sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fisterra - Ara Solis, o Culto da Fertilidade

O Cabo Finisterra ou Fisterra, é destino final para parte dos peregrinos que calcorreiam o caminho de Santiago.

Trata-se de uma tradição, que remontará há muitos séculos atrás, e que poderá resultar do Culto da Fertilidade associado à Ara Solis (a Ara/Pedra do Sol).

Dizem, que no vizinho Monte do Facho, existia um menir colocado na vertical, contra o qual os casais, seguindo ritos celtas, copulariam para aumentar a fertilidade. Dizem ainda que tal menir teria sido demolido no século XVIII por clérigos locais; tal não seria de espantar - que clérigos, e principalmente clérigos locais, "derrubassem tal heresia" ...

Contudo, a Pedra ou Ara Solis, a Pedra da Fertilidade, ainda hoje pode ser encontrada, e, com um pouco de boa vontade, utilizada como nos Antigos Tempos.
Trata-se de uma Ara, hoje colocada na horizontal, à qual chamam: Cama de Pedra.

Há também, perto do lugar, uma série de pedras ligadas a lendas religiosas: as pedras santas, as pedras manchadas de vinho, a cadeira de pedra, etc.
Há autores que identificam o cabo Fisterra com o antigo Promontório Nerio dos geógrafos romanos.


Santa Maria de Finisterra, Soure

"De que me serve a multidão dos vossos sacrifícios? diz o Senhor.
Estou farto de holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrada o sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes; quando vindes para comparecerdes perante mim. Quem vos requereu isto?
Quem vos pediu que viésseis pisar os meus átrios?
Não continueis a trazer-me ofertas vãs."

- Isaías

quinta-feira, 28 de abril de 2011

S. Pedro Nolasco e a Ordem de Nossa Senhora das Mercês

S. Pedro Nolasco muitas vezes comparado a (ou considerado como o 'regressado') Pedro, o Apóstolo.

A Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos ou, simplesmente, Ordem de Nossa Senhora das Mercês.
Uma Ordem Religiosa fundada por S. Pedro Nolasco, em 1218, no reino de Aragão, tendo como objectivo a libertação dos cristãos que se encontravam cativos dos mouros.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Doação ao Templo

Doação em Dezembro de 1126 (Era 1164), que fez Soeiro Soares de uma herança


Castelo/Fortaleza de Safed


Sefa-Tzhat, construído no início de 1140 pelos Templários.

domingo, 24 de abril de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Os Sete Selos

O Livro, os Sete Selos e o Apocalipse, são conjuntos simbólicos.
Simples.
E como Simples, confusos; pois as pessoas têm ideias pré-concebidas sobre o que deve ser a Verdade.

Não é o Fim, mas sim o Princípio.
Não é a Tragédia, mas sim a Salvação - o Recomeço de uma Nova Era:
O Reino de Consciência.

Os Sete Selos foram abertos pelo Leão de Judá.

"E um dos anciões disse-me:
Não chores eis que o Leão (...) venceu para abrir o Livro e Desatar os Sete Selos".

O Rei dos reis.

Fechado e Selado com Sete Selos.

Vi também um anjo forte proclamando com uma grande voz:
Quem é digno de abrir o Livro e de romper os seus Selos?

- Ninguém podia, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, abrir o Livro, nem olhar para Ele.

- Então eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o Livro nem de olhar para Ele.

O Leão de Judá, é uma referência directa a um digno "do Sangue de Deus".

Os Sete selos foram abertos, um a um, pelo Cordeiro.

Quatro já foram, faltam três...
Será que consegue?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Páscoa - Pessach

Páscoa

Que a Luz do Espírito possa Alimentar e Iluminar os Corações

Água a correr na fonte.
Uma quimera líquida que sai
Das entranhas do monte
A saber ao mistério que lá vai…

Pura
Branca, inodora e fria,
Cai numa pedra dura
E desfaz o mistério em melodia.


- Miguel Torga, Água

"Miragens das éras"

Como a taça do velho rei de Thule
Que dá vigor nos apagados annos,
E, no exhalar o alento derradeiro,
Se atira ao revoltoso mar profundo:
Tambem as gerações, uma após uma,
Levadas na voragem das edades,
Arrojam sobre o pélago fremente
Do tempo imensuravei que as absorve,
Taça dourada—a Tradição, por onde
Da vida o travo, o goso e a dor provaram.
É largo oceano o Tempo: ondas sobre ondas
Parecem n'elle as gerações passando,
Como o curso fatal dos grandes rios
Que vão perder-se no insondado estuario.
Ah, não é só a vida o que se finda!
Esgotam-se as copiosas catadupas,
Ai torrentes caudaes, os fundos mares.

D’esses rios e mares que mais resta
Além da móle de areiaes immensos,
Feitos d’arestas soltas, diamantinas,
Confundindo os detritos de outros sêres,
Sêres extranhos, que evocou o terra,
A mãe fecunda que devora os filhos?
De tantas gerações, baixeis submersos,
Das civilizações mudas, vetustas
Alguma cousa resta,— e persistente
Como esses areiaes diamantinos,
Mysteriosa como esse informe esboço
Que a natureza sem cessar amolda:
Tal é a infinda tradição das éras,
Lotus pairando sobre o largo oceano.
Bem vinda a Tradição! Oh fórma errante
Que andas de cyclo em cyclo sempre em busca
De quem um novo espirito te insufle;
Como alma do passado que transmigra,
Vens ao homem trazer-lhe mais coragem.
Dar mais ardor ao seu combate longo.


(...)

- T. B.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cavalos: Lusitano e Árabe

São nítidas as diferenças físicas e mentais entre as duas raças cavalares.
(O do lado esquerdo é Árabe, o do lado direito é Lusitano)

O Cavalo Puro Sangue Lusitano, robusto, de garrote alto, corpo vigoroso, controlado, pesado, e capaz de grandes distâncias;

O Cavalo Puro Sangue Árabe, pequeno, ágil, talhado a navalha, nervoso, de sangue quente, veloz, flexível.

Quando os cruzados demandaram a Terra Santa, embarcaram as suas montadas; levaram consigo os seus cavalos que, tal como os Cavalos Puro Sangue Lusitano, tinham características muito pouco apropriadas ao terreno.

Quando em confronto, em batalha, os sarracenos tinham maior mobilidade; pela flexibilidade, tamanho do animal e velocidade.

A percepção destas qualidades levou a que os Templários optassem por adquirir cavalos no terreno, ao invés de serem transportados a partir da Europa (também considerando o transporte, e o desgaste que a viagem por mar, e as condições então existentes, provocavam nos cavalos europeus).
Os Puro Sangue Árabe era a decisão certa a ser tomada, e foi. Pelo menos pelos Templários.

Já no que toca a outras Ordens Militares de então na Terra Santa, insistiam e persistiam nos cavalos europeus.
Tal levou a que muitas batalhas fossem perdidas pela mistificação, incapacidade estratégica, e casmurrice ...

