sexta-feira, 26 de março de 2010

Castelo Mendo




Época do Bronze - hipotética existência de um castro, depois romanizado;

Séc. XII, finais - hipotética edificação do castelo no reinado de D. Sancho I;

1229 - concessão de carta de foral por D. Sancho II, onde é mencionado o castelo e o alcaide Mendo Mendes *3; na sequência desta intervenção régia pode-se apontar a provável edificação do primeiro recinto muralhado, incluindo talvez anteriores preexistências, este rei concedeu Carta de Feira à povoação, sendo considerada a primeira feira oficial do reino; acontecia três vezes do ano, pela Páscoa, São João Baptista e São Miguel;

1281 - confirmação do foral por D. Dinis, a quem a tradição historiográfica atribui a renovação das estruturas defensivas, talvez a edificação da torre de menagem e, em particular, a construção da segunda cintura muralhada;

1297 - assinatura do Tratado de Alcanices e consequente afastamento da linha fronteiriça;

1387 - instituição de couto de homiziados;

Séc. XIV, finais - eventual reparação do castelo e alargamento da segunda cintura muralhada durante o reinado de D. Fernando;

Séc. XV - D. Afonso V manifesta o desejo de reconstruir as muralhas;

1496 - na Inquirição, existe a referência a 346 habitantes;

1510, 1 Junho - D. Manuel dá foral à povoação;

1519, cerca de - representação das estruturas defensivas nos desenhos de Duarte de Armas, observando-se a cidadela, as duas cinturas muralhadas e a barbacã *4, da qual aparentemente não se conservam vestígios. Alguns panos da muralha ainda possuem merlões e as torres encontram-se já muito arruinadas. A perspectiva E. mostra a Porta da Falsa do Castelo, a Porta do Sol e as torres do segundo recinto muralhado até à Porta da Vila. Uma dessas torres não é actualmente identificável. Na perspectiva N. foi representada a Torre de Menagem, a denominada Porta Falsa do segundo recinto, bem como a Porta da Guarda e as restantes torres;

1527 - vila e termo com 777 moradores, 73 na vila;

Séc. XVII - D. Filipe IV nomeou como primeiro Conde de Castelo Mendo, D. Jerónimo de Noronha;

1640 - campanha de renovação pontual das estruturas defensivas, na sequência das Guerras da Restauração, e da qual subsiste o baluarte situado junto à Porta Falsa do Castelo;

1687 - feitura do sino para o campanário;

1708 - Carvalho da Costa diz que a povoação tinha 98 habitantes;

1758 - as denominadas Memórias Paroquiais referem a existência de muros fortes e de oito torres arruinadas, na sequência do terramoto de 1755;

1855, 24 Outubro - extinção do Concelho, passando a integrar o Concelho do Sabugal;

1870 - foi transferida para o Concelho de Almeida;

Séc. XIX - conheceu o impacto das Invasões Francesas e das Lutas Liberais; aceleração do estado de ruína das muralhas e torres; transformação do recinto do castelo em cemitério;

1898 - numa planta do Castelo, vêm marcadas as cinco portas - da Vila, da Guarda, da Traição, do Castelo ou de D. Sancho e do Sol;

1949 (?) - ruína do arco da Porta do Castelo;

1979 - elaboração de estudo de recuperação urbana e arquitectónica.

Tipologia
Arquitectura militar, românica e gótica.
Castelo composto por duas cinturas muralhadas de traçado ovalado e irregular, com demarcação da zona da cidadela no primeiro recinto defensivo.
Torre de menagem de planta rectangular adossada pelo exterior.
Portas em arco pleno ou em arco quebrado, flanqueadas por torres.
Cintura muralhada protegida por várias torres de planta quadrada.

Características Particulares
Conjugação de dois núcleos urbanos muralhados.
Conservação da totalidade do perímetro muralhado e da maior parte das torres e portas.

Materiais
Granito, cantaria, aparelho isódomo, revestimento inexistente.

Observações
*1: as casas encostadas à muralha distribuem-se ao longo da R. Direita (principal eixo da aldeia).
*2: no primeiro recinto muralhado observa-se uma pedra tumular pertencente a Miguel Augusto de Sousa Mendonça Corte Real, Fidalgo da Casa Real e Tenente-Coronel, assassinado pelos seus próprios soldados em 12 de Setembro de 1840, conforme consta do epifácio.
*3: o alcaide Mendo Mendes terá originado o topónimo da povoação.
*4: nas representações que Duarte d' Armas fez deste castelo podemos observar que o recinto fortificado já tinha muitas partes em ruina completa, bem como algumas torres. A ruína poderá ser um sinal de perda de importância militar. A cerca da vila aparece guarnecida com uma barbacã, também, em mau estado de conservação. Esta muralha era desprovida de torres e guarnecia sómente o troço norte da muralha da vila. A cerca urbana tinha três portas: Norte, Nascente e Poente. a porta principal da cerca era guarnecida por duas torres gémeas, que chegaram aos nossos dias. Este tipo de torres, que se generalizou na Baixa Idade Média, permitia o tiro mergulhante sob a entrada, protegendo aquele ponto crítico do sistema defensivo. Uma prospecção arqueológica poderá identificar a implantação e as fundações da barbacã, talvez coincidente com o muro que delimita o caminho que contorna nas muralhas.

(fonte: IHRU-DGEMN/DSID)

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