Feita em Julho de 1255.




Selo pendente por tiras de pergaminho, em cera cor de tijoloEscritura pública de demarcação da paróquia de S. Vicente de Castelo Mendo, datada de 10 de Junho, de Castelo Mendo, da qual fazem parte o selo do Concelho de Castelo Mendo e o do bispo de Viseu, D. Mateus (1254-1268; 1275-1287).
O bispo D. Mateus entre 1268 e 1275 esteve à frente da diocese de Coimbra. O mosteiro de S. Vicente de Fora possuía bens de raiz em Castelo Mendo.
Por bula de 23 de Maio de 1320, o papa João XXII concedeu a D. Dinis a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino para o esforço de guerra contra os mouros, para o que se procedeu ao levantamento das informações necessárias ao prosseguimento desse fim.
Nesse catálogo das igrejas feito entre 1320 e 1321, a igreja de S. Vicente de Castelo Mendo foi taxada em 120 libras.


Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.
Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.
Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!
Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.
Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!
E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.
Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!
A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.
Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!
- Miguel Torga, A Terra
(Digitalização a partir do original à guarda da Torre do Tombo) --------------(clicar sobre a imagem)
Olá, boa noite.
Julgo que aqui não é o caso de fazer parte de uma tríade. Trata-se de uma questão de poder e da sua aplicação como monarca. A Ordem de Cristo tem de facto muito poder, ainda mais graças à regência de D. Henrique. É esse poder que mata D. Diogo. Este morre por ser duque ou por ser Mestre da Ordem de Cristo? Certo é que estava à frente de um plano de revolta contra D. João II. Quando o monarca dá a regência a D. Manuel é uma forma de manter a Ordem calma pois terá à frente alguém que sabe quanto custa uma revolta. Mas é alguém que também sabe quanto vale aquela Ordem. Quando D. Manuel sobe ao trono, já não tem a percepção, mas antes a certeza, do poder que por ali passa, dado que é regente da mesma há 11 anos. O rei não pode ser desautorizado e esta Ordem pode ajudar um rei ou condená-lo. Opta então por lhe cortar um pouco do seu poder na capital. Este poder na capital era recente dado que os Templários não foram grandes fundiários em Lisboa mas mais nas antigas zonas de marca. A Ordem de Cristo na expansão não faz grande coisa, mas servirá num futuro próximo para obtenção de benesses. A componente militar há muito que estava aniquilada. Agora quase que só era honorífica. Mas apesar disso detinha poder e isso não pode ser tolerado num Estado que se está a modernizar.Aliás as Ordenações Manuelinas provam isso mesmo entre outras formas públicas como os pelourinhos manuelinos. E esta centralização de poder já vinha, de uma forma muito visível, dos tempos de D. João II e era mesmo mais anterior. O rei D. Manuel encarna muito naturalmente essa corrente de centralização que começa a percorrer a Europa. A Ordem mantém todos os privilégios mas tem realmente que obedecer (conforme consta no normativo) ao Mestre ou governador/administrador e é isso que vai acontecer. Ainda estamos longe da pequena "rebelião" de 1566. Muito obrigado e boa noite. Finalmente blogs a sério e não brincadeiras. Muito obrigado.
19 de Março de 2010 22:42
- Trecho do Monge de Cister, do Senhor Alexandre Herculano, varão insígne.Como debaixo dos pés de cada geração que passa na terra dormem as cinzas de muitas gerações que a precederam, assim debaixo dos fundamentos de cada cidade grande e populosa das velhas nações da Europa jazem alastrados os ossos da cidade que precedeu a que existe.
Como de paes a filhos as diversas gerações se continuam e entretecem sem divisão, semelhantes á túnica inconsubtil do Christo, assim a cidade antiga se transmuda imperceptivelmente na nova cidade; e como o octogenário na vizinhança do tumulo não vê á roda de si, nem pae, nem irmãos, nem amigos da infância, mas filhos, mas netos, mas existências todas virentes, todas cheias de vida, e sente com amargura que o seu século já repousa em paz, e espera por elle que tarda, assim o ultimo edificio da cidade que passou, quando pendido ameaça desabar, olhando á roda de si não vê nenhum daquelles que, ahi perto, campeavam senhoris e formosos no tempo em que elle também o era.
Então, quando a noite de inverno ruge tempestuosa, e a chuva susurra nas arvores, e estrepita nas torrentes, ouve-se um ruído súbito, semelhante ao bater no chào de homem de guerra que morre.
É o edifício que solta o seu ultimo arranco, e vae ajuntar mais uma ossada a milhares dellas, que jazem sob os pés da povoação recente.
A obra do homem é como o homem; com a differença, porém, de que o período da renovação do genero humano conta-se por annos, o da cidade por séculos:
mas os annos e os séculos confundem-se e igualam-se diante da vida perpetua do Universo, vigoroso e bello, hoje, ámanhan, daqui, talvez, a milhares de eras, como no dia da creação.