Uma Belíssima montada os Puro Sangue Árabe.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Afonso de Portugal ...

... 11º "Grão" Mestre da Ordem dos Hospitalários, entre 1203-1206.

Stabilimenta Rhodiorum militum:
- De qualitate et gradu admittendorum ad professiones.
Frater Alphonsus de Portugalia magister.

Acontecimento de 1194.
Doação de Guidi in Testa a D. Afonso Paes, filho "ilegítimo" de D. Afonso Henriques - Filius illegitimus Alfonsi, regis Portugaliae, qui a. 1207 «in Portugaliam pergens per gentem suam in itinere pocionatus obiit».

De referir que Guidi in Testa foi pertença de Gualdim Paes e da Ordem do Templo, até 1194.
Foi Gualdim Paes quem originalmente construiu o Castelo de Belver.
Gualdim Paes passou no Anno Domine de 1193.

domingo, 17 de abril de 2011

A fundação das Villas de Punhete e Paio de Pelle

A fundação da villa de Punhete data do tempo dos Romanos, os quaes lhe chamarão Pugna-Tagi - combate do Tejo: a sua localidade junta á foz do caudaloso Zêzere, e na margem direita do Tejo, dá huma sufficiente razão desta denominação, e ha occasiões, em que corre o Zêzere tão impetuoso, que suas agoas cortão as do Tejo até quasi sua margem esquerda. Sabe-se, que esta povoação fora antigamente lugar pertencente ao termo de Abrantes; consta entretanto por huma provisão, que existia no cartório da camara da villa de Punhete, que o Senhor D. Sebastião a fizera villa, pois que quarenta homens honrados (e alguns de sua casa) com seus cavallos, e criados o acompanharão á desastrosa expedição d' Africa. Esta villa he do padroado real, tem huma commenda da ordem de Christo, e tem huma só freguezia, chamada de S. Julião.

A villa de Paio de Pelle está fundada na margem direita do Tejo, e junta á foz da pequena ribeira de Tancos, he igualmente antiquissima. O destricto desta villa foi dado á ordem do Templo pelo Senhor D. Affonso Henriques, e no convento da ordem de Christo em Thomar existia hum titulo de doação feita ao Mestre da ordem D. Gualdim. Esta villa e seu termo he prelazia de Thomar, tem huma freguezia, cujo orago he N. Senhora da Conceição, antigamente se chamava Santa Maria do Zêzere. Sua igreja está situada entre o castello do Zêzere (de que ainda existem algumas ruinas junto á foz do mesmo rio) e entre o celebrado castello de Almorol, fundado no meio do Tejo sobre grandes rochas, e mandado fazer por D. Gualdim Paes de Marecos, Mestre da ordem dos Templários, e o que constava por huma inscripçao posta em huma das portas do mesmo castello; deste foi depois senhor D. Francisco de Mascarenhas, commendador de Almorol, e este mesmo castello deo occasião ás aventuras do cavalleiro andante palmeirim d' Inglaterra.

- Memórias da Academia Real

sábado, 16 de abril de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Castelo de Ourém


Planta composta por corpo principal rectangular e por 2 torreões inseridos na muralha da vila, de diferentes alturas e projecção, de planta poligonal, formada por um corpo quadrangular e um pentagonal, de volumes escalonados, com os 2 pisos inferiores rematados por terraço, rodeado por balcão com matacães sobre arcaria apontada, de tijolo, assente em mísulas piramidais de cantaria; um 3º piso corresponde a corpo prismático, de base quadrangular, assente nas plataformas, com telhado de 4 águas. O pano de muralha que une os torreões, rematado por caminho de ronda, é rasgado por porta em arco quebrado no exterior, abatido no interior. Portas em arco quebrado rasgam os torreões do lado do recinto, vãos com vergas rectas com dentículos os corpos superiores; no exterior o paramento é vazado por frestas. No interior abóbada de aresta cobrindo o corpo pentagonal, saliente, e travejamento e telhado no corpo quadrangular. O recinto comunicava com o Paço através de túnel rasgado no rés do chão do Paço e a torre SE. por passadiço que comunicava com túnel rasgado no 1º piso. Os alçados S., E. e O. do Paço são rematados por balcão com matacães iguais aos dos torreões, o alçado N. por friso rendilhado em tijolo; este alçado virado para um pátio é, ao contrário do oposto, copiosamente vazado por vãos rectangulares e em arco quebrado; no pátio ergue-se a parte inferior de um cubelo oval, que protegia o acesso ao túnel. Sem cobertura, são ainda visíveis no interior as mísulas onde se apoiavam os barrotes dos soalhos e tectos. No interior do recinto existe cisterna de grandes dimensões, com acesso ao seu interior por escadas de pedra.

Enquadramento Urbano, isolado, destacado. Implantado num sítio de grande valor estratégico de difícil acesso por estrada calcetada, dominando a estrada N. / S., envolvido por vegetação na qual predomina a oliveira. Localizado no alto do monte à volta do qual se encontra a antiga Vila de Ourém, rodeado a N. pelo Terreiro de Santiago, largo da igreja que ali esteve, foi praça de armas, onde se ergue a estátua do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.

Descrição Complementar
Memórias Paroquiais - 1758 - Descrição: "
(...) Em todo o alto do monte (...) está uma grande planície chamada o Terreiro de Santiago, também com muro baixo, que mostra praça de armas, que ainda hoje tem um baluarte para quartel a nascente, e junto a este terreiro para sul está o castelo, que consta de 3 torres de mediana altura, duas para o Norte e uma para o Sul pela qual se entra no castelo e largo que de muro alto o cerca, em o qual está uma cisterna subterranea que sempre conserva água cristalina. Descendo deste castelo em distância de um tiro de besta para o Sul está o solar do senhor da terra que é uma casa forte de arquitectura primoroza do tempo antigo a que ornam e defendem dois torreões fronteiros fundados na muralha para sul e no que fica da parte direita estão as armas dos Condes de Ourém e Marquês de Valença que foram senhores da Vila (...). Foi esta vila edificada com o nome de "Abdegas" pelos anos de 751, depois da fundação de Roma, e El-Rei D. Afonso Henriques antes de ganhar Lisboa a tomava aos mouros e a mandou habitar pelos anos de 1148 (?). O seu castelo e muros é obra do mesmo rei, depois de restaurado o dotou a D. Tareja, sua filha, a qual lhe deu foral com grandes privilégios no ano de 1180 e foi a primeira terra que se dotou as infantas de Portugal.(...).

