terça-feira, 27 de janeiro de 2009
O executivo tomarense e o Convento de Stª Iria
Dissolutos vãos os tempos, em que as gentes não se opõem ao vandalismo do seu património cultural.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Santa Eiria ou Santa Iria
Junto à mesma vila havia uma Abadia, de que era Abade Selio, varão douto e santo irmão da dita Eugenia, o qual sendo muito contente da sua sobrinha Irene, tomou a cargo a criação e doutrina dela, e entregou-a a duas irmãs de Hermigio, que com outras muito donzelas religiosas, viviam em congregação e clausura, e lhe deu por mestre para a doutrinar nas letras, um monge principal do seu mosteiro de nome Remígio, homem letrado e tido por virtuoso.
Esta santa donzela como nunca saia daquela clausura mais do que uma vez por ano, no dia de S. Pedro, cuja igreja estava junto aos paços de Castenaldo, senhor da vila de Nabância.
Foi vista por Britaldo, filho único de Castenaldo e tanto dela se enamorou que, por ter encoberto os seus grandes desejos e angústias, por reverência do pai e mãe de Irene e de seu tio o Abade, chegou às portas da morte.
Porque como não se sabia a causa da sua enfermidade, assim não lhe davam remédio.
Entendendo a santa donzela, por revelação divina, aquele mal, e a causa dele, foi ver Britaldo que na cama estava, para o consolar, e o tirar daquele ilícito amor, e fazer com que o converter-se a Deus a quem o devia ter.
Britaldo alegrou-se tanto com a visita e as palavras de Irene, que parecia que havia ressuscitado e à despedida dela, pediu para que lhe promete-se de nunca em seu coração, entrar outrem que não fosse ele.
Ao que ela respondeu, que nunca Deus permitiria que a ele nem a outrem tivesse amor. E pondo-lhe as mãos e dizendo algumas orações, saiu.
Britaldo curou-se rapidamente.
Daí a dois anos em continuação das aulas que Remigio tinha com a sua discípula, entrou o Demónio nele, e a começou a amar torpemente e descobrir-lhe seus desejos: ao que ela respondeu com tanta fúria e aspereza de palavras, que convertendo ele o amor em ódio, e instigado pelo Demónio, determinou vingar-se através de uma estranha arte, que foi dar à inocente donzela uma beberagem composta por tais ervas de que lhe fizeram inchar a barriga de maneira, que verdadeiramente parecia prenhe.
Esta prenhez divulgou-se por toda a terra, com grande vergonha e angústia para santa Irene e seus parentes.
O que vindo às orelhas de Britaldo, e dando a vista testemunho da fama, movido com ciúmes daquilo que quisera a Irene, e do que lhe pedira, e ela lhe prometera, procurou um soldado a quem mandou que a espiasse e como visse ocasião, a matasse.
E assim foi, que saindo ela uma manhã ao rio Nabão que há junto, para aliviar a sua enfermidade e pedir a nosso Senhor que a livrasse de uma infâmia, pois sabia a sua inocência, estando ela de joelhos a orar, veio o soldado e degolou-a, despiu-a e depois deixando-a em camisa, lançou-a ao rio para que se não ficasse a saber do sucedido.
As tias cuidaram que desesperada por aquela vergonha, da sua prenhez, se fora com algum homem a perder-se de todo.
Mas Deus, que nas maiores pressas socorre aos seus servos, não permitiu que aquela santa donzela morresse infamada, mas que se mostrasse a sua santidade e pureza, e revelou ao Abade Selio, seu tio, tudo o que se passara e onde a acharia.
A corrente do Nabão onde foi lançada, tinha-a levado ao rio Zêzere onde se mete, e o Zêzere a levou ao Tejo onde também entra em Punhete, e a corrente do Tejo a levou daí ao pé do monte alto de Santarém que até então se chamou Cabelicastro.
O Abade muito alegre com aquela revelação, revelou o que descobriu ao povo que acreditou nele pela sua muita autoridade e santa vida, e porque Deus o moveu, e todos com grande procissão acompanharam o Abade até ao dito monte.
E onde o corpo da santa estava, as águas do Tejo se afastaram ao redor, fazendo parede e ficando seca a terra onde o corpo estava posto sobre um sepulcro laureado por obra de Deus.
O Abade e a mais gente a quiseram tirar dali e não poderão com força alguma ou engenho movê-lo.
Pelo que entendendo todos que era obra de Deus, somente lhe tomaram por relíquias os cabelos e parte da camisa que tinha vestida. E tornando-se a procissão virão outro milagre, que foi, as águas do Tejo tornarem-se a cerrar cobrindo o sepulcro.
Com as relíquias que o Abade trouxe, fizeram-se outros muitos milagres em Tomar que foi, verem muitos cegos, e andarem muitos aleijados.
Daí em diante começou aquela nobre vila de Cabelicastro a chamar-se Santa Eiria, e por decurso de tempo corromper-se o nome em Santarém.
De maneira que a Santa tem por epitáfio a vila de Santarém, e por sepultura, o nomeado rio Tejo.
A Festa de Santa Eiria celebra-se aos Vinte de Outubro.
- Duarte Nunes de Leão
sábado, 10 de janeiro de 2009
Signum Salomonis
Sinsalomão
Sino-salamõ
Sino-saimão
Símbolo de Salomão
Antigo e vulgar o vocábulo sino-saimão, sofre alteração directa do latim signum salomonis.
São conhecidas as lendas e romances de san-graal, simples alteração
de sang-raal; Santo Graal.
Emblema utilizado pelos Templários, que muitas vezes o colocavam nos seus edifícios.
Signum Salomonis, hic, Sigillum Dei Aemeth
A Estrela de Cinco Pontas, é utilizada desde o Neolítico, onde era utilizada como símbolo da Deusa Mãe Core. Trata-se de um legado das primitivas civilizações; primeiro como a Estrela de Ishtar, e depois como a Estrela de Ísis.
Durante o interregno, a figura inspirou interesse aos Pitagóricos, que começaram a fazer as primeiroas conjecturas místicas e geométricas sobre o pentagrama, enquanto símbolo da perfeição, saúde e vida. Esta é, de facto, a melhor explicação para a adopção do pentagrama pelas religiões, em particular pelo Judaísmo, na qual o pentagrama foi referido como "O Selo de Salomão", Signum Salomonis, e para o Cristianismo, onde foi adoptado como a forma da Estrela de Belém, simbolizando ainda, as cinco chagas de Jesus e posteriormente as cinco virtudes de cavalaria.
Daí que seja fácil de explicar as razões da proeminência do pentagrama nas seitas Gnósticas (caracterizadas pelo sincrestismo religioso) e a Kabbalah (a aprendizagem secreta que derivou do Judaísmo e que rapidamente cresceu ao longo dos séculos, fornecendo uma fonte e inspiração para muitos movimentos contemporrâneos).
Assim sendo, pode considerar-se que o simbolismo do pentagrama, naquela altura, estava basicamente relacionada com a sua forma geométrica.” Independentemente da fonte de inspiração, todas as culturas atribuiram-lhe um significado positivo: o poder divino, a perfeição, protecção (em particular um pentagram em círculo) e, harmonia.
- Tau:
- A Verdade; a Luz; o Sol; Micael, rei dos Eloim.
- Cruz de Santo Antonio (Tau): Recebeu esse nome por reproduzir a letra grega Tau.
É considerada por muitos, como a cruz da profecia e do Antigo Testamento.
Dentre as suas muitas representações estão: o martelo de duas cabeças, como símbolo daquele que faz cumprir a lei divina, é representado na cultura egípcia, assim como se encontra presente na representação do bastão utilizado por Moisés para levantar a serpente no deserto.
- ZI, Tau:
Templo da Sabedoria - a da verdade,mas também da morte.
O Tau representa o fim de uma acção: o futuro tornado presente.
I, Tau, é a marca, o cunho divino, o resultado da criação e a totalidade das coisas criadas.
- O Tau é o conhecimento do Absoluto, e do seu mistério, que se revela à alma simples; a sua perfeição permite à corrente dinâmica, simbolizado pelo shín, gerar as suas forças.
O Labirinto do Tau:
O Livro e o Caminho da Rosa
O Milagre da Rosa
O Livro é O Labirinto do Tau.
O Labirinto do Tau é o Caminho da Rosa.
A rosa que a Rosa me deu anteontem era uma pequena rosa com uma longa haste símbolo do Caminho da Rosa, da via sacra a que Fernando Pessoa também chamou o Caminho da Serpente.
O caminho da iluminação, a busca do Graal, da Pedra Filosofal que faz a união dos opostos e dá a ressurreição.
Essa Pedra que é o próprio Espírito Santo que espera revelar-se dentro de cada um de nós.
Aquele que está encoberto, o verdadeiro Encoberto de que o Encoberto é símbolo e ainda labirinto, um labirinto que conduz e aponta o caminho...
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
- Fernando Pessoa
A Rosa com a sua haste é símbolo do Caduceu de Hermes, do Tau.
O próprio 515 de Dante é símbolo desse mesmo Caduceu onde o 1 é a haste da rosa ou o bastão de um dos Santos dos Painéis.
O outro, igualmente vestido, traz na mão O Livro aberto com o T inscrito. E quase todos os presentes trazem enfiado o barrete do Espírito Santo, um barrete feminino como o próprio Espírito.
E o dragão mais difícil de vencer é mesmo esse dragão interior, esse dragão ou serpente símbolo do Caminho ou da sagrada união com o nosso próprio dragão... aquele que nos leva às costas (como o dragão de Kuan Yin) até à Rosa Símbolo.
Ligado ao culto do Espírito Santo em Portugal.
