quarta-feira, 31 de março de 2010

D. Paio Gomes, doação de seis aldeias em Castela

D. Paio Gomes, à data Frei da Ordem do Templo, outorga ao Mestre e à Ordem do Templo seis aldeias em Castela que o Rei lhe deu.

Feita em Julho de 1255.

Sham el-Nessim

Trata-se de uma celebração que remonta aos tempos dos Faraós.

É a celebração do equinócio da primavera que antecedeu a celebração da Páscoa em cerca de 3 mil anos.

A tradição e os costumes de ambas são muito semelhantes.

Sham el-Nessim


Heaven and Earth

terça-feira, 30 de março de 2010

domingo, 28 de março de 2010

Alfonsíada

1.
Canto o Varão magnânimo, e constante
Que com valor, e esforço mais que humano,
Prudência sãa, Politica prestante
Deu a existência ao Throno Lusitano;
Que humilhou o Infiel mais arrogante
Que da Libia passara ao Solo Hispano
E de cuja derrota dependia
a fundação de nova Monarquia

2.
Desce a inspirar-me, ó tu, Estro divino;
Que dos heroes prolongas a memoria;
Tu que inflammaste o génio peregrino,
Que de Achilies cantou o esforço, e a gloria
Que alcançaste de Henrique ao Cantor digno
Lugar brilhante nos annaes da Historia;
E que affeito do Tejo ao licor Santo
Inspiraste a Camoens o immortal Canto.

3.
Tu me ensina que Mão Suprema, e forte
A Alfonso conduzio n'uma carreira,
Que posto magestosa, exposta ao córte
Se vio sempre da Parca sobranceira.
Quem seu braço esforçou , que ultima sorte
Seus planos corôou ; porque maneira
Soube illudir com próvidas medidas
De hum génio occulto as tramas fementidas.

4.
Só rasgado por ti ser póde a venda,
Que a ignorância talvez daquelles annos
Sobre os feitos ousou lançar tremenda
Deste Exemplar dos Lusos Soberanos.
Tudo agora me dize, e não te offenda
Se a verdade assumir esses ufanos,
Lindos enfeites, que a Ficção singela
Lhe une para a tornar mais clara e bella.


- António José Osório de Pina Leitão, Cavalleiro da Ordem de Christo

Escritura pública de demarcação da paróquia de S. Vicente de Castelo Mendo


Escritura pública de demarcação da paróquia de S. Vicente de Castelo Mendo, datada de 10 de Junho, de Castelo Mendo, da qual fazem parte o selo do Concelho de Castelo Mendo e o do bispo de Viseu, D. Mateus (1254-1268; 1275-1287).

O bispo D. Mateus entre 1268 e 1275 esteve à frente da diocese de Coimbra. O mosteiro de S. Vicente de Fora possuía bens de raiz em Castelo Mendo.

Por bula de 23 de Maio de 1320, o papa João XXII concedeu a D. Dinis a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino para o esforço de guerra contra os mouros, para o que se procedeu ao levantamento das informações necessárias ao prosseguimento desse fim.
Nesse catálogo das igrejas feito entre 1320 e 1321, a igreja de S. Vicente de Castelo Mendo foi taxada em 120 libras.

Selo pendente por tiras de pergaminho, em cera cor de tijolo
Circular, com 52 mm de diâmetro
Tipo heráldico emblemático autárquico; limitado por dois círculos concêntricos no interior dos quais surge a legenda; no centro, um pano de muralha ameada de um castelo de três torres, sendo a do meio ligeiramente mais alta: SIGILLUM CONCILII [CASTR]I MENENDI

(fonte: Torre do Tombo)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Castelo Mendo




Época do Bronze - hipotética existência de um castro, depois romanizado;

Séc. XII, finais - hipotética edificação do castelo no reinado de D. Sancho I;

1229 - concessão de carta de foral por D. Sancho II, onde é mencionado o castelo e o alcaide Mendo Mendes *3; na sequência desta intervenção régia pode-se apontar a provável edificação do primeiro recinto muralhado, incluindo talvez anteriores preexistências, este rei concedeu Carta de Feira à povoação, sendo considerada a primeira feira oficial do reino; acontecia três vezes do ano, pela Páscoa, São João Baptista e São Miguel;

1281 - confirmação do foral por D. Dinis, a quem a tradição historiográfica atribui a renovação das estruturas defensivas, talvez a edificação da torre de menagem e, em particular, a construção da segunda cintura muralhada;

1297 - assinatura do Tratado de Alcanices e consequente afastamento da linha fronteiriça;

1387 - instituição de couto de homiziados;

Séc. XIV, finais - eventual reparação do castelo e alargamento da segunda cintura muralhada durante o reinado de D. Fernando;

Séc. XV - D. Afonso V manifesta o desejo de reconstruir as muralhas;

1496 - na Inquirição, existe a referência a 346 habitantes;