Época Construção
Séc. XII/ XV

Cronologia
1136 - conquista de Ourém aos Mouros;
1178 - D. Afonso Henriques doa Ourém a sua filha D. Teresa;
1180 - foral da Vila por D. Teresa;
1218 - foral confirmado por D. Afonso II;
1240 - D. Sancho II doa a vila a sua mulher D. Mécia Lopes de Haro;
1249 - a Vila regressa ao domínio da Coroa;
1256 - D. Mécia Lopes é, segundo a tradição, encerrada numa das torres do castelo;
1282 - D. Dinis doa a vila a sua mulher D. Isabel;
1315 - de novo na posse da Coroa;
1357 - D. Pedro doa a Vila a sua mãe D. Brites, viúva de D. Afonso IV;
1358 - D. Pedro concede a Vila e o título de Conde de Ourém a D. João Afonso Telles de Menezes;
1381 - D. Fernando doa a Vila e o título a João Fernandes Andeiro;
1384 - D. João I concede a D. Nuno Àlvares Pereira o senhorio da Vila e o título;
1422 - o Condestável doa todos os seus bens e títulos aos seus netos D. Afonso e D. Fernando;
1433 - D. Duarte confirma a doação da Vila a D. Afonso, 4º Conde de Ourém;
1435 - D. Afonso, Conde de Ourém chefia a embaixada portuguesa ao Concílio de Basileia - Ferrara - Florença;
1451 - D. Afonso, Conde de Ourém recebe o título de Marquês de Valença;
Séc. XV, meados - D. Afonso, Marquês de Valença manda rasgar o seu Paço nas muralhas do primitivo castelo;
1460, 29 de Agosto - morte de D. Afonso, Marquês de Valença; não deixando descendentes legítimos, os seus bens e títulos passam a seu irmão D. Fernando, Conde de Arraiolos e Marquês de Vila Viçosa;
1483 - degolação de D. Fernando, implicado no atentado a D. João II; a Vila passa à Coroa;
1487, 8 de Junho - trasladação restos mortais D. Afonso para a Colegiada;
1515 - foral novo por D. Manuel;
1695 - reforma do foral por D. Pedro II;
1755 - o castelo é praticamente destruído com o terramoto e Ourém, que tinha ficado arrasada, é abandonada pela população, que se fixa na Aldeia da Cruz;
1810 - o castelo é vítima das invasões francesas;
1841 - a Aldeia da Cruz é elevada a categoria de vila com a designação de Vila Nova de Ourém;
1934 - devolução por parte do Ministério de Guerra do Castelo de Ourém à Fazenda Pública (artº. 2º - D.L.nº 24 849 de 13 de Setembro;
1934 / 1945 - as obras de restauro são suspensas por falta de verbas;
1946 - estragos nos telhados dos torreões causados pelo temporal;
1955 - pedido de autorização para construção de um marco geodésico tronco-cónico no torreão mais elevado do castelo;
1959 - pedido de instalação de uma pousada no Castelo de Ourém, tendo sido dado parecer negativo pela DGEMN;
1963 - desabamento de 6 metros da muralha junto à entrada da vila;
1966 - pedido da Junta de Freguesia de Ourém para reconstrução das muralhas; a Comissão Regional de Turismo de Leiria pede parecer à DGEMN sobre a construção de um restaurante no Castelo de Ourém;
1967 - pedido feito à Junta Autónoma de Estradas pela Junta de Freguesia de Ourém, para a colocação de sinais informativos do castelo;
1968 - aprovado o projecto sobre "recolha de elementos históricos e arqueológicos para a elaboração de um estudo de recuperação do Castelo de Ourém", pedido a Hamilton da Silva Alexandre;
1969 - foi efectuado um estudo para o arranjo da envolvente;
1969 - a Agência se Viagens Fátima Travel Inc., sediada nos USA, pede autorização para a utilização de alguns dos espaços do castelo para promover actividades culturais e turísticas, sendo para o efeito necessário efectuar algumas obras, que não receberam a concordância da DGEMN;
1983 - destruição da iluminação do castelo por actos de vandalismo;
1991, 20 de Junho - a junção da antiga vila de Ourém e da Aldeia da Cruz - Vila Nova de Ourém - deram origem à constituição da cidade com a antiga denominação - Ourém;
2004, Julho - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.

Características Particulares
O passadiço exterior, envolvendo o paço, sustentado por arcos quebrados de tijolo sobre mísulas, fazendo lembrar bandas lombardas, técnica raramente usada a N. do rio Tejo

Intervenção Realizada
DGEMN: 1936 - beneficiação e restauro do castelo de Ourém: reconstrução de paredes de alvenaria argamassada; reconstrução de cunhais com 2 pavimentos em cantaria silharada; 1937 - obras de restauro e consolidação do castelo: reconstrução das muralhas; reparação geral dos adarves e das abóbadas; desaterros na praça de armas; limpeza geral dos parementos da torre de menagem; recuperação total de um dos torreões; 1938 - reconstrução das muralhas; 1939 / 1941 - reconstrução de muralhas; execução de arcos; 1942 - construção da armação de um telhado em madeira de eucalipto; cobertura da armação do telhado com telha nacional dupla; 1943 / 1944 / 1945 - obras de restauro; construção da cobertura e pavimentos; construção de arcos em tijolo prensado nas varandas; cintagem de paredes com vigas de betão armado; recuperação de paredes de alvenaria; cantaria lavrada assente em cunhais e portais; 1947 - diversos trabalhos de restauro: regularização de paredes na torre principal; consolidação estrutural; 1952 - obras de conservação, assentamento das cantarias, consolidação das ruínas; 1954 - execução da cobertura na torre de menagem; 1955 - colocação de um marco geodésico tronco-cónico no canto SO. do torreão mais elevado do castelo; 1960 - iluminação exterior do Castelo de Ourém; 1967 - iluminação exterior do Castelo de Ourém; 1968 / 1969 - consolidação e recuperação da cintura de muralhas do lado poente e norte: limpeza dos paramentos das muralhas; reconstrução dos troços de muralha desaparecidos; construção de caleiras para deviar as águas pluviais das terras onde assenta a muralha; refechamento de juntas; escavação arqueológica; 1972 - recuperação e valorização da zona do castelejo; 1980 - obras de beneficiação: asssentamento de portas em madeira de pinho; pintura de portas e janelas; limpeza das muralhas, refechamento de juntas; 1982 - beneficiação e valorização das muralhas; 1983 - vedação do recinto do castelo; 2005 - levantamento do Antigo Paço dos condes e elaboração da Carta de Risco; projecto de musealização do Paço elaborado pela DRML.

(fonte: IHRU)

Reconstrução de Gualdim

terça-feira, 12 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Preciosas

Castelo de Ben-Ab-Cete

Memórias Preciosas.

É a Essência, a decorrência de ser Templári-.

Morrer fisicamente por um Ideal, em Serviço aos demais, e acima de tudo, a Deus.
Ser sujeito às maiores vicissitudes, quer pelas condicionantes externas, e até internas, mas tristemente, por aqueles a quem se defende; que, ofensiva e vilmente, são capazes das maiores traições e deslealdades, e de forma magnífica, encontrar no Adversário:

A Honradez de um Adversário, só é comparável à Lealdade de um Amigo.

