Cronologia
Séc. VII - A patrologia do séc. XII assinala um convento nas imediações e no local onde hoje existe a Igreja de Santa Iria; (de acordo com a Corografia do Reino de Portugal, estava situado no mesmo local do Convento das religiosas de Stª Clara junto ao rio.)
- 640 - fundação por São Frutuoso, Arcebispo de Braga, de dois mosteiros: um dos frades beneditinos, no local onde se situa a Igreja de Santa Maria do Olival e outro de religiosas onde mais tarde foi construído o Convento de Santa Clara, posteriormente de Santa Iria;
- 653 - governação da Nabância pelo Conde Castinaldo, pai de Britaldo, o jovem que terá mandado matar Iria, em 20 de Outubro, no local onde segundo a tradição se situa o Pêgo de Santa Iria, lançando-a ao rio tendo o corpo aparecido na actual Ribeira de Santarém. Iria era filha de Ermenegildo, descendente de Visigodos, e de Eugénia, descendente de romanos, sendo confiada aos cuidados de suas tias, Casta e Júlia, recolhidas ou professas no Convento;
- 1317 - existência de uma Capelinha de Santa Iria, mandada erigir sobre os túmulos de Casta e Júlia;
- 1467 - D. Mécia Vaz Queiroz (viúva do antigo vedor da fazenda do infante D. Henrique Pêro Vasques de Almeida) e suas filhas Maria, Brites e Marta de Almeida compram o sítio de Santa Iria, mandando construir casas e capela onde se recolhem (no local onde antes existiu uma capelinha ou mosteiro que tinha ardido);
- 1482 - reconhecimento do Recolhimento da Santa Iria pelo Prior de Tomar, D. Pedro, a pedido de Marta de Cristo (Marta de Almeida);
- 1523, 27 de Outubro - o recolhimento de freiras clarissas de Santa Iria passa à observância franciscana, a pedido de D. Marta de Almeida, seguindo as regras de Santa Clara (existiam 15 freiras, em 1540 existiam 20 e anos mais tarde a 36), foi nomeada abadessa Mécia da Silveira, do Convento de Santa Clara da Guarda;
- 1536, c. de - reconstruída e aumentada a primitiva capela por Pedro Moniz da Silva, irmão de Frei António de Lisboa, Dom Prior do Convento de Tomar (de acordo com a lápide da Capela-mor e com a data inscrita na porta principal );
- 1550, c. de - construção da Capela dos Vales, encomendada por Miguel do Valle;
- 1555, 26 de Novembro - grande cheia que aluiu várias casas do Convento. As freiras vendem casas nobres que pertenciam ao Convento, a D. Isabel de Magalhães, que deixou a seu sobrinho Lourenço do Valle e depois, se incorporaram no Convento de Santa Iria;
- 1610 - D. Vitória de Vilhena, neta de Pedro Moniz, manda decorar a Capela-mor (pintura dos tectos e douradura);
- 1632 - morte do pintor tomarense Domingos Vieira Serrão (atribuição das pinturas decorativas do tecto), sepultado no pavimento da nave;
- 1719, 21 de Abril - por escritura incorporam-se no Convento duas moradias de casa, com um pedaço da Cerrada de João do Coito;
- 1775 - era Madre do Convento Sóror Felizarda Teresa de Jesus;
- 1791- era Madre do Convento das Religiosas de Santa Iria, D. Rita de Meneses Vasconcelos;
- 1810 - alegam-se prejuízos causados pelas tropas francesas de Massena;
- 1835 - morre a última freira do Convento;
- 1836 - o Convento de Santa Iria foi vendido em hasta pública a Nepomuceno de Freitas, que realizou grandes obras.
