
Saudações e Luz


A Argo é a mítica embarcação dos Argonautas.
Reza o Mito que a embarcação foi construída por Argus e que, tanto a embarcação, quanto os Argonautas, tinham a protecção da deusa Atena.
A sua prôa teria sido talhada a partir de madeira da floresta sagrada de Dodona - um oráculo pré-histórico dedicado à Deusa Mãe.
Teria sido nesta embarcação que Jasão e os Argonautas terão partido em busca do Tosão ou Velo de Ouro.
O Tosão de Ouro seria feito de lã de ouro do carneiro alado Crisómalo, e estaria pendurado num carvalho sagrado na Cólquida - a sul das montanhas do Cáucaso. Segundo o Mito, Jasão tinha que obter o velo para assumir o trono de Iolco na Tessália.
O Tosão seria a pele de um carneiro alado cuja lã era feita de ouro. Com esse carneiro Frixo e Hele terão conseguido escapar-se a uma morte certa, tendo com o carneiro sobrevoado o mar. No final da viagem, Frixo terá sacrificado o carneiro e pendurado a sua pele numa árvore - um carvalho - num bosque consagrado a Ares, onde ficou à guarda de um dragão.
O Tosão aí permaneceu até que Jasão e os Argonautas o conseguiram retirar.
Um Mito e uma Epopeia repleta de símbolos e significados.

O Monte Sinai (também conhecido como Monte Horeb ou Jebel Musa, que significa “Monte de Moisés” em árabe) está situado no sul da península do Sinai, no Egipto.
Esta região é considerada sagrada por três religiões: cristianismo, judaísmo e islamismo.
É um pico de granito com uma altura de 2288 metros onde, segundo a Bíblia e a tradição judaica, Moisés teria recebido as Tábuas da Lei, embora não haja evidências arqueológicas diretas da passagem daquele profeta na região. No entanto, essa tradição é tão antiga que, ao longo dos séculos, foram sendo construídos sobre o monte e à sua volta vários locais de culto e acumulados tesouros da cultura religiosa.
No pico do monte encontra-se a pequena Capela da Santíssima Trindade, construída em 1934 sobre as ruínas duma igreja do século XVI, onde se pensa que existiria a sarça ardente – no entanto, o Mosteiro de Santa Catarina, no sopé do monte, clama a mesma localização. Entre a base e o pico, existe uma escadaria escavada na rocha com cerca de 4000 degraus (leva 3 horas a subir), chamada “Sikket Saydna Musa”, que significa, em árabe, “O Caminho de Moisés”.
750 degraus abaixo do pico, existe uma plataforma onde Aarão e os 70 sábios teriam esperado, enquanto Moisés recebia as Tábuas da Lei (Êxodo 24:14) e uma caverna, chamada “Retiro de Elias”, onde se acredita que aquele profeta passou 40 dias e noites em comunhão com Deus. A noroeste deste ponto, encontra-se o monte Safsaafa, onde viveram eremitas bizantinos, como São Gregório e, logo abaixo deste pico, encontra-se a planície de ar-Raaha, onde os israelitas teriam acampado enquanto Moisés subia à montanha e onde, depois ergueu o primeiro tabernáculo.
Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz Helena de Bizâncio, no século IV que fez ali contruir uma igreja, a Capela da Sarça Ardente, no local onde ainda se encontra vivo um arbusto de Rubus sanctus, que os monges acreditam ser a sarça ardente original. Imediatamente se estabeleceu ali uma comunidade monástica e, para proteger a igreja e os monges dos ataques de beduínos, o imperador Justiniano I mandou construir uma muralha à volta da igreja, no ano 542 e os edifícios que são hoje o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina.
Conta-se também que o profeta Maomé teria visitado a região e, tendo sido bem tratado pelos monges ortodoxos, prometeu-lhes a sua protecção, o que se tornou uma orientação para todos os muçulmanos daí para a frente.
É tradição antiquíssima herdada de uns para outros, que pelo "VALE DE CHELAS" entrava um esteiro do mar, o qual chegava até ao pátio do Mosteiro, onde está o poço dos SANTOS MÁRTIRES, e que naquele lugar tomara porto uma barca guiada por ordem do Céu, em que vinha o corpo de S. Felix, e os outros gloriosos Mártires; cujas relíquias se guardam naquele Mosteiro com grande veneração... o corpo de S. Felix veio a Lisboa por vontade divina.
(foto: Kelly Anderson, no Egipto)
O Nilo sempre Belo.




