica de há 4.000. A Deusa e as suas sacerdotisas - vestidas como as abelhas, dançam juntas num selo de ouro encontrado num túmulo.
Em Creta, a abelha significou a vida que vem depois da morte, idêntico ao significado do escaravelho no Egipto.
Provavelmente por tal razão, o selo terá sido colocado no túmulo.

A deusa das abelhas, figura no centro descendo à terra, entre cobras e lírios, é adorada pelas suas sacerdotisas, que tomam a mesma forma que ela, todas levantando as "mãos" no gesto típico de epifânia.

O mel foi também utilizado para embalsamar e preservar os corpos.

O mel desempenhou ainda um papel principal nos rituais de Ano Novo do minóicos.

O Ano Novo cretense tinha início no solstício de verão, quando o calor estava no seu auge, e o dia 20 de Julho era o dia em que a grande Estrela Sirius entrava em conjunção com o Sol, como acontecia na Suméria e no Egipto.
Tanto na Suméria, como no Egipto, Sirius era a estrela da Deusa (Innana na Suméria, e Isis no Egipto).
Os templos-palácios em Creta foram orientados na direcção da Estrela.
O surgimento de Sirius punha fim a um ritual de 40 dias, durante o qual o mel era recolhido das colméias na escuridão das cavernas e dos bosques. O mel era então fermentado em hidromel e bebido como bebida inebriante, acompanhando os ritos de êxtase que podem ter comemorado tanto o regresso da filha da Deusa como o início do novo ano - como também pode ser o caso do selo de duplo machado.

Todos estes ritos estão presentes nos mitos gregos clássicos de Dionísio - ele mesmo originário de Creta e designado como: Deus Touro.
Era sacrificado um touro aquando do aparecimento da estrela Sirius, e as abelhas eram vistas como a forma ressuscitada do touro morto, bem assim como das almas dos mortos.
Este festival era dedicado ao aprecimento de Sirius, que dava início ao novo Ano, foi elevado ao nível de um mito de 'Zoe' (vida indestructível): o despertar/ressuscitar de abelhas a partir de um animal morto.

A importância da apicultura para os minóicos está documentada em desenhos de colméias reais, testemunhando uma longa história que pode ser traçada até ao Neolítico.
A gema ônix de Knossos mostra a Deusa Abelha ostentando sobre a sua cabeça os chifres do touro com o machado duplo dentro da sua curva. Os cães - mais tarde os cães do mundo subterrâneo pertencentes a Hécate e Artémis - têm asas e a voam tão perto da deusa, que as suas asas, à primeira vista, parecem ser dela.
Este intenso drama de epifânia, sugere que o zumbido da abelha foi, de facto, ouvido como a voz da deusa, no: Som da Criação, de Virgílio, este descreve os sons de uívos e batimentos utilizados para atrair um enxame de abelhas:

Batem os címbalos da Grande Mãe.

Os túmulos de Micenas eram em forma de colméias, assim como o omphalos em Delfos no período clássico, onde Apollo governou com a sua sacerdotisa oracular, a Pitonisa, à qual era dado o nome de: Abelha de Delfos.

No Hino homérico ao Hermes grego, escrito no Séc. VIII A.C., o deus Apolo fala das três videntes do sexo feminino como três abelhas ou abelhas-virgens que, como ele, praticavam a adivinhação:

Há algumas irmãs Moiras nascidas,
virgens as três, adornadas com asas velozes.
As suas cabeças estão polvilhadas com farinha de cevada,
com vento fazem as suas casas sob as falésias do Parnaso.
Ensinaram adivinhação longe de mim, a arte é utilizada para
reunir o meu gado enquanto ainda são infantes.


Estas sagradas abelhas-virgens com o dom da profecia, eram para ser o presente de Apolo a Hermes - o deus que sozinho podia guiar a alma dos mortos para fora da vida e algumas vezes trazê-las de volta...

A etimologia do termo "destino" (em grego), dá um exemplo fascinante de como o génio visionário Minóico entrou na língua grega, muitas vezes de forma visível, bem assim como transmitindo as suas histórias de deusas e deuses.

A palavra grega para "destino", "morte" e "deusa da morte é "e ker" (no feminino), a palavra para coração e seio é "to ker" (neutro), ao passo que a palavra para favo de mel é "a kerion" (neutro).
A ligação comum à raiz "ker" - favo de mel, deusa, morte, destino e coração humano, dá-nos um nexo de significados perfeitamente compreensíveis se tivermos em conta que a Deusa foi considerada uma abelha.

(continua)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Remembrance

Aghia Triada, Meteora, Hellas


Nekromanteion de Éfira, Acheron

O Nekromanteion mais famoso (ou nekyomanteion), ou Oráculo dos Mortos, do mundo grego antigo encontra-se perto das margens a noroeste do Lago Acherousian, onde Acheron e Kokytos, os rios de Hades, se encontram.

Santuário de Perséfone e Hades.

O Oráculo dos Mortos.

Fontes literárias antigas descrevem o Lago Acherousian como o lugar onde os mortos começaram a sua descida ao Hades, e associam Ephyra, a cidade Epirota localizada mais a norte, com o antigo culto do deus da morte.