1510, 1 Junho - D. Manuel dá foral à povoação;

1519, cerca de - representação das estruturas defensivas nos desenhos de Duarte de Armas, observando-se a cidadela, as duas cinturas muralhadas e a barbacã *4, da qual aparentemente não se conservam vestígios. Alguns panos da muralha ainda possuem merlões e as torres encontram-se já muito arruinadas. A perspectiva E. mostra a Porta da Falsa do Castelo, a Porta do Sol e as torres do segundo recinto muralhado até à Porta da Vila. Uma dessas torres não é actualmente identificável. Na perspectiva N. foi representada a Torre de Menagem, a denominada Porta Falsa do segundo recinto, bem como a Porta da Guarda e as restantes torres;

1527 - vila e termo com 777 moradores, 73 na vila;

Séc. XVII - D. Filipe IV nomeou como primeiro Conde de Castelo Mendo, D. Jerónimo de Noronha;

1640 - campanha de renovação pontual das estruturas defensivas, na sequência das Guerras da Restauração, e da qual subsiste o baluarte situado junto à Porta Falsa do Castelo;

1687 - feitura do sino para o campanário;

1708 - Carvalho da Costa diz que a povoação tinha 98 habitantes;

1758 - as denominadas Memórias Paroquiais referem a existência de muros fortes e de oito torres arruinadas, na sequência do terramoto de 1755;

1855, 24 Outubro - extinção do Concelho, passando a integrar o Concelho do Sabugal;

1870 - foi transferida para o Concelho de Almeida;

Séc. XIX - conheceu o impacto das Invasões Francesas e das Lutas Liberais; aceleração do estado de ruína das muralhas e torres; transformação do recinto do castelo em cemitério;

1898 - numa planta do Castelo, vêm marcadas as cinco portas - da Vila, da Guarda, da Traição, do Castelo ou de D. Sancho e do Sol;

1949 (?) - ruína do arco da Porta do Castelo;

1979 - elaboração de estudo de recuperação urbana e arquitectónica.

Tipologia
Arquitectura militar, românica e gótica.
Castelo composto por duas cinturas muralhadas de traçado ovalado e irregular, com demarcação da zona da cidadela no primeiro recinto defensivo.
Torre de menagem de planta rectangular adossada pelo exterior.
Portas em arco pleno ou em arco quebrado, flanqueadas por torres.
Cintura muralhada protegida por várias torres de planta quadrada.

Características Particulares
Conjugação de dois núcleos urbanos muralhados.
Conservação da totalidade do perímetro muralhado e da maior parte das torres e portas.

Materiais
Granito, cantaria, aparelho isódomo, revestimento inexistente.

Observações
*1: as casas encostadas à muralha distribuem-se ao longo da R. Direita (principal eixo da aldeia).
*2: no primeiro recinto muralhado observa-se uma pedra tumular pertencente a Miguel Augusto de Sousa Mendonça Corte Real, Fidalgo da Casa Real e Tenente-Coronel, assassinado pelos seus próprios soldados em 12 de Setembro de 1840, conforme consta do epifácio.
*3: o alcaide Mendo Mendes terá originado o topónimo da povoação.
*4: nas representações que Duarte d' Armas fez deste castelo podemos observar que o recinto fortificado já tinha muitas partes em ruina completa, bem como algumas torres. A ruína poderá ser um sinal de perda de importância militar. A cerca da vila aparece guarnecida com uma barbacã, também, em mau estado de conservação. Esta muralha era desprovida de torres e guarnecia sómente o troço norte da muralha da vila. A cerca urbana tinha três portas: Norte, Nascente e Poente. a porta principal da cerca era guarnecida por duas torres gémeas, que chegaram aos nossos dias. Este tipo de torres, que se generalizou na Baixa Idade Média, permitia o tiro mergulhante sob a entrada, protegendo aquele ponto crítico do sistema defensivo. Uma prospecção arqueológica poderá identificar a implantação e as fundações da barbacã, talvez coincidente com o muro que delimita o caminho que contorna nas muralhas.

(fonte: IHRU-DGEMN/DSID)

domingo, 21 de março de 2010

Entrou o Equinócio da Primavera

O mundo exulta com uma nova oportunidade de reflorescer, de colorir

É o recomeço e a geração

Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!


- Miguel Torga, A Terra

Soure

Em homenagem aos Bons de Soure.
Há sua tenacidade e ao sentido de dever que os levou a manterem-se firmes nas suas posições, mesmo até à morte.

Soure foi a segunda sede da Ordem do Templo em Portugal - tendo a primeira sido Fonte Arcada.

Eis a Carta de Doação feita pela Rainha D. Tarasia, Mãe de D. Afonso Henriques, e mulher do Conde D. Henrique

(Digitalização a partir do original à guarda da Torre do Tombo) --------------(clicar sobre a imagem)

Uma crónica pungente

sábado, 20 de março de 2010

A propósito da tríade ...

