quarta-feira, 5 de maio de 2010

Mosteiro de Ázere e Igreja de São Cosme e São Damião


Igreja de São Cosme e São Damião de Ázere foi mosteiro templário
A história desta igreja está ligada ao mosteiro de Ázere.

Junto à igreja paroquial, casa que foi residência paroquial.
No interior de pátio murado abrem-se vãos do antigo edifício monástico.
Na fachada oposta, ampla varanda em madeira domina em larga extensão campos e em fundo, área de bouça que integram a propriedade.

A parede O. da antiga residência paroquial ostenta no piso térreo a N. uma porta em arco ogival de silhares graníticos, com 6 aduelas de cada um dos lados, largas e curtas e com pedra de fecho.
A S. rasga-se uma fresta com mainel formado por dois cilindros adossados sobrepujados por imposta.
As ombreiras apresentam impostas, ao nível da imposta central, decoradas por motivo semelhante constituído por duas molduras horizontais paralelas.
O pilar é decorado na base com um motivo vegetalista em relevo, um trifólio.
Os vãos, de cada um dos lados do mainel, receberam um pilar vertical férreo de secção circular e pequeno diâmetro.
No piso superior rasga-se um vão amplo de silhares graníticos, de sacada, arco abatido e ombreiras com ângulos facetados. Este vão é flanqueado de ambos os lados por uma janela situando-se uma sobre a porta e outra sobre a fresta mainelada.
A porta de arco em ogiva apresenta pelo interior arco abatido com cinco aduelas apoiadas num someiro de cada um dos lados.
Alguns silhares são siglados.
Uma porta de características semelhantes, com arco em ogiva e silhares siglados, dá passagem para uma segunda dependência no interior do piso térreo.

1125 - o Mosteiro é coutado;

Séc. XIV - construção de edifício gótico;

Séc. XV - supressão do Mosteiro;

1664, anterior a - o mosteiro é reduzido a igreja paroquial;

Épocas moderna e contemporânea - alterações no edificado designadamente com abertura de vãos e adaptações dos espaços interiores a novas funções;

1909 - notícia de ser residência do Pároco.

Arquitectura religiosa, gótica.
Elementos de mosteiro Beneditino, de fábrica gótica posteriormente adaptado a residência paroquial.

(fonte: IHRU)

Em 1125, D. Teresa coutou este mosteiro, tendo-o depois doado à Sé e bispo de Tui, que ficou com a obrigação de conferir ordens e crismar aqui todos os anos.

Na divisão das igrejas e arcediagados de Tui, feita em 1156, o mosteiro, em conjunto com o couto e a igreja ficaram a pertencer ao bispo.
Paçô, Parada e Rio Cabrão eram-lhe anexas.

No catálogo das igrejas pertencentes ao bispado de Tui, do território de Entre Lima e Minho, mandado elaborar em 1320, pelo rei D. Dinis, Ázere foi taxada em 500 libras.

Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença, compreendida nos territórios entre os rios Lima e Minho, foi desmembrada do bispado de Tui, passando a pertencer ao bispado de Ceuta, até ao ano de 1512.

Quando, em princípios do século XVI, as freguesia deste território foram incorporadas na diocese de Braga, D. Diogo de Sousa, mandou avaliar os 140 benefícios da comarca eclesiástica de Valença.
O mosteiro de Ázere, enquadrado então no julgado de Valdevez, rendia 5808 réis.
Em 1546, na avaliação que o arcebispo D. Manuel de Sousa mandou efectuar, aparece com um rendimento de 90 mil réis.
No documento elaborado para o efeito, o Memorial, do vigário da comarca de Valença, Rui Fagundes, diz-se que o mosteiro tinha anexas Santa Maria de Paçô, São Lourenço de Cabrão e São João de Parada.

O Memorial anota ainda que "Ázere era vigairaria confirmada de que se desconhecia o estipêndio".
O Censual de D. Frei Baltasar Limpo, na cópia de 1580 que o padre Avelino Jesus da Costa analisou para a elaboração do seu trabalho "A Comarca Eclesiástica de Valença do Minho", refere que esta igreja tinha anexas ao tempo, "in perpetuum", São Lourenço de Cabrão, São João de Parada e Santa Maria de Paçô.
O aludido documento regista que "São Cosmade de Ázere" pertencia "in solidum" ao prelado, sendo comenda havia pouco tempo.

Américo Costa descreve-a como reitoria da apresentação da Mitra e comenda da Ordem de Cristo.

Cerca de 1584, com Filipe II, o convento com todas as suas rendas passou a comendatários seculares.

Ao tempo da Restauração, o rei D. João IV deu esta comenda a D. António Luís de Menezes, conde de Marialva, retirando-a da posse do filho de Fernão Teles, seu proprietário, por este ter tomado o partido de Filipe IV.

A doação veio a ser anulada por D. Luísa de Gusmão, a pedido do próprio D. António, e a comenda oferecida a Rui Pereira Sotto-Mayor pelos serviços que prestara na guerra contra os castelhanos.

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