domingo, 27 de junho de 2010

Até breve


Vou ali, e já volto
Saudações e Luz

Stella Maris



sábado, 26 de junho de 2010

Sê como o sol pela graça e misericórdia
Sê como a noite para cobrir as faltas dos outros
Sê como a água corrente pela generosidade
Sê como a morte para a raiva e o ódio
Sê como a terra pela modéstia
Parece ser aquilo que és
Sê aquilo que pareces ser


- Rumi

A Argo e os Argonautas


A Argo é a mítica embarcação dos Argonautas.
Reza o Mito que a embarcação foi construída por Argus e que, tanto a embarcação, quanto os Argonautas, tinham a protecção da deusa Atena.
A sua prôa teria sido talhada a partir de madeira da floresta sagrada de Dodona - um oráculo pré-histórico dedicado à Deusa Mãe.

Teria sido nesta embarcação que Jasão e os Argonautas terão partido em busca do Tosão ou Velo de Ouro.
O Tosão de Ouro seria feito de lã de ouro do carneiro alado Crisómalo, e estaria pendurado num carvalho sagrado na Cólquida - a sul das montanhas do Cáucaso. Segundo o Mito, Jasão tinha que obter o velo para assumir o trono de Iolco na Tessália.
O Tosão seria a pele de um carneiro alado cuja lã era feita de ouro. Com esse carneiro Frixo e Hele terão conseguido escapar-se a uma morte certa, tendo com o carneiro sobrevoado o mar. No final da viagem, Frixo terá sacrificado o carneiro e pendurado a sua pele numa árvore - um carvalho - num bosque consagrado a Ares, onde ficou à guarda de um dragão.
O Tosão aí permaneceu até que Jasão e os Argonautas o conseguiram retirar.

Um Mito e uma Epopeia repleta de símbolos e significados.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Monte Sinai e Santa Catarina do,

O Monte Sinai (também conhecido como Monte Horeb ou Jebel Musa, que significa “Monte de Moisés” em árabe) está situado no sul da península do Sinai, no Egipto.

Esta região é considerada sagrada por três religiões: cristianismo, judaísmo e islamismo.

É um pico de granito com uma altura de 2288 metros onde, segundo a Bíblia e a tradição judaica, Moisés teria recebido as Tábuas da Lei, embora não haja evidências arqueológicas diretas da passagem daquele profeta na região. No entanto, essa tradição é tão antiga que, ao longo dos séculos, foram sendo construídos sobre o monte e à sua volta vários locais de culto e acumulados tesouros da cultura religiosa.

No pico do monte encontra-se a pequena Capela da Santíssima Trindade, construída em 1934 sobre as ruínas duma igreja do século XVI, onde se pensa que existiria a sarça ardente – no entanto, o Mosteiro de Santa Catarina, no sopé do monte, clama a mesma localização. Entre a base e o pico, existe uma escadaria escavada na rocha com cerca de 4000 degraus (leva 3 horas a subir), chamada “Sikket Saydna Musa”, que significa, em árabe, “O Caminho de Moisés”.

750 degraus abaixo do pico, existe uma plataforma onde Aarão e os 70 sábios teriam esperado, enquanto Moisés recebia as Tábuas da Lei (Êxodo 24:14) e uma caverna, chamada “Retiro de Elias”, onde se acredita que aquele profeta passou 40 dias e noites em comunhão com Deus. A noroeste deste ponto, encontra-se o monte Safsaafa, onde viveram eremitas bizantinos, como São Gregório e, logo abaixo deste pico, encontra-se a planície de ar-Raaha, onde os israelitas teriam acampado enquanto Moisés subia à montanha e onde, depois ergueu o primeiro tabernáculo.

Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz Helena de Bizâncio, no século IV que fez ali contruir uma igreja, a Capela da Sarça Ardente, no local onde ainda se encontra vivo um arbusto de Rubus sanctus, que os monges acreditam ser a sarça ardente original. Imediatamente se estabeleceu ali uma comunidade monástica e, para proteger a igreja e os monges dos ataques de beduínos, o imperador Justiniano I mandou construir uma muralha à volta da igreja, no ano 542 e os edifícios que são hoje o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina.

Conta-se também que o profeta Maomé teria visitado a região e, tendo sido bem tratado pelos monges ortodoxos, prometeu-lhes a sua protecção, o que se tornou uma orientação para todos os muçulmanos daí para a frente.

Dia de S. João

São João

Festas Sanjoaninas no Porto

terça-feira, 22 de junho de 2010

Ponta do véu ...