António José Alves teve a amabilidade de comentar o artigo: D. Frei Papinhas - a explicação.

Refere:

Olá, boa noite.
Julgo que aqui não é o caso de fazer parte de uma tríade. Trata-se de uma questão de poder e da sua aplicação como monarca. A Ordem de Cristo tem de facto muito poder, ainda mais graças à regência de D. Henrique. É esse poder que mata D. Diogo. Este morre por ser duque ou por ser Mestre da Ordem de Cristo? Certo é que estava à frente de um plano de revolta contra D. João II. Quando o monarca dá a regência a D. Manuel é uma forma de manter a Ordem calma pois terá à frente alguém que sabe quanto custa uma revolta. Mas é alguém que também sabe quanto vale aquela Ordem. Quando D. Manuel sobe ao trono, já não tem a percepção, mas antes a certeza, do poder que por ali passa, dado que é regente da mesma há 11 anos. O rei não pode ser desautorizado e esta Ordem pode ajudar um rei ou condená-lo. Opta então por lhe cortar um pouco do seu poder na capital. Este poder na capital era recente dado que os Templários não foram grandes fundiários em Lisboa mas mais nas antigas zonas de marca. A Ordem de Cristo na expansão não faz grande coisa, mas servirá num futuro próximo para obtenção de benesses. A componente militar há muito que estava aniquilada. Agora quase que só era honorífica. Mas apesar disso detinha poder e isso não pode ser tolerado num Estado que se está a modernizar.Aliás as Ordenações Manuelinas provam isso mesmo entre outras formas públicas como os pelourinhos manuelinos. E esta centralização de poder já vinha, de uma forma muito visível, dos tempos de D. João II e era mesmo mais anterior. O rei D. Manuel encarna muito naturalmente essa corrente de centralização que começa a percorrer a Europa. A Ordem mantém todos os privilégios mas tem realmente que obedecer (conforme consta no normativo) ao Mestre ou governador/administrador e é isso que vai acontecer. Ainda estamos longe da pequena "rebelião" de 1566. Muito obrigado e boa noite. Finalmente blogs a sério e não brincadeiras. Muito obrigado.

19 de Março de 2010 22:42

A minha réplica vai neste sentido:

Boa noite, antes do mais permita-me agradecer-lhe as suas amáveis, depois e ainda que discordando de si, o qual já de seguida tratarei de fundamentar, ter tido a gentileza de aqui expressar a sua opinião.

Quanto à súmula, tendo em conta que é extensa, e a caixa de comentários permite apenas o máximo de 4,096 caracteres, irei replicar-lhe em artigo.

- Trata-se de facto de uma tríade, se não vejamos - D. Manuel, Pai de D. João III (que lhe sucedeu) e do Prior António de Lisboa do Convento de Cristo, sede da Ordem e Executor no terreno, aplicou o princípio mais puro da conquista e manutenção do poder; conquistou o poder conquistando o título de Mestre da Ordem primeiramente, e de seguida tendo chegado a Rei (já com a "escola toda" de como funcionava a Ordem), passou a aplicar o princípio do poder absoluto - controle do espiritual e do temporal. Não mais a Ordem tem opção, aliás, os seus elementos mais valiosos, ou se retiraram definitivamente por iniciativa própria ou foram terminantemente afastados.
De seguida, D. João III continuou a estratégia delineada por D. Manuel, que não teve tempo de colocá-la, totalmente, em prática, e o seu dilecto e «ilegítimo" filho Prior António de Lisboa, colocou em prática no terreno todas as maldades arquitectadas pelo esmerado Pai, meio-irmão e "confrades".
Verdade é, que cada um deles tentou ao máximo ser pior que o outro ... Inquisição?!!!!

- Sim, a Ordem tinha muito poder. E D. Manuel não tolerava que o poder estivesse "noutra mão" que não na sua própria.

- A regência do Infante foi 'apenas' mais um marco na História da Linha; é que, não foi o Infante que fez a Obra, foi a Obra que criou o "Infante". Para ser mais clara, os planos e projecto de descobrimentos et al, já exisitiam, o Infante apenas teve a sagacidade de não os obstar.

- No tocante a D. Diogo, o Rei D. João II nunca foi de meias medidas, cortava o problema pela raiz. E tal sucedeu não por este ser Mestre da Ordem, mas pelas intenções 'tout cour'.
Já o elemento estranho volta a recair sobre D. Manuel que, sendo irmão de D. Diogo - e considerando que tanto prezava os laços familiares próximos, continuou a "sabugar" D. João II, que estranhamente diga-se, aceitou como boa a atitude de "descaso" de D. Manuel ...