Matter, it doesn't matter!
"In another sense, however, matter is highly important,
because it is the foundation of the human, emotional and
mental bodies, which are fine and ever more refined temples
where we, Soul - the eternal, nonmaterial side of us - take up residence.
We gather all kinds of experiences in these bodies. Pain and suffering, joy
and contentement, and all other states in between, are our lot. Through it all,
we gain love and wisdom. Of the two, love is the more important."
- Sri Harold Klemp
Esta vida é apenas um sonho e, ao dormirmos,
imaginamo-lo duradouro.
Até que se ergue a alvorada da morte
e nos arranca das trevas.
- Rumi

A atalaia é a mais pequena das fortificações que constituíram o conjunto defensivo de vila nova de Cerveira, desde os tempos mais remotos, garantindo igualmente com a sua participação na defesa do Minho.
Situa-se na Serra da Gávea, a poente da Capela de Nossa Senhora da Encarnação, num cotovelo do monte, do qual se avista toda a vasta área do rio Minho, desde terras de Valença a território de Caminha. Trata-se de um pequeno fortim de forma circular, actualmente encoberto por denso matagal, composto de vegetação de pequeno porte e frondosas mimosas. Transposta a porta ogival e subidos os cincos degraus, estamos num passadiço que comunica com as aberturas assentes em mata-cães, destinados à colocação de peças de artilharia. Devido à sua disposição, estas podiam cobrir a totalidade da área do rio e do vale. A defesa do fortim e zona destinada à diminuta guarnição era assegurada por uma muralha em pedra, ao fundo da qual foi aberto um fosso com uma profundidade apreciável e de difícil, ou quase impossível, transposição, pois ainda hoje apresenta uns três metros.
Embora a sua estrutura actual nos dê indícios de se tratar de uma construção datável das guerras da Restauração, pelo menos, poderemos reportá-la na época Fernandina ou aos inícios da segunda dinastia, o que nos é sugerido pelos mata-cães que sustentavam as aberturas destinadas aos canhões, que tinham por missão apoiar o Castelo de Cerveira e o Forte de Lovelhe, que por estarem muito próximos do rio eram, dada essa localização, muito mais vulneráveis.
Enquadramento
Rural, isolado, remate de esporão, a meia encosta, coberto de pinhal e mimosas, sobranceiro ao Rio Minho e superfície aluvial deste rio.
Descrição
Bateria assente numa plataforma defendida por uma muralha de blocos mal faceados, assentes em seco, com c. de 1 m de espessura e conservando uma altura máxima de c. de 1 m. Na zona de ligação do esporão à encosta foi escavado um fosso no afloramento, sobre o qual foi construído um passadiço de pedra vã. A bateria apresenta uma planta circular, sendo construída com um aparelho de alvenaria de blocos irregulares de granito, com cornija, vãos e balcões em cantaria. Tem uma entrada virada a E., em porta de uma folha em vão de arco quebrado, que através de 9 degraus dá acesso à zona superior da bateria. No interior, no centro do edifício, encontra-se uma cisterna de planta circular com c. de 2 m de diâmetro e uma profundidade de c. de 3 m. Em plano mais elevado, contornando todo o perímetro da bateria, encontra-se uma ronda com uma largura de c. de 1,5 m, com acesso por 3 degraus lançados a partir dos dois lados da escadaria da entrada, estando limitada por uma muralha com uma espessura de c. de 1,5 m e conservando uma altura máxima de c. de 1 m. Esta muralha apresenta três aberturas conduzindo a balcões salientes, assentes sobre 4 consolas de granito, virados a N, S. e O..
Utilização Inicial
Militar: Atalaia
Utilização Actual
Marco histórico-cultural
Época Construção
Idade Moderna
Tipologia
Arquitectura militar, moderna. Bateria de planta circular, com alçado exterior percorrido por cornija curva e balcões sobre modilhões, integrando cisterna no seu interior.
Características Particulares
Planta circular; fosso escavado no afloramento; cisterna.
Materiais
Muralha em alvenaria de blocos irregulares de granito, ligados com argamassa, com cornija, vãos e balcões em cantaria; porta em madeira chapeada.
Observações
Funcionava conjuntamente com o Forte de Lovelhe e o castelo de Vila Nova de Cerveira, formando um triângulo defensivo neste sector do Rio Minho. O contorno do esporão foi escavado de forma a acentuar o declive que se sucede à plataforma superior.
(fonte: IHRU)
Ao chegar a Niceia em Novembro, o exército de Luís VII de França recebeu os sobreviventes do grupo de Conrado III da Germânia. Seguindo o percurso de Otão de Freising, aproximaram-se da costa mediterrânica e chegaram a Éfeso em Dezembro, onde foram avisados de um ataque iminente dos turcos. Chegou também uma embaixada de Manuel I Comneno, com reclamações pelas pilhagens que os cruzados tinham feito por partes da Anatólia em poder do império; por outro lado, os enviados do imperador não ofereceram garantias de que os bizantinos iriam auxiliar os cruzados contra os turcos.
Entretanto, Conrado III da Germânia adoeceu e voltou a Constantinopla, recebendo os cuidados pessoais de Manuel Comneno. Ignorando as informações sobre uma emboscada turca, e pouco depois de sair de Éfeso com os sobreviventes franceses e germânicos, Luís VII acabaria por vencer um destacamento inimigo[3].
Os franceses chegaram a Laodiceia no início de Janeiro de 1148, e Luís VIII decidiu atravessar a região montanhosa da Frígia para acelerar a sua chegada às terras cruzadas do Antioquia. Ao subir as montanhas, os cruzados viram os corpos não sepultados da divisão de Otão de Freising.
Ao atravessar o monte Cadmus, o rei francês decidiu liderar a retaguarda, onde viajavam os peregrinos não combatentes e os comboios de provisões. Sem a lentidão da bagagem, a vanguarda sob o comando de Amadeu III de Sabóia (tio de Luís VII) e Godofredo de Rancon (vassalo de Leonor da Aquitânia) chegou mais cedo ao cume do monte, onde tinham recebido ordens para montar acampamento para a noite. No entanto, Godofredo e Amadeu decidiram continuar a marcha até a um planalto próximo do cume, que tinha melhores condições para montar campo; era uma desobediência, alegadamente comum neste exército devida à fraca liderança do monarca.
Iluminura medieval da cruzada de Luís VII de França. A meio da tarde, a retaguarda da coluna atrasou-se e o exército ficou dividido. Ocupando o cume do monte, os turcos que seguiam os cruzados decidiram então atacar o contingente atrasado. Tomados de surpresa e sem possibilidade de fuga, os cruzados sofreram pesadas perdas, mortos pelo inimigo ou caindo pelo desfiladeiro.
Segundo o cronista Odo de Deuil, Luís VII tinha-se recusado a usar as vestimentas de rei, usando uma simples túnica de soldado. Ao contrário da sua escolta, que foi trucidada, conseguiu subir a um rochedo e foi ignorado pelos inimigos, que não o reconheceram. Os restantes cruzados só tiveram descanso ao cair da noite.
Guilherme de Tiro culpou a derrota no volume e na lentidão do comboio de bagagem, composto em grande parte pelos pertences das mulheres. O rei culpou Godofredo de Rancon, que tomara a decisão de continuar, e uma vez que este era vassalo de Leonor da Aquitânia, muitos cruzados acreditaram que tinha sido a rainha a responsável. Ambas as interpretações, e o facto de os aquitânios não terem participado da batalha por estarem na vanguarda, serviram para impopularizar a duquesa.
Quando os turcos deixaram de atacar, os cruzados continuaram a marcha em direcção a Antália. Com o exército continuamente acossado a curta distância pelos inimigos, que procederam a uma táctica de terra queimada para impedir o seu provisionamento, Luís VII decidiu abandonar a rota terrestre e viajar de Antália para Antioquia por mar.
Após um mês de espera devido às tempestades que se faziam sentir, a maioria dos navios prometidos não chegaram. O rei embarcou com parte das suas forças, deixando o resto do exército em terra (sobretudo os plebeus sem cavalos), e na marcha destes até Antioquia a maioria morreria às mãos dos turcos ou por doença.


