sexta-feira, 10 de junho de 2011

Portugal



Salve, berço do nome lusitano!
Nesta manhã solene.
Que, em volver de ano e ano,
Jamais acabará que a apague o tempo
Da saudosa memória;
Nesta manhã de glória
A ti veio, a ti venho, asilo santo
Da lusitana antiga liberdade.

Tuas lobregas cavernas
Me serão templo augusto e sacrossanto,
Aonde da Razão e da Verdade
Celebrarei a festa.

Ouça-me o vale, o outeiro,
Escute-me a floresta
Aonde do seguro azambujeiro
Seus cajados cortavam
Os pastores de Luso,
Que a defender a pátria e a liberdade
Nesses tempos bastavam
De honra e lealdade.


- Almeida Garrett, Viriato

1 comentário:

Hernâni Fidalgo disse...

Belo poema, nos tempos que correm com a nação à beira do abismo, aquele triste final do século XIX parece um espelho do Portugal actual. Usei-o no meu blog. Peço perdão!
Hernâni