É tradição antiquíssima herdada de uns para outros, que pelo "VALE DE CHELAS" entrava um esteiro do mar, o qual chegava até ao pátio do Mosteiro, onde está o poço dos SANTOS MÁRTIRES, e que naquele lugar tomara porto uma barca guiada por ordem do Céu, em que vinha o corpo de S. Felix, e os outros gloriosos Mártires; cujas relíquias se guardam naquele Mosteiro com grande veneração... o corpo de S. Felix veio a Lisboa por vontade divina.
Numa extremidade do vale de Chelas, em Lisboa, está implantado o Convento de invocação a S. Félix e Santo Adrião.
Ao contrário daquilo que é habitualmente dito, o mosteiro ou convento de Chelas não era apenas de mulheres, ou apenas de homens. O Mosteiro de Chelas era misto.
Na Torre do Tombo, existe uma transcrição paleográfica e tradução do latim de um acordo celebrado entre as religiosas de Chelas e Martim Perez, cidadão de Lisboa de 1181. Bem como
uma carta de doação de uma vinha feita ao Mosteiro de Chelas por D. Sancho I e D. Dulce em 1192, no qual é referido que: O Mosteiro de Chelas é dos Frades de São Félix de Chelas.

A data da fundação do Mosteiro, de características românticas, perdeu-se na origem dos tempos, o que para alguns historiadores atesta que foi edificado antes da nacionalidade portuguesa.

Outros cronistas afirmam que a fundação do convento de Chelas terá sido anterior ao nascimento de Cristo e, defendem, que foi o primeiro templo pagão a ser convertido ao cristianismo.

Aqueles que defendem a origem mais antiga afirmar que o Convento de S. Félix foi construído no Séc. VII antes de Cristo e que é a clausura mais antiga de Lisboa e seus arredores, tendo sido objecto de diversas remodelações.

Conta a tradição, descrita por Vilhena Barbosa, que no ano de 666 apareceram nos terrenos fronteiriços ao largo de Chelas os dois grandes caixões em mármore contendo as relíquias de S. Félix e dos seus doze companheiros, martirizados na Catalunha, no ano de 301.
Os caixões navegaram durante três séculos no Atlântico, vindo parar ao local onde depois seria erigido o convento sob a invocação de S. Félix. Mais tarde, em 804, o conde Servando depositou no convento as relíquias de Santo Adrião e de Santa Natália. Desde essa data, o convento de Chelas passou a chamar-se de Santo Adrião e de S. Félix.
As relíquias dos 26 santos padroeiros do mosteiro foram colocadas, em 1604, em esculturas mandadas fazer por D. Luiza de Noronha, que as colocou nos altares da capela principal da igreja.

Um marco milenário, dedicado ao imperador Adriano, descoberto na zona da actual estrada de Chelas - Rua Gualdim Pais, e que provava ter sido aquela via uma antiga estrada militar romana, esteve durante muitos anos nos terrenos do convento.

O Mosteiro é doado por D. Afonso Henriques à Ordem do Templo.

D. Afonso Henriques, em 1147, D. Afonso II, em 1219-26, e D. Manuel, em princípios do século XVI, foram os principais obreiros das reconstruções.
A igreja, monumento nacional, tem um portal manuelino interessante e tinha muitos azulejos, na frontaria.

No Convento de S. Félix entrou, aos oito anos de idade, com a mãe e a irmã - mandadas aprisionar pelo Marquês de Pombal - a célebre poetisa Marquesa de Alorna, que esteve no Convento até aos 18 anos.

O Convento de S. Félix sofreu diversas remodelações ao longo dos tempos. O grande terramoto quase o destruiu, tendo a igreja de ser reconstruída, praticamente, de raiz.

Durante o liberalismo, o convento foi profanado, perdendo o seu interior o aspecto religioso, uma vez que foi adaptado a outros fins.

As viúvas dos oficiais mortos no Ultramar, nos últimos anos de monarquia, foram aqui recolhidas. Do mesmo modo, o velho convento de cor parda, pertença do estado, serviu de residência a outras famílias pobres e aos operários da Fábrica da Pólvora. Esta unidade industrial - a Fábrica Nacional de Munições e Armas Ligeiras -, esteve aqui instalada, em 1955, e só anos mais tarde foi transferida para Braço de Prata.

No espaçoso largo, em frente do convento, houve, em tempos, muitos arraiais populares, que historiadores afirmam terem sido bastante concorridos.

Quanto ao vale de Chelas, os historiadores afirmavam que era bastante povoado, abrangendo uma área significativa. Atravessado ao meio pela linha férrea, o vale tem início junto ao Tejo, entre o Mosteiro da Madre de Deus e a antiga Fábrica dos Tabacos de Xabregas. Em tempos muito remotos, supõe-se que passasse pelo vale um pequeno braço do Tejo: um esteiro que acabaria por secar deixando, contudo, os terrenos férteis.

Um enorme pinheiro manso dava uma grandiosa sombra ao Convento de S. Félix e ao largo, numa zona onde predominavam os olivais e hortas verdejantes.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Egipto, hoje

(foto: Kelly Anderson, no Egipto)

O Nilo sempre Belo.
E as suas (fellucas) faluas ...

Salve, tu, Nilo!
Que te manifestas nesta terra
E vens dar vida ao Egipto!
Misteriosa é a tua saída das trevas
Neste dia em que é celebrada!
Ao irrigar os prados criados por Rá,
Tu fazes viver todo o gado,
Tu - inesgotável - que dás de beber à Terra!
Senhor dos peixes, durante a inundação,
Nenhum pássaro pousa nas colheitas.
Tu crias o trigo, fazes nascer o grão,
Garantindo a prosperidade aos templos.
Se páras a tua tarefa e o teu trabalho,
Tudo o que existe cai em inquietação.