- De facto a Ordem era e foi muito poderosa, e foi manipulada a partir do momento em que D. Manuel assumiu o trono. Desvirtuou-se, deixou de ser Livre.
Passaram a ser "gatos de lareira", cujo único intento era saber quanto iriam receber de rendas, e o que é que seria o menu do almoço e do jantar, mais uns cantochões bem afinadinhos para sua alteza avaliar ... ora, isto de Ordem nada tinha;

- Quanto a serem fundiários em Lisboa, por difícil que possa ser, tinham bastante mais do que é commummente conhecido!
Um dia destes publico alguns bens em Lisboa;

- De facto a centralização do poder temporal já vinha de D. João II, mas foi D. Manuel que se fez inscrever na História como o grande impulsionador da positivização, daí as Ordenações; mas também, quis fazer-se presente em todos os recônditos do país, como forma de apagamento das memórias ...

- A Ordem passa a fazer-se representar pelo Rei, ou Rainha, aliás é-lhe passada Procuração por parte de todos, mas mesmo todos, os elementos da Ordem! Não lhe bastava a Bula ... (um espertalhão...).
A 'rebelião' foi imediatamente abafada; D. João III tinha não só a "escola do Pai", como foi enriquecido com a do meio-irmão e de todo um conjunto de elementos inquisitivos ... subjugar um Povo e uma Ordem à base de "Chicote Inquisitivo ... não é de ser-humano.

Deixe-me finalizar esta minha, longa, réplica com as últimas palavras do Conde D. Henrique (de saudosa memória) a D. Afonso Henriques (Homens, pois) - é esta a medida de um Líder:

“sei companheiro aos fidalgos e dá-lhes todos seus direitos; aos concelhos faze-lhes honra, e faze de guisa que todos hajam direito, assi os grandes como os pequenos”

“e nom consentas aos teus homens de ser sobervosos e atrevudos em mal fazer nem faça[m] força a nenhum, ca perderás teu bom preço se tais coisas nom castigares”

sexta-feira, 19 de março de 2010

Como debaixo dos pés ...

Como debaixo dos pés de cada geração que passa na terra dormem as cinzas de muitas gerações que a precederam, assim debaixo dos fundamentos de cada cidade grande e populosa das velhas nações da Europa jazem alastrados os ossos da cidade que precedeu a que existe.

Como de paes a filhos as diversas gerações se continuam e entretecem sem divisão, semelhantes á túnica inconsubtil do Christo, assim a cidade antiga se transmuda imperceptivelmente na nova cidade; e como o octogenário na vizinhança do tumulo não vê á roda de si, nem pae, nem irmãos, nem amigos da infância, mas filhos, mas netos, mas existências todas virentes, todas cheias de vida, e sente com amargura que o seu século já repousa em paz, e espera por elle que tarda, assim o ultimo edificio da cidade que passou, quando pendido ameaça desabar, olhando á roda de si não vê nenhum daquelles que, ahi perto, campeavam senhoris e formosos no tempo em que elle também o era.

Então, quando a noite de inverno ruge tempestuosa, e a chuva susurra nas arvores, e estrepita nas torrentes, ouve-se um ruído súbito, semelhante ao bater no chào de homem de guerra que morre.

É o edifício que solta o seu ultimo arranco, e vae ajuntar mais uma ossada a milhares dellas, que jazem sob os pés da povoação recente.

A obra do homem é como o homem; com a differença, porém, de que o período da renovação do genero humano conta-se por annos, o da cidade por séculos:
mas os annos e os séculos confundem-se e igualam-se diante da vida perpetua do Universo, vigoroso e bello, hoje, ámanhan, daqui, talvez, a milhares de eras, como no dia da creação.

- Trecho do Monge de Cister, do Senhor Alexandre Herculano, varão insígne.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Exemplo de Ser e Virtude

Mestre Frei António da Ressureição

Homem Bom.
Virtuoso.
Exemplo de hombridade e despreendimento.

Este Lente de Prima da Universidade e Bispo de Angra era filho do convento da Azeitão.

Provinha de famílias muito humildes e subira por mérito próprio e dedicação ao estudo.
Conforme se sublinha na História de S.Domingos, por vezes, os reis procuravam dar os grandes cargos da Igreja a religiosos modestos e desligados dos interesses materiais, sendo um exemplo disso Frei António da Ressurreição.

Assim, vindo de S.Domingos de Azeitão, casa reformada, ascendeu a altos cargos por reconhecidas qualidades morais e de carácter e não por nascimento.

Conta-se que certa vez quando passava por uma rua com um leigo, cruzou-se com uma senhora idosa com ar humilde, a quem o frei beijou a mão respeitosamente, apresentando-a como sua mãe.

Foi Deputado do Santo Oficio, sendo eleito Bispo de Angra e para tal foi sagrado em Junho de 1638, na igreja, de S.Brás de Lisboa.

Partiu com tão poucos pertences, sem séquito, nem pompas, que não parecia ser um bispo.
O que tinha era para ajudar os pobres, repartindo com os necessitados tudo o que podia. Um exemplo disso, era distribuir muitas vezes o seu dinheiro para poderem alcançar o hábito os que a tal aspiravam.

