A atalaia é a mais pequena das fortificações que constituíram o conjunto defensivo de vila nova de Cerveira, desde os tempos mais remotos, garantindo igualmente com a sua participação na defesa do Minho.
Situa-se na Serra da Gávea, a poente da Capela de Nossa Senhora da Encarnação, num cotovelo do monte, do qual se avista toda a vasta área do rio Minho, desde terras de Valença a território de Caminha. Trata-se de um pequeno fortim de forma circular, actualmente encoberto por denso matagal, composto de vegetação de pequeno porte e frondosas mimosas. Transposta a porta ogival e subidos os cincos degraus, estamos num passadiço que comunica com as aberturas assentes em mata-cães, destinados à colocação de peças de artilharia. Devido à sua disposição, estas podiam cobrir a totalidade da área do rio e do vale. A defesa do fortim e zona destinada à diminuta guarnição era assegurada por uma muralha em pedra, ao fundo da qual foi aberto um fosso com uma profundidade apreciável e de difícil, ou quase impossível, transposição, pois ainda hoje apresenta uns três metros.
Embora a sua estrutura actual nos dê indícios de se tratar de uma construção datável das guerras da Restauração, pelo menos, poderemos reportá-la na época Fernandina ou aos inícios da segunda dinastia, o que nos é sugerido pelos mata-cães que sustentavam as aberturas destinadas aos canhões, que tinham por missão apoiar o Castelo de Cerveira e o Forte de Lovelhe, que por estarem muito próximos do rio eram, dada essa localização, muito mais vulneráveis.
Enquadramento
Rural, isolado, remate de esporão, a meia encosta, coberto de pinhal e mimosas, sobranceiro ao Rio Minho e superfície aluvial deste rio.
Descrição
Bateria assente numa plataforma defendida por uma muralha de blocos mal faceados, assentes em seco, com c. de 1 m de espessura e conservando uma altura máxima de c. de 1 m. Na zona de ligação do esporão à encosta foi escavado um fosso no afloramento, sobre o qual foi construído um passadiço de pedra vã. A bateria apresenta uma planta circular, sendo construída com um aparelho de alvenaria de blocos irregulares de granito, com cornija, vãos e balcões em cantaria. Tem uma entrada virada a E., em porta de uma folha em vão de arco quebrado, que através de 9 degraus dá acesso à zona superior da bateria. No interior, no centro do edifício, encontra-se uma cisterna de planta circular com c. de 2 m de diâmetro e uma profundidade de c. de 3 m. Em plano mais elevado, contornando todo o perímetro da bateria, encontra-se uma ronda com uma largura de c. de 1,5 m, com acesso por 3 degraus lançados a partir dos dois lados da escadaria da entrada, estando limitada por uma muralha com uma espessura de c. de 1,5 m e conservando uma altura máxima de c. de 1 m. Esta muralha apresenta três aberturas conduzindo a balcões salientes, assentes sobre 4 consolas de granito, virados a N, S. e O..
Utilização Inicial
Militar: Atalaia
Utilização Actual
Marco histórico-cultural
Época Construção
Idade Moderna
Tipologia
Arquitectura militar, moderna. Bateria de planta circular, com alçado exterior percorrido por cornija curva e balcões sobre modilhões, integrando cisterna no seu interior.
Características Particulares
Planta circular; fosso escavado no afloramento; cisterna.
Materiais
Muralha em alvenaria de blocos irregulares de granito, ligados com argamassa, com cornija, vãos e balcões em cantaria; porta em madeira chapeada.
Observações
Funcionava conjuntamente com o Forte de Lovelhe e o castelo de Vila Nova de Cerveira, formando um triângulo defensivo neste sector do Rio Minho. O contorno do esporão foi escavado de forma a acentuar o declive que se sucede à plataforma superior.
3 comentários:
Atalaia?
Fortim?
Olhem que não! Olhem que não...
Falta-lhe a estrutura de madeira.
E a sisterna é apenas sisterna?
Têm a certeza?
Hum?(!)
Essa é a ideia, as imagens desmentem a versão oficial.
Considero que aquela 'atalaia' existia muito antes da data que afirmam de construção.
Terá sofrido, sucessivamente, intervenções de época.
Aliás, é como tantas outras 'atalaias' por este país fora, não é verdade?
Sem dúvida.
As versões oficiais ou foram produzidas por ignorantes ou por xico-espertos que nos querem fazer de parvos.
São muitos os exemplos.
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