- Livros sagrados e literatura primitiva oriental, Oração ao Nilo

domingo, 20 de junho de 2010

Solstício de Verão

Ninguém se entende relativamente ao Solstício de Verão.

De acordo com as mais variadas intrepretações, pode ocorrer:

19 de Junho - ou seja ter ocorrido ontem;

21 de Junho;

E que pode ir até 24 de Junho.

Para mim, porque o senti, ocorreu ontem.
Dia 19 de Junho, entre as 20h e as 20:45.
O Dia Mais Longo do ano, seguido de um nascer do Sol mais intenso e mais pulsante; como se a Vida se agita-se na corrente sanguínea, e os Corpos florescem-se de Luz.
Momento de auge luciferino, seguido de aceleração da pulsação de Vida e de tudo aquilo que ela encerra.

É no Solstício de Verão, que se realiza o Hieros Gamos.
A celebração sagrada do casamento.
Os gerados neste momento têm, no mínimo, um interior pleno, repleto de felicidade e Conhecimento.

O Solstício de Verão, foi ainda conotado com S. João Baptista, enquanto símbolo do início de uma nova vida, através do baptismo da Luz, é a entrada num novo ciclo de Luz.

É um momento de Comunhão com a Natureza e a Existência, um sentir forte, cheio e pleno.

Boa Luz!

sábado, 19 de junho de 2010

Aleph - Tau de Tomar

-----------------------------------

Sinagoga de Tomar

A Esfinge e a Cruz

E a esfinge responderá à pergunta da cruz, dizendo: - Deus é aquele que triunfa do mal pelas provas dos seus filhos; aquele que permite a dor, porque possui em si o remédio eterno. Deus é aquele que é, e diante de quem o mal não existe.

E a cruz responderá ao enigma da esfinge: - O homem é o filho de Deus que se imortaliza ao morrer, e que se liberta, por um amor inteligente e vitorioso, do tempo e da morte. O homem é aquele que deve amar para viver, e que não pode amar sem ser livre; o homem é o filho de Deus e da Liberdade!

Isís das Mil Faces

Eu sou a Deusa dos Mil Nomes
Do poder infinito e dos múltiplos dons
Manifestados na diversidade das minhas faces
Honradas e veneradas ao longo dos milénios
Eu sou Gaia, a Mãe Terra da antiga Grécia
Coloquei em ordem na vastidão do caos
Criando o universo ao ritmo da minha pulsação
Eu sou Ísis, a Deusa egípcia
Ofereço a cura e a transformação
Para quem as procura
Pois tenho o poder de plasmar um novo mundo
Eu sou Cerridwen dos celtas
No meu caldeirão mágico guardo o alimento da alma
A fonte inesgotável de sabedoria e inspiração
Quanto mais Eu dou, mais Eu recebo
Eu sou Athena da Grécia
Conhecida por minha sabedoria
Como meu totem – a coruja –
Ouço e vejo tudo o que se passa ao meu redor
Sou forte como o carvalho
Ou pacificadora como a oliveira
Eu sou Diana, a Deusa lunar romana
Protectora das mulheres e das crianças
Guardiã das florestas e dos animais
Acerto com as flechas no alvo dos meus desejos
Eu sou Bast, a Deusa felina do Egipto
Graciosa, sinuosa, brincalhona e afectuosa
Irradio o calor e a luz do glorioso Sol
Eu sou Freya, a bem amada Deusa nórdica
Sobrevoo o mundo, canto alegremente
Celebrando os laços entre amigos e amantes
Eu sou Hécate, a tríplice Deusa grega
Guardiã da noite e das encruzilhadas
Escolho o caminho que Eu quero percorrer
Permeando a razão com o brilho da intuição
Eu sou Ereshkigal da Assíria e Babilónia
A rainha do mundo subterrâneo
Para crescer, liberto-me da velha pele
Sou detentora do profundo poder da renovação
Eu sou Kwan Yin, a Deusa chinesa da compaixão
Ouço e consolo as dores do mundo
Protegendo as mães e seus filhos
Ensinando a magia da mutação
Eu sou Maat do Egipto
Verdade, justiça e lei são as regras do meu universo
Estabeleço a harmonia através do poder divino
Eu sou Nu Kwa da China, a criadora em forma de dragão
Estabeleço o equilíbrio cósmico
Ligo homens e mulheres
Com laços de igualdade, respeito e amor
Eu sou Pele, a Deusa havaiana dos vulcões
Rubra energia ígnea irrompe do meu centro
Criando novos mundos
Fluindo por cima dos obstáculos
Eu sou Rhiannon, a Deusa galesa equina
Viajo livre, serena e segura pelo mundo
Com minha voz melodiosa
Acordo os mortos e adormeço os vivos
Eu sou Sedna dos esquimós
Conheça-me e honre-me através dos animais
Ursos, baleias, focas e peixes
Todas as criaturas da terra e do mar
São partes de Mim e têm o direito de viver


- Autor desconhecido

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Hieros Gamos

Casamento Sagrado

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Leylet en Nuktah

No Egipto, comemora-se hoje o festival da Noite da Lágrima ou Leylet en-Nuktah em homenagem a Isis e Osiris.