(D. Afonso Henriques - Painel, S. Vicente de Fora)
- M. MoleiroConcebida para acompanhar um salmo que se dedica a Salomão, o rei sábio (v.1, In Salomonem), a ilustração do fólio 124 é uma das mais significativas e interessantes de um livro que, na sua parte visual, evita todo o elemento supérfluo ou excessivamente reiterativo.
O Julgamento de Salomão (I, Reis, 3, 16-28) abre este capítulo, imerso totalmente na descrição das diferentes formas de realeza.
Um menino recém-nascido aparece sobre uma mesa de madeira, diante de um homem com uma faca na mão; situados em ambos os lados da mesa, encontram-se as duas mulheres que disputam a criatura e à esquerda, Salomão entronizado junto a dois homens de meia-idade.
O rei dita o veredicto perante eles, expectantes, enquanto que uma das mulheres parece renunciar à sua maternidade depois de ouvir as palavras do rei que ordenavam que se partisse o menino ao meio.
O salmo refere-se à sabedoria que Deus deve conceder aos monarcas, para que estes sejam justos (v. 2, Deus judicium tuum regi da: et justitiam tuam filio regis: Judicare populum tuum in justitia et pauperes tuos in judicio.// Oh Deus, dai ao rei o Vosso poder de julgar: e a tua justiça ao filho do rei: para que julgue o Vosso povo com justiça e os Vossos pobres com equidade).
Salomão é, sem dúvida, o protótipo bíblico e indiscutível do rei sábio, que age com justiça e devolve o filho à verdadeira mãe.
De um diploma de doação de D. Afonso Henriques ao Mestre Galdino Paes (Trad. de Luciano Cordeiro)

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