O Cachimbo Sagrado e de como surgiu.
Trata-se de uma lenda sagrada para o Povo Lakota - Sioux.
Tem como objectivo a comunicação com o Criador, através da oração; desejo de Paz, Harmonia e Equilíbrio para todos os seres vivos e para a Mãe Terra.
A lenda conta como o Povo tinha perdido a capacidade de comunicar-se com o Criador.
Assim, o Criador enviou a Mulher Sagrada aparentando um Búfalo Branco, e assim ensinar o Povo Lakota a utilizar o Cachimbo nas suas preces.
Com o Cachimbo, foram dadas sete cerimónias sagradas, por forma a assegurar um futuro com harmonia, paz e equilíbrio.
«Há muito, muito tempo, dois homens jovens foram caçar bisontes, e quando chegaram ao cimo de uma grande colina avistaram algo.
Ao aproximarem-se gritaram: "É uma mulher!".
Quando se aproximaram viram que usava um fino vestido de pele de veado branco, que tinha longos cabelos e que era jovem e muito bela.
Um dos caçadores, estúpido, teve maus pensamentos; mas o outro disse:
"Esta é uma mulher sagrada".
Ela podia ouvir os pensamentos de ambos, e disse numa voz que era como um canto:
"Vós não me conheceis, mas se quereis fazer como pensais, podeis vir".
E o estúpido foi; à medida que se aproximava, foi surgindo uma nuvem de poeira ao redor dele e quando a poeira assentou, tudo o que restou foi uma pilha de ossos.
Enquanto andava em direcção ao caçador silencioso, explicou-lhe que havia apenas satisfeito o desejo do outro homem, permitindo-lhe, naquele breve momento, viver, morrer e decompor-se.
Instruiu o jovem caçador a voltar para o seu Povo e a dizer-lhes para prepararem-se para a sua chegada, pois iria ensinar-lhes a maneira de orar.
A Mulher apareceu junto do Povo, cantando, e enquanto entrava na tenda eis o que cantava:
"Com respiração visível ando.
Uma voz faço ouvir enquanto ando.
De maneira sagrada, ando.
Deixo pegadas visíveis, ando.
De maneira sagrada, ando."
E à medida que cantava, saía da sua boca uma nuvem branca perfumada.
Deu então ao chefe um cachimbo, com um bisonte bébé talhado de um lado, significando a terra que nos sustenta e alimenta, e doze penas de águia penduradas na haste representando o Céu e as Doze Luas; estavam amarrados com uma erva que nunca rompe.
"Olhai!, disse.
Com isto podeis multiplicar-vos e serdes uma boa nação.
Nada além do Bem poderá vir dele.
Somente as mãos dos bons podem tocar-lhe, e os maus não devem sequer vê-lo".
Dizem que aconteceu assim, se é verdade ou não, não sei. Mas, se pensarem bem, poderão ver que é verdade.
Acendo agora o cachimbo, e depois ofereço-o aos poderes que são Um Poder, e a eles envio a minha voz; podemos fumar juntos.
Ofereço a primeira pitada ao Um sobre nós -- de seguida elevo a minha voz:
He he! He he! He he! He he!
Avô, Grande Espírito, Vós exististe sempre, e antes de Vós nenhum Outro existiu.
Não há nenhum outro para louvar que Vós.
Vós próprio, tudo o que vedes, tudo o que foi feito por Vós.
As nações das estrelas por todo o universo, Vós as terminastes.
Os quatro quadrantes da terra Vós terminastes.
O dia, e nesse dia, tudo o que há, Vós terminastes.
Avô, Grande Espírito, inclinai-vos perto da Terra para ouvir a voz que Vos envio.
Vós para onde o Sol se põe, olhai-me; Seres do Trovão, olhai-me!
Vós onde o Gigante Branco vive em poder, olhai-me!
Vós onde o sol brilha continuamente, de onde vem a estrela da alvorada e o dia, olhai-me!
Vós nas profundezas dos Céus, uma Águia de Poder, olhai!
E vós, Mãe Terra, a única Mãe, vós que mostrais misericórdia para com as Vossas crianças!
Ouvi-me, quatro quadrantes do mundo -- sou vosso parente!
Dai-me a força para caminhar sobre a terra macia, um parente de tudo o que existe! Dai-me os olhos para ver e a força para entender, que eu possa ser como vós. Unicamente com vosso poder posso encarar os ventos.
Grande Espírito, Grande Espírito, meu Avô, por sobre a Terra a face dos seres vivos são semelhantes.
Com carinho surgiram do solo.
Olhai a face de crianças sem número e já com crianças nos seus braços, que possam encarar os ventos e trilhar o bom caminho, e o dia da tranquilidade.
Esta é a minha prece; ouvi-me!
A voz que mandei é fraca, mas foi com verdade que a mandei.
Ouvi-me!
E é assim.
Hetchetu yelo!
Agora, meu amigo, fumemos juntos o cachimbo, para que apenas o Bem impere entre nós.»