Além de ser um símbolo Bíblico é a última letra do alfabeto hebraíco, e a 19ª do grego, derivado dos Fenícios e correspondente ao "T" em português.
Na Bíblia o "Tau" foi utilizado pelo profeta Ezequiel:
"E a glória de Deus de Israel levantou-se do querubim sobre o qual estava, e passou para a entrada da casa, e clamando ao homem vestido de linho branco, que trazia um tinteiro de escrivão à cintura, disse-lhe:
- passa pelo centro de Jerusalém e marca com um T as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem na cidade". (Ez 9-3,4).
O Tau é também a mais antiga grafia em forma de cruz, e significa: Verdade, Palavra, Luz, Poder e Força direccionada para um grande bem.
Converge as duas linhas:
a vertical e a horizontal, tal significa o encontro entre o Céu e a Terra, entre o Divino e o Humano.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Gualdinus
ERA DE 1209 (1171 D.C.). O MESTRE GUALDIM, CERTAMENTE DE NOBRE GERAÇÃO, NATURAL DE BRAGA, EXISTIU NO TEMPO DE AFFONSO, ILLUSTRISSIMO REI DE PORTUGAL. ABANDONANDO A MILICIA SECULAR, EM BREVE SE ELEVOU COMO UM ASTRO, PORQUANTO, SOLDADO DO TEMPLO, DIRIGIU-SE A JERUSALEM, ONDE DURANTE CINCO ANNOS LEVOU VIDA TRABALHOSA. COM SEU MESTRE E SEUS IRMÃOS, ENTROU EM MUITAS BATALHAS, MOVENDO-SE CONTRA O REI DO EGYPTO E DA SYRIA. COMO FOSSE TOMADA ASCALONA, PARTINDO LOGO PARA ANTIOCHIA PELEJOU MUITAS VEZES PELA RENDIÇÃO DE SIDON. CINCO ANNOS PASSADOS, VOLTOU, ENTÃO, PARA O REI QUE O CREÁRA E O FIZERA CAVALLEIRO. FEITO PROCURADOR DA CASA DO TEMPLO EM PORTUGAL, FUNDOU, N'ESTE, O CASTELLO DE POMBAL, THOMAR, ZEZERE E ESTE QUE É CHAMADO ALMORIOL, E IDANHA E MONSANTO.
E. M+CLX.VIIII: REGNANTE: ALPHONSO ILLUSTRISSIMO REGE PORTUGALIS: MAGISTER GUALDINUS: PORTUGALENSIUM MILITUM TEMPLI: CUM FRATIBUS SUIS PRIMO DIE MARCII: CEPIT: EDIFICARE HOC CASTELLUM: NOMINE THOMAR: QUOD PREFATUS REX OBTULIT DEO: ET MILITIBUS TEMPLI.
NO PRIMEIRO DIA DE MARÇO DO ANO DE 1168, REINANDO AFONSO, ILUSTRÍSSIMO REI DE PORTUGAL, GUALDIM, MESTRE DOS CAVALEIROS DO TEMPLO EM PORTUGAL, COMEÇOU, JUNTAMENTE COM OS SEUS FREIRES, A EDIFICAR ESTE CASTELO, CUJO NOME É TOMAR, O QUAL, ESTANDO ACABADO, EL-REI OFERECEU A DEUS E AOS CAVALEIROS DO TEMPLO
ERA MCCXXVIII: III NONAS JULII VENIT REX MARROQUIS DUCENS CCCC MILIA EQUITUM ET QUINGENTA MILIA PEDITUM: ET OBSEDIT CASTRUM ISTUD PER SEX DIES: ET DELEVIT QUANTUM EXTRA MURUM INVENIT CASTELLUM: ET PREFATUS MAGISTER CUM FRATIBUS SUIS LIBERAVIT DEUS DE MANIBUS SUIS: IPSE REX REMEAVIT IN PATRIA SUA CUM INNUMERABILI DETRIMENTO HOMINUM ET BESTIARUM.
NA ERA DE 1228 (ANO 1190 D.C.) AOS CINCO DE JULHO, VEIO O REI DE MARROCOS, TRAZENDO QUATROCENTOS MIL HOMENS A CAVALO, E CINQUENTA MIL A PÉ, MONTAR CERCO A ESTE CASTELO DURANTE SEIS DIAS, DESTRUINDO TUDO QUANTO ACHARAM FORA DOS MUROS DO CASTELO: E AO SOBREDITO MESTRE (D. GUALDIM PAIS) COM OS SEUS FREIRES, LIVROU DEUS DE CAIR NAS SUAS MÃOS, E O MESMO REI VOLTOU PARA A SUA PÁTRIA, COM EXTRAORDINÁRIO PREJUÍZO DE HOMENS E CAVALOS.
Descemos a colina. Tu levas um ramo de
oliveira na mão. Sobre as estrelas do teu
sorriso, a roupa branca. Sobre o cruto da
montanha a morada dos deuses.
Além, a casa lacustre. Sobre uma estaca,
O nosso Gato . Castanheiros pesam
O tempo. Tempo primordial, que este
livro desperta em nós.
Na areia dos mapas escreves o teu nome.
Os ventos do norte chegam e levam-no
Pelos quatro cantos da terra: Palavra
Indecifrável, silenciosa como a eternidade.
Porém quem colocar o ouvido sobre o peito
de Geia, quem se libertar da sua própria voz ,
poderá ouvi-la ecoar no fundo dos precipícios,
Clara e profunda como a lua cheia....
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Castelo Templário e Convento de Cristo: Construção e Tipologia
Fonte: ex-DGEMN, actual IHRUÉpoca de Construção:
Séc. XII
Séc. XV
Séc. XVI
Séc. XVII
Arquitectos, Construtores, e Autores
Fernão Gonçalves
Diogo de Arruda
João de Castilho
Diogo de Torralva
Francisco Lopes
Filipe Terzi
Pedro Fernandes de Torres
Diogo Marques Lucas
Olivier de Gand e Fernão Muñoz (antigo cadeiral)
Fernão Anes (pintor)
Jorge Afonso (pintor), atr.
Gregório Lopes (pintor) atr.
Domingos Vieira Serrão (pintor) atr.
Simão de Abreu (pintor)
Tipologia
Arquitectura religiosa e militar, românica, gótica, manuelina, renascentista, maneirista, barroca.
Capela-mor de planta centralizada, adaptação da primitiva rotunda românica templária inspirada no modelo oriental das igrejas circulares italo-sírias e na linha arquitectónica do templo do Santo Sepulcro de Jerusalém.
Claustros góticos com arcadas quebradas sobre colunas grupadas, característica da época *8.
Nave manuelina de espaço unificado coberta com abóbada rebaixada, polinervada, com combados, sobre mísulas.
Portal-retábulo preenchido com grutescos, elementos vegetalistas e estátuas de vulto.
Janelas, frisos e platibandas do corpo manuelino com decoração vegetalista, emblemática e grutescos.
A planta do conjunto monacal quinhentista parece inspirar-se na do Ospedale Maggiore em Milão (KUBLER, 1927).
Claustro de D. João III maneirista, com alçados inspirados no pórtico da basílica de Vicenza de Jacopo Sansovino, solução dos chanfros dos ângulos, bebida no pátio da Imperiale Nuova, de Genga (COELHO, 1987).
Solução barroca na fachada NE. do Convento, com frontões contracurvados e pináculos moldurados rematando a Sala dos Cavaleiros.
Características Particulares
Dormitório de planta cruciforme.
Hábil adaptação da nave ao declive do terreno, criando-se um espaço sob o coro com abóbada de perfil muito rebaixado.
O corpo da Botica e Enfermaria, de 2 registos sobre embasamento, tem o 1º em parte soterrado, embora mostre vãos emoldurados de janelas.
O mesmo sucede com parte do embasamento do convento, do lado S.
No exterior a nave possuí contrafortes profusamente esculturados e é cintada por frisos decorativos.
A denominada janela da Casa do Capítulo é igualmente decorada internamente com elementos de passamanaria.
Aos elementos decorativos manuelinos sobrepuseram-se decorações neo-manuelinas de vincado cariz marítimo.
A Casa do Capítulo inacabada tem o 2º piso manuelino e o 1º renascentista, tendo este sido escavado na rocha.
Dados Técnicos
Estruturas mistas e autoportantes.
Materiais
Cantarias de calcário, alvenaria mista rebocada, alvenaria hidráulica, tijolo, betão armado, lajedo, azulejo, mármore, madeira, ferro, vidro, telha.
Intervenções Realizadas
Proprietários:
- 1º Conde de Tomar:
1838 - redimensionou as estâncias da ala do noviciado, onde estabeleceu a parte social da residência, murando as portas renascentistas do corredor para essas estâncias e delas para a varanda sobre o Pátio dos Carrascos e rasgando novas portas; construção numa parte da dita varanda de um jardim de Inverno à sala de jantar; construção a partir do terraço do "choço" *3, encostada a uma parte da fachada S., de um acrescento à altura de 2 andares onde se instalou no espaço térreo uma capela e, no andar superior, uma sala de estar;
restauro da muralhas entre a Porta do Sangue e a borda do "choço", ou seja a horta, para criar um passeio de recreio;
construção de uma estufa junto deste troço de muralhas;
construção de uma varanda pequena, ao fundo da varanda do Pátio dos Carrascos, que servia de acesso e regalo aos quartos dos donos da casa, instalado num espaço ao nível do 3º andar, no extremo poente da ala N. do Claustro dos Corvos;
transformação em cozinha do longo corredor de passagem do 1º andar da ala S. do claustro dos Corvos, com porta para o corredor do Noviciado, para onde davam todas as salas;
ao nível térreo foram colocadas portas com as armas Costa Cabral gravadas sobre vidro fosco, na passagem para a cozinha velha do convento;
1897 - a sala da antiga livraria dos frades foi dividida em vários quartos pelo 3º conde de Tomar;
1900 / 1912 - Limpeza e restauro nos Paços da Rainha, Claustros da Lavagem e Micha, Capela de São Jorge, ornatos do Coro.