Uma comemoração que tem sido preservada pelos árabes.

É um dia muito especial no calendário tradicional egípcio.
De acordo com o calendário Copta, realiza-se anualmente no dia 17 de Junho.

Comemora o primeiro dia do aumento do caudal do Rio Nilo antes da inundação do delta e do vale do Nilo.

O Nilo é o garante da vida no Egipto, e perdura há milénios, sem ele, não existiria Egipto.
A inundação do vale do Nilo permite que sejam depositados fertilizante naturais no seu solo, os quais irão dar lugar a produções fartas.

Daí que esta comemoração seja um momento muito especial para os egípcios desde sempre.

Normalmente, e embora exista um dia fixo para o aumento do caudal do Rio Nilo, as alterações significativas ocorrem alguns dias depois. Efectivamente, o aumento do nível do rio ocorre muito perto do solstício de Verão.

A deusa Ísis é uma das principais divindades da mitologia egípcia, no entanto o seu culto transcende as fronteiras do Egipto, tendo-se estendido ao universo greco-romano.
O seu culto remonta a 3.000 A.C..

Simboliza o princípio feminino.
É a filha primogénita do deus da Terra, Geb, e da divindade que rege o Cosmos, Nut.
O seu irmão Osíris, torna-se seu marido, e geram Hórus, o deus do céu, inebriado de energia solar.

O outro irmão, Seth, responsável pelos desertos, transforma-se no principal inimigo do casal.

Seth profundamente invejoso da sorte de Osíris - que tinha como missão governar a Terra, mais concretamente o Egipto, teve a oportunidade de transmitir aos homens conhecimentos preciosos sobre agricultura, e os animais.

De acordo com a mitologia egípcia, Osíris é traído por Seth; é morto e esquartejado.
Seth é associado à essência do mal.

Ísis, desesperada, consegue reunir todos os membros do marido, com excepção do orgão genital masculino, o qual foi substítuido por um órgão de ouro.
Isís ressuscita Osíris graças aos seus dotes mágicos e ao seu poder de curar.
Neste interim concebem Hórus, que vingará o Pai matando Seth.

Ísis é a zeladora; sejam escravos ou nobres, pecadores ou santos, governantes ou governados, homens ou mulheres, a todos protege com o mesmo empenho e a mesma solicitude, apanágio da sua natureza profundamente maternal e fértil.

Durante muito tempo foi venerada como a representação maior da essência maternal e da esposa perfeita, além de velar pela natureza; actua em todas as dimensões da Existência.
Era vista como um símbolo do que há de mais singelo, dos que morrem e daqueles que nascem. Uma mitologia tardia atribui às cheias do Rio Nilo, que ocorriam uma vez por ano, as lágrimas derramadas por Ísis pela perda de seu amado.

Ano após ano a morte e a ressurreição de Osíris foram e ainda são relembradas em diversos rituais.

E é assim que nesta tradição da Noite da Lágrima, se revive o enlace de Geb e Nut, ou seja, da Terra e do Céu, e o surgimento da sua descendência, Ísis e Osíris, e ainda a de seus irmãos, totalizando nove deuses, a famosa Enéada, com início na Divindade criadora originária.

Juntos, Ísis e Osíris, simbolizam a realeza do Egipto.
Isís representava o trono, no qual despontava o poder real do marido.
O seu culto tem revestido grande importância e tem sido constante ao longo dos tempos.

Um facto interessante é o de, no Império Romano, ter obtido muitos discípulos.
Actualmente a arqueologia comprova este facto, e é possível encontrar vestígios de templos e monumentos piramidais por toda a cidade de Roma.

Na Grécia, atingiu espaços sagrados como em Delos, Delfos e Elêusis, e particularmente em Atenas.
Os seus discípulos espalharam-se também pelos territórios gauleses, Espanha, Arábia Saudita, Portugal, Irlanda e na Grã-Bretanha.

Toma-lo, toma-lo!

-------------------------------

1 - 2 - 3



-

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tesouro: a natureza


Morri como mineral e tornei-me planta,
Morri como planta e tornei-me animal,
Morri como animal e tornei-me homem,
Por que temer? Quando é que fui diminuído pela morte?


- Rumi

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Verdade

Matter, it doesn't matter!

"In another sense, however, matter is highly important,
because it is the foundation of the human, emotional and
mental bodies, which are fine and ever more refined temples
where we, Soul - the eternal, nonmaterial side of us - take up residence.

We gather all kinds of experiences in these bodies. Pain and suffering, joy
and contentement, and all other states in between, are our lot. Through it all,
we gain love and wisdom. Of the two, love is the more important."