Logo que chegou, "começou a visitar aquellas Ilhas, examinando todas suas Igrejas, n'ellas prégava Missionario, ministrava os Sacramentos. Paroco, attendia ás necessidades Esmoler..", assim continuando no seu trabalho infindável. Mas, se tudo isto fez em pouco tempo, ainda lhe faltava visitar as ilhas de S.Miguel e de Santa Maria. Como a doença o impedia de andar, era transportado de cadeira. Estando já muito fraco, teimava em fazer o seu mister e acabou por falecer pouco depois.

Foi sepultado na igreja de S. Sebastião, em Ponta Delgada, e depois trasladado para o Mosteiro da Conceição e finalmente para o Colégio de S. Tomás de Coimbra. Foi sempre muito recto nas contas da Mitra, dando dinheiro para Coimbra e para Azeitão.

- Julieta Araújo, UL

D. Martim Gil, O espoliado

D. Martim Gil, Cavaleiro do Templo, cujas rendas das terras de Lafões pertenciam à sua Capela, viu-se espoliado de tais rendas durante 200 anos, considerando que as mesmas reverteram para a Ordem de Cristo - Convento de Tomar, até ao Séc. XVI, momento em que o Cavaleiro Pedro Álvares detectou o ocorrido.

terça-feira, 16 de março de 2010

Do intuito ...

Instruções ao doutor João de Faria por parte de D. João III

12 de Julho de 1522


O que vós doutor Joham de faria do nosso conselho e do nosso desenbarguo de nossa parte avees de sopricar e pedir ao santo padre, a que vos ora enviamos por vertude da carta de crença, que pera sua santidade levaees, he o seguinte:

Item : primeramente dirês a sua santidade que nos Ihe enviamos sopricar e pedir por Aires de sousa do nosso conselho, por quem sua santidade eraviámos ver e vesitar, que Ihe prouuese de nos conceder a menistração e guovernança do mestrado de nosso senhor Jesús Christo, e que asi o menistrasemos e guouernasemos como ho fazia elRey meu senhor e padre, que santa gloria aja, que dele era amenistrador e gouvernador, pera o que leuaua a menuta em que a bula se avia de expedir.

E tambem que sua santidade provéese ao cardeall meu muyto amado e preçado Jrmão do Arcebispado de lixboa, que vagou por falecimento de dom martinho da costa, e do bispado d evora, que vagou por falecimento do bispo dom afomso.

E que do bispado de viseu E asi do priorado de santa cruz de cojmbra, que teem o Cardeall meu Jrmaão, proveese por sua Renunciaçam ao Jfante dom Anrique meu Jrmão; E da abadia de sam Joham de tarouca, que o cardeal tambem tem, ao Jfante dom duarte; e que sobre o bispado d evora ouueese por bem ficar pensam ao dito Ifante dom duarte tres mil cruzados. E que estas sopricações pera os ditos meus Jrmaãos, alem de nos parecerem cousa Justa e onesta e dina deles mais do que de outrem, Ihe faziamos por elRey meu senhor e padre, que santa gloria aja, os teer oferecidos a nosso senhor pera o seruirem na sua santa Jgreia, e no Reino aver perlacias, que Ihe podia dar, com as Rendas das quaes poderiam melhor seruir a nosso senhor e ao Reino do que em outra maneira.

E que em quanto os ditos Jfantes meus Jrmaãos nom fosem em ydade, nos concedese e outorgase a menistraçam das ditas prelacias no espritual e temporal, asy como fora concedido a elRey meu senhor e padre, como poderá sua santidade ver pelas bulas que leuaees, por que o dito Cardeal meu Jrmaão foy provido dos bispados da guarda e de viseu.

E mais sopricámos a sua santidade que Ihe prouuese nos conceder, e outorgar a graça, que foy feita a elRey meu senhor e padre em sua vida somente, da presentaçam de todos os moesteiros destes Reinos e senhorios de quaesquer ordens que fosem consistoriaees e non consistoriaees, Aos quaees fosem por nos apresentados a sua santidade pesoas em que bem coubesem e a nossa apresentaçam fosem prouidos, como he conteudo na bula que diso leuaees.

E asy mesmo que sua santidade nos concédese todas as graças, que foram outorgadas a eIRey meu senhor e padre em sua vida somente, asi como a ele foram concedidas, e esto aquelas que por seu falecimento expiraram, Asi das graças da sua capela, como todas as outras de que ele levese bulas e breves dos santos padres, das quaees leuaees a mayor parte pera a sua santidade as mostrardes se comprir. E que se neste meio lempo atee avermos prouisam de sua santidade vagasem alguuns dos ditos moesteiros, nos podesemos deles proveer, e a eles apresentar como se a graça fose já expedida.

