quinta-feira, 30 de abril de 2009
Sob os pés em Santa Maria
E ainda outra pedra, já conhecida, e também do lado esquerdo.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Igreja/Mosteiro de São Pedro de Cete
IPPARO Mosteiro de Cete, ou S. Pedro de Cete, no vale do rio Sousa, é um testemunho tardio da arquitectura românica do Entre Minho-e-Douro.
Iniciado por meados do século XII -- embora alguma tradição aponte que tenha sido fundado no século IX, a crer no que pretensamente se atesta num documento do ano de 882 citado por Jorge Rodrigues (Rodrigues, 1995, p. 245) --, é um vasto templo que se ergueu por iniciativa dos beneditinos cluniacenses e que, no início do século XIV, ainda era objecto de uma campanha ao nível da ábside, atestável no tipo de frestas, similares às de Paço de Sousa.
A solidez volumétrica da construção, de óbvia sugestão bélica, bem patente na torre ameada e nas escassas frestas, permanece como memória dos sucessivos ataques e devastações a que o mosteiro foi sujeito.
Após uma reconstrução efectuada em finais do século X, o mosteiro conhecerá, ao longo dos séculos XII e XIII, uma época de paz, conquistando independência tutelar entre 1121-1128 e concretizando ainda um sólido florescimento patrimonial nos primórdios da fundação do território nacional.
Das reconstruções efectuadas por intervenção do abade Estevão I em inícios do século XIV resulta a permanência do traço românico da igreja, que se mantém até hoje; contudo, os elementos estruturais mais antigos remontam ainda ao século XII e estão perfeitamente documentados na simplicidade decorativa do tímpano no portal sul do mosteiro.
A fachada principal é rasgada por um portal de arco apontado que mantém a sugestão românica ao nível da decoração geometrizante composta por motivos circulares que decoram as três arquivoltas assentes em colunelos de capitéis ornamentados com temática vegetalista. No segundo registo rasga-se uma rosácea, fruto de uma posterior intervenção de restauro, a cargo da DGEMN, ao qual se sobrepõe uma empena rematada por uma cruz em formato de flor de lis.
A torre, adossada ao lado Norte, e perfeitamente integrada na fachada (tal como na igreja Colegiada de Barcelos), é consolidada por um denso contraforte escalonado decorado por dois pináculos torsos, ornatos decorativos frutos de uma campanha quinhentista. Desta campanha subsiste ainda uma pia baptismal, a abóbada polinervada que cobre a capela funerária no interior da torre, o arcosólio manuelino do túmulo de D. Gonçalo Óveques enquadrado entre azulejos também quinhentistas, bem como algumas intervenções no claustro e na sala capitular. A espacialidade interior da igreja denota um forte comprometimento com análogas tipologias românicas, possuindo nave única com cobertura de madeira, em que a capela-mor (com dois tramos) termina em quarto de esfera, sendo percorrida no primeiro registo por uma arcada cega, características que também podem ser encontradas nas igrejas medievais de Longos Vales ou de Sanfins de Friestas, paradigma arquitectónico que atinge o seu auge com a igreja de Paço de Ferreira.
O exterior da ábside é percorrido por fortes contrafortes, que corrobam a linguagem arquitectónica dominante. Contudo, em Cete, encontramos um vocabulário decorativo que atesta o explorar de propostas alusivas a um formulário goticizante, expostas na rosácea do arco apontado e na decoração vegetalista e antropomórfica da capela-mor, bem como no arco apontado do portal no lado Norte.
Na actualidade, o mosteiro é objecto de um programa de recuperação e valorização, pelo IPPAR, que visa, entre outros objectivos, restituir a integridade do espaço monacal adjacente (não apenas o edifício, mas também a antiga cerca), restaurar diverso património móvel e integrado, bem como dotar o conjunto de levantamentos arquitectónicos e de estudos específicos de história da arte.
Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa
Onde se encontram os restos mortais de Egas Moniz, esse Lustre de Bondade, de Pureza e Compaixão.
- Guia da CidadeClassificado como Monumento Nacional, o Mosteiro Beneditino de Paço de Sousa situa-se em Paço de Sousa, no concelho de Penafiel, na região Norte do País, e integra o percurso turístico-cultural da Rota do Românico do Vale do Sousa.
Fundado em 962 pelo Cavaleiro Godo Trutesindo Galindes, ascendente de Egas Moniz, e reconstruído em meados do século XIII, o Mosteiro insere-se num estilo de transição do românico para o gótico, albergando a célebre Igreja românica de três naves.
O conjunto sofreu alterações nos séculos XI e XIII, com a ampliação da Igreja, e posteriormente nos séculos XVIII e XX.
Na fachada da Igreja apresenta-se o belo portal gótico com cinco arquivoltas e uma célebre rosácea. No interior encontra-se o túmulo de Egas Moniz, preceptor de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, contendo no interior uma pequena caixa de cobre com as cinzas fúnebres.
Encontram-se ainda alguns elementos do templo pré-românico reaproveitados na igreja e espalhados pelo claustro, nomeadamente fragmentos de frisos, impostas e colunelos com decoração vegetalista.
Um grande incêndio deflagrou em 1927, procedendo-se então a já referidas obras de restauro, que retiraram muitos dos elementos Renascentistas e Barrocos de anteriores reconstruções e restauros.
Vale a pena conhecer um dos maiores legados Românicos do Norte de Portugal, inserido num local de grande beleza natural.
Mosteiro de São Pedro de Ferreira
- Guia da CidadeO pórtico principal está inserido em corpo pentagonal, solução comum às Igrejas do Salvador de Unhão, São Vicente de Sousa e Santa Maria de Airães.
Mostra um tratamento decorativo de acentuado valor. Esta decoração tem sido comparada ora com a do Portal del Obispo da Catedral de Zamora, ora com a igreja de San Martiño de Salamanca, ora ainda com soluções decorativas da arte almóada de Sevilha da segunda metade do século XII.
O que faz da Igreja de São Pedro de Ferreira uma obra singular, para além da excelência da sua arquitectura, é o facto de se conjugarem em harmonia e em partes comuns da Igreja alçados e motivos ornamentais oriundos de diversas regiões e oficinas: Zamora-Compostela, Coimbra-Porto e Braga-Unhão.
No século XIII, o Mosteiro foi integrado na Ordem dos Cónegos Regrantes.
Fronteira à fachada principal, conserva-se a ruína de uma ante-igreja ou galilé de função funerária, excelente testemunho deste tipo de construção.
Restaram duas peças funerárias: um sarcófago trapezoidal e a tampa de sepultura com estátua jacente do túmulo de D. João Vasques da Granja.
domingo, 26 de abril de 2009
A propósito de Sellium
O Cruzado
Tem ainda a particularidade de estar lá o Azul e a A., um casal do melhor e uns queridos.
Vale a pena lá ir dar uma vista de olhos, e remexer (com cuidado) um pouco na história de Portugal, mas não só!
Ide, ide! Vale a pena
sábado, 25 de abril de 2009
Ao Pé das Letras
Uma excelente livraria que descobri em Tomar, mesmo ao lado da Câmara Municipal, e muito perto da estátua a Gualdim Paes.
Tem uma excelente atmosfera!
Mistura o respeito pelo Passado com o Avantguarde; é acolhedor e inovador.
Vale a pena passar por lá e tomar um cafézinho junto ao poço.
Ao Pé das Letras
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Mas, também, de constatações e plenitude.
Este artigo não tem título.
E não o tem porque seria forte demais.
Aquilo em que permitiram que se transformar-se Santa Maria do Olival, é uma infâmia.
Muitos deram o seu sangue e a sua vida, pelos demais.
Muitos deram o seu sangue e a sua vida, para que existisse um país chamado Portugal.