Reconduz-nos, continuamente, à chamada de atenção para aquilo que é ser Templári-, e aqueles que realmente o são.
Não porque querem ser, mas porque são.

E o ser, é feito desta substância. Sempre ... sempre, e até ao fim.
Nunca desistir. Desistir, não é, nunca, uma opção.

Não das airosas, étereas e vaporosas ilusões de grandiosidade superficial, completamente desprovidas de testemunho físico, mental e Espiritual.

O ser, é feito desta Matéria, deste Pensamento, mas acima de tudo, deste Espírito.

O Momento físico chegou, o mental existe desde sempre e o Espiritual é sem princípio ou fim.


"Eu quero ser Tudo … estar em Tudo ... e ao Ser, tudo Compreender"

domingo, 10 de abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011



Pae, foste cavalleiro.
Hoje a vigilia é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!

Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infieis vençam,
A benção como espada,
A espada como benção!


- Fernando Pessoa
Beijo-Vos as mãos Senhor, de Vosso filho Pae

Rise ...

Rise and rise again
Until lambs become lions



terça-feira, 5 de abril de 2011

De Soria a Coria, de rio a rio

Soria e Coria

Para além do facto de compartilharem o oria, compartilham ainda o facto de estarem na orilla de um grande rio:
o Douro e o Tejo.

A Água fonte de Vida
O Espírito, sempre presente

Em ambas, e por ambas, andaram os Templários.
E se foram tempos de sacríficio e luta, foram também tempos de construção e de grande fruição da beleza e do encanto de ambos os locais.

Mapas: os designados Povos Promíscuos

Junto à linha da fronteira do concelho de Chaves, de um e do outro lado do vale do Tâmega, existem três lugares – Soutelinho, Cambedo e Lama de Arcos – onde, durante muito tempo, promiscuamente viveram os povos de ambos os países. Nestas aldeias, em tudo semelhantes a outras, os habitantes falavam uns o português e outros o espanhol “porque os sinais que designam a raia e que todos sabem muito bem onde ficam, estão nas ruas, nas paredes das casas, e alguns dentro delas. Disto nasce a falta de respeito às leis e às autoridades (…)”. Em Soutelinho, “nós mesmos vimos num pequeno largo em que há casas situadas em terreno português, estarem os contrabandistas a comprar cereais para introduzir neste reino, quando isto não era permitido, e estarem os empregados fiscais, mesmo ao pé deles, sem poderem dizer a mais insignificante palavra” (Vasconcelos e Sá, 1861, publicado por J. B. Barreiros). Aqui, era sobretudo o contrabando a grande preocupação de ambos os governos. Tendo sido rectificada a linha de fronteira pelos membros da comissão mista em 1856, que a encontrou tal qual aparecia descrita nos antigos tombos, a proposta portuguesa, já que ambos os países estavam de acordo em pôr fim a esta situação que consideravam anómala e lesiva, era de que a linha de demarcação deveria passar, em cada um destes lugares, por fora das últimas casas e a uma certa distância delas; quanto à sua pertença a um ou outro país, ela seria determinada pelo maior número de fogos se situarem de um ou de outro lado. A ser assim, Lama de Arcos (52 e 25 fogos, portugueses e espanhóis, respectivamente) e Soutelinho (80 e 12) passariam a pertencer a Portugal, enquanto Cambedo (13 e 25), a única que no tombo do século XVI era só portuguesa, passaria para Espanha. Mas, nas negociações diplomáticas, Cambedo seria trocado pelas pretensões portuguesas a Santiago e Rubiás do Couto Misto e os três “Povos Promíscuos” integrados em território nacional. Diferente era a situação de Rio de Onor, um lugar muito antigo (provavelmente até anterior à independência de Portugal), situado a Nordeste de Bragança, com dois núcleos separados pela fronteira. Junto ao rio Racha (entretanto também apelidado da mesma forma que o lugar por onde passa) e à sombra das serranias que formam as suas margens tortuosas, a parte portuguesa, a de “Baixo” e maior, dispõe-se a jusante da espanhola ou de “Arriba” (hoje, Rihonor de Castilla), que uns 150 metros separam. No momento da demarcação, chegou a considerar-se que deveria ser tratado este lugar como o haviam sido os Povos Promíscuos, já que, por um lado, as difíceis comunicações obrigavam a passar nos dois países e, por outro, os seus habitantes, vivendo de modo diferente, quando lhes convinha mudavam “de bairro e de nação”. Mas o Tratado manteria a situação anterior, com a demarcação feita numa margem por um pequeno ribeiro e na outra pelas cumeadas das serras. Se, em muitos locais da fronteira transmontana, os conflitos entre moradores vizinhos atrasaram a demarcação preparatória do Tratado de Limites, o mesmo não se passou depois de Rio de Onor, onde grande parte da delimitação se apoiou no encaixado vale do Douro.

- Finis

Y los caramellos?
Molitos; muy buenos

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Civitas Baniensium

Proveniência: Mesquita. Vilariça. Torre de Moncorvo

Ara trabalhada nas quatro faces. Capitel composto por frontão sub-triangular e toros laterais; no topo apresenta um fóculo circular central escavado; moldura sob a cornija e na base. Face frontal profusamente decorada com motivos vegetalistas, quer a nível do capitel e da base, como na moldura do fuste que enquadra a inscrição. Campo epigráfico moldurado e com superfície rebaixada. A paginação do texto alinha-se sensivelmente segundo o eixo de simetria. A dedicatória, que envolve a oferta de uma ara de consideráveis dimensões e riqueza artística, é feita simultaneamente a IVPITER OPTIMVS MAXIMVS (essencialmente por extenso) e à CIVITAS BANIENSIVM, ou seja, à própria cidade dos Banienses.

Tradução: A Júpiter Óptimo (e) Máximo e à Cidade dos Banienses, Sulpicius Bassus como oferenda doou (ou dedicou). (Segundo ficha de Catálogo da Exposição "Religiões da Lusitânia" da autoria de José Cardim Ribeiro). IOVI / OPTIMO / MAX(imo) / CIVITATI / BANIENSV/S (sic) L(ucius) BASVS/ CVRAVIT//.

