Ao chegar a Niceia em Novembro, o exército de Luís VII de França recebeu os sobreviventes do grupo de Conrado III da Germânia. Seguindo o percurso de Otão de Freising, aproximaram-se da costa mediterrânica e chegaram a Éfeso em Dezembro, onde foram avisados de um ataque iminente dos turcos. Chegou também uma embaixada de Manuel I Comneno, com reclamações pelas pilhagens que os cruzados tinham feito por partes da Anatólia em poder do império; por outro lado, os enviados do imperador não ofereceram garantias de que os bizantinos iriam auxiliar os cruzados contra os turcos.
Entretanto, Conrado III da Germânia adoeceu e voltou a Constantinopla, recebendo os cuidados pessoais de Manuel Comneno. Ignorando as informações sobre uma emboscada turca, e pouco depois de sair de Éfeso com os sobreviventes franceses e germânicos, Luís VII acabaria por vencer um destacamento inimigo[3].
Os franceses chegaram a Laodiceia no início de Janeiro de 1148, e Luís VIII decidiu atravessar a região montanhosa da Frígia para acelerar a sua chegada às terras cruzadas do Antioquia. Ao subir as montanhas, os cruzados viram os corpos não sepultados da divisão de Otão de Freising.
Ao atravessar o monte Cadmus, o rei francês decidiu liderar a retaguarda, onde viajavam os peregrinos não combatentes e os comboios de provisões. Sem a lentidão da bagagem, a vanguarda sob o comando de Amadeu III de Sabóia (tio de Luís VII) e Godofredo de Rancon (vassalo de Leonor da Aquitânia) chegou mais cedo ao cume do monte, onde tinham recebido ordens para montar acampamento para a noite. No entanto, Godofredo e Amadeu decidiram continuar a marcha até a um planalto próximo do cume, que tinha melhores condições para montar campo; era uma desobediência, alegadamente comum neste exército devida à fraca liderança do monarca.
Iluminura medieval da cruzada de Luís VII de França. A meio da tarde, a retaguarda da coluna atrasou-se e o exército ficou dividido. Ocupando o cume do monte, os turcos que seguiam os cruzados decidiram então atacar o contingente atrasado. Tomados de surpresa e sem possibilidade de fuga, os cruzados sofreram pesadas perdas, mortos pelo inimigo ou caindo pelo desfiladeiro.
Segundo o cronista Odo de Deuil, Luís VII tinha-se recusado a usar as vestimentas de rei, usando uma simples túnica de soldado. Ao contrário da sua escolta, que foi trucidada, conseguiu subir a um rochedo e foi ignorado pelos inimigos, que não o reconheceram. Os restantes cruzados só tiveram descanso ao cair da noite.
Guilherme de Tiro culpou a derrota no volume e na lentidão do comboio de bagagem, composto em grande parte pelos pertences das mulheres. O rei culpou Godofredo de Rancon, que tomara a decisão de continuar, e uma vez que este era vassalo de Leonor da Aquitânia, muitos cruzados acreditaram que tinha sido a rainha a responsável. Ambas as interpretações, e o facto de os aquitânios não terem participado da batalha por estarem na vanguarda, serviram para impopularizar a duquesa.
Quando os turcos deixaram de atacar, os cruzados continuaram a marcha em direcção a Antália. Com o exército continuamente acossado a curta distância pelos inimigos, que procederam a uma táctica de terra queimada para impedir o seu provisionamento, Luís VII decidiu abandonar a rota terrestre e viajar de Antália para Antioquia por mar.
Após um mês de espera devido às tempestades que se faziam sentir, a maioria dos navios prometidos não chegaram. O rei embarcou com parte das suas forças, deixando o resto do exército em terra (sobretudo os plebeus sem cavalos), e na marcha destes até Antioquia a maioria morreria às mãos dos turcos ou por doença.
domingo, 6 de junho de 2010
2ª Cruzada
A 2ª Cruzada e a Travessia da Anatólia
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