A todas estas sopricaçõees sua santidade nos respondeo por hum seu breue que leuaees como por ele veres que nam satisfez a nossas sopricaçõees como nos de sua santidade esperauamos, o que creemos que nam foy por outra causa somente por sua Santidade Ihe parecer que eram cousas pera serem expedidas em corte de roma e nam em outra parte.

Item Ihe dirês que nos nam he nosa tençam sopricarmos nem Requerermos a sua santidade cousas que sejam pejosas, nem que ele com carrego seu faça. E que por estas serem tam Justas e onestas, ouueraos por bem vos enviar a sua santidade pera delas Ihe dar toda boa e verdadeira enformaçam, por saberdes muy bem como em corte de roma se faz muy levemente a expediçam dellas, por serem cousas acostumadas e correntes e era que nam haa nenhum pejo, porque quanto á guouernança e amenistraçam do mestrado de Christos nom ha Jmpidimento alguum nem nunca ho ouue, por nom ser cousa de que se aja de fazer proposiçam em consistorio, mas ordinariamente se pasarem as bulas.

E que quanto ao Arcebispado e bispados pera meus Jrmaaos a nós nos parecía que sua Santidade muy leuemente deuera folgar de o fazer e nos gratificar niso, por os oferecermos ao seruico da samta see apostólica e de sua Santidade, que pella ventura ha muytos anos que filhos de tal Rey, como foy elRey meu senhor e padre, e que tanto teem acrecentada nossa santa fee catholica, e por isso tanto gastou de sua fazenda e com tanto derramamento de sangue de seus vasalos e naturaees, nam foram vistos no seruiço da santa see apostólica; e que o pejo que sua Santidade nos apresenta de suas idades nós Ihe beijamos seus santos pees pela lembrança que diso nos faz, que aveemos por muy certo que he com todo o amor e booa vontade; mas que o seruiço de nosso senhor e das Jgreias e de todo o bem delas se deue com Rezam mais confiar de nós do que das pesoas que sua santidade diz que nelas apresenteemos, nem se nos faz cousa nova pois Ja muytas vezes foy feyta, nem esperamos com ajuda de noso senhor que outrem milhor do que nós posa milhor olhar pelas cousas da Jgreia de que teuermos amenistraçam; e que el-Rey meu senhor e padre o fez em sua vida naquelas que amenistrou e gouernou, como louuores a deus estaa visto no priorado de santa cruz de coymbra, e bispado de vizeu, e abadía do moesteiro dalcobaça, de que a sua Santidade farês Jnteira Relaçam, asy das obras que sam feitas e se fazem, e o seruiço dos oficios deuinos, pera as qüaees cousas nom somente abasta a valia das proprias rendas, mais ajnda com os proprios dinheiros delRey meu senhor foram ajudadas; e que asy esperamos em deus que nós o façamos no que a nosso carrego esteuer.

E que saiba sua Santidade que a elRey meu senhor foy concedido que podesse vezitar as perlacias de seus Reinos, non com pouca sabedoria do que elle acerqua das Jgreias e do culto devino fazia e sempre fez emquanto viveo, de que as obras sam tam manifestas e vistas, do que porem ele a tam larguo modo nom quis vsar.

Que pedimos e sopricamos muyto por merce a sua Santidade que nos outorgue todas as ditas cousas, asi como Ihas enviamos pedir e sopricar, e tenha descanso que asi o faremos, prazendo a nosso senhor que ele seja muyto seruido e sua Santidade descarregad; que se esta nom fose nossa tençam nom Iho sopricariamos, nem sua Santidade deue outra cousa acerqua de nós cuydar. E porem no que toca á pensam que avia de ficar ao cardeall no bispado d evora, nem na abadia de som Joham de tarouca, nom curarês de falar, e sem jso vos trabalharés de fazer e acabar as outras expediçoees.

E se pela ventura sua Santidade teuese pejo em loguo em loguo expedir as bullas, fique yso a seu prazer, com tanto que por breues nos conceda e outorgue todas as ditas cousas, asi como Ihas pedimos e sopricamos, pera despois que ele for em roma se irem expedir as ditas bullas asy como se deue fazer, e se pagar lá á camara apostólica todo aquelo que for ordenado, e segundo as taixas e o modo em que se costuma fazer; e que de o fazer asy sua Santidade o Receberemos della em muy singular merçe.

Agora de novo se ofereceo o falecimento do conde prior do crato, sobre a qual cousa emviamos sopricar ao santo padre pedindo Ihe por merce que quizese proveer a cada hum dos Jfantes meos Jrmãaos, que nós escolhesemos e emlegesemos, do dito priorado, por todas as rezõees que Ihe mandamos apresentar, e ysto em encomenda; das quaees rezõees nom aveemos por necesario vos fazer aquí larga relaçam, porque vós as sabês tambem e vos correram tantas vezes pelas mãaos, que o aveemos por pouco necesario.