- Museu Nacional de Arqueologia

Historiadores e arqueólogos ainda não chegaram a uma conclusão quanto ao local exacto onde se situa a Civitas Baniensium. Várias são as teorias. De acordo com Jorge Alarcão em "Notas de Arqueologia", podemos considerar o seguinte:

Admitindo Valle Aritia ou Vallericia como nome correcto do pagus, não parece possível fazê-lo corresponder a Ariz (no concelho de Marco de Canaveses), dada a provável origem germânica deste topónimo (Piel, 1936, p. 35; Piel e Kremer, 1976, p. 67; Fernandes, 1999, s.v. Ariz, com testemunhos documentais aos quais se deve acrescentar pelo menos DMP, DP., III, n.º 278, de 1108). O nome de Valle Aritia suscita ainda outra dúvida: o Parochiale suévico recorda-o como pagus da diocese portucalense mas repete o nome, sob a forma Vallariza, na diocese bracarense, entre os pagus Tureco e Auneco. Pierre David (1947, p. 33, 35 e 46) considerou que um primitivo pagus portucalense terá sido posteriormente integrado na diocese de Braga e identificou Valle Aritia/Vallericia/Vallariza com Vilariça, no concelho de Torre de Moncorvo. Parece difícil aceitar a hipótese de Pierre David, não obstante a autoridade do mestre. O rio Corgo (na área de Vila Real) foi a fronteira das dioceses de Braga e Portucale (ainda que possa aceitar-se alguma dúvida sobre se tal fronteira remonta à época suévica (Costa, 1959, p. 106-113, 1997, p. 35-37). A oriente do rio Corgo, o pagus Pannonias pertencia a Braga; a ocidente, o pagus Aliobrio integrava a diocese portucalense. Se Valle Aritia da diocese portucalense se identificasse com a Vilariça de Torre de Moncorvo, teríamos, de ocidente para oriente, um pagus portucalense de Aliobrio, um pagus bracarense de Pannonias e, de novo, um pagus portucalense de Vallericia — isto é, teríamos um pagus bracarense de Pannonias metido em cunha no território do bispado de Portucale e interrompendo a continuidade geográfica deste último. Parece-nos isso pouco credível. Aliás, também Avelino de Jesus da Costa (1997, p. 36, nota 38) contestou a identificação dos dois pagi. Se houve um único pagus Valle Aritia, que terá sido, em determinada altura, transferido da diocese portucalense para a bracarense, o mais aceitável será imaginá-lo em área fronteiriça entre as duas dioceses. Mas, não obstante a similitude dos nomes, não se tratará efectivamente de dois pagi diferentes? (...) No Parochiale, (...) Vallariza é apenas o nome actualizado do pagus Tureco. Mas também é verdade que o pagus Vallariza pode corresponder a circunscrição eclesiástica diferente de Tureco e acrescentada à diocese bracarense em época visigótica ou posterior. Uma cunhagem de Viterico (603-610) (Mateu y Llopis, 1936, p. 362) deixa crer que Vallearitia já existia nessa data — ainda que possa discutir-se se a cunhagem foi feita em Vallearitia da diocese portucalense ou em Vallearitia do actual vale da Vilariça (Torre de Moncorvo). Em trabalho anterior (Alarcão, 2001a, p. 36), admitimos a possibilidade de o pagus Tureco corresponder à antiga civitas dos Banienses, cuja capital ficaria em Vila Morta de Santa Cruz da Vilariça (Torre de Moncorvo). Carlos Cruz (2000, p. 222) identificou, porém, essa capital no sítio de Chão da Capela, próximo da povoação de Junqueira, na freguesia de Adeganha do concelho de Torre de Moncorvo. Por outro lado, a Vila Morta de Santa Cruz da Vilariça foi, há alguns anos, objecto de escavações realizadas por Miguel A. Rodrigues e Nelson Rebanda (1998) e, segundo estes investigadores, não foram encontrados materiais que possam ou devam atribuir-se a época anterior à de D. Sancho I, época na qual o sítio terá sido pela primeira vez povoado, conforme se declara nas Inquirições de 1258 (PMH, Inq.: 1271 e 1274). O foral de Santa Cruz de Vilariça foi dado à vila por D. Sancho II, em 1225. Ainda que as onze estelas funerárias da capela do Roncal, mesmo junto da Vila Morta de Santa Cruz da Vilariça (Lemos, 1993, IIa, p. 347-348; Cruz, 2000, p. 302-303), nos deixem algumas dúvidas sobre a total ausência de povoamento romano naquela vila, aceitaremos a identificação do sítio de Chão da Capela com a capital dos Banienses.

San Saturio, Soria

Ubicada sobre la que en tiempos fuera la ermita de San Miguel de la Peña -nótese la semejanza fonética con el impresionante monasterio de San Juan de la Peña, en Jaca, depositario en tiempos del Santo Grial, que hoy día se custodia en la catedral de Valencia- sería una auténtica aberración por mi parte hablar de Soria, su comarca, sus lugares, leyendas y misterios, sin dedicarle un comentario especial a la ermita barroca de San Saturio, su santo Patrón.

Aseveran las crónicas que Saturio -nótese la similitud del nombre con Saturno, dios del inframundo, como ha dejado de manifiesto en numerosas ocasiones Angel Almazán de Gracia, incansable investigador del pasado soriano-, un noble godo nacido en Soria en el año 493, decidió, a la edad aproximada de cuarenta años, repartir todos sus bienes entre los pobres, retirándose -cito textualmente las palabras de Francisco Aldea Chacobo, canónigo de la Concatedral de San Pedro- 'a la inhóspita soledad de ermitaño cerca del río Duero'.

Es muy posible que el visitante que acuda por primera vez a visitar la ermita, apenas se detenga un momento a meditar cómo sería el entorno en esa época nebulosa en la que el noble Saturio/Saturius -sin duda hastiado de batallas, de cortejos galantes y de indigestos festines logrados a costa de las piezas que sólo los nobles tenían derecho a cazar- decidió echárselo todo al coleto y buscar a Dios, eligiendo una vida de privaciones, retiro y completa soledad.

Si dejar que su imaginación se una con libertad y sin tapujos al 'espíritu universal' del lugar, puede que alcance a descubrir que -si no fuera por el asfalto del camino, algunas farolas y los puentes de hierro tendidos sobre el Duero- llegue a la honesta conclusión de que el sitio apenas se diferencia de aquél otro que acogió al hastiado godo en su seno, revelándole, con el tiempo, todos sus secretos.

- Soria

Soria, a Encantada (e o Douro sempre perto)


No entanto, na actual muralha do castelo foram descobertos restos de uma povoação, associados, com certeza, à existência de Numância.

Bartolomé de Torres, na sua topografía da cidade de Numância, assegura que o castelo desta cidade tomou o nome de Oria de um cavaleiro grego chamado Dórico, capitão dos dorios, que chegou a Sória desde Acaya, na Grécia.

Alguns historiadores deduzem desta afirmação que os primeiros habitantes de Soria foram os dorios. Não obstante, não há vestígios arqueológicos que confirmem esta teoria.

Outro grupo de especialistas acredita que os primeiros povoadores de Sória foram os suevos, cujos reis ali estabeleceram as suas cortes (de acordo com Tutor e Malo no seu Compendio historial de las dos Numancias).

Contudo, ainda nenhum documento as confirmou de forma inequívoca.

Parece lógico supor que a palabra «Sória» derive de Dauria, que por sua vez deriva de Daurius, ou seja, Douro.

A estas versões sobre a origem do nome de Sória, somam-se ainda a de Pedro de Rúa, que deriva Soria de Sarra, nome da cidade de Tiro, e sorianos de sarranos, os seus habitantes.

