sábado, 28 de novembro de 2009

As Horas

O outono já voltou. De Vésper, às completas,
cintila já uma luz no vasto escuro, ao passo
que a noite, protetora, acolhe num abraço,
abrigo encantador das obras insurrectas.

À terça, à sexta, à nona, ouvir a homilia,
ao frágil coração, dita os sagrados hinos.
Fiz votos de louvor e aceitação divinos,
meu elevado amor, que a mim reconcilia.

Horas em sucessão quais contas peroladas,
passam por minhas mãos, desde o primeiro raio
da aurora que as transforma em verdes esmeraldas.

A veste faiscante, a chama, o alvorar
e o Salmo que ressoa, das matinas às laudas
correm da fonte ao rio, sem nunca desviar.


- Niza Azzi, Livro de Horas

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