Sopricay e pedi de nosa parte a sua Santidade que asy nolo queira conceder e outorgar, e nom tenha niso Impedimento, porque nisto nom sopricamos cousa nova, e sempre a sopricaçam e Requerimentos dos Reis nossos antecesores foy provido, como largamente o enformarês e certificarês pela bula que leuaees, e pelo que de muytos annuos a esta parte se fez, por este priorado ser cousa tam principal, e de tantas villas e lugares, fortelezas e castelos e renda, como Ihe dirês, que tudo milhor ha e deue de caber em cada hum dos Jfantes meus Jrmãaos do que em outrem; nem á Religiam e ordem de sam Joham se segue pouca honra e louuor. E trabalhay por aver de sua Santidade despacho diso ou por bula ou por breue, qual for mais de seu prazer, comtanto que logo d agora ho outorgue segundo forma de nosa sopricaçam, e cometa a menistraçam e gouernanca a nós, emquanto aquele Jfante meu Jrmãao nam for em ydade pera guovernar e menistrar, com tantas faculdades como sabês que comveem, que já farieis outra semelhante expediçam, nem vos esquecerám as clausolas necesarias asy derogatoryas como todas as outras.

E porem, primeiro que falees a sua Santidade neste negocio do priorado, logo como chegardes falarês com Joham rodrigues e saberes dele o que niso tem feito pelo que Ihe espreuemos, e achando que he o negocio expedido asi como ho teemos sopricado, nom curarês de niso falar a sua Santidade; e nom sendo asi acabado, ou achando que ha niso algum empidimento, emtam falarês ao papa como volo mandamos, e trabalharês por o acabar e niso nos seruir asy como de vós o esperamos.

Item: se fose caso, que nam esperarmos, que sua Santidade se escusase destas nosas sopricações, e nom quizese pasar do que acerqua dellas tema concedido pelos breues que trouxe Aires de sousa, vós Ihe Repricarês sobre yso tudo aquillo que uos bem parecer pera ele o fazer asi como o sopricamos; e as Resões que Ihe apresentarês leixamos a vós que as saberês muy bem buscar. E se de todo em todo se escusase, e sua partida nom fose tam prestes, e vos parecese que averia tempo pera nos avisardes e vos ir nosa reposta, avisar nos es de todo o que pasardes muyto compridamente, e esperarês por noso recado. E quando isto nom podese ser por ele partir loguo, emtam vos espedirás de sua Santidade mostrando Ihe tanto descontentamento como he rezam por de cousas tam Justas e onestas ele se escusar, e vos virês em boa ora a nós.

Esprito em lixboa a xii dias de Julho, Jorge rodrigues a fez, de 1522.

— Rey .....

TT, Mç. 37, F. 1. de Bullas

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ave Maris Stella

Maris stella,
Déi mater alma,
Atque semper Virgo
Félix caeli porta Sumens illud Ave
Gabriélis ore,
Funda nos in pace,
Mutans Evae nomen. Solve vincla reis,
Profer lumen caecis,
Mala nostra pelle,
Bona cuncta posce. Monstra te esse matrem,
Sumat per te preces
Qui pro nobis natus,
tulit esse tuus. Virgo singularis
Inter omnes mitis,
Nos culpis solutos
Mites fac et castos.


- St. Bernard, Monstra te esse Matrem

Une terre de silence où l'homme tient parole

Toi qui entres dans ces lieux,
rappelle-toi qu'ils furent pendant des siècles
une terre de silence où l'homme tient parole.
Pour toi qui les franchis,
c'est encore leur destinée aujourd'hui.

Si tu veux entendre leur message,
comprendre leur histoire,
découvrir leur secret mystérieux,
cesse ton bavardage et ne sois pas pressé.
Ces bois, ces pierres,
ces murs et cette terre,
ces hommes ici présents
t'invitent à cheminer
au meilleur de toi-même.

As-tu jamais pris ce chemin
où le monde entier apparaît dans sa fraîcheur première
neuf et pur
comme l'eau au sortir de sa source ?
As-tu jamais pensé que cette source jaillit
au plus intime de toi-même,
inépuisable, joyeuse et fraternelle ?

Depuis neuf siècles,
Cîteaux et toute la famille cistercienne
n'existent que pour mieux en permettre l'accès.
En parcourant ces lieux,
écoute de tout ton être
Celui qui t'a trouvé avant que tu le cherches:
l'Amour qui coule en toi,
infini et toujours nouveau.


- F. Olivier Quenardel

sábado, 13 de março de 2010

Doação, que D. Afonso de Castela fez aos cavaleiros da Ordem do Templo de Portugal

Xeres, Badajoz e Freixal de Castela

Afonso X, de Castela

La Bailia de Xerez,

Mosteiro de Santa Maria de Oia, e a Inquirição de 1235

Inquirição tirada sobre os bens que o Mosteiro de Santa Maria de Oya de Galiza tinha em Portugal.