Esses, foram sepultados em Santa Maria do Olival.
E aí foram sepultados, não porque não tivessem outro local onde o ser, mas porque aí seria o último reduto a alcançar.
Aí o foram.
Aí repousaram os seus restos mortais. O local escolhido. O local fonte de homenagem, honra e tributo aos seus valorosos feitos.
Aí, respeitados e honrados.
Chorei.
Chorei.
Como poderam transformar um local de Paz, num aterro sanitário?
Como poderam profanar os restos daqueles que tão digna e desinteressamente deram as suas vidas?
Como é possível que a gesta que está, tenha descido tão baixo, ao ponto de permitir um acto tão infame como aquele que está?
Distinção
Agradeço penhorada
O Nabantia, Vale, sempre, a pena.
Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos à boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.
- António Gedeão, Dez Reis de Esperança
terça-feira, 21 de abril de 2009
As Pedras de Stª Maria no Convento de Cristo
As imagens foram possibilitadas pelos bons ofícios do Rui Ferreira - obrigada Rui, pelo trabalho que vais desenvolvendo em prole da integridade, guarda e respeito das Pedras.
Aqui ficam para memória futura
terça-feira, 14 de abril de 2009
Cronologia das intervenções em Santa Maria do Olival
1840 - obras de reboco das cantarias, elevação de pavimentos, entaipamento de frestas e portas e construção de pequenas construções laterais;
1889 - reconstrução de obras de cantaria rebocos e conserto de uma parte da igreja;
1919 - reparação da cobertura para a qual foi concedida a dotação de 1.700$00;
1925 - pequenas reparações; DGEMN:
1930 / 1940 - rebaixamento do adro e reconstituição do seu muro (em virtude do desnível existente do terreno) com a consequente exposição da frontaria e fachada N.;
revestimento de todo o pavimento do adro com lajes de cantaria em fiada;
demolição de edificações que ocultavam parte da fachada N. e de grandes contrafortes de alvenaria;
desentaipamento da porta romântica da fachada norte e construção da escadaria de acesso ao interior da nave, no lado do evangelho; alterações na escadaria de acesso ao portal principal;
rebaixamento do pavimento da capela-mor que tinha sido elevado cobrindo a base das pilastras, e das paredes laterais das naves até ao nível das antigas cornijas;
desentaipamento e reparação de algumas frestas da fachada N. e capela-mor;
reconstituição da cantaria do altar-mor, segundo os moldes primitivos, e reconstrução nas capelas laterais da igreja dos altares de alvenaria com frontal de azulejo;
apeamento e reconstrução completa da armação e cobertura do telhado, nos mesmos moldes do estilo primitivo;
reconstrução da grande rosácea da fachada principal;
substituição da janela (moderna) existente sobre o arco de cruzeiro por uma rosácea;
colocação de vidraças coloridas com armação de chumbo e ferro nas rosáceas e frestas segundo os vestígios encontrados durante a realização dos trabalhos;
restauro e consolidação da fachada S.;
substituição de todos os rebocos interiores e exteriores;
lavagem das cantarias e tomadas de junta tanto nos pilares internos como nos externos das paredes;
construção de uma nova porta em madeira para a fachada Norte e reparação da grande porta do frontispício; restauro da torre sineira.
1952 - escavações arqueológicas nos terrenos a N. da igreja;
1953 - consolidação do pórtico principal;
Anos 70 - arranjo de vitrais e obras de conservação;
1994 - reparação e limpeza das coberturas da igreja e anexos, substituição da instalação eléctrica e iluminação, pintura dos tectos e paredes interiores;
1995 - reparação de rebocos e pinturas exteriores, recuperação das coberturas;
2000 / 2001 - restauro da Imagem de S. Brás.
Observações
*DOF:... Igreja de Santa Maria do Olival e túmulos, designadamente o de D. Diogo Pinheiro, 1º Bispo do Funchal. Segundo Nelson Correia Borges, o túmulo de D. Diogo é atribuído a João de Ruão.
A actual igreja deve remontar a meados do séc. 13, sendo edificada no local onde teria existido um convento beneditino, mandado edificar por São Frutuoso, Arcebispo de Braga, no séc. 7.
Foi esta igreja com a invocação de Nossa Senhora da Assunção, cabeça da Ordem do Templo e de Cristo, que serviu de panteão à maior parte dos Mestres Templários e aos primeiros da Ordem de Cristo.
No interior, encontravam-se vários túmulos góticos dos Mestres da Ordem do Templo, entre os quais os de D. Gualdim Pais (4º Mestre do Templo em Portugal), D. GOMES RAMIRES (7º Mestre) e de Lourenço Martins (23º Mestre), assim como o do 1º Mestre da Ordem de Cristo, D. Gil Martins.
Na época dos Templários, a igreja passou por bula papal, a depender directamente do Papa e da Santa Sé "Nullius Dioecesis" não estando integrada em nenhuma diocese, foi convento e Bailia da Ordem.
Por Bula do Papa Calisto III de 13 de Março de 1455 foi matriz de todas a igrejas dos territórios descobertos (Ásia, Africa e América), ficando Santa Maria a ter honras de Sé Catedral/Diocese.
A edificação serviu de modelo às igrejas de três naves construídas até ao período manuelino
(fonte: DGEMN/IHRU)
domingo, 12 de abril de 2009
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
- Cruz e Sousa, Inefável
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Páscoa
A metamorfose da Matéria em Espírito. Uma mensagem de Esperança; uma chamada de atenção para a "Morte", não como o Fim, mas como o princípio. O princípio de um novo ciclo.
A Primavera da Vida, eterna centelha que dá Luz aos desperançados e, sustenança aos famintos de Espírito.
Bem Hajam.
" A Vós! O Meu Corpo se Faz Espírito! Olhai e Vede, ainda que Morra, ressuscitarei."
Que esta seja uma época de reflexão, e uma oportunidade para deixar para trás 'pequenas moléstias mundanas', que nada têm a ver com a Realidade.
Do hebreu Peseach, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade.
É a comemoração da Passagem de Cristo - "deste mundo para o Pai", da "morte para a vida", das "trevas para a luz".
Ó minh'alma, ó minh'alma, ó meu Abrigo,
Meu sol e minha sombra peregrina,
Luz imortal que os mundos ilumina
Do velho Sonho, meu fiel Amigo!
Estrada ideal de São Tiago, antigo
Templo da minha fé casta e divina,
De onde é que vem toda esta mágoa fina
Que é, no entanto, consolo e que eu bendigo?
De onde é que vem tanta esperança vaga,
De onde vem tanto anseio que me alaga,
Tanta diluída e sempiterna mágoa?
Ah! de onde vem toda essa estranha essência
De tanta misteriosa Transcendência
Que estes olhos me deixam rasos de água?!
- Cruz e Sousa, Anima Mea
Caminho de Purificação
eu, pecador, me confesso
de ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
que vão ao leme da nau
nesta deriva em que vou.
Me confesso
possesso
das virtudes teologais,
que são três,
e dos pecados mortais,
que são sete,
quando a terra não repete
que são mais.
Me confesso
o dono das minhas horas
O dos facadas cegas e raivosas,
e o das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
andanças
do mesmo todo.
Me confesso de ser charco
e luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
que atira setas acima
e abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo
que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser um anjo caído
do tal céu que Deus governa;
de ser um monstro saído
do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
para dizer que sou eu
aqui, diante de mim!
- Miguel Torga, Livro de Horas
domingo, 5 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Uma história bonita
A Inês tem sorte.
Para além de um homem amoroso que a procura, é elegante e de curvas esguias.
Felizmente, ainda há Ine(zes) felizardas.
Só não gosto da propaganda do blog.