Num livro de armas, conta-se que quando Afonso VII, O Imperador, reedificou Sória, descobriu-se uma pedra enorme com um sinal gravado que parecia com a letra «S», a qual foi acrescentada ao castelo de Oria e deu então origem à actual Soria.

(...)

- Wikipedia

domingo, 3 de abril de 2011

sábado, 2 de abril de 2011

A lenda de: O Raio de Lua


Era noble, había nacido entre el estruendo de las armas, y el insólito clamor de una trompa de guerra no le hubiera hecho levantar la cabeza un instante ni apartar sus ojos un punto del oscuro pergamino en que leía la última cantiga de un trovador.

Los que quisieran encontrarle, no lo debían buscar en el anchuroso patio de su castillo, donde los palafreneros domaban los potros, los pajes enseñaban a volar a los halcones, y los soldados se entretenían los días de reposo en afilar el hierro de su lanza contra una piedra.

-¿Dónde está Manrique, dónde está vuestro señor? -preguntaba algunas veces su madre.

-No sabemos -respondían sus servidores:- acaso estará en el claustro del monasterio de la Peña, sentado al borde de una tumba, prestando oído a ver si sorprende alguna palabra de la conversación de los muertos; o en el puente, mirando correr unas tras otras las olas del río por debajo de sus arcos; o acurrucado en la quiebra de una roca y entretenido en contar las estrellas del cielo, en seguir una nube con la vista o contemplar los fuegos fatuos que cruzan como exhalaciones sobre el haz de las lagunas. En cualquiera parte estará menos en donde esté todo el mundo.

En efecto, Manrique amaba la soledad, y la amaba de tal modo, que algunas veces hubiera deseado no tener sombra, porque su sombra no le siguiese a todas partes.

Amaba la soledad, porque en su seno, dando rienda suelta a la imaginación, forjaba un mundo fantástico, habitado por extrañas creaciones, hijas de sus delirios y sus ensueños de poeta, tanto, que nunca le habían satisfecho las formas en que pudiera encerrar sus pensamientos, y nunca los había encerrado al escribirlos.

Creía que entre las rojas ascuas del hogar habitaban espíritus de fuego de mil colores, que corrían como insectos de oro a lo largo de los troncos encendidos, o danzaban en una luminosa ronda de chispas en la cúspide de las llamas, y se pasaba las horas muertas sentado en un escabel junto a la alta chimenea gótica, inmóvil y con los ojos fijos en la lumbre.

Creía que en el fondo de las ondas del río, entre los musgos de la fuente y sobre los vapores del lago, vivían unas mujeres misteriosas, hadas, sílfides u ondinas, que exhalaban lamentos y suspiros, o cantaban y se reían en el monótono rumor del agua, rumor que oía en silencio intentando traducirlo.

En las nubes, en el aire, en el fondo de los bosques, en las grietas de las peñas, imaginaba percibir formas o escuchar sonidos misteriosos, formas de seres sobrenaturales, palabras ininteligibles que no podía comprender.

¡Amar! Había nacido para soñar el amor, no para sentirlo. Amaba a todas las mujeres un instante: a ésta porque era rubia, a aquélla porque tenía los labios rojos, a la otra porque se cimbreaba al andar como un junco.

Algunas veces llegaba su delirio hasta el punto de quedarse una noche entera mirando a la luna, que flotaba en el cielo entre un vapor de plata, o a las estrellas que temblaban a lo lejos como los cambiantes de las piedras preciosas. En aquellas largas noches de poético insomnio, exclamaba:

-Si es verdad, como el prior de la Peña me ha dicho, que es posible que esos puntos de luz sean mundos; si es verdad que en ese globo de nácar que rueda sobre las nubes habitan gentes, ¡qué mujeres tan hermosas serán las mujeres de esas regiones luminosas, y yo no podré verlas, y yo no podré amarlas!... ¿Cómo será su hermosura?... ¿Cómo será su amor?...

Manrique no estaba aún lo bastante loco para que le siguiesen los muchachos, pero sí lo suficiente para hablar y gesticular a solas, que es por donde se empieza.

Sobre el Duero, que pasaba lamiendo las carcomidas y oscuras piedras de las murallas de Soria, hay un puente que conduce de la ciudad al antiguo convento de los Templarios, cuyas posesiones se extendían a lo largo de la opuesta margen del río.

En la época a que nos referimos, los caballeros de la Orden habían ya abandonado sus históricas fortalezas; pero aún quedaban en pie los restos de los anchos torreones de sus muros, aún se veían, como en parte se ven hoy, cubiertos de hiedra y campanillas blancas, los macizos arcos de su claustro, las prolongadas galerías ojivales de sus patios de armas, en las que suspiraba el viento con un gemido, agitando las altas hierbas.

En los huertos y en los jardines, cuyos senderos no hollaban hacía muchos años las plantas de los religiosos, la vegetación, abandonada a sí misma, desplegaba todas sus galas, sin temor de que la mano del hombre la mutilase, creyendo embellecerla. Las plantas trepadoras subían encaramándose por los añosos troncos de los árboles; las sombrías calles de álamos, cuyas copas se tocaban y se confundían entre sí, se habían cubierto de césped; los cardos silvestres y las ortigas brotaban en medio de los enarenados caminos, y en dos trozos de fábrica, próximos a desplomarse, el jaramago, flotando al viento como el penacho de una cimera, y las campanillas blancas y azules, balanceándose como en un columpio sobre sus largos y flexibles tallos, pregonaban la victoria de la destrucción y la ruina.

Era de noche; una noche de verano, templada, llena de perfumes y de rumores apacibles, y con una luna blanca y serena, en mitad de un cielo azul, luminoso y transparente.

Manrique, presa su imaginación de un vértigo de poesía, después de atravesar el puente, desde donde contempló un momento la negra silueta de la ciudad, que se destacaba sobre el fondo de algunas nubes blanquecinas y ligeras arrolladas en el horizonte, se internó en las desiertas ruinas de los Templarios.

La media noche tocaba a su punto. La luna, que se había ido remontando lentamente, estaba ya en lo más alto del cielo, cuando al entrar en una oscura alameda que conducía desde el derruido claustro a la margen del Duero, Manrique exhaló un grito leve y ahogado, mezcla extraña de sorpresa, de temor y de júbilo.

En el fondo de la sombría alameda había visto agitarse una cosa blanca, que flotó un momento y desapareció en la oscuridad. La orla del traje de una mujer, de una mujer que había cruzado el sendero y se ocultaba entre el follaje, en el mismo instante en que el loco soñador de quimeras o imposibles penetraba en los jardines.

-¡Una mujer desconocida!... ¡En este sitio!..., ¡a estas horas! Esa, esa es la mujer que yo busco -exclamó Manrique; y se lanzó en su seguimiento, rápido como una saeta.

Llegó al punto en que había visto perderse entre la espesura de las ramas a la mujer misteriosa. Había desaparecido. ¿Por dónde? Allá lejos, muy lejos, creyó divisar por entre los cruzados troncos de los árboles como una claridad o una forma blanca que se movía.