Estas obras fizeram desaparecer os túmulos de Casta e Júlia;
- 1837 - a Igreja é adquirida por Tomé Rodrigues da Silva e seus descendentes;
- 1842, 1 de Fevereiro - de (lista nº 131 do D.G.), o Convento e a Igreja são postos em hasta pública, tendo sido vendidos em 20 de Dezembro a Thomé Rodrigues da Silva;
Terão a partir daqui vários proprietários e várias utilizações:
armazém, hospedaria, fábrica de lanifícios de "mantas de cordão de lã e alforges" fundada por José António Nunes da Covilhã então pertença de D. Maria da Conceição Rodrigues Faria e Silva, e ainda Casa Bancária Pinto de Magalhães; a casa do capelão das freiras (actual edifício do Café de Santa Iria) foi vendida pelo filho de Thomé R. da Silva a Daniel Ribeiro dos Santos;
- 1872 - em sessão camarária, o vereador Macedo, tendo conhecimento de que se ia vender, em praça, a Igreja do extinto Convento de Santa Iria, pertencente ao menor Luís Rodrigues da Silva, filho de D. Maria C. R. F. e Silva, propõe a respectiva aquisição pela Câmara Municipal;
- 1877 - a Igreja do extinto Convento já vendida, ao Arq. José Maria Nepomuceno que a pretendia restaurar o que nunca veio a acontecer.
A sua viúva remove, para venda, alguns azulejos da parede oeste da nave;
- 1897 - após a morte de Nepomuceno a igreja é comprada pela condessa de Sarmento, passando depois ao sobrinho, João do Valle Mexia;
- Finais do Séc. XIX - a Igreja de Santa Iria teria já o aspecto actual.
A janela renascentista, existente na fachada, encontrava-se anteriormente no coro alto, que foi cortado, tendo sido deslocada um pouco mais para a direita.
Foi igualmente inutilizada parte do tecto em caixotões, com ornamentos picturais de Séc. XVII;
- 1905, 16 de Agosto - incêndio que deflagrou na fábrica de lanifícios destrói a maior parte do edifício que volta a ser vendido;
Os novos proprietários (António Gonçalves da Silva, avô de Maria Ermelinda Batista Gonçalves da Silva) dividem então o convento em duas habitações e uma serração de madeira;
- 1920 - era proprietário da Igreja de Santa Iria o Dr. João do Valle e Sousa Menezes;
- 1947 - descoberta a laje tumular de Casta e Júlia (tias de Iria) que tinha sido colocada, de reverso, na construção da fábrica de Fiação;
- 1965 - Segundo o Tesoureiro da União dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo, encontravam-se no seu museu, no Convento de Cristo, 2 painéis de azulejos que eram pertença da Capela da Rua Peralves Sêco, em Tomar, e que o retábulo da capela foi aplicado na Igreja de Santa Iria;
- 2000 - venda condicionada do Convento de Santa Iria à PZ - Sociedade Imobiliária, Ldª. pela proprietária Maria Ermelinda Batista Gonçalves da Silva ;
- 2003/4 - O Convento volta à posse dos filhos dos antigos proprietários, Luís António Gonçalves da Silva Jardim Pereira e João Augusto Gonçalves da Silva Jardim Pereira;
- 2004, Julho, a CMT exerce o direito de preferência e adquire o Convento.
Fonte: IHRU
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Séc. VII - A patrologia do séc. XII assinala um convento nas imediações e no local onde hoje existe a Igreja de Santa Iria; (de acordo com a Corografia do Reino de Portugal, estava situado no mesmo local do Convento das religiosas de Stª Clara junto ao rio.)
- 640 - fundação por São Frutuoso, Arcebispo de Braga, de dois mosteiros: um dos frades beneditinos, no local onde se situa a Igreja de Santa Maria do Olival e outro de religiosas onde mais tarde foi construído o Convento de Santa Clara, posteriormente de Santa Iria;
- 653 - governação da Nabância pelo Conde Castinaldo, pai de Britaldo, o jovem que terá mandado matar Iria, em 20 de Outubro, no local onde segundo a tradição se situa o Pêgo de Santa Iria, lançando-a ao rio tendo o corpo aparecido na actual Ribeira de Santarém. Iria era filha de Ermenegildo, descendente de Visigodos, e de Eugénia, descendente de romanos, sendo confiada aos cuidados de suas tias, Casta e Júlia, recolhidas ou professas no Convento;
- 1317 - existência de uma Capelinha de Santa Iria, mandada erigir sobre os túmulos de Casta e Júlia;
- 1467 - D. Mécia Vaz Queiroz (viúva do antigo vedor da fazenda do infante D. Henrique Pêro Vasques de Almeida) e suas filhas Maria, Brites e Marta de Almeida compram o sítio de Santa Iria, mandando construir casas e capela onde se recolhem (no local onde antes existiu uma capelinha ou mosteiro