- 3º Conde de Tomar:
1917 - construção de um lagar num dos recantos do "choco", junto à fonte dos anjos;
DGEA: 1926 /1929 - Reforço da torre sineira da Charola, com betão armado, reconstrução do seu interior, reparação do telhado;
restauros das casas do Dom Prior;
reparações no pátio dos Carrascos;
reparações diversas no claustro de D. João III;
demolições diversas frente ao portal da igreja;
DGEMN: 1933 - Obras de ajardinamento na entrada para o Convento:
construção de muros e canteiros;
colocação de alegretes, vasos e bancos;
1934 - Reparação e reconstrução dos muros da cerca do Convento;
1933 / 1945 - Reforço dos suportes das galerias do Claustro da Hospedaria e das paredes da Casa do Capítulo com desentaipamento da janela S.;
restauro dos Claustros de D. João III (limpeza dos paramentos e refechamento de juntas, restauro das molduras e ornatos em cantaria, reparação do 2º pavimento e colocação de gárgulas, abertura de um arco, desentaipamento de vãos, reconstituição de parte do corrimão das escadas em caracol);
e, de Santa Bárbara, Sala dos Cavaleiros (reparação do pavimento), casas do Dom Prior, Sala da Hospedaria, fachada dos Paços, Porta do Sol;
conservação das salas viradas ao Claustro dos Corvos;
telhado da igreja;
Obras no aqueduto do convento:
reparação e cobertura do canal até à primeira nascente; demolição de casas em ruínas no pátio dos Carrascos;
projecto para a reinstalação eléctrica do Seminário das Missões;
remodelação das instalações sanitárias;
restauro de duas janelas geminadas na sala do Capítulo;
1945 / 1960 - Construção de muro de vedação e duas portas de cantaria junto ao castelo;
Claustro da Lavagem:
construção 2º piso, substituição do pavimento em tijoleira, reboco das paredes do 1º piso e assentamento de silhares de azulejos, novo capeamento de cantaria, assentamento de portas, assentamento de bancos de cantaria na passagem do claustro para o castelo, recuperação da cobertura da ala norte com aplicação de telha românica e de canudo.
Claustro da Hospedaria: aplicação de cintas de betão na ala S., limpeza de ervas e reparação da cobertura com a colocação de um novo vigamento em pinho e forro de madeira em casquinha, substituição do telhado incluindo caleira e telha romana;
reparação da fachada E., construção de 4 gárgulas e seu assentamento, restauro de uma janela que dá para o telhado, incluindo caixilho pintado, picar, rebocar e caiar paredes interiores e exteriores, reconstrução do pavimento de lajedo, substituição da canalização, assentamento de 2 portas;
Capela do Cruzeiro:
reconstrução do telhado com substituição de telhas, ripas e barrotes;
assentamento de uma mísula em cantaria, consolidação de artesões nas abóbadas;
Capela dos Portocarreiros: reparações nas fachadas O. e S. da nave, colocação de azulejo decorativo no frontal do altar, igual ao existente, colocação no altar de duas colunas de cantaria trabalhadas, pintura a óleo do portão de ferro.
Sala dos Reis: reconstrução do pavimento em tijoleira, substituição da cobertura, picagem, reboco e pinturas das paredes;
reparação da sala do Noviciado;
demolição da plataforma onde assentava o altar-mor da Charola, reparação de ornatos nas janelas do Coro e Sala do Capítulo;
reparação e pintura nova em caixilharias e portas na igreja;
reassentamento do pavimento de lajedo na igreja;
consolidação da pia baptismal;
fornecimento e assentamento de vitral em caixilho de chumbo na charola, janelas no coro, rosácea e janela do cruzeiro;
assentamento de um altar de cantaria, incluindo supedâneo, em substituição do existente na igreja;
pintura dos cabeçotes dos sinos;
construção de cortina de cantaria na escada da sala do capítulo e reparação e pintura de portas e janelas;
restauro das cantarias do gigante do ângulo norte da sala do capítulo.
Claustro de D. João III: substituição dos pavimentos em tijoleira no 1º e 2º pisos, consolidação de uma das abóbadas, picagem, reboco e pintura das paredes, vedação das juntas dos terraços, impermeabilização de uma parede.
Claustro da Micha: levantamento e assentamento de telhados e reconstrução com substituição da telha dos canais, reparação do madeiramento, limpeza e pintura das portas, picagem, reboco e pintura das paredes, consolidação dos artesões das abóbadas, assentamento de duas colunas de cantaria, substituição da tubagem que conduz a água ao seminário.
Claustro do Cemitério: limpeza de telhados;
refechamento de juntas, picagem, reboco e pinturas das paredes, assentamento de azulejos artísticos, assentamento de lajedo, restauro e pintura das portas.
Claustro dos Corvos: na passagem do claustro para a escada foram picadas e rebocadas as paredes, substituição de degraus em cantaria no acesso ao refeitório;
instalação eléctrica (1ª. fase);
limpezas das ervas existentes nos muros do convento;
renovação de canalizações e instalações sanitárias.
Claustro de Santa Bárbara: substituição do pavimento em tijoleira, restauro e assentamento de caixilhos de madeira e uma porta, restauro de escadas, picagem, reboco e pintura das paredes, substituição da cobertura colocando novos madeiramentos e telhas.
Sala dos Cavaleiros: reparação do telhado e assentamento de algerozes em zinco;
reparação da boca da cisterna;
reparação do tanque do jardim;
construção do muro de suporte (1ª fase), da plataforma frente ao castelo, para parque automóvel, no sítio denominado Cerrado dos Cães, construção de instalações sanitárias no parque (1ª. fase).
SFOE: Instalações do Hospital Militar:
1950 - reparação geral dos telhados.
1955 - substituição da instalação eléctrica.
1956 - reparação e melhoramentos das instalações sanitárias dos oficiais e sargentos.
DGEMN: 1961 / 1965 -
Claustro da Micha: restauro e recuperação dos pavimentos, restauro de cantarias em abóbadas, com substituição e consolidação de artesões, pavimentação em calçada no troço de ligação do claustro com a cozinha, restauro da clarabóia, colocação de uma porta nova em madeira exótica, na entrada principal, demolição de uma escada existente no claustro, rebaixamento do pavimento na varanda do lado nascente para utilização das gárgulas.
Claustro dos Corvos: recuperação dos pavimentos, com refechamento de juntas no lajedo e limpeza de ervas, restauro dos tectos e paramentos, assentamento do pavimento na zona da cisterna e colocação de tampos, tapamento de vãos de janelas e frestas, colocação de gárgulas em cantaria, assentes nos algerozes, colocação de cachorros em cantaria nas janelas a N., arranjo da platibanda, substituição de caixilharia e assentamento de uma porta em madeira;
restauros diversos na sala de aulas, hospedaria e enfermarias;
desentulhamento das caves sob o Refeitório;
construção e assentamento de mesas e bancos de pedra no refeitório dos frades;
cinta de betão nos contrafortes da Charola;
reparações e impermeabilização no terraço sobre a porta antiga da charola;
obras diversas no adro, frente à igreja;
picar paredes e rebocar na sala de passagem e corredor do confessionário, incluindo a abóbada e assentamento de silhares de azulejos;
obras diversas de restauro e conservação nos anexos do claustro da Hospedaria, outrora ocupados pela GNR (assentamento de portas, restauro e construção de tectos, construção de pavimentos em tijoleiras);
reparação do telhado na dependência junto ao corredor do noviciado;
reparação e renovação das instalações sanitárias no convento;
substituição da instalação eléctrica do refeitório, cozinha e anexos;
Reparações diversas: reparação de paredes e caiações no corredor do noviciado;
limpeza e pintura da porta principal da igreja;
reparação e pintura de tectos;
substituição do pavimento em tijoleira na sala das cortes;
colocação de portas no corredor do cruzeiro, de acesso ao coro;
reparações diversas nas salas dos Reis;
reconstrução dos paramentos no Claustro da Lavagem;
obras de conservação no antigo Cartório dos Frades.
Hospital Militar: reparação das coberturas com substituição do ripado, algumas peças de forro e colocação de telhas novas;
recuperação do telhado da sala dos Cavaleiros com substituição de algerozes e caleiras;
1965 / 1970 - demolição de um muro adossado à muralha do lado sul da porta de acesso ao jardim;
substituição do pavimento e telhado da Sala dos Reis e restauro da pintura dos tectos;
sala de aulas e 2º piso do Claustro de D. João III;
sondagens no mesmo e nas paredes S. e O. do Coro (picar paramentos, limpar cantarias, refechar juntas);
restauro da fachada S. e elementos decorativos da Charola (arranjo de 12 baldaquinos, restauro da talha, limpeza de paredes, marmorear degraus dos altares, consolidação de um altar em talha, restauro de pinturas das banquetas dos altares);
reparação do telhado da igreja com substituição de telhas partidas, limpeza de ervas, de algerozes e gárgulas.