- Fandega da Fé, 1235

Notum sit omnibus qui presentes litteras inspexerint quod nos Nunus Martini pretor de Turribus et Martinus Borda iudex eiusdem ville et Petrus Johanis almoxarife de mandato domini regis Sancii fecimus inquisicionem de hereditate tota quam monasterium Sancte Marie de Oya posidebat in Fandega de Fe et a quanto tempore adquisierat predictam hereditatem congregatis igitur senioribus multis quoscumque potuimus Invenire tam de villa quam de termino ville quam de aliis terminis terre primitus adiurati coram nobis testimonium dederunt per vires ex ipsis tam clerici quam laici viri bone f a m e et boni testimonii quod a diebus regum Adefonsi primi Portugalie et filii sui regis Sancii adquisierunt totam sepe dictam hereditatem frates iam dicti monasterii et usque nunc in pace possederont unde factum est quod rex prefatus domnus Sancius iam dictam hereditatem eisdem conflrmavit per cartam suam in pace perpetuam possidendam. Et nos eam integravimus fratribus supradictis quomodo per literas regis nobis fuerat mandatum. Et fuerunt presentes in... O).

Testes autem qui fuerunt in huius facti confirmacionem isti sunt Johanes Didaci primus Johanes Pelagii septem novelos.
Donus Benedictus de Chachouza Fernan Roderici de Turribus.
Alfonsus Giraldis de Ulixbona.
Julianus Gago Johanes Martiniz Martinus Fernandiz de Moura.
Donus Michel Pedrejon Franco eius frater Johanes Johanis Martinus
Johanis Petrus Martiniz filius de Martino Luzo.
Donus Durannus clericus de Exara Salvador de Trasufal Martinus de Elpos Sebastianus et plures alii quod longum esset numerari.

Nos igitur supradicti Nunu Martini pretor et Martinus Borda iudex et Petrus Johanis almoxarife de Turribus in hulus rel testimonium sigillo nostri concilii presentem cartam fecimus roborari.

Aptum (sic) mense Aprilis in ipsa hereditate Fandega de Fe presentibus cunctis quos nominavimus et multis aliis.

Era Mª CCª LXXª IIjª

quarta-feira, 10 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

No Dia Internacional da Mulher

Uma homenagem à Rainha Santa Isabel

Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal

Ai, flores, ai, flores do verde pino

Ai, flores, ai, flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?

Ai, flores, ai, flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi à jurado?
Ai, Deus, e u é?

Vós me preguntades polo vosso amigo?
E eu ben vos digo que é sano e vivo.
Ai, Deus, e u é?

Vós me preguntades polo vosso amado?
E eu ben vos digo que é vivo e sano.
Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é sano e vivo
e seerá vosco ante o prazo saido.
Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é vivo e sano
e seerá vosco ante o prazo passado.
Ai, Deus, e u é?


- El-Rei D. Dinis

domingo, 7 de março de 2010

D. Frei Papinhas - a explicação


São poucas as palavras amargas que se possam tecer à tríade:

D. Manuel, D. João III e D. Frei António de Lisboa - Prior (des)Reformador do Convento de Cristo.

Sucede que, o designado, D. Frei António de Lisboa era filho natural de D. Manuel, e por tal, irmão ou mais concretamente, meio-irmão de D. João III.

Quem, textualmente, o afirma é Fr. Jacinto de S. Miguel, e não serei eu - que considero a mais óbvia das razões para tanta similitude e sumptuosidade - a negá-lo!

Na realidade, explica tudo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Descrição de 1578

A Igreja, como não era feita para mais que para servir de oratório, porém nem sacristia havia, nem havia claustro, nem casa de capítulo nem outros edifícios, nem oficina alguma mais que aposentos antre o Castelo e esta Igreja (Charola) para os cavaleiros da Ordem do Templo que estavam em guarda dela, e da terra da segunda cerca forte; que incluía em si o castelo e igreja, cuja porta principal estava fora deste 2ª cerca para Levante, para os moradores da cerca e vila poderem ir a ela se quisessem, por suas devoções e não por obrigação.

Porque, de fora, na outra parte da cerca maior, tinham os moradores dela uma Igreja Paroquial de Santa Maria do Castelo, que ainda está na dita cerca, posto que não no lugar em que antigamente estava.

E os da Vila de Baixo tinham sua Paróquia, Santa Maria do Olival.

(fonte: Torre do Tombo, Livro das Escripturas)

A beleza simples da terra

quarta-feira, 3 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

850 anos!

Corações ao alto!
Que possam cantar a antiquíssima Canção de Amor a Deus
O Som de Todos os Sons
----------------HU

- 850 anos -



Comemoram-se hoje os 850 anos da Fundação de Tomar, pela
Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo de Salomão - Pauperes commilitones Christi Templique Solomonici -
-----------------------------------------Templários (Milícia Secreta de Cristo)

Faço minhas, as palavras da canção templária inédita de Fr. Soulié

Les Templiers - chanson inédite