- Sri Harold Klemp

Esta vida é apenas um sonho e, ao dormirmos,
imaginamo-lo duradouro.
Até que se ergue a alvorada da morte
e nos arranca das trevas.


- Rumi

domingo, 13 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Portugal

Hoje é o Dia dedicado à comemoração de um País.
Deste País; à comemoração de Portugal: mais do que um País, um Projecto, um Ideal.
Um sentir, que devia ser, colectivo.
Um orgulho de pertença a este nosso território, cultura, hábitos e costumes comuns.
Há que reavivar este sentir.

Salve, berço do nome lusitano!
Nesta manhã solene.
Que, em volver de ano e ano,
Jamais acabará que a apague o tempo
Da saudosa memória;
Nesta manhã de glória
A ti veio, a ti venho, asilo santo
Da lusitana antiga liberdade.

Tuas lobregas cavernas
Me serão templo augusto e sacrossanto,
Aonde da Razão e da Verdade
Celebrarei a festa.

Ouça-me o vale, o outeiro,
Escute-me a floresta
Aonde do seguro azambujeiro
Seus cajados cortavam
Os pastores de Luso,
Que a defender a pátria e a liberdade
Nesses tempos bastavam
De honra e lealdade.


- Almeida Garrett, Viriato

Bim ar thoir an comhartha
Scaoileas m'anam saor
Caithfidh mo chroi a
bheith glan
Roimh siochan theacht crum

Ni leanfaidh Brón
Is Béim sásta le mo ghrá
Guím comhartha
chabhreoidh liom
Mé a chomhlíonadh

Bim ar thoir an comhartha
Scaoileas m'anam saor
Caithfidh mo chroi a
bheith glan
Roimh siochan theacht crum

Sí an ghaoth do ghuth
Sí an bháisteach do dheora
Grian, do chroí ar las
Do spiorad mo shlánú

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Atalaia de Lovelhe

Também conhecida como Fortim da Atalaia ou Bateria da Mata

Fortim da Atalaia

A atalaia é a mais pequena das fortificações que constituíram o conjunto defensivo de vila nova de Cerveira, desde os tempos mais remotos, garantindo igualmente com a sua participação na defesa do Minho.

Situa-se na Serra da Gávea, a poente da Capela de Nossa Senhora da Encarnação, num cotovelo do monte, do qual se avista toda a vasta área do rio Minho, desde terras de Valença a território de Caminha. Trata-se de um pequeno fortim de forma circular, actualmente encoberto por denso matagal, composto de vegetação de pequeno porte e frondosas mimosas. Transposta a porta ogival e subidos os cincos degraus, estamos num passadiço que comunica com as aberturas assentes em mata-cães, destinados à colocação de peças de artilharia. Devido à sua disposição, estas podiam cobrir a totalidade da área do rio e do vale. A defesa do fortim e zona destinada à diminuta guarnição era assegurada por uma muralha em pedra, ao fundo da qual foi aberto um fosso com uma profundidade apreciável e de difícil, ou quase impossível, transposição, pois ainda hoje apresenta uns três metros.

Embora a sua estrutura actual nos dê indícios de se tratar de uma construção datável das guerras da Restauração, pelo menos, poderemos reportá-la na época Fernandina ou aos inícios da segunda dinastia, o que nos é sugerido pelos mata-cães que sustentavam as aberturas destinadas aos canhões, que tinham por missão apoiar o Castelo de Cerveira e o Forte de Lovelhe, que por estarem muito próximos do rio eram, dada essa localização, muito mais vulneráveis.

Enquadramento
Rural, isolado, remate de esporão, a meia encosta, coberto de pinhal e mimosas, sobranceiro ao Rio Minho e superfície aluvial deste rio.

Descrição
Bateria assente numa plataforma defendida por uma muralha de blocos mal faceados, assentes em seco, com c. de 1 m de espessura e conservando uma altura máxima de c. de 1 m. Na zona de ligação do esporão à encosta foi escavado um fosso no afloramento, sobre o qual foi construído um passadiço de pedra vã. A bateria apresenta uma planta circular, sendo construída com um aparelho de alvenaria de blocos irregulares de granito, com cornija, vãos e balcões em cantaria. Tem uma entrada virada a E., em porta de uma folha em vão de arco quebrado, que através de 9 degraus dá acesso à zona superior da bateria. No interior, no centro do edifício, encontra-se uma cisterna de planta circular com c. de 2 m de diâmetro e uma profundidade de c. de 3 m. Em plano mais elevado, contornando todo o perímetro da bateria, encontra-se uma ronda com uma largura de c. de 1,5 m, com acesso por 3 degraus lançados a partir dos dois lados da escadaria da entrada, estando limitada por uma muralha com uma espessura de c. de 1,5 m e conservando uma altura máxima de c. de 1 m. Esta muralha apresenta três aberturas conduzindo a balcões salientes, assentes sobre 4 consolas de granito, virados a N, S. e O..

