quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A fabulosa Catedral de Torre de Moncorvo

Quem diria?
(Imagens da DGEMN-IHRU)

Torre de Moncorvo já foi Comarca.

Diz-nos, o Descripçam Chorografica do Reyno de Portugal, o seguinte:
Em 41º e 2 m. de lat. e 11º e 36 m. de long. entre os rios Douro, e Sabor está assentada a nobre Villa da Torre de Moncorvo oitenta légoas distante de Lisboa.
Foy fundada por El Rey D. Sancho II, pelos annos de 1216.
El Rey D. Diniz lhe deo foral, que depois reformou El Rey D. Manoel em quatro de Mayo de 1512.
Tem voto em Cortes com assento no banco treze, e nela tem a sua habitação muita, e antiga nobreza com notavel policia, e distinção no seu tratamento.
Os edificios publicos consistem na Igreja Matriz de nobre architectura, dedicada a N. Senhora da Assumpção, hum Hospital, e extra muros o Convento de S. Antonio dos Capuchos fundado cm 1569.
Nesta Vila está o armazém, e feitoria dos linhos, e canhamos, que se criaõ nos campos da Vellariça, secundados pelas inundações do Doiro, e he a cultura de mayor importancia, que tem o Reyno para apresto das armadas, por ter qualificado o uso a sua bondade, e fortaleza.
Huns annos por outros se recolhem 160 mil arrateis de linho, e se se encanarão as aguas, que mudando frequentemente o seu curso, alagaõ, e destroem os linhos semeados, se tirará muito mayor lucro em utilidade da Provincia, e do Reyno todo.
Esta Comarca consta de vinte e seis Vilas, cento e oitenta e duas Freguezias, vinte mil fogos, e perto dc secenta mil almas.
Estendese por espaço de dezaseis legoas de Norte a Sul, e quasi outras tantas de Leste a Oeste.
Os Conventos, que nella se achaõ, saõ os seguintes:
N. Senhora do Villar da Congregaçaõ do Oratorio no termo da Torre de Moncorvo.
O Convento de Religiosos Trinos termo dc Villarinho da Castanheira fundado em 1500.
O de Religiosas de S. Bento da Vila de Murça de Panoyas.

Trata-se de um local natural de retiro espiritual - eremitismo e peregrinação (local de passagem para Santiago de Compostela).

Felices qui se praesenti saeculo nequam advenas et peregrinos exhibent, immaculatos custodientes ab eo.

- Bernardo de Claraval, Sermo sextus

3 comentários:

Pedro Alvites disse...

Muito interessante e instrutivo este seu blog.
Aprende-se e apreende-se.
Fica o meu abraço e louvor.
Pedro Alvites

Pedro Alvites disse...

Deixo-lhe os meus parabéns sinceros pelo blog que tem.

Sigillum disse...

Honram-me muito as suas palavras.

Bem haja