- Julieta Araújo, ULEste Lente de Prima da Universidade e Bispo de Angra era filho do convento da Azeitão.
Provinha de famílias muito humildes e subira por mérito próprio e dedicação ao estudo.
Conforme se sublinha na História de S.Domingos, por vezes, os reis procuravam dar os grandes cargos da Igreja a religiosos modestos e desligados dos interesses materiais, sendo um exemplo disso Frei António da Ressurreição.
Assim, vindo de S.Domingos de Azeitão, casa reformada, ascendeu a altos cargos por reconhecidas qualidades morais e de carácter e não por nascimento.
Conta-se que certa vez quando passava por uma rua com um leigo, cruzou-se com uma senhora idosa com ar humilde, a quem o frei beijou a mão respeitosamente, apresentando-a como sua mãe.
Foi Deputado do Santo Oficio, sendo eleito Bispo de Angra e para tal foi sagrado em Junho de 1638, na igreja, de S.Brás de Lisboa.
Partiu com tão poucos pertences, sem séquito, nem pompas, que não parecia ser um bispo.
O que tinha era para ajudar os pobres, repartindo com os necessitados tudo o que podia. Um exemplo disso, era distribuir muitas vezes o seu dinheiro para poderem alcançar o hábito os que a tal aspiravam.
Logo que chegou, "começou a visitar aquellas Ilhas, examinando todas suas Igrejas, n'ellas prégava Missionario, ministrava os Sacramentos. Paroco, attendia ás necessidades Esmoler..", assim continuando no seu trabalho infindável. Mas, se tudo isto fez em pouco tempo, ainda lhe faltava visitar as ilhas de S.Miguel e de Santa Maria. Como a doença o impedia de andar, era transportado de cadeira. Estando já muito fraco, teimava em fazer o seu mister e acabou por falecer pouco depois.
Foi sepultado na igreja de S. Sebastião, em Ponta Delgada, e depois trasladado para o Mosteiro da Conceição e finalmente para o Colégio de S. Tomás de Coimbra. Foi sempre muito recto nas contas da Mitra, dando dinheiro para Coimbra e para Azeitão.

D. Martim Gil, Cavaleiro do Templo, cujas rendas das terras de Lafões pertenciam à sua Capela, viu-se espoliado de tais rendas durante 200 anos, considerando que as mesmas reverteram para a Ordem de Cristo - Convento de Tomar, até ao Séc. XVI, momento em que o Cavaleiro Pedro Álvares detectou o ocorrido.



(fonte: Torre do Tombo, Livro das Escripturas)A Igreja, como não era feita para mais que para servir de oratório, porém nem sacristia havia, nem havia claustro, nem casa de capítulo nem outros edifícios, nem oficina alguma mais que aposentos antre o Castelo e esta Igreja (Charola) para os cavaleiros da Ordem do Templo que estavam em guarda dela, e da terra da segunda cerca forte; que incluía em si o castelo e igreja, cuja porta principal estava fora deste 2ª cerca para Levante, para os moradores da cerca e vila poderem ir a ela se quisessem, por suas devoções e não por obrigação.
Porque, de fora, na outra parte da cerca maior, tinham os moradores dela uma Igreja Paroquial de Santa Maria do Castelo, que ainda está na dita cerca, posto que não no lugar em que antigamente estava.
E os da Vila de Baixo tinham sua Paróquia, Santa Maria do Olival.
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