Utilização Inicial
Militar: Atalaia

Utilização Actual
Marco histórico-cultural

Época Construção
Idade Moderna

Tipologia
Arquitectura militar, moderna. Bateria de planta circular, com alçado exterior percorrido por cornija curva e balcões sobre modilhões, integrando cisterna no seu interior.

Características Particulares
Planta circular; fosso escavado no afloramento; cisterna.

Materiais
Muralha em alvenaria de blocos irregulares de granito, ligados com argamassa, com cornija, vãos e balcões em cantaria; porta em madeira chapeada.

Observações
Funcionava conjuntamente com o Forte de Lovelhe e o castelo de Vila Nova de Cerveira, formando um triângulo defensivo neste sector do Rio Minho. O contorno do esporão foi escavado de forma a acentuar o declive que se sucede à plataforma superior.

(fonte: IHRU)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

2ª Cruzada

A 2ª Cruzada e a Travessia da Anatólia


Antalya

Ao chegar a Niceia em Novembro, o exército de Luís VII de França recebeu os sobreviventes do grupo de Conrado III da Germânia. Seguindo o percurso de Otão de Freising, aproximaram-se da costa mediterrânica e chegaram a Éfeso em Dezembro, onde foram avisados de um ataque iminente dos turcos. Chegou também uma embaixada de Manuel I Comneno, com reclamações pelas pilhagens que os cruzados tinham feito por partes da Anatólia em poder do império; por outro lado, os enviados do imperador não ofereceram garantias de que os bizantinos iriam auxiliar os cruzados contra os turcos.

Entretanto, Conrado III da Germânia adoeceu e voltou a Constantinopla, recebendo os cuidados pessoais de Manuel Comneno. Ignorando as informações sobre uma emboscada turca, e pouco depois de sair de Éfeso com os sobreviventes franceses e germânicos, Luís VII acabaria por vencer um destacamento inimigo[3].

Os franceses chegaram a Laodiceia no início de Janeiro de 1148, e Luís VIII decidiu atravessar a região montanhosa da Frígia para acelerar a sua chegada às terras cruzadas do Antioquia. Ao subir as montanhas, os cruzados viram os corpos não sepultados da divisão de Otão de Freising.

Ao atravessar o monte Cadmus, o rei francês decidiu liderar a retaguarda, onde viajavam os peregrinos não combatentes e os comboios de provisões. Sem a lentidão da bagagem, a vanguarda sob o comando de Amadeu III de Sabóia (tio de Luís VII) e Godofredo de Rancon (vassalo de Leonor da Aquitânia) chegou mais cedo ao cume do monte, onde tinham recebido ordens para montar acampamento para a noite. No entanto, Godofredo e Amadeu decidiram continuar a marcha até a um planalto próximo do cume, que tinha melhores condições para montar campo; era uma desobediência, alegadamente comum neste exército devida à fraca liderança do monarca.

Iluminura medieval da cruzada de Luís VII de França. A meio da tarde, a retaguarda da coluna atrasou-se e o exército ficou dividido. Ocupando o cume do monte, os turcos que seguiam os cruzados decidiram então atacar o contingente atrasado. Tomados de surpresa e sem possibilidade de fuga, os cruzados sofreram pesadas perdas, mortos pelo inimigo ou caindo pelo desfiladeiro.

Segundo o cronista Odo de Deuil, Luís VII tinha-se recusado a usar as vestimentas de rei, usando uma simples túnica de soldado. Ao contrário da sua escolta, que foi trucidada, conseguiu subir a um rochedo e foi ignorado pelos inimigos, que não o reconheceram. Os restantes cruzados só tiveram descanso ao cair da noite.

Guilherme de Tiro culpou a derrota no volume e na lentidão do comboio de bagagem, composto em grande parte pelos pertences das mulheres. O rei culpou Godofredo de Rancon, que tomara a decisão de continuar, e uma vez que este era vassalo de Leonor da Aquitânia, muitos cruzados acreditaram que tinha sido a rainha a responsável. Ambas as interpretações, e o facto de os aquitânios não terem participado da batalha por estarem na vanguarda, serviram para impopularizar a duquesa.

Quando os turcos deixaram de atacar, os cruzados continuaram a marcha em direcção a Antália. Com o exército continuamente acossado a curta distância pelos inimigos, que procederam a uma táctica de terra queimada para impedir o seu provisionamento, Luís VII decidiu abandonar a rota terrestre e viajar de Antália para Antioquia por mar.

