O seu nome vem do latim rosa, que por sua vez procede do grego rhodon numa referência a Rodes, ilha coberta de rosas.
Segundo a mitologia grega, teria sido criada, por Clóris, deusa das flores (Flora entre os romanos), com o corpo inanimado de uma ninfa.
Foi consagrada a Afrodite, deusa do amor, e depois a Vénus, na época romana. Dionísio, segundo a tradição mais difundida, ofereceu-lhe o seu inebriante perfume, e as Três Graças concederam-lhe o encanto e o brilho que ela trazia aos que a contemplavam.
Cupido, filho de Marte, deus da guerra, e de Vénus, usava uma coroa de rosas, assim como Príapo, deus dos jardins e da fecundidade.
Mil anos antes da nossa era, a rosa-de-damasco, uma das mais antigas que se conhece, era cultivada na ilha de Samos, no Mediterrâneo, em honra de Afrodite.
As lendas que falam do nascimento da rosa vermelha, símbolo de regeneração, são muitas.
Uma das versões da mitologia grega conta que teria sido tingida com o sangue de Adónis, mortalmente ferido, e o de sua amante, Afrodite, que, ao correr em seu socorro, ter-se-ia magoado num arbusto de rosas brancas.
O branco, símbolo da pureza, e o vermelho, símbolo da paixão amorosa, evocam os dois aspectos do amor encarnado por Vénus-Afrodite.
É por essa razão que a rosa era utilizada, na Antiguidade, nas cerimónias nupciais:
coroas de rosas ornavam a fronte dos esposos.
Descobriram-se bouquets intactos no sarcófago de Tutankhamon, e, sob o reinado de Ramsés II, a sua essência tornou-se um dos ingredientes de base nos rituais de mumificação.
A rainha Cleópatra (69 a.C.-30 a.C.) teria exigido que uma das salas de seu palácio em Alexandria fosse enchido com pétalas até a altura dos joelhos, com o fim de seduzir Marco António.
Indissociável da poesia persa, a rosa era também utilizada como metáfora para evocar a carnação da mulher amada.
E uma taça de vinho costumava ser comparada a uma rosa sem espinhos, pelo seu perfume inebriante e pela sua rica cor.
Na Idade Média, a literatura apoderou-se da rosa, símbolo do amor, com o alegórico
Romance da Rosa, de Guillaume de Lorris - Séc. XIII, no qual um jovem sonha com o amor ideal, e neste sonho a mulher que ele ama é simbolizada por um botão de rosa num jardim, representando a vida cortês.
Mas as Cruzadas é que iriam desempenhar um papel determinante na expansão da cultura das roseiras na França.
O conde de Champagne trouxe da Terra Santa, em 1240, uma variedade de um púrpura violáceo que se converteu na célebre rosa de Provins. BaPtizada Rosa "gallica officinalis" pelos botânicos, uma flor soberba, de aroma inebriante, também era conhecida pelo nome de "rosa dos boticários", devido às suas múltiplas propriedades medicinais.
Desde então, Provins, uma das três capitais do condado de Champagne, entregou-se à cultura e ao comércio da "sua rosa".
Na altura, fornecia aos mercados e feiras de Champagne os produtos ou os remédios que dela se extraíam sob a forma de conservas secas e líquidas. Essas especialidades eram muito procuradas pelos mercadores estrangeiros, que, transportando-as para as regiões vizinhas ou distantes, não raro até para o Oriente, contribuíram para aumentar o renome da cidade francesa.
O Renascimento associava à flor, o amor eterno.
Foram pétalas de rosa esvoaçantes que Sandro Botticelli pintou em 1485 no seu quadro: O Nascimento de Vênus e na A Primavera. Colocava em primeiro plano a deusa Flora espalhando flores pelo mundo e ulizando uma trança de rosas.
Os pintores flamengos e holandeses do Séc. XVII concederam-lhe um lugar importante nas suas opulentas composições florais.
Enquanto símbolo do cristianismo -
No início, a rosa foi rejeitada pelo cristianismo, devido à sua vinculação com o paganismo. Mas, segundo a tradição, já no Séc. VI, um bispo teria instaurado na sua aldeia natal um prémio de virtude; coroava de rosas a moça mais sábia da região, à qual era atribuído o título de "roseira".
No Séc. XI, a Igreja instaurou um novo ritual em que a flor era o elemento principal: todos os anos, no quarto domingo de Quaresma, o papa benzia uma rosa de ouro que conduzia em procissão após a missa, e oferecia de seguida a uma personalidade, não raramente escolhida entre os príncipes católicos, cuja piedade queria honrar.
Uma das mais antigas rosas de ouro conservadas no mundo — restam apenas três — encontra-se no tesouro da catedral de Basiléia, na Suíça.
No Séc. XII, São Bernardo fez da rosa o símbolo da Virgem.
Em 1216, o papa Inocêncio III oficializou o rito do rosário.
O termo rosário designava originalmente um "rosarium", ou jardim de rosas, e depois aplicou-se às grinaldas trançadas para coroar as estátuas da Virgem. Por extensão, a palavra iria definir o grande rosário que representa os mistérios da vida de Maria, cujas contas eram fabricadas na primavera com pétalas de rosa moídas, secas e perfumadas.
A flor tornou-se o emblema da fidelidade à Igreja.
Está presente na arte gótica das catedrais sob a forma de rosáceas.
A mística cristã medieval, retomando a simbologia antiga, considerava a rosa branca como o símbolo da pureza e, por conseqüência, da sabedoria monástica, enquanto a rosa vermelha evocava a Paixão de Cristo e o sangue dos mártires.
Cultivada como ornamento nos canteiros régios, e como planta medicinal nos jardins dos mosteiros, a rosa foi introduzida, no decurso dos Sécs. XII e XIII, no desenvolvimento de várias festas religiosas cristãs, nomeadamente o Pentecostes. Esta celebração sempre foi conhecida nos campos sob o nome de Páscoa das Rosas, em razão de um costume medieval encantador. Durante a missa, no momento do "Veni Sancte Spiritus", caem rosas da abóbada, ou antes, do alçapão chamado passagem do Espírito Santo, montado em algumas igrejas.
Santa Teresinha das Rosas
Em muitas vilas da França era costume vestirem as meninas com o hábito da Santa relembrando a pequena Teresinha, quando participava das procissões do Corpus Christi. Ela, com simplicidade, lançava pétalas de rosa para o Ostensório.
Era um gesto de carinho por Jesus, representado na Hóstia Consagrada. A rosa tornou-se o símbolo de Teresinha que, morrendo, disse: "Do céu mandarei uma chuva de rosas".
Diz a tradição que, após a Novena das Rosas, em homenagem a Santa Teresinha do Menino Jesus, a pessoa receberá de alguém, de uma maneira inesperada, uma rosa, sinal de que seu pedido será atendido pela querida santa.
Como tudo começou
As rosas selvagens são as rosas mais antigas, e existem há 12 ou 15 milhões de anos.
Já as rosas hoje encontradas nos jardins, vieram para a Europa trazidas pelos
cruzados, em 1250.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
A rosa
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