O Nekromanteion atraiu as pessoas que desejavam conhecer as almas dos mortos, considerando que estas eram capazes de prever o futuro após terem deixado o respectivo corpo.

Homero fornece a referência mais antiga ao Nekromanteion de Acheron, na Odisséia, quando Circe aconselha Ulisses a encontrar-se com Tirésias, o vidente cego, no submundo, a fim de obter um oráculo para o seu regresso a Ítaca. Homero fornece ainda um relato claro da descida do Odisseus ao Hades. Outros heróis gregos também teram tentado a sua descida ao Hades: Orfeu tentava trazer de volta a sua amada Eurídice, Hercules procurava Cerberus - o cão de três cabeças que guardava a saída do Hades - que o rei Eristeias havia exigido, e ainda Teseu em conjunto com Peirithos a fim de agarrarem Perséfone.

As ruínas do verdadeiro Nekromanteion datam do período helenístico. Englobam o edifício principal do santuário, eriguido no início do período helenístico (final do Séc. IV - III A.C.), e um anexo do final do Séc. III A.C., que consistia de um pátio central rodeado por salas e armazéns. O santuário foi gerido desta forma durante cerca de duzentos anos, mas foi incendiado e deixou de funcionar após a conquista romana da Macedónia em 167 A.C.
O pátio do santuário foi ocupado, uma vez mais, no Séc. I, quando os colonos romanos chegaram à planície de Acheron.

O Agios Ioannis Prodromos e o seu cemitério foram estabelecidos sobre as antigas ruínas já no início do Séc. XVIII.

O Nekromanteion de Acheron foi o primeiro santuário e oráculo dos deuses do submundo a ser trazido à luz.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

433 anos, da Batalha de Alcácer-Quibir

1578, Al Qasr al-kibr

As ligações de Portugal ao norte de África, foram sempre fortes, antigas e profundas.
Não se tratavam, ou tratam, de ligações meramente políticas, económicas ou até sociais, são ligações de Raiz.

D. Sebastião não foi um aventureiro, um tonto ou um tolo como muitas e muitas vezes foi apelidado. Nem tão pouco pretendia tão só ou somente dar cumprimento às questões estratégicas de defesa e expansão das praças portuguesas no norte de África, ou dos interesses económicos ou políticos portugueses.
Todo um conjunto de questões não visíveis estiveram no âmago das decisões em avançar.

433 anos ... parecerá sempre ontem ...

A verdadeira história ainda está para ser contada. Mas há factos, factos que vão sendo apurados, coligidos e colocados em cima de uma mesa como se de uma manta de retalhos se trata-se.

Muitos desses factos são contados através de relatos indirectos; é o caso da "confisão" de Geraldo Simões no "auto-de-fé" contra o mesmo movido pela inquisição nos seguintes termos:

Nome: Geraldo Simões
Estatuto social: cristão-velho
Idade: 27 anos
Crime/Acusação: maometismo
Cargos, funções, actividades: militar
Naturalidade: Crespos, Braga
Pai: Simão Gonçalves de Nogueira, lavrador
Mãe: Isabel Pires
Data da prisão: 31/07/1585
Sentença: auto-de-fé privado de 09/08/1585. Abjuração de leve, penitências espirituais, que não voltasse à terra dos mouros sem licença da Mesa, pagamento de custas.
O réu fez parte do exército de D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir onde foi feito prisioneiro.

Geraldo Simões tinha à data da Batalha 19 anos.

Eis a "confissão" de Geraldo Simões; um relato na primeira pessoa.

Jogralando Al-Andalus

1147

Trata-se de uma tese de mestrado em História Medieval:

1147, uma conjuntura vista a partir de fontes muçulmanas.

Não concordando com conclusões e/ou análises da autora, não deixo de considerar que se trata de um documento interessante para a "leitura" dos acontecimentos de então.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Distinção



Não nos tornamos um com Deus.
Mantemos a nossa distinção, a
nossa individualidade,
enquanto colaboradores com Deus.


- Harold Klemp, Amor - A Chave da Vida


Fostes agredida, mas ainda aí estás
Desproveram-te de símbolos
Mas tu, ainda aí estás

O Tempo passou
Passou por ti, passou por Todos
Os Corpos passaram por ti
Mas, tu, ainda aí estás

Tens o meu Respeito
Saúdo-te


Durante as noites, no meu leito, busquei aquele que o meu coração ama; procurei-o, sem o encontrar.

Vou levantar-me e percorrer a cidade, as ruas e as praças, em busca daquele que meu coração ama; procurei-o, sem o encontrar.

Os guardas encontraram-me quando faziam sua ronda na cidade: Vistes acaso aquele que meu coração ama?

Mal passara por eles, encontrei aquele que meu coração ama. Segurei-o, e não o largarei antes que o tenha introduzido na casa de minha mãe, no quarto daquela que me concebeu.

(...)

Saí, oh filhas de Sião, contemplai o rei Salomão, ostentando o diadema recebido da sua Mãe no dia das suas núpcias, no dia da alegria do seu coração.


- Cântico dos Cânticos