Descrição
Planta longitudinal, orientada, composta:
à nave rectangular adossa-se a capela-mor rectangular e rematada por ábside semicircular, flanqueada por 2 anexos quadrangulares de diferentes dimensões;
sacristia encostada a E.; adossadas à nave, junto à fachada principal, uma capela quadrangular e a torre sineira.
Volumes articulados, sem cobertura na nave e anexos do lado S., em abóbada de berço na capela-mor e anexo lateral N., em telhado de 2 águas na sacristia, em coruchéu bolboso oitavado sobre a sineira.
Fachada principal de um pano e 2 registos, rematada por frontão contracurvado centrado pela cruz e ladeada por pilastras toscanas; rasgada por portal de vão rectangular e verga arquitravada a que se sobrepõe um janelão de verga em arco abatido e frontão em chaveta, com concha esculpida no fecho; sobre o janelão a pedra de armas portuguesa encimada pela coroa e rodeada por plumas, com a data gravada de 1802;
do lado direito o muro mais baixo da capela, do lado oposto a torre sineira, com cunhais jónicos, ventanas para sinos com verga em arco redondo, pináculos sobre acrotérios nos 4 vértices; nas fachadas laterais, marcadas pelos volumes dos corpos adossados, rasga-se, do lado S., a porta travessa, de moldura idêntica ao portal principal, encimada por janela rectangular com grade;, do lado N. uma janela idêntica.
INTERIOR: para a nave abre a capela-mor com arco triunfal peraltado assente em colunas adossadas de fuste cilíndrico e capitéis vegetalistas; do lado da nave, junto ao arco triunfal do lado do Evangelho, um plinto com uma base idêntica à do arco triunfal; 2 nichos rasgam as paredes laterais do arco triunfal; capela-mor com abóbada de berço reforçada por arco toral e rematada por ábside semicircular, rasgada por fresta de verga redonda, com fresta rectangular lateral entaipada e nicho do lado do Evangelho;
sob a torre, o baptistério coberto por cúpula, com acesso por arco redondo sobre pilastras toscanas. Na nave resta ainda a base de um púlpito em pedra com mascarão na base, adossado do lado N. e um altar em pedra com pilastras toscanas rasgado por edícula de verga em arco a pleno centro; na capela lateral, junto à fachada principal com porta para a rua e encimada por fresta rectangular, rasga-se uma edícula idêntica, de menores proporções.
Vestígios de pintura no altar da nave e no arco do baptistério.
Sinais de aplicação de azulejos outrora revestindo integralmente os alçados internos da nave, bem como do encosto do telhado e da cobertura de 3 planos sobre a nave e coro-alto *2.
Cronologia
Séc. IX / X - construção inicial da igreja, de que resta apenas a capela-mor;
1147 - doação por D. Afonso Henriques à Ordem do Templo, em recompensa pelo apoio recebido na conquista de Santarém;
1316 - pertencia aos cónegos da Sé de Lisboa, passando mais tarde novamente para o padroado real;
1460 - doada por D. Afonso V ao cabido da igreja de Santa Maria da Alcáçova, em recompensa pelos aniversários rezados todos os sábados pelos seus cónegos, por alma dos reis de Portugal;
1609 - criada a Irmandade do Santíssimo;
1640, c. de - reconstrução do templo (data gravada na porta que fazia o acesso da sacristia para o trono, hoje desaparecida);
1755 - gravemente afectado pelo terramoto;
1779 - reconstrução da igreja segundo data sobre a porta principal;
1802 - data no escudo real da empena;
Séc. XIX, finais - apresentava sinais de ruína;
1909 - afectado pelo sismo;
1936 - os azulejos da nave são retirados e aplicados na Igreja de Marvila;
Séc. XX, 2ª metade - o altar-mor e os 2 altares colaterais são retirados; derrocada da cobertura.
Tipologia
Arquitectura religiosa, pré-românica, maneirista, barroca.
Igreja paroquial de nave única e capela-mor, torre sineira adossada à fachada.
Pré-românico:
capela-mor com abóbada de berço reforçada por arco toral rematada por ábside semicircular, em cantaria, fresta redonda, arco peraltado sobre capitéis com palmas estilizadas esculpidas, de características moçárabes.
Maneirismo:
espacialidade postridentina da nave salão, linguagem erudita na utilização das ordens clássicas em pilastras, na modinatura do altar lateral, arco do baptistério e edícula da capela lateral.
Barroco - forma dinâmica do coruchéu bolboso da torre, recorte do frontão da fachada e do janelão sobre o portal.
Intervenção Realizada
1936 - são retirados azulejos da nave para serem aplicados na Igreja de Marvila; a DGEMN compromete-se a substitui-los por outros que se guardavam na Igreja de Santa Clara, o que não vem a acontecer;
1990, c. de - restauro de parte da escadaria, do adro envolvente a N. e do anexo desse lado;
1995 - consolidação da escadaria da Igreja incluindo construção de uma caixa em betão no interior do torreão N. e apeamento e reconstrução do pano central da escadaria;
IPPAR:
1997 - Prospecções arqueológicas no interior da igreja e zona anexa às fachadas E. e S.;
DGEMN:
1997 - contenção das terras onde se implanta a igreja através da reconstrução do torreão S. do escadório e da plataforma envolvente do lado S.; consolidação das paredes e abóbada da igreja;
1998 / 1999 - obras de reabilitação e restauro: apeamento e reconstrução de parte da fachada lateral S., consolidação das estruturas existentes;
2000 / 2001 - execução de uma nova cobertura em camarinha de cobre na nave, capela-mor e anexos; reparação da torre sineira.
Observações
*1 - O bairro do Alfange constituía uma área periférica importante, com um porto de pesca de grande movimento e um cais de acostagem para os barcos que faziam a travessia do Tejo; a partir do Séc. XVI a sua importância foi decaíndo em proveito do bairro da Ribeira.
Foi rodeado por muralhas até essa data; junto à igreja, terminava a vereda íngreme e serpenteante que ligava o Alfange à Porta do Sol.
*2 A igreja tinha 4 altares: no altar-mor venerava-se o Santíssimo Sacramento e as imagens de São João Evangelista e de São João Baptista; nos 2 altares colaterais, do lado do Evangelho, Nossa Senhora da Encarnação, com imagem de roca de grande devoção e as imagens de Santa Catarina e de São Vicente mártir, do lado da Epístola, a imagem do Menino Deus; no altar lateral do alçado S., a imagem de São Bartolomeu, ladeada pelas imagens de São Sebastião e Santo António. Na sacristia existia um cofre com uma relíquia: o casco da cabeça de São Saturnino mártir. As naves eram cobertas por tecto apainelado emoldurando pinturas (45 painéis na nave, 3 no baixo coro, 2 na capela-mor); o coro-alto apoiava-se em colunas salomónicas; os 3 altares eram revestidos por talha dourada de finais do Séc. XVII; na Sala da Irmandade existia um cadeiral idêntico ao da Sala do Definitório da Misericórdia de Abrantes.
Planta longitudinal, orientada, composta:
à nave rectangular adossa-se a capela-mor rectangular e rematada por ábside semicircular, flanqueada por 2 anexos quadrangulares de diferentes dimensões;
sacristia encostada a E.; adossadas à nave, junto à fachada principal, uma capela quadrangular e a torre sineira.
Volumes articulados, sem cobertura na nave e anexos do lado S., em abóbada de berço na capela-mor e anexo lateral N., em telhado de 2 águas na sacristia, em coruchéu bolboso oitavado sobre a sineira.
Fachada principal de um pano e 2 registos, rematada por frontão contracurvado centrado pela cruz e ladeada por pilastras toscanas; rasgada por portal de vão rectangular e verga arquitravada a que se sobrepõe um janelão de verga em arco abatido e frontão em chaveta, com concha esculpida no fecho; sobre o janelão a pedra de armas portuguesa encimada pela coroa e rodeada por plumas, com a data gravada de 1802;
do lado direito o muro mais baixo da capela, do lado oposto a torre sineira, com cunhais jónicos, ventanas para sinos com verga em arco redondo, pináculos sobre acrotérios nos 4 vértices; nas fachadas laterais, marcadas pelos volumes dos corpos adossados, rasga-se, do lado S., a porta travessa, de moldura idêntica ao portal principal, encimada por janela rectangular com grade;, do lado N. uma janela idêntica.
INTERIOR: para a nave abre a capela-mor com arco triunfal peraltado assente em colunas adossadas de fuste cilíndrico e capitéis vegetalistas; do lado da nave, junto ao arco triunfal do lado do Evangelho, um plinto com uma base idêntica à do arco triunfal; 2 nichos rasgam as paredes laterais do arco triunfal; capela-mor com abóbada de berço reforçada por arco toral e rematada por ábside semicircular, rasgada por fresta de verga redonda, com fresta rectangular lateral entaipada e nicho do lado do Evangelho;
sob a torre, o baptistério coberto por cúpula, com acesso por arco redondo sobre pilastras toscanas. Na nave resta ainda a base de um púlpito em pedra com mascarão na base, adossado do lado N. e um altar em pedra com pilastras toscanas rasgado por edícula de verga em arco a pleno centro; na capela lateral, junto à fachada principal com porta para a rua e encimada por fresta rectangular, rasga-se uma edícula idêntica, de menores proporções.
Vestígios de pintura no altar da nave e no arco do baptistério.
Sinais de aplicação de azulejos outrora revestindo integralmente os alçados internos da nave, bem como do encosto do telhado e da cobertura de 3 planos sobre a nave e coro-alto *2.
Cronologia
Séc. IX / X - construção inicial da igreja, de que resta apenas a capela-mor;
1147 - doação por D. Afonso Henriques à Ordem do Templo, em recompensa pelo apoio recebido na conquista de Santarém;
1316 - pertencia aos cónegos da Sé de Lisboa, passando mais tarde novamente para o padroado real;
1460 - doada por D. Afonso V ao cabido da igreja de Santa Maria da Alcáçova, em recompensa pelos aniversários rezados todos os sábados pelos seus cónegos, por alma dos reis de Portugal;
1609 - criada a Irmandade do Santíssimo;
1640, c. de - reconstrução do templo (data gravada na porta que fazia o acesso da sacristia para o trono, hoje desaparecida);
1755 - gravemente afectado pelo terramoto;
1779 - reconstrução da igreja segundo data sobre a porta principal;
1802 - data no escudo real da empena;
Séc. XIX, finais - apresentava sinais de ruína;
1909 - afectado pelo sismo;
1936 - os azulejos da nave são retirados e aplicados na Igreja de Marvila;
Séc. XX, 2ª metade - o altar-mor e os 2 altares colaterais são retirados; derrocada da cobertura.
Tipologia
Arquitectura religiosa, pré-românica, maneirista, barroca.
Igreja paroquial de nave única e capela-mor, torre sineira adossada à fachada.
Pré-românico:
capela-mor com abóbada de berço reforçada por arco toral rematada por ábside semicircular, em cantaria, fresta redonda, arco peraltado sobre capitéis com palmas estilizadas esculpidas, de características moçárabes.
Maneirismo:
espacialidade postridentina da nave salão, linguagem erudita na utilização das ordens clássicas em pilastras, na modinatura do altar lateral, arco do baptistério e edícula da capela lateral.
Barroco - forma dinâmica do coruchéu bolboso da torre, recorte do frontão da fachada e do janelão sobre o portal.
Intervenção Realizada
1936 - são retirados azulejos da nave para serem aplicados na Igreja de Marvila; a DGEMN compromete-se a substitui-los por outros que se guardavam na Igreja de Santa Clara, o que não vem a acontecer;
1990, c. de - restauro de parte da escadaria, do adro envolvente a N. e do anexo desse lado;
1995 - consolidação da escadaria da Igreja incluindo construção de uma caixa em betão no interior do torreão N. e apeamento e reconstrução do pano central da escadaria;
IPPAR:
1997 - Prospecções arqueológicas no interior da igreja e zona anexa às fachadas E. e S.;
DGEMN:
1997 - contenção das terras onde se implanta a igreja através da reconstrução do torreão S. do escadório e da plataforma envolvente do lado S.; consolidação das paredes e abóbada da igreja;
1998 / 1999 - obras de reabilitação e restauro: apeamento e reconstrução de parte da fachada lateral S., consolidação das estruturas existentes;
2000 / 2001 - execução de uma nova cobertura em camarinha de cobre na nave, capela-mor e anexos; reparação da torre sineira.
Observações
*1 - O bairro do Alfange constituía uma área periférica importante, com um porto de pesca de grande movimento e um cais de acostagem para os barcos que faziam a travessia do Tejo; a partir do Séc. XVI a sua importância foi decaíndo em proveito do bairro da Ribeira.
Foi rodeado por muralhas até essa data; junto à igreja, terminava a vereda íngreme e serpenteante que ligava o Alfange à Porta do Sol.
*2 A igreja tinha 4 altares: no altar-mor venerava-se o Santíssimo Sacramento e as imagens de São João Evangelista e de São João Baptista; nos 2 altares colaterais, do lado do Evangelho, Nossa Senhora da Encarnação, com imagem de roca de grande devoção e as imagens de Santa Catarina e de São Vicente mártir, do lado da Epístola, a imagem do Menino Deus; no altar lateral do alçado S., a imagem de São Bartolomeu, ladeada pelas imagens de São Sebastião e Santo António. Na sacristia existia um cofre com uma relíquia: o casco da cabeça de São Saturnino mártir. As naves eram cobertas por tecto apainelado emoldurando pinturas (45 painéis na nave, 3 no baixo coro, 2 na capela-mor); o coro-alto apoiava-se em colunas salomónicas; os 3 altares eram revestidos por talha dourada de finais do Séc. XVII; na Sala da Irmandade existia um cadeiral idêntico ao da Sala do Definitório da Misericórdia de Abrantes.
As naves eram revestidas por azulejos de padrão e enxaquetados iguais aos da capela-mor da Igreja de Marvila, tendo alguns sido aí empregues, em 1936.
Um cancelo de tipo visigótico, encontrado nos escombros, guarda-se na reserva arqueológica; várias imagens encontradas nos escombros na sacristia.
(fonte: IHRU)
Um cancelo de tipo visigótico, encontrado nos escombros, guarda-se na reserva arqueológica; várias imagens encontradas nos escombros na sacristia.
(fonte: IHRU)
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