-¡Es ella, es ella, que lleva alas en los pies y huye como una sombra! -dijo, y se precipitó en su busca, separando con las manos las redes de hiedra que se extendían como un tapiz de unos en otros álamos. Llegó rompiendo por entre la maleza y las plantas parásitas hasta una especie de rellano que iluminaba la claridad del cielo... ¡Nadie!

-¡Ah!, por aquí, por aquí va -exclamó entonces-. Oigo sus pisadas sobre las hojas secas, y el crujido de su traje que arrastra por el suelo y roza en los arbustos; -y corría y corría como un loco de aquí para allá, y no la veía. -Pero siguen sonando sus pisadas -murmuró otra vez;- creo que ha hablado; no hay duda, ha hablado... El viento que suspira entre las ramas; las hojas, que parece que rezan en voz baja, me han impedido oír lo que ha dicho; pero no hay duda, va por ahí, ha hablado... ha hablado... ¿En qué idioma? No sé, pero es una lengua extranjera... Y tornó a correr en su seguimiento, unas veces creyendo verla, otras pensando oírla; ya notando que las ramas, por entre las cuales había desaparecido, se movían; ya imaginando distinguir en la arena la huella de sus propios pies; luego, firmemente persuadido de que un perfume especial que aspiraba a intervalos era un aroma perteneciente a aquella mujer que se burlaba de él, complaciéndose en huirle por entre aquellas intrincadas malezas. ¡Afán inútil!

Vagó algunas horas de un lado a otro fuera de sí, ya parándose para escuchar, ya deslizándose con las mayores precauciones sobre la hierba, ya en una carrera frenética y desesperada.

Avanzando, avanzando por entre los inmensos jardines que bordaban la margen del río, llegó al fin al pie de las rocas sobre que se eleva la ermita de San Saturio.

-Tal vez, desde esta altura podré orientarme para seguir mis pesquisas a través de ese confuso laberinto -exclamó trepando de peña en peña con la ayuda de su daga.

Llegó a la cima, desde la que se descubre la ciudad en lontananza y una gran parte del Duero que se retuerce a sus pies, arrastrando una corriente impetuosa y oscura por entre las corvas márgenes que lo encarcelan.

Manrique, una vez en lo alto de las rocas, tendió la vista a su alrededor; pero al tenderla y fijarla al cabo en un punto, no pudo contener una blasfemia.

La luz de la luna rielaba chispeando en la estela que dejaba en pos de sí una barca que se dirigía a todo remo a la orilla opuesta.

En aquella barca había creído distinguir una forma blanca y esbelta, una mujer sin duda, la mujer que había visto en los Templarios, la mujer de sus sueños, la realización de sus más locas esperanzas. Se descolgó de las peñas con la agilidad de un gamo, arrojó al suelo la gorra, cuya redonda y larga pluma podía embarazarle para correr, y desnudándose del ancho capotillo de terciopelo, partió como una exhalación hacia el puente.

Pensaba atravesarlo y llegar a la ciudad antes que la barca tocase en la otra orilla. ¡Locura! Cuando Manrique llegó jadeante y cubierto de sudor a la entrada, ya los que habían atravesado el Duero por la parte de San Saturio, entraban en Soria por una de las puertas del muro, que en aquel tiempo llegaba hasta la margen del río, en cuyas aguas se retrataban sus pardas almenas.

Aunque desvanecida su esperanza de alcanzar a los que habían entrado por el postigo de San Saturio, no por eso nuestro héroe perdió la de saber la casa que en la ciudad podía albergarlos. Fija en su mente esta idea, penetró en la población, y dirigiéndose hacia el barrio de San Juan, comenzó a vagar por sus calles a la ventura.

Las calles de Soria eran entonces, y lo son todavía, estrechas, oscuras y tortuosas. Un silencio profundo reinaba en ellas, silencio que sólo interrumpían, ora el lejano ladrido de un perro; ora el rumor de una puerta al cerrarse, ora el relincho de un corcel que piafando hacía sonar la cadena que le sujetaba al pesebre en las subterráneas caballerizas.

Manrique, con el oído atento a estos rumores de la noche, que unas veces le parecían los pasos de alguna persona que había doblado ya la última esquina de un callejón desierto, otras, voces confusas de gentes que hablaban a sus espaldas y que a cada momento esperaba ver a su lado, anduvo algunas horas, corriendo al azar de un sitio a otro.

Por último, se detuvo al pie de un caserón de piedra, oscuro y antiquísimo, y al detenerse brillaron sus ojos con una indescriptible expresión de alegría. En una de las altas ventanas ojivales de aquel que pudiéramos llamar palacio, se veía un rayo de luz templada y suave que, pasando a través de unas ligeras colgaduras de seda color de rosa, se reflejaba en el negruzco y grieteado paredón de la casa de enfrente.

-No cabe duda; aquí vive mi desconocida -murmuró el joven en voz baja sin apartar un punto sus ojos de la ventana gótica;- aquí vive. Ella entró por el postigo de San Saturio... por el postigo de San Saturio se viene a este barrio... en este barrio hay una casa, donde pasada la media noche aún hay gente en vela... ¿En vela? ¿Quién sino ella, que vuelve de sus nocturnas excursiones, puede estarlo a estas horas?... No hay más; ésta es su casa.

En esta firme persuasión, y revolviendo en su cabeza las más locas y fantásticas imaginaciones, esperó el alba frente a la ventana gótica, de la que en toda la noche no faltó la luz ni él separó la vista un momento.

Cuando llegó el día, las macizas puertas del arco que daba entrada al caserón, y sobre cuya clave se veían esculpidos los blasones de su dueño, giraron pesadamente sobre los goznes, con un chirrido prolongado y agudo. Un escudero reapareció en el dintel con un manojo de llaves en la mano, restregándose los ojos y enseñando al bostezar una caja de dientes capaces de dar envidia a un cocodrilo.

Verle Manrique y lanzarse a la puerta, todo fue obra de un instante.

-¿Quién habita en esta casa? ¿Cómo se llama ella? ¿De dónde es? ¿A qué ha venido a Soria? ¿Tiene esposo? Responde, responde, animal -ésta fue la salutación que, sacudiéndole el brazo violentamente, dirigió al pobre escudero, el cual, después de mirarle un buen espacio de tiempo con ojos espantados y estúpidos, le contestó con voz entrecortada por la sorpresa:

-En esta casa vive el muy honrado señor D. Alonso de Valdecuellos, montero mayor de nuestro señor el rey, que herido en la guerra contra moros, se encuentra en esta ciudad reponiéndose de sus fatigas.

-Pero ¿y su hija? -interrumpió el joven impaciente;- ¿y su hija, o su hermana; o su esposa, o lo que sea?

-No tiene ninguna mujer consigo.

-¡No tiene ninguna!... Pues ¿quién duerme allí en aquel aposento, donde toda la noche he visto arder una luz?

-¿Allí? Allí duerme mi señor D. Alonso, que, como se halla enfermo, mantiene encendida su lámpara hasta que amanece.

Un rayo cayendo de improviso a sus pies no le hubiera causado más asombro que el que le causaron estas palabras.

-Yo la he de encontrar, la he de encontrar; y si la encuentro, estoy casi seguro de que he de conocerla... ¿En qué?... Eso es lo que no podré decir... pero he de conocerla. El eco de sus pisadas o una sola palabra suya que vuelva a oír, un extremo de su traje, un solo extremo que vuelva a ver, me bastarán para conseguirlo. Noche y día estoy mirando flotar delante de mis ojos aquellos pliegues de una tela diáfana y blanquísima; noche y día me están sonando aquí dentro, dentro de la cabeza, el crujido de su traje, el confuso rumor de sus ininteligibles palabras... ¿Qué dijo?... ¿qué dijo? ¡Ah!, si yo pudiera saber lo que dijo, acaso... pero aún sin saberlo la encontraré... la encontraré; me lo da el corazón, y mi corazón no me engaña nunca. Verdad es que ya he recorrido inútilmente todas las calles de Soria; que he pasado noches y noches al sereno, hecho poste de una esquina; que he gastado más de veinte doblas en oro en hacer charlar a dueñas y escuderos; que he dado agua bendita en San Nicolás a una vieja, arrebujada con tal arte en su manto de anascote, que se me figuró una deidad; y al salir de la Colegiata una noche de maitines, he seguido como un tonto la litera del arcediano, creyendo que el extremo de sus holapandas era el del traje de mi desconocida; pero no importa... yo la he de encontrar, y la gloria de poseerla excederá seguramente al trabajo de buscarla.

¿Cómo serán sus ojos?... Deben de ser azules, azules y húmedos como el cielo de la noche; me gustan tanto los ojos de ese color; son tan expresivos, tan melancólicos, tan... Sí... no hay duda; azules deben de ser, azules son, seguramente; y sus cabellos negros, muy negros y largos para que floten... Me parece que los vi flotar aquella noche, al par que su traje, y eran negros... no me engaño, no; eran negros.

¡Y qué bien sientan unos ojos azules, muy rasgados y adormidos, y una cabellera suelta, flotante y oscura, a una mujer alta... porque... ella es alta, alta y esbelta como esos ángeles de las portadas de nuestras basílicas, cuyos ovalados rostros envuelven en un misterioso crepúsculo las sombras de sus doseles de granito! ¡Su voz!... su voz la he oído... su voz es suave como el rumor del viento en las hojas de los álamos, y su andar acompasado y majestuoso como las cadencias de una música.

Y esa mujer, que es hermosa como el más hermoso de mis sueños de adolescente, que piensa como yo pienso, que gusta como yo gusto, que odia lo que yo odio, que es un espíritu humano de mi espíritu, que es el complemento de mi ser, ¿no se ha de sentir conmovida al encontrarme? ¿No me ha de amar como yo la amaré, como la amo ya, con todas las fuerzas de mi vida, con todas las facultades de mi alma?

Vamos, vamos al sitio donde la vi la primera y única vez que le he visto... ¿Quién sabe si, caprichosa como yo, amiga de la soledad y el misterio, como todas las almas soñadoras, se complace en vagar por entre las ruinas, en el silencio de la noche?

Dos meses habían transcurrido desde que el escudero de D. Alonso de Valdecuellos desengañó al iluso Manrique; dos meses durante los cuales en cada hora había formado un castillo en el aire, que la realidad desvanecía con un soplo; dos meses, durante los cuales había buscado en vano a aquella mujer desconocida, cuyo absurdo amor iba creciendo en su alma, merced a sus aún más absurdas imaginaciones, cuando después de atravesar absorto en estas ideas el puente que conduce a los Templarios, el enamorado joven se perdió entre las intrincadas sendas de sus jardines.

La noche estaba serena y hermosa, la luna brillaba en toda su plenitud en lo más alto del cielo, y el viento suspiraba con un rumor dulcísimo entre las hojas de los árboles.

Manrique llegó al claustro, tendió la vista por su recinto y miró a través de las macizas columnas de sus arcadas... Estaba desierto.

Salió de él, encaminó sus pasos hacia la oscura alameda que conduce al Duero, y aún no había penetrado en ella, cuando de sus labios se escapó un grito de júbilo.

Había visto flotar un instante y desaparecer el extremo del traje blanco, del traje blanco de la mujer de sus sueños, de la mujer que ya amaba como un loco.

Corre, corre en su busca, llega al sitio en que la ha visto desaparecer; pero al llegar se detiene, fija los espantados ojos en el suelo, permanece un rato inmóvil; un ligero temblor nervioso agita sus miembros, un temblor que va creciendo, que va creciendo y ofrece los síntomas de una verdadera convulsión, y prorrumpe al fin una carcajada, una carcajada sonora, estridente, horrible.

Aquella cosa blanca, ligera, flotante, había vuelto a brillar ante sus ojos, pero había brillado a sus pies un instante, no más que un instante.

Era un rayo de luna, un rayo de luna que penetraba a intervalos por entre la verde bóveda de los árboles cuando el viento movía sus ramas.

Habían pasado algunos años. Manrique, sentado en un sitial junto a la alta chimenea gótica de su castillo, inmóvil casi y con una mirada vaga e inquieta como la de un idiota, apenas prestaba atención ni a las caricias de su madre, ni a los consuelos de sus servidores.

-Tú eres joven, tú eres hermoso -le decía aquélla;- ¿por qué te consumes en la soledad? ¿Por qué no buscas una mujer a quien ames, y que amándote pueda hacerte feliz?

-¡El amor!... El amor es un rayo de luna -murmuraba el joven.

-¿Por qué no despertáis de ese letargo? -le decía uno de sus escuderos;- os vestís de hierro de pies a cabeza, mandáis desplegar al aire vuestro pendón de ricohombre, y marchamos a la guerra: en la guerra se encuentra la gloria.

-¡La gloria!... La gloria es un rayo de luna.

-¿Queréis que os diga una cantiga, la última que ha compuesto mosén Arnaldo, el trovador provenzal?

-¡No! ¡No! -exclamó el joven incorporándose colérico en su sitial-; no quiero nada... es decir, sí quiero... quiero que me dejéis solo... Cantigas... mujeres... glorias... felicidad... mentiras todo, fantasmas vanos que formamos en nuestra imaginación y vestimos a nuestro antojo, y los amamos y corremos tras ellos, ¿para qué?, ¿para qué?, para encontrar un rayo de luna.

Manrique estaba loco: por lo menos, todo el mundo lo creía así. A mí, por el contrario, se me figuraba que lo que había hecho era recuperar el juicio.

- Gustavo Adolfo Bécquer

sexta-feira, 1 de abril de 2011