- Hehaka Sapa, Oglala Sioux
Trata-se de uma lenda sagrada para o Povo Lakota - Sioux.
Tem como objectivo a comunicação com o Criador, através da oração; desejo de Paz, Harmonia e Equilíbrio para todos os seres vivos e para a Mãe Terra.
A lenda conta como o Povo tinha perdido a capacidade de comunicar-se com o Criador.
Assim, o Criador enviou a Mulher Sagrada aparentando um Búfalo Branco, e assim ensinar o Povo Lakota a utilizar o Cachimbo nas suas preces.
Com o Cachimbo, foram dadas sete cerimónias sagradas, por forma a assegurar um futuro com harmonia, paz e equilíbrio.
«Há muito, muito tempo, dois homens jovens foram caçar bisontes, e quando chegaram ao cimo de uma grande colina avistaram algo.
Ao aproximarem-se gritaram: "É uma mulher!".
Quando se aproximaram viram que usava um fino vestido de pele de veado branco, que tinha longos cabelos e que era jovem e muito bela.
Um dos caçadores, estúpido, teve maus pensamentos; mas o outro disse:
"Esta é uma mulher sagrada".
Ela podia ouvir os pensamentos de ambos, e disse numa voz que era como um canto:
"Vós não me conheceis, mas se quereis fazer como pensais, podeis vir".
E o estúpido foi; à medida que se aproximava, foi surgindo uma nuvem de poeira ao redor dele e quando a poeira assentou, tudo o que restou foi uma pilha de ossos.
Enquanto andava em direcção ao caçador silencioso, explicou-lhe que havia apenas satisfeito o desejo do outro homem, permitindo-lhe, naquele breve momento, viver, morrer e decompor-se.
Instruiu o jovem caçador a voltar para o seu Povo e a dizer-lhes para prepararem-se para a sua chegada, pois iria ensinar-lhes a maneira de orar.
A Mulher apareceu junto do Povo, cantando, e enquanto entrava na tenda eis o que cantava:
"Com respiração visível ando.
Uma voz faço ouvir enquanto ando.
De maneira sagrada, ando.
Deixo pegadas visíveis, ando.
De maneira sagrada, ando."
E à medida que cantava, saía da sua boca uma nuvem branca perfumada.
Deu então ao chefe um cachimbo, com um bisonte bébé talhado de um lado, significando a terra que nos sustenta e alimenta, e doze penas de águia penduradas na haste representando o Céu e as Doze Luas; estavam amarrados com uma erva que nunca rompe.
"Olhai!, disse.
Com isto podeis multiplicar-vos e serdes uma boa nação.
Nada além do Bem poderá vir dele.
Somente as mãos dos bons podem tocar-lhe, e os maus não devem sequer vê-lo".
Dizem que aconteceu assim, se é verdade ou não, não sei. Mas, se pensarem bem, poderão ver que é verdade.
Acendo agora o cachimbo, e depois ofereço-o aos poderes que são Um Poder, e a eles envio a minha voz; podemos fumar juntos.
Ofereço a primeira pitada ao Um sobre nós -- de seguida elevo a minha voz:
He he! He he! He he! He he!
Avô, Grande Espírito, Vós exististe sempre, e antes de Vós nenhum Outro existiu.
Não há nenhum outro para louvar que Vós.
Vós próprio, tudo o que vedes, tudo o que foi feito por Vós.
As nações das estrelas por todo o universo, Vós as terminastes.
Os quatro quadrantes da terra Vós terminastes.
O dia, e nesse dia, tudo o que há, Vós terminastes.
Avô, Grande Espírito, inclinai-vos perto da Terra para ouvir a voz que Vos envio.
Vós para onde o Sol se põe, olhai-me; Seres do Trovão, olhai-me!
Vós onde o Gigante Branco vive em poder, olhai-me!
Vós onde o sol brilha continuamente, de onde vem a estrela da alvorada e o dia, olhai-me!
Vós nas profundezas dos Céus, uma Águia de Poder, olhai!
E vós, Mãe Terra, a única Mãe, vós que mostrais misericórdia para com as Vossas crianças!
Ouvi-me, quatro quadrantes do mundo -- sou vosso parente!
Dai-me a força para caminhar sobre a terra macia, um parente de tudo o que existe! Dai-me os olhos para ver e a força para entender, que eu possa ser como vós. Unicamente com vosso poder posso encarar os ventos.
Grande Espírito, Grande Espírito, meu Avô, por sobre a Terra a face dos seres vivos são semelhantes.
Com carinho surgiram do solo.
Olhai a face de crianças sem número e já com crianças nos seus braços, que possam encarar os ventos e trilhar o bom caminho, e o dia da tranquilidade.
Esta é a minha prece; ouvi-me!
A voz que mandei é fraca, mas foi com verdade que a mandei.
Ouvi-me!
E é assim.
Hetchetu yelo!
Agora, meu amigo, fumemos juntos o cachimbo, para que apenas o Bem impere entre nós.»
- Hehaka Sapa, Oglala Sioux
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