Após um mês de espera devido às tempestades que se faziam sentir, a maioria dos navios prometidos não chegaram. O rei embarcou com parte das suas forças, deixando o resto do exército em terra (sobretudo os plebeus sem cavalos), e na marcha destes até Antioquia a maioria morreria às mãos dos turcos ou por doença.

sábado, 5 de junho de 2010

Estela de Mesha - Benjamin


« C’est moi, Mesha, fils de Kamosh(gad), roi de Moab, le Dibonite. Mon père a régné trente ans sur Moab et moi, j’ai régné après mon père. J’ai construit ce sanctuaire pour Kamosh de Qerihoh, (sanctuaire) de salut car il m’a sauvé de tous les agresseurs et il m’a fait me réjouir de tous mes ennemis. Omri fut roi d’Israël et opprima Moab pendant de longs jours, car Kamosh était irrité contre son pays. Son fils lui succéda et lui aussi il dit : “J’opprimerai Moab”. De mes jours, il a parlé (ainsi), mais je me suis réjoui contre lui et contre sa maison. Israël a été ruiné à jamais. Omri s’était emparé du pays de Madaba et (Israël) y demeura pendant son règne et une partie du règne de son fils, à savoir quarante ans : mais de mon temps Kamosh l’a habité. J’ai bâti Ba’al-Me’on et j’y fis le réservoir, et j’ai construit Qiryatan. L’homme de Gad demeurait dans le pays de ’Atarot depuis longtemps, et le roi d’Israël avait construit ’Atarot pour lui-même. J’attaquai la ville et je la pris. Je tuai tout le peuple de la ville pour réjouir Kamosh et Moab. J’emportai de là l’autel de Dodoh et je le traînai devant la face de Kamosh à Qeriyot où je fis demeurer l’homme de Saron et celui de Maharot. Et Kamosh me dit : “Va, prends Neboh à Israël”. J’allai de nuit et je l’attaquai depuis le lever du jour jusqu’à midi. Je la pris et je tuai tout, à savoir sept mille hommes et garçons, femmes, filles et concubines parce que je les avais voués à ’Ashtar-Kamosh. J’emportai de là les vases de Yahwé et je les traînai devant la face de Kamosh. Le roi d’Israël avait bâti Yahas et il y demeura lors de sa campagne contre moi. Kamosh le chassa de devant moi. Je pris deux cents hommes de Moab, tous ses chefs, et j’attaquai Yahas et je la pris pour l’annexer à Dibon. J’ai construit Qerihoh, le mur du parc et celui de l’acropole, j’ai construit ses portes et ses tours. J’ai bâti le palais royal et j’ai fait les murs de revêtement du réservoir pour les eaux, au milieu de la ville. Or, il n’y avait pas de citerne à l’intérieur de la ville, à Qerihoh, et je le dis à tout le peuple : “Faites- vous chacun une citerne dans votre maison”. J’ai fait creuser les fossés (autour) de Qerihoh par les prisonniers d’Israël. J’ai construit Aro’er et j’ai fait la route de l’Arnon. J’ai construit Bet-Bamot, car elle était détruite. J’ai construit Bosor, car elle était en ruine, avec cinquante hommes de Dibon, car tout Dibon m’était soumis. J’ai régné ... cent avec les villes que j’ai ajoutées au pays. J’ai construit ... Madaba, Bet-Diblatan et Bet-Ba’al-Me’on. J’ai élevé là ....troupeaux du pays. Et Horonan où demeurait ... Et Kamosh me dit : “Descends et combats contre Horonan”. J’allai (et je combattis contre la ville et je la pris ; et) Kamosh y (demeura) sous mon règne .... de là ... C’est moi qui ... »

I am Mesha, son of KMSYT (Kemosh[-yat]), the king of Moab, the Dibonite. My father was king of Moab thirty years, and I reigned after my father. And I built this high-place for Kemosh in QRH ("the citadel"), a high place of [sal-] vation because he saved me from all the kings (or "all the attackers"), and because let me be victorious over all my adversaries. Omri was king of Israel and he oppressed Moab for many days because Kemosh was angry with his land. And his son replaced him; and he also said, "I will oppress Moab". In my days he spoke thus.
But I was victorious over him and his house. And Israel suffered everlasting destruction, And Omri had conquered the land of Madaba, and he dwelt there during his reign and half the reign of his son, forty years. But Kemosh returned it in my days. So I [re]built Baal Meon, and I the water reservoir in it. And I bu[ilt] Qiryaten. The man of Gad had dwelt in Ataroth from of old; and the king of Israel built Ataroth for him. But I fought against the city and took it. And I slew all the people [and] the city became the property of Kemosh and Moab. And I carried from there the altar for its DVDH ("its Davidic altar"?) and I dragged it before Kemosh in Qerioit, and I settled in it men of Sharon m[en] of Maharit. And Kemosh said to me, "Go! Seize Nebo against Israel." so I proceeded by night and fought with it from the crack of dawn to midday, and I took it and I slew all of them: seven thousand men and boys, and women and gi and maidens because I had dedicated it to Ashtar Kemosh I took [the ves-] sels of YHWH, and I dragged them before Kemosh. And the king of Israel had built Yahaz, and he dwelt in it while he was fighting with me, but Kemosh drove him out before me. so I took from Moab two hundred men, all his captains. And I brought them to Yahaz, And I seized it in order to add (it) to Dibon. I (myself) have built the 'citadel', 'the wall(s) of the forest' and the wall of the 'acropolis'. And I built its gates; And I built its towers. And I built a royal palace; and I made the ramparts for the reservo[ir for] water in the midst of the city. But there was no cistern in the midst of the city, in the 'citadel,' so I said to all the people, "Make [for] yourselves each man a cistern in his house". And I hewed the shaft for the 'citadel' with prisoners of Israel. I built Aroer, and I made the highway in the Arnon.
I built Beth-Bamot, because it was in ruins. I built Bezer, because it was a ruin [with] the armed men of Dibon because all of Dibon was under orders and I ruled [ove]r [the] hundreds in the towns which I have annexed to the land. And I built Medeba and Beth-Diblaten and Beth-Baal-Meon, and I carried there [my herdsmen] [to herd] the small cattle of the land, and Horonain, in it dwelt ... [and] Kemosh [s]aid to me, "Go down, fight against Horonain". And I went down [and I fought with the city and I took it and] Kemosh [re]turned it in my days. Then I went up from there te[n...] [...a high] place of justice and I [...]