Claustro dos Corvos - regularização da cortina de alvenaria que protege a passagem sob as arcadas e na entrada para a cozinha, escavações e sondagens para a procura do primitivo pavimento, construção de nova caixilharia, protecção da boca da cisterna;
limpeza do telhado e assentamento de azulejos com argamassa nova no Claustro do Cemitério;
pintura do tecto e assentamento de azulejos com argamassas novas no Claustro da Lavagem;
demolição e reconstrução da varanda da antiga enfermaria do convento;
arranjo urbanístico do terreiro de Cerrado dos Cães;
instalação eléctrica na igreja e anexos;
obras de conservação e restauro de coberturas na zona da sala dos Cavaleiros;
restauro da fachada O. e conservações diversas (escavações, demolições, picagem, refechamento de juntas; substituição de caixilharias);
instalação eléctrica - iluminação da sala do Capítulo e claustro de D. João III;
obras de restauro e conservação na zona do seminário e paços do Infante (recuperação de diversas dependências situadas no 1º piso do lado S., escavações junto à fachada sul até deixar a descoberto as soleiras das portas e arcos;
sondagens diversas;
SFOE: Hospital Militar: 1969 - reparação do telhado e exteriores;
DGEMN: 1971 / 1980 - Limpeza das fachadas E. e N. do convento;
restauros no Claustro da Micha, Hospedaria, Santa Bárbara e Lavagem (conservação de telhados, pavimentos e tectos, substituição de caixilharia, substituição de portas);
substituição da porta na torre da sala da Rainha;
construção de socalcos e muros de suporte nos jardins e pomar;
obras de consolidação no interior da Charola (substituição do estrado do pavimento no lado E., reparação e colocação de peças em talha);
consolidação da grade do coro, reparação dos balaústres em pedra;
conservação diversa entre a torre de Menagem do castelo e a entrada do Hospital Militar;
reparação da cobertura na zona do museu das Missões, junto ao Hospital Militar;
consolidação do campanário junto à sineira;
reparação de instalações sanitárias;
colocação de 2 grades de ferro nas janelas da Sala do Capítulo.
SFOM: Hospital Militar: 1970 - remodelação total da cobertura com substituição da estrutura de suporte em betão pré-esforçado;
1974 - Sala dos Cavaleiros é transformada em sala de convívio para os doentes;
1975 - construção de um guarda-vento na Sala dos Cavaleiros;
1983 - remodelação dos sanitários na zona das consultas externas;
construção de bar e sala de praças.
DGEMN: 1981 / 1990 - Limpeza de paramentos exteriores da Charola, beneficiação da cobertura e substituição de alguns cachorros junto ao terraço;
construção de estrutura pré-esforçada para assentamento do telhado da nave da Igreja;
telhado na ala O. do Claustro dos Corvos;
reparação de coberturas e fachada das casas de Dom Prior e no Claustro da Lavagem;
reparação da cobertura do cruzeiro;
obras no refeitório, cozinha e quartos;
beneficiação na zona do Hospital - execução de pavimentos em calçada à portuguesa, arranjo do jardim do hospital;
construção de sanitários públicos.
1988 - início do restauro da pintura mural da Charola;
1995 / 1998: IPPAR / Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra - Intervenção nos estuques da Charola, com limpeza, consolidação, reprodução e feitura dos elementos em falta;
reintegração cromática.
IPPAR: 1995 / 2000 - Obras de beneficiação, reabilitação e restauro do imóvel:
beneficiação do Claustro dos Corvos, impermeabilização dos terraços, reparação de coberturas e do muro do laranjal, contenção de taludes, desenhos e levantamentos arquitectónicos das casas dos serviçais do conde e de infra-estruturas de água e esgotos;
estudos das patologias das pedras da charola e da sacristia nova;
escavações nos Paços do Infante;
recuperação das pinturas da abóbada da Charola: fixação da camada pictórica, limpeza, aplicação de massas nas fissuras e fendas de maior expressão, reintegração cromática;
conservação e restauro de todos os vitrais novecentistas da charola;
tratamento do suporte e da policromia das mísulas e baldaquinos em talha dourada, onde assentam as esculturas que se distribuem pela parte inferior do tambor interior e exterior da charola.
2000 / 2006 - restauro dos elementos decorativos da charola: talha dourada, pintura mural decorativa e historiada, estuques, pintura sobre tábua, renovação da instalação eléctrica (em curso).
Observações
*1: Embebidos na talha, existem 12 reservas (8 na abóbada e 4 nas ilhargas) para pinturas em tela já desaparecidas;
*2: "Martírio de S. Sebastião". Atribuído a Gregório Lopes, faz parte da exposição permanente do MNAA.
*3: Esta capela gótica possuía, no altar, um quadro conhecido como "Nossa Senhora dos Anjos", hoje no MNAA;
*4: De acordo com uma descrição datada de 1571 (Ordem de Cristo, Livro 232, fl.5), antes do coro manuelino existiu um outro mandado fazer pelo Infante D. Henrique "no arco em que ora estaa, com que tomou dous panos dos dezaseis aos defronte dos arcos da capeila [mor]". Foi feito "debaixo do dito arco, no maciço da parede [à] altura de uma braça do andar do convento, ao qual [se] acrescentou huma pequena sacada sobre a mata e outra sobre a egreja com hum peitoril (...). A serventia deste coro fez[-se] no outro pano pegado da banda do norte [com] escada pello grosso da parede".
*5: Visíveis na portada iluminada do Livro 4º da Extremadura da Leitura Nova e numa inicial iluminada do livro 232 da Ordem de Cristo. Fr. Jeronimo Roman (1591) descreve o desaparecido corpo superior da Charola como um "cimborio" que os monges do Convento chamavam de "charolinha". Esta designação, a par da indicação de que era "armada sobre 28 pilares", pressupõe a existência de uma circulação anelar réplica da Charola, mas em escala reduzida.
*6: "O Coro (antigo Cadeiral) é fabrica admiravel, naõ tem igual neste Reyno, e por ventura, nem em toda a Espanha. He obra de talha (...) em que se vem os antigos freires com habito clerical com barretes na cabeça e cruzes de Christo no peito e muitas figuras em nichos, humas de relevo, e outras de meyo relevo. Vemse tabem laçarias, folhagens, e brutescos, (...) tudo primores da arte, em que se esmeraram os engenhos da superior Alemanha e ate às cousas mínimas com tanta propriedade esculpedas que parece desafiar a natureza" - Fr. Jacinto de S. Miguel, c.1700, (Códice 8842, fl. 197).
*7: A descrição da Sacristia nova (Filipina) por Fr. Jacinto de S. Miguel refere que, nesta, existia um santuário de relíquias com um relicário de ouro oferecido por D. Manuel "obrado pellos grandes engenhos da Índia" e um "habito de Christo em ouro esmaltado", oferecido por Filipe II, avaliado em 14.000 cruzados - a conhecida cruz de Cristo que faz hoje parte do Tesouro da Sé de Lisboa.
*8: V. Claustro da Sé de Lisboa, São Francisco de Santarém e São Domingos de Guimarães. Na torre, à direita do antigo portal (S.), encontra-se uma placa undecentista que o Infante D. Henrique mandou trazer do Castelo de Pombal.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
A Esfinge mutilada da Igreja de S. João Baptista em Tomar
Na fachada da Igreja de S. João Baptista em Tomar, encontram-se dois elementos cuja leitura deve ser feita em conjunto.
Não é por acaso, os acasos nem sequer existem, que se trata da Igreja de S. João Baptista, como também não o é, o facto de a Esfinge que lá se encontra (sim trata-se claramente de um busto de Esfinge) foi mutilada (não se trata da corrosão do tempo ...), acrescido de um tímpano com a Flor de Lys guardada por dois leões - um de guarda e o outro com uma oferenda de caça na boca.
Aditamento:
A contemplação mais aprofundada dos leões no tímpano, leva a uma correcção, não se tratam propriamente de dois leões, mas sim, de um leão e de uma leoa. E a oferenda que a leoa traz na boca, não é uma peça de caça - que aparentemente seria um cordeirinho, mas sim um leãozinho, ou seja, trata-se de um filhote.
É a Génese, o impulso da vida, sob os auspício de João o Baptista.
Conjunto fabuloso.
A Esfinge fala-nos do Ser Pleno, da Obra Primordial.
A Matéria, a Mente e o Espírito.
Indica o Segredo Guardado.
O tímpano, apresenta algo mais.
Acresce o facto de ser um local de culto dedicado a S. João Baptista - a Água, a Concha, o Espírito.
E mais este delicioso pormaior nas portas laterais à nave
Tirei a fotografia quando saindo da nave, depois de uma enorme surpresa em que uma senhora liderava os trabalhos religiosos (excumunhão na certa ....), tive esta quando olhei vendo o elemento de abertura/encerramento da porta!
Aditamento:
Os matemáticos (coisa que eu não sou de todo; sou Humanista), têm em conta a disposição, posicionamento e intersecção das linhas, horizonte e direccionamento.
37º
Uma rede perfeita; Castelo, Convento, Stª Maria do Olival, Stª Iria, etc.
A vida é um mar de deliciosas surpresas.
Castelo Templário e Convento de Cristo: Descrição
Descrição
Fonte: ex-DGEMN, actual IHRUComplexo monacal de planta irregular, composta pela igreja, claustros e dependências conventuais.
Coberturas diferenciadas em telhado e em terraço.
Volumes articulados em disposição horizontal quebrada pelo verticalismo da Charola (oratório templário primitivo).
Torre de planta poligonal, originalmente integrada no sistema de fortificação amuralhado, a Charola é o centro irradiador de todo o complexo edificado e constitui ainda o seu elemento visual dominante.
A E. erguem-se os claustros góticos do Cemitério e da Lavagem, a Capela de S. Jorge e as ruínas dos paços medievais, primeiro conjunto de construções anexadas à Charola.
