quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma Homenagem a ...

D. Lopo-Fernandes-Muniz
Lustre de Irmandade, Amizade e Bondade---Irmão, Amigo, Confidente---Amparo nas horas difíceis---Mão amiga sempre presente

D. Lopo Fernandes que por mais de um título provou ser digno de tão alta escolha (sucedendo a Gualdim Pais).
Continuou na senda (...) do seu antecessor, dilatando o reino e repovoando as terras desertas e arruinadas por onde tinha passado o anjo mau da guerra.
Em 1197 doou-lhe D. Sancho I, Idanha-a-Velha, que já tinha pertencido aos templários e em 1199 recebe em paga de bons e leais serviços e em troca do padroado das igrejas de Mogadouro e Penas-Róias, cujos castelos os templários tinham fundado, as vasta região de Acafá que é hoje a Vila Nova de Ródão com o seu dilatadíssimo território circunvizinho.
Breve foi o seu mestrado.
Na investida que D. Sancho fez aos estados leoneses pelo meado de 1199, morre valorosa e gloriosamente no cêrco de Ciudad- Rodrigo.
Seu corpo foi conduzido e depositado honradamente por D. Sancho na igreja de Santa Maria dos Olivais, foi sepultado numa capela que de propósito ali tinha sido feita e que demoliram, sem respeito pelo ilustre mestre, para se construir a actual sacristia.
Sobre o rico túmulo que o rei e a Ordem mandaram levantar, puseram o seu busto e numa das faces o epitáfio, que dizia de sua morte em Leão.

- Vieira Guimarães, A Ordem de Cristo

Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.

Eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:

Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.


- Miguel Torga, Portugal

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