4 Colunas, Benjamin de Sefa

Donec Auferatur Luna
Dar e Tirar a Lua
Et signum magnum paruit in caelo mulier amicta sole et luna sub pedibus eius et in capite eius corona stellarum duodecim

Magnum apparauit in caelo, mulier amicta sole. Datae sunt mulieri alae duae aquilae magnae.


Tell el-Fûl

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Donec Auferatur Luna


(D. Afonso Henriques - Painel, S. Vicente de Fora)

Oh Deus, dai ao rei o Vosso poder de julgar

Concebida para acompanhar um salmo que se dedica a Salomão, o rei sábio (v.1, In Salomonem), a ilustração do fólio 124 é uma das mais significativas e interessantes de um livro que, na sua parte visual, evita todo o elemento supérfluo ou excessivamente reiterativo.

O Julgamento de Salomão (I, Reis, 3, 16-28) abre este capítulo, imerso totalmente na descrição das diferentes formas de realeza.

Um menino recém-nascido aparece sobre uma mesa de madeira, diante de um homem com uma faca na mão; situados em ambos os lados da mesa, encontram-se as duas mulheres que disputam a criatura e à esquerda, Salomão entronizado junto a dois homens de meia-idade.

O rei dita o veredicto perante eles, expectantes, enquanto que uma das mulheres parece renunciar à sua maternidade depois de ouvir as palavras do rei que ordenavam que se partisse o menino ao meio.

O salmo refere-se à sabedoria que Deus deve conceder aos monarcas, para que estes sejam justos (v. 2, Deus judicium tuum regi da: et justitiam tuam filio regis: Judicare populum tuum in justitia et pauperes tuos in judicio.// Oh Deus, dai ao rei o Vosso poder de julgar: e a tua justiça ao filho do rei: para que julgue o Vosso povo com justiça e os Vossos pobres com equidade).

Salomão é, sem dúvida, o protótipo bíblico e indiscutível do rei sábio, que age com justiça e devolve o filho à verdadeira mãe.

- M. Moleiro

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Fiel guarda

-
Fiel guarda da memória é a escripta, porque renova as cousas antigas, e confirma as novas, conserva as confirmadas e representa as conservadas para que as notícias d'ellas se não entreguem ao esquecimento dos vindouros.

De um diploma de doação de D. Afonso Henriques ao Mestre Galdino Paes (Trad. de Luciano Cordeiro)

O Amor

O Amor é a expressão plena de Deus.

São 32, as suas facetas.

Mas, é da mais Completa de todas, da mais Sublime, aquela de que venho falar.

A de um Homem e de uma Mulher.

Do Amor como de um Oceano.
Completo, Pleno, Transversal; Vertical: de Alto a Baixo, Multidimensional.
Sem vergonhas, sem barreiras, sem obstáculos, sem subterfúgios, sem mistificações ou desculpas.
Concreto, real, intemporal, e consciente.

O Amor talhado no Céu.
Como se Vulcano talha-se dois em Um.
Uma Presença, o Céu, o Gosto, a Visão, a Sintonia, a Intuição ...
O Segredo Partilhado, um Céu Estrelado
A Plenitude: Corpo, Alma e Espírito.

Da Procura e do (Re)Encontro ...
Da Luz que tudo abarca, na descoberta, na construção e criação a dois, em conjunto e em comum; aqui e agora, sem ontem ou amanhã, mas no presente, no Eterno Presente.

Total, Completo e Concreto.

Tudo menos que isto, pode ser tudo mas não Amor.
Não é Amor a aspiração de Platão, num seu sentimento de desejo, permanentemente imberbe e inconsequente a uma musa distante que coloca num pedestal.
Um sentimento platónico, receoso, envergonhado e distante da realidade, da Vida.
Sem iniciativa, sem anima ou animus; tão passivo, quanto inconsequente e isento de criação.
Uma fuga.

Como diz o poeta:

Nunca serás feliz se não te deres
por inteiro ao que fazes
e de pronto não puseres
até nas coisas mais fugazes
toda a força que puderes.

Quem se entrega somente por metade
jamais verá na vida
a meta da corrida
para a felicidade.


- T. da Luz, Entrega