A NE. a Sacristia Filipina e atrás desta, já integrado na fachada N. do complexo, o corpo das Enfermarias (rematado pela Sala dos Cavaleiros) e da Botica.
A O. sacrificando-lhe 2 faces, encosta-se o corpo da Igreja manuelina e depois desta, os claustros e dependências conventuais resultantes das reformas quinhentistas, que se articulam ortogonalmente a partir da, planta cruciforme dos Dormitórios, cujos braços se desenvolvem no sentido N.-S. e E.-O.
A E. do cruzeiro dos Dormitórios, no prolongamento da nave manuelina, situa-se o claustro de Santa Bárbara, a NE. o claustro da Hospedaria, a NO. o da Micha, a O. o das Necessárias, a SE. o de D. João III ou Filipino e antiga sala do capítulo e a SO. o dos Corvos.
Fachada E.: Botica, no seguimento da muralha, e Sala dos Cavaleiros, no ângulo NE., com fachada dupla sobre embasamento em talude, rasgada por janelas de sacada e encimada por frontões contracurvados.
Fachada N. formada pela Portaria Real, entre o corpo das Enfermarias e o da Hospedaria, a que se segue a fachada dos Dormitórios, rematada por frontão triangular, e o corpo da Micha, rasgado pela antiga Portaria.
A fachada O. é cercada por muro alto, por trás do qual avulta a cobertura tripartida do Noviciado e a massa prismática das Necessárias.
Fachada S. realçada pela arcaria do aqueduto dos Pegões, apoiada em plataforma rusticada, corresponde ao corpo do Claustro dos Corvos, Dormitórios e Claustro de D. João III, este encostado à Casa do Capítulo, assente em embasamento de talude.
IGREJA:
Planta composta por 2 corpos diferentes:
- Charola poligonal românica de 16 faces (actual cabeceira), com contrafortes nos ângulos, frestas em panos alternados, cachorrada sob murete rematado por merlões e torre sineira a SE..Adossado a O. adaptando-se ao desnível do terreno, situa-se o corpo da nave manuelina assente num forte embasamento e marcado por registos sobrepostos divididos horizontalmente por frisos decorativos, contrafortes salientes e moldurados (mais robustos nos ângulos NO. e SO.), revestidos por pujante decoração naturalista e emblemática manuelina, também presente nas molduras das janelas que rasgam a caixa murária, por vezes em associação com elementos platerescos.
Estes janelões possuem 2 ou 3 arquivoltas de decoração vegetalista, grutescos e heráldica manuelina.
O remate é feito por cornija de folhagem e platibanda rendilhada de 2 registos com esferas armilares e cruzes da Ordem de Cristo.
Portal a S., profundo, entre 2 contrafortes prismáticos e escalonados, rematados em pináculos de colchetes, unidos superiormente por arco em asa-de-cesto com rosetas e cairéis de cogulhos que antecede estreita abóbada rebaixada polinervada com bocetes vegetalistas pendentes.
O portal possui 3 arquivoltas em arco pleno, delimitadas por colunelos sobre bases facetadas, a 1ª com grutescos onde na base do lado direito se encontra, inscrita em faixa, o ano de 1515 e assinatura de João de Castilho, a 2ª com enrolamentos de folhagem que se elevam a partir de um cesto, por entre os quais avultam anjos, e a 3ª por rosetas quadrifoliadas, mais pequenas e ladeadas por colunelos torsos nos pés-direitos.
Do extradorso, decorado com cogulhos de acanto, eleva-se moldura ondulante rematada em canopial, decorada com rosetas e cogulhos, que alberga esfera armilar suportada por 2 meninos, e é encimada por friso torso com rendilhado e mísula vegetalista com imagem da Virgem com o Menino sob baldaquino. Ladeiam-na pilastras e colunelos estriados que intercalam nichos com estátuas de Profetas e Doutores da Igreja em 3 registos.
O conjunto é encimado por tronco podado a formar arco polilobado com florões nos vértices e rematado por Cruz da Ordem de Cristo.
O acesso ao interior da igreja faz-se por uma porta de madeira apainelada e pregueada, datada de 1703.
INTERIOR:
Charola composta por deambulatório anelar, com 16 faces no seu perímetro periférico, coberto por abóbada de berço suportada por arcos torais de volta perfeita, envolvendo tambor central octogonal.
Este é composto por 2 andares:
no 1º rasgam-se arcos esguios, ligeiramente apontados; no 2º, frestas simples ou de remate trilobado, sendo o interior do octógono coroado por cúpula nervurada de oito panos.
A exuberante decoração - estatuária, pintura, estuques, frescos e outros elementos complementares - pertence, sobretudo, à época das obras manuelinas quando, igualmente, duas faces da Charola foram rasgadas pelo arco de acesso à nave, adaptação atribuída a João de Castilho, que assim transformou o oratório templário primitivo em capela-mor do novo templo.
As outras 14 faces do muro periférico do deambulatório, alternadamente rasgadas, no alto, por estreitas frestas, encontram-se divididas por colunelos, de onde arrancam os arcos torais da abóbada.
Nas faces situadas imediatamente à esquerda e direita do arco triunfal, abrem-se duas capelas decoradas com talha setecentista.
A nave manuelina é um espaço unitário de 3 tramos cobertos por abóbada polinervada, com cruzeiros, liernes e terceletes unidos por combados torsos formando grandes pétalas em chaveta, decoradas com bocetes vegetalistas. A abóbada apoia-se em mísulas muito desenvolvidas (decoradas com elementos vegetalistas, meninos, anjos, esferas armilares, cruzes da Ordem de Cristo, escudos reais e flor da pimenta), unidas por friso de rosetas que corre a todo o perímetro das paredes da nave.
Na parede O., óculo profundo de estrias radiantes envolvido por moldura torsa.
A N. e S. 2 janelões emoldurados periferiacmente por colunelos torsos, subsistindo no intradorso vestígios de decoração de troncos podados saíntes de cestos.
O portal da igreja é formado, no interior, por arco abatido com elementos vegetalistas entre duas colunas torsas.
A E., amplo arco de acesso à Charola profusamente pintado, com medalhões dos Evangelistas no intradorso onde, suspenso do lado S., se encontra o púlpito, composto por base circular de pedra e sobre esta, um peitoril de balaústres encimado por baldaquino.
Do lado N. existe versão do mesmo púlpito, mas pintada em Trompe-l'oeil.
Uma teia alta em pau-santo, esquinada por balaústres em brecha, separa o espaço da Charola do corpo da igreja.Abarcando 2 tramos desta, a O., situa-se o coro-alto com cadeiral setecentista de dois níveis de cadeiras dispostas em "U", que substitui o gótico primitivo.
O espaço é protegido por teia em pau-santo integrando 4 balaústres em pedraria que assenta sobre parede com porta de acesso a um sub-coro de pé-direito reduzido (actual Sala do Capítulo), coberto por abóbada abatida, artesoada. O espaço é iluminado por duas janelas, a S. e a O., possuindo esta última abundante decoração naturalista manuelina que corresponde à face interna da designada Janela do Capítulo.
CLAUSTRO DA LAVAGEM: quadrangular, de 2 pisos, o inferior com 5 tramos por ala com arcos quebrados assentes em grossos pilares chanfrados sobre murete, o superior com 6 tramos de arcos quebrados sobre colunas grupadas transversalmente, com capitéis de dupla fiada de colchetes de folhagem; cobertura em tecto de madeira. O espaço central apresenta 4 tanques e a meio 1 poço cisterna.
CLAUSTRO DO CEMITÉRIO: quadrangular, 1 piso com 5 tramos por ala, de arcadas e suportes idênticos aos do Claustro da Lavagem, mas com colunas duplas de bases e capitéis distintos; coberturas em abóbada de berço nas 4 alas e de aresta nos cantos. O seu risco é atribuído a Fernão Gonçalves cuja assinatura, em caracteres góticos, se inscreve na base da coluna do ângulo SO.
Destinado a servir de cemitério a religiosos e cavaleiros da Ordem, possui pavimento revestido com tampas sepulcrais lisas, numeradas e arcossólios com arcas tumulares a S. e O.
Espaço central com 5 alegretes decorados com azulejos hispano-mouriscos.
Abrem para este claustro as capelas de São Jorge, a S. e dos Portocarreiros, a O..
SACRISTIA FILIPINA: espaço rectangular de traçado maneirista substitui a sacristia velha que funcionava desde 1484 na actual Sala de Passagem.
Abre para a ala S. do Claustro do Cemitério através de portal enquadrado por pilastras dóricas encimadas por frontão com a data de 1620.
Nos topos E. e O., mais estreitos, situam-se janelas envolvidas por cartelas por cima de um entablamento dórico sustentado por pilastras em estípide.
Os lados maiores apoiam-se em dois amplos arcos abatidos formando recessos. Cobertura em abóbada de berço com caixotões pintados com grutescos dourados e cruzes da Ordem de Cristo sobre fundo negro.
CLAUSTRO DA MICHA: quadrangular, 4 alas com arcos plenos geminados (em asa de cesto nos topos N. das alas E. e O.), separados por fortes contrafortes; abóbada polinervada sobre colunas lisas com capitéis de volutas e em mísulas cónicas; entrada N. com inscrição e data de conclusão (1546); pavimento central lajeado, com 4 clarabóias e escada de caracol no topo NO., que conduz a vasta cisterna com abóbada apoiada em 6 colunas.
A N. Antiga Portaria, de vão rectangular entre colunas coríntias assentes em altos pedestais. Sobre a galeria, edifícios de 2 pisos que integram, na ala O., as Salas das Cortes. Estas compreendem 3 espaços quadrangulares com 4 colunas centrais suportando tectos de madeira, um dos quais constituído pelo cruzamento de 2 abóbadas de berço com caixotões.
CLAUSTRO DAS NECESSÁRIAS: rectangular, com 2 arcadas nas alas N. e S. e 1 na ala E., tem ao centro boca de cisterna e contíguo, corpo independente onde sobre vasta fossa subterrânea, se acham as instalações sanitárias correspondentes a todos os pisos conventuais.
CLAUSTRO DOS CORVOS: quadrangular, 2 galerias de dupla arcada separadas por contrafortes, que sobem até ao 3º registo a S. e O.; coberturas e suportes idênticos aos do Claustro da Micha.
Rodeiam a quadra 4 corpos de 3 pisos, sendo o lado S. ocupado pelo antigo Celeiro (hoje capela), o N. pela Cozinha (piso térreo) e as celas do Noviciado (1º piso) e o lado E. pelo Refeitório e pelas celas do braço S. dos Dormitórios.
REFEITÓRIO: amplo espaço rectangular situado entre o Claustro de D. João III e o dos Corvos, com abóbada de berço esquartelada formando caixotões quadrados; 2 janelas maineladas rematadas por 2 vãos rectangulares rasgam o topo S., ladeando nicho central onde se abrigava uma pintura. Nas paredes laterais, 2 púlpitos renascença com peitoris decorados com baixos-relevos, entre janelões rectangulares. No topo N., abre-se arco de acesso à Cozinha, espaço quadrangular com abóbada de cruzaria abatida, apoiada em grossas colunas.
DORMITÓRIOS: em cruz, com 2 grandes corredores, para os quais abrem as pequenas celas, cobertos por abóbada de berço em madeira apainelada; 3 janelas maineladas, encimadas por meia luneta, rematam os topos O., N., e S., este incluindo pequeno lavabo parietal; na intersecção dos corredores, um cruzeiro sob cúpula abrindo para uma capela quadrangular, com abóbada de berço com pequenos caixotões com motivos emblemáticos, vegetalistas e figurativos em relevo. No tambor da cúpula, largo friso renascentista com 2 grifos em baixo-relevo e cartela com a data de 1533. O piso inferior da ala E.-O. é integralmente ocupado pelo Noviciado, corredor coberto por abóbada de berço abatido e ladeado de celas.
CLAUSTRO DA HOSPEDARIA: quadrado, 4 alas com arcadas duplas, separadas por contrafortes e galerias cobertas por abóbada semelhante à do Claustro da Micha, no 2º registo varandas com colunas sustentando uma arquitrave corrida, à excepção da ala S., destruída; a O., uma 3ª varanda com colunas jónicas e arquitrave, galerias cobertas com tecto de madeira.
CLAUSTRO DE SANTA BÁRBARA: quadrado, com 4 arcos rebaixados por ala, sobre colunas de fuste liso; cobertura de abóbada rebaixada com nervuras e lintéis no lugar dos arcos torais; 2º piso sem cobertura, possuindo, no entanto, colunas e mísulas. PORTARIA REAL: com entrada a N. por porta ladeada de colunas estriadas e frontão com inscrição, compõe-se por escadaria de 56 degraus em 3 lanços com silhares de azulejos azuis e brancos de padrão, é precedida de pequeno vestíbulo a céu aberto e termina numa sala nobre conhecida como Sala dos Reis, espaço quadrangular com azulejos idênticos aos da escadaria, 2 bancos de pedra assentes em mísulas e tecto apainelado de madeira pintada.
CASA DO CAPÍTULO: composta por vestíbulo quadrangular e nave de 2 registos, rectangular, com ábside poligonal; forte embasamento do lado S. e meio soterrada do lado E., sem pavimento divisor dos 2 pisos primitivos (Capítulo dos Freires, em baixo, e dos Cavaleiros, em cima) e sem cobertura; abóbada de nervuras sobre o vestíbulo, que comunica com a nave por arco geminado.
CLAUSTRO DE D. JOÃO III OU FILIPINO: quadrado com chanfros nos ângulos, 2 pisos, cobertura em terraço com balaustrada; as 4 alas, com galerias cobertas de abóbadas de nervuras e caixotões, abrem para a quadra alternadamente por arcos de volta inteira e por vãos rectangulares encimados por janela (1º reg.) ou por óculo (2º reg.) entre colunas de ordem dórica (1º reg.) e jónica (2º reg.) de fuste liso que sustentam os respectivos entablamentos; os 4 ângulos possuem chanfras rectas no 1º piso e convexas no 2º, rematadas por 4 guaritas, com escadas helicoidais a NE. e SO. Do primitivo claustro subsistem várias "engras", vãos rectangulares, nos cantos, com abóbadas polinervadas descarregando em pilastras; uma destas, no ângulo NO., abriga o Lavabo, de bacia rectangular com decoração gomada, amplo alçado dividido por pilastras e remate em frontão com a data de 1593; o seu risco é atribuído a Filipe Terzi.
Ao centro da quadra, fonte de 2 taças sobrepostas sobre plataforma octogonal, atribuída a Pedro Fernandes de Torres.
As 3 escadarias abertas nas paredes interiores, que fazem a ligação dos 2 pisos com as dependências conventuais envolventes, pertencem igualmente ao primitivo claustro, tendo sido integradas na construção do actual; possuem abóbadas de cruzaria com chaves volumosas e decoração renascentista em baixos-relevos, com florões, putti e medalhões com a imagem de D. João III, de D. Maria, de santos e de Frei António de Lisboa, esta acompanhada de inscrição.
Descrição Complementar
Exteriormente os 3 tramos da nave manuelina são marcados por 4 contrafortes muito pujantes e decorados, sobretudo na parte superior.
Existem ainda frisos de decoração que actuam como separadores dos registos das fachadas, sem correspondência no interior.
O remate é feito por cornija de folhagem e platibanda rendilhada de 2 registos com esferas armilares e cruzes da Ordem de Cristo.Na fachada O. a designada janela da Sala do Capítulo, possui no intradorso colunelos a imitar troncos podados, encimados por arco polilobado com florões onde se encaixa aro torso; o enquadramento, em alto-relevo, inicia-se inferiormente com um tronco desenraizado carregado por figura masculina barbada, que se subdivide em 2 frisos de onde se elevam 2 colunas recamadas de folhagem e corolas, atadas por grossos cordões com nós e ladeadas inferiormente por 2 pequenos nichos vegetalistas desabitados e superiormente por duas esferas armilares atadas a segmentos curvos de folhagem; sobre o vão da janela sobrepõe-se grosso arco polilobado recamado de folhas onde se encaixam 2 aros torsos rematados inferiormente por florões, e cujos segmentos superiores se enroscam; remata a composição escudo real encimado por cruz da Ordem de Cristo sobre pano de muro esquadriado.
Interiormente tem forma de portal em arco abatido emoldurado por colunelos decorados com elementos de passamanaria: sanefas, nastros, borlas, fios e cordões entrelaçados.
A S. rasga-se outra janela cujo exterior, semi-encoberto pelo Claustro de D. João III, possui também decoração naturalista manuelina, embora menos desenvolvida.
A decoração interior da Charola abrange todo o seu muro periférico, a abóbada anelar e o exterior e interior do octógono central.
As 14 faces que limitam o deambulatório são divididas por colunelos onde, a meia altura, se encontram suspensas esculturas em madeira policromada, com cerca de 2m, representando Profetas, assentes em mísulas e encimadas por baldaquinos góticos em talha dourada, obra de Olivier de Gand e Fernão Muñoz.
8 Faces do deambulatório que mantêm a estrutura primitiva, possuem altar em baixo, recessos de 2,5x4m para pinturas sobre tábua na zona média e no último terço (até ao arranque da abóbada), pintura mural ou estuques.
As 5 faces restantes possuem capelas ou acessos a outras dependências construídas posteriormente.
À esquerda e direita do arco triunfal, 2 capelas com talha setecentista:
a do lado da Epístola com talha dourada de "estilo nacional" cobrindo o tecto, parte das ilhargas e parte da parede fundeira (retábulo incompleto).
A do lado do Evangelho, integralmente revestida por talha rocaille, dourada e policromada com marmoreados.
Das grandes pinturas sobre tábua das paredes, atribuídas a Jorge Afonso ou ao seu círculo, restam 5 em estado integral, 1 incompleta e 2 fragmentos.
Também os altares possuíram pinturas sobre tábua (de menores dimensões e formato rectangular), atribuídas a Gregório Lopes ou ao seu círculo.
Destas restam apenas 3, uma delas fora do Convento *1.
A pintura parietal superior, com cenas da Vida de Cristo (Menino Jesus entre os Doutores, Fuga para o Egipto, Circuncisão, Enterro de Cristo, Descida da Cruz, Encontro de Cristo com a Virgem, Cristo a caminho do Calvário, Pilatos apresentando Cristo ao povo e Cristo no Monte das Oliveiras), está atribuída a Domingos Vieira Serrão e/ou Simão de Abreu.
Também o octógono central possui, exteriormente, na zona das frestas superiores, pinturas murais de anjos segurando os Instrumentos da Paixão de Cristo, atribuídas a Fernão Anes.
Internamente é decorado com 3 grandes baldaquinos góticos em talha dourada, suspensos nas faces a E., e abóbada de nervuras com chave e cairéis dourados envolvendo, alternadamente, cruzes da Ordem e esferas armilares.
Adossadas aos pilares dos arcos do octógono encontram-se, aparentemente suportadas por mísulas, 12 esculturas em madeira policromada (Anjo de Portugal, Arcanjo, S. João Baptista, S. Paulo, S. Agostinho, S. Basílio, S. Domingos, S. António, S. Pedro, S. Jerónimo, S. Gregório Papa, e Virgem com S. João Evangelista).
Tal como os baldaquinos, pertencem ao conjunto de escultura (de influência flamenga) da autoria de Olivier de Gand e Fernão Munõz.
A abóbada anelar que cobre a Charola é integralmente pintada com motivos arquitectónicos góticos em trompe-l'oeil (nervuras e molduras flamejantes polilobadas) sobre fundo carmesim.
A presença, num dos tramos, da esfera armilar manuelina face ao escudo com as armas de D. Maria, permite datar a sua execução entre 1510 e 1518.
Claustro do Cemitério utilizado como complemento do panteão das Ordens do Templo e de Cristo na Igreja de S. Maria do Olival.
Na ala S., em edícula coroada por frontão e com a data de 1584, o túmulo de Baltazar de Faria, juiz da Casa da Suplicação e agente diplomático de D. João III em Roma; abrigado em arcossólio manuelino com rebordo de folhagem entre colunelos e remate trilobado, o túmulo, datado de 1523, de D. Diogo da Gama, irmão de Vasco da Gama e capelão de D. Manuel I.
Na mesma ala, abre-se porta de acesso à antiga Capela de S. Jorge, utilizada também como sacristia até à construção da nova (dita filipina); espaço quadrangular com abóbada de cruzaria, tem na parede O. arcossólio com túmulo brasonado de Vasco Gonçalves de Almeida e sua mulher, Meça Lourenço, amos do Infante D. Henrique e doadores da capela em 1426, conforme inscrição.
Na ala O. do claustro, datado de 1599, túmulo com arca encimada por obelisco ostentando as armas de D. Pedro Álvares Seco, desembargador da Casa da Suplicação e contador do Mestrado da Ordem e Capela dos Portocarreiros, datada de 1626.
Mandada erguer por António Portocarreiro, almoxarife das rendas da Mesa Mestral da Ordem, é um espaço rectangular revestido por azulejos seiscentistas de diamante e padrão, incluindo frontal de altar e caixotões da abóbada de berço que cobre a capela.
Na parede fundeira, altar encimado por nicho vazio; nas paredes laterais (lado do Evangelho) pedra tumular armoriada com identificação do fundador e sua mulher e do lado oposto (Epístola) lápide sepulcral com legenda, destinada aos descendentes. Acima destas, em painéis que prolongam as divisões em caixotões da abóbada, azulejos figurativos com cenas da vida de Cristo.
domingo, 4 de janeiro de 2009
Castelo Templário e Convento de Cristo: Cronologia
Fonte: Correcção ex-DGEMN, actual IHRU1118 - Fundação da Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo;
Séc. XII, final - Construção do primitivo oratório templário, num dos ângulos da muralha, pelo grão-mestre D. Gualdim Pais;
1190 - Cerco do exército de al-Mansur ao Castelo de Tomar;
Séc. XIII, 2º quartel - Tomar é doada à Ordem do Templo, tornando-se a sua sede militar nacional;
1319 - 14 de Março - A pedido de D. Dinis, o Papa João XXII institui a Ordem de Cristo para substituir a extinta Ordem do Templo;
1357 - Tomar torna-se sede da Ordem de Cristo;
Séc. XV, 1ª met. - Obras henriquinas:
adaptação do oratório templário, introduzindo-se nas 2 faces O. da Charola um coro com 6,40m X 5,40m, em arco aberto, a meia-altura, na espessura da parede, do qual subsiste a moldura em colunelo da arquivolta interior *4; construção de 2 claustros, capela de São Jorge (1426) e Paço;
1484 - D. Manuel, desde esta data Grão-Mestre da Ordem de Cristo, manda construir uma sacristia (actual Sala de Passagem), que até então funcionava na Capela de S. Jorge; tinha comunicação com o coro e com o cubelo da muralha onde se situava a antiga casa-forte;
1492 - D. Manuel reúne o Capítulo Geral onde decide mandar ampliar o Convento;
1499 - São gastos 3.500 reais em obras: melhoramentos na Casa do Capítulo, retábulo do altar-mor, grades de ferro para os arcos da Charola e pintura da mesma, arranjos no coruchéu e no Coro (henriquino), início da construção de nova Casa do Capítulo;
1503 - Nova reunião do Capítulo tendente à Reforma da Ordem, ordenando o Rei expropriar a antiga Vila de Dentro, intra-muros, e encerrar as portas do Sol e de Almedina;
1506 - D. Manuel decide mandar construir o corpo da nave da igreja;
1509 - Um raio destrói a lanterna e coruchéu que coroava a Charola *5;
1510 - pintura mural do tambor central, ao que se pensa, mandadas fazer por D. Manuel a Fernão Anes; encomenda atribuída ao pintor régio Jorge Afonso de 12 tábuas (de que restam 5 em estado integral, 1 incompleta e 2 fragmentos), para as paredes da charola;
1510 / 1513 - entre estes anos decorreu a construção do novo Coro (nave) por Diogo Arruda, a mando de D. Manuel, no local que hoje ocupa, contudo, as medidas apontadas no documento não coincidem com as actuais;
1510, 13 Jun. - Carta de D. Diogo de Braga para o rei sobre a obra feita por Diogo de Arruda;
1511 / 1514 - construção do cadeiral gótico por Olivier de Gand e Fernão Muñoz, oferecido por D. Manuel I ao Convento de Cristo *6;
1512, 23 Agosto - Carta que refere o pagamento feito a Diogo de Arruda pelas obras que efectuou no Convento;
1515 - Provável conclusão da nave da igreja por João de Castilho, conforme assinatura e data existentes no portal;
1510/1518 - Execução das pinturas da abóbada da Charola;
1519 - Primeiras referências documentais da presença de João de Castilho no Convento, respeitantes à construção dos lagares e aos estaleiros onde se lavrava a pedraria para as obras;
1523, 25 de Janeiro - Data de falecimento de D. Diogo da Gama, conforme inscrição na sua arca tumular (em arcossólio manuelino) na ala S. do Claustro do Cemitério;
1523 a 1540 - A Coroa faz várias doações de dinheiro para as obras do Convento;
1529 - Reforma da Ordem acometida por D. João III a Frei António de Lisboa, que expulsa antigos freires, impõe a clausura e elabora novos estatutos baseados na Regra de São Bernardo;
1530 - A Reforma espiritual é acompanhada de uma reforma material, tendo início nova campanha obras de João de Castilho: construção do Claustro de D. João III e dos outros a Oeste da Charola;
1533, 9 de Julho - Carta de D. João III para Frei António de Lisboa, ordenando que se adquirissem os terrenos necessários para as obras novas de ampliação do Convento;
1533 - Carta de quitação de D. João III que refere as obras feitas por João de Castilho:
Coro, Casa para o Capítulo, arco grande da Igreja, portal principal, casas do Aposento da Rainha e obras miúdas; Conclusão do cruzeiro dos Dormitórios conforme inscrição em cartela no tambor da cúpula; data incisa em duas filacteras agarradas por anjos, no arranque do arco da abóbada das ruínas da Casa do Capítulo, referente à campanha de obras de 1533 - 1545;
1536 - data inscrita numa das faces dos púlpitos do refeitório;
1537 - data inscrita no fecho da abóbada na fonte do Anjo;
1539 - data inscrita no fecho da abóbada da sala contígua à cozinha e no fecho da abóbada do antigo celeiro;
1540, 16 Jun.- Carta de João de Castilho sobre a obra dos Dormitórios;
1541 - data existente no fecho da abóbada da galeria do claustro da Hospedaria; num capitel duma coluna do claustro da Micha; numa coluna do ângulo nascente do pavimento térreo do claustro Filipino; na verga da janelado topo N. do corredor do cruzeiro;
1542 - data no fecho da abóbada do claustro da Micha;
1543 - data existente em oito capitéis do claustro da Hospedaria e no fecho da abóbada do claustro dos Corvos;
1546, 4 Março - Carta de João de Castilho sobre a obra dos Estudos dos Colegiais;
1546 - Conclusão do Claustro da Micha iniciado por João de Castilho cerca de 15 anos antes;
1548 - João de Castilho constrói os Estudos dos Colegiais, a Cela do D. Prior, o corredor do eirado sobre a Livraria e faz os esboços dos espelhos do Noviciado;
1548, 11 Setembro - Carta de João de Castilho pedindo a El-Rei provisão para a aquisição de carros para a condução de materiais para as obras;
1551 - Carta de João de Castilho sobre a factura da escada do Coro; o mesmo mestre de obras constrói a Cozinha, o eirado do andar dos Dormitórios, a varanda da Enfermaria e a Cisterna;
1553 - falecimento de João de Castilho;
1557 / 1580 - Início do derrube do Claustro de D. João III e construção de outro renascentista, por Diogo Torralva, no mesmo lugar, designando-se a partir de então por Claustro Filipino (embora se mantivesse, por tradição, a designação anterior), obra interrompida em 1565;
1562 - conclusão da ala N. do Claustro de D. João III, conforme data existente no fecho da abóbada do ângulo NE.;
1581 - Entrada de Filipe II no Convento de Cristo:
realização das Cortes de Tomar no Terreiro da igreja;
1583, 13 de Setembro - Carta do Contador Pero Henriques referindo obras de reparação efectuadas em 1573/75 por Fernão Rodrigues (pintor) - pintura dos painéis dos altares e das colunas, pilares e paredes da Charola - e por Lucas Pires (carpinteiro) - andaimes para limpeza das paredes da Charola, restauros no coro, sacristia e retábulos na crasta dos Cavaleiros, tendo os trabalhos sido avaliados por Simão de Abreu (pintor) e Francisco Rodrigues (carpinteiro);
1584 - Construção do túmulo de Baltazar de Faria na ala S. do Claustro do Cemitério;
1584 a 1598 - Ordem de Filipe II para o arranque das obras do aqueduto, fontes e lavabos do Convento, a que Terzi daria início - em 1619 estas ainda decorriam, tendo Filipe III deixado verba para as terminar (algumas fontes estavam já acabadas, mas ainda por colocar); Ordem de Filipe II a Nicolau de Frias e a Filipe Terzi para que estudassem o lugar onde construir a nova portaria (Portaria Real ou Filipina) que estes arquitectos concluíram poder erguer-se no terreiro da igreja, entre a porta desta e a do Capítulo, com serventia pelo Claustro Real (de D. João III) ou mais abaixo, com entrada pelo Claustro do Lavor (da Lavagem). A difícil conciliação dos acessos com a necessidade de recolhimento dos religiosos nos referidos claustros acabaria por protelar o projecto; execução da teia da Charola em pau-santo;
1591 - Conclusão da construção do Claustro principal (galeria superior S.) e obras de remodelação da Charola, por Filipe Terzi;
1593 - Construção do Lavabo do Claustro principal por Filipe Terzi, tendo a data inscrita no frontão;
1596, 19 de Janeiro - Carta informando Filipe II que estavam ainda por acabar o retábulo do Refeitório e o do cruzeiro dos Dormitórios, a Portaria, o lajedo e degraus do Terreiro da igreja e o lavatório da sacristia velha (manuelina - actual Sala de Passagem);
1598 a 1615 - Pedido do D. Prior do Convento a Filipe III para fazer a Portaria em lugar mais adequado, que o monarca terá despachado favoravelmente;
1599 - Construção do túmulo de D. Pedro Álvares Seco na ala O. do Claustro do Cemitério;
1612, 27 de Junho - Atribuição de verba para a obra da sacristia nova (Filipina);
1615, 3 de Dezembro - Nomeação de Diogo Marques Lucas como Arquitecto das Obras de Tomar;
1618 - Início da construção da Portaria Real, Casa da Escada e Sala dos Reis, por Diogo Marques Lucas, obra que custaria no total 8.000 cruzados;
1618 a 1630 - Demolição de uma torre da muralha Norte para a construção da portaria nova; execução das portas da Portaria em madeira de angelim e pregaria de bronze; construção do pátio da Portaria (que antecede a escadaria filipina); azulejamento deste e dos 3 lanços da escadaria; construção da Sala dos Reis, incluindo tecto de madeira, 2 bancos de pedra forrados com tábua e azulejos, e de uma sala contígua com a mesma decoração; execução do lavabo da sacristia velha (Sala de Passagem) e construção do corredor que lhe ficava anexo, integrando 5 confessionários com ligação ao Coro; azulejamento deste corredor, do corredor de ligação com o Claustro do Cemitério, dos Dormitórios, da escada de caracol do Noviciado e da varanda da Hospedaria;
1618, 11 de Janeiro - Trabalhos finais para a condução de água ao Convento (acabamento da canalização e das fontes); segundo documentação coeva, o custo final de toda a obra terá sido de 60.000 cruzados;
1619 - Entrada de Filipe III no Convento de Cristo para presidir ao Capítulo Geral da Ordem;
1620 - Conclusão da Sacristia Filipina, provavelmente riscada por Francisco Lopes e construída entre o Claustro do Cemitério e a Sala de Passagem *7;
1620, 23 de Janeiro - Atribuição de verbas para a fonte do olho marinho, Casa do Capítulo e ornamentos na porta principal do Castelo de Tomar;
1622, 26 de Novembro - Atribuição de verbas para a obra do Terreiro da igreja;
1626 - Conclusão da Capela dos Portocarreiros na ala O. do Claustro do Cemitério, data incisa no frontão da porta;
1634, 15 de Fevereiro - Atribuição de verbas para concertos no aqueduto do Convento;
1634, 1 de Março - O rei inquire a Mesa Mestral da Ordem sobre a razão do inacabamento do Capítulo que tinha mandado terminar;
1640, 11 de Junho - Atribuição de 1.000 cruzados para se fazer um cofre para a exposição do Santíssimo na igreja do Convento;
1640, 21 de Junho - Consulta para o provimento do cargo de Arquitecto das Obras de Tomar por falecimento de Diogo Marques;
1654 - Data de execução, conforme inscrição na base, da imagem de Cristo da Capela do Cruzeiro;
1686 / 1690 - Remate da fachada das enfermarias e da frontaria da Sala dos Cavaleiros (João Antunes é o mestre das obras das Ordens Militares);
1789 - Abolida a Reforma de Fr. António de Lisboa;
1811 - As tropas francesas ocupam o convento; destruição do Cadeiral de Olivier de Gand;
1834 - Abandono após extinção da Ordem de Cristo; roubo dos livros de canto em pergaminho (com iluminuras), desaparecimento de pinturas e outros espécimes artísticos;
1837 - D.R. de Novembro anuncia para Maio de 1838 a venda de uma parte do Convento de Cristo e cerca, adquiridos por António Bernardo da Costa Cabral, Conde de Tomar e ministro do reino, pelo valor de 5 contos de reis;
1843 - visita da rainha D. Maria II ao palácio do Conde de Tomar;
1844 - elevação da vila de Tomar a cidade;
1845 - D. Maria, acompanhada por D. Fernando, instala-se no convento;
1852 - D. Fernando manda derrubar o piso superior do Claustro de Santa Bárbara e do Claustro da Hospedaria (ala S.) e corredor dos confessionários que lhe passava por cima, para permitir a melhor visualização da fachada O. da nave;
1853 - o claustro da Lavagem encontrava-se em ruína;
1866 - por Portaria de 26 de Setembro, o Ministério das Obras Públicas autorizou o envio de alguns fragmentos do claustro da Lavagem para o Museu do Carmo;
1868 - em 11 de Fevereiro Lucas José dos Santos Pereira é notificado para acompanhar o director das Obras Públicas do distrito de Leiria, Augusto de Abreu, a Tomar, a fim de proceder ao "projecto de obras necessárias para a reparação do Claustro do Cemitério" do Convento de Cristo;
1871, 15 de Novembro - auto de cedência pelo Ministério das Obras Públicas ao Ministério da Defesa das dependências das antigas enfermarias, hospital, sala dos Cavaleiros, Botica e claustro da Micha, entre outras, para ocupação pelo Hospital Militar Regional nº 3, com a designação de PM4 / Tomar;
1917 - todo o conjunto, à excepção da igreja era ocupado pelo Ministério da Guerra;
1918 - estragos causados na janela da sala do capítulo;
1919 - o claustro de D. João III e o refeitório passam a fazer parte das dependências monumentais (não foi lavrado auto de entrega porque da recepção também não havia sido);
Séc. XX, anos 20 - o cadeiral actualmente existente no coro, é oriundo do antigo convento de Santa Joana, que existiu em Lisboa;
1921 - o claustro da Hospedaria alojava uma companhia da GNR; pedido de ocupação pela Procuradoria Geral das Missões Religiosas dos Padres Seculares de parte do edifício ocupado pelo M.G., que passam a usufruir da zona do dormitório novo e cruzeiro, noviciado velho e claustro da Micha;
1939 - O Estado compra o Convento aos herdeiros do conde de Tomar;
1964 - foi feito um projecto de "Adaptação a Pousada da Ala ocupada pelo Hospital Militar";
1969 - Danos na Sala dos Cavaleiros causados por sismo; nesta data a sala funcionava como enfermaria;
1971 - pedido da Direcção-Geral da Fazenda Pública para devolução de algumas dependências afectas ao ME (antiga padaria, forno e todas as salas anexas);
1972, 25 Agosto - auto de devolução ao Ministério das Finanças pelo Ministério do Exército da zona do piso térreo do Convento de Cristo, constituída pela padaria e salas anexas;
1985 - cedência ao IPPC de dependências até então ocupadas pelo HM3;
1986 - devolução ao Ministério das Finanças de parte das dependências ocupadas pelo Ministério do Exército e agora afectas ao IPPC - três dependências do claustro da Micha e de uma dependência junto ao claustro da Hospedaria;
1991, 31 de Dezembro - desactivação do HMR3;
1992 - projecto para instalação na área ocupada pelo HMR3, de uma área de apoio social para Oficiais do Exército;
1994, c. de - início do projecto global de recuperação do Convento de Cristo pelo arqtº. Santa Rita;
1995 - celebrado protocolo entre o IPPAR e a EPRPS, para a execução da intervenção de restauro e a recuperação das pinturas da abóbada da charola do Convento de Cristo;
1995 - entrega a título precário das instalações ocupadas pelo ex-Hospital Militar à Escola Prática do Serviço de Material;
1997 - as dependências ocupadas pelo ex-HM3, afecto ao MDN, fazia parte das listas do património a alienar em regime de hasta pública (DL nº 318/97 de 25 de Novembro), DR I Série - nº 273 de 21/11/1997;
2001, 13 de Fevereiro - publicação no DR III Série, nº 37, do concurso público nº 306/IPPAR-L/E/2000, para adjudicação da empreitada "Convento de Cristo, Ermida da Imaculada Conceição - Obras de restauro e conservação";
2002 - pelo Despacho conjunto, MF / MDN / MC, nº 266/2002, de 12 de Março, publicado no DR nº 84, II Série, de 10 Abril, foi autorizada a reafectação deste PM ao MC para utilização do IPPAR.
Obrigada a Rui Ferreira pelo reparo