Deu-me Deus o seu gladio, para que eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
As horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.
Poz-me as mãos sobre os hombros e dourou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são em seu nome
Dentro em mim a vibrar.
E eu vou, e a luz do gladio erguido dá
Em minha face, calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.
- Fernando Pessoa
terça-feira, 21 de junho de 2011
Solstício de Verão
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