segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Botica



Vem a propósito falar desta sala, pois dela sai outra esmola piedosíssima.

Junto à Enfermaria, está uma rica peça em local acomodado, que serve de Botica. A qual, podemos dizer que serve sem qualquer tipo de interesse a toda a vizinhança e comunidade que existe a dez léguas ao redor do Convento.

Porque a terra de seu é limitada e pobre, todos os necessitados acodem a ela a pedir os necessários medicamentos.
Principalmente os da Vila de Thomar, que contém mil fogos, e onde há bem poucos que possam deixar de considerarem-se dignos de serem tidos por pobres.

A todos os doentes, que os médicos da Vila afirmem serem pobres, dá-se-lhes o necessário tal como se dá aos religiosos do Convento internamente.

Em geral, a todos aqueles que pedem minudências, tais como unguentos, águas e outras coisas sem prescrição médica, dá-se-lhes de tudo com generosidade, e para que se possa aferir da grande liberalidade piedosa deste Convento, direi para frisar este propósito, que existe na Vila de Thomar e nos arredores quatro mosteiros da Ordem do Pobre São Francisco (...) a todos se lhes dá os medicamentos necessários, sem haver falta de nada, e com tanta liberdade vêm pedi-los, que mais parece que os compram, e são dados com tanta liberalidade como se por eles recebessem, e com uma alegria tão grande, pois esse é o seu interesse: espiritual.

Também fornecem o Hospital de tudo o que seja necessário, e se os oficiais da Misericórdia pedirem alguma coisa, dão-lhes com grande liberalidade.

- Trad a partir de Fr. Hieronimo Roman, La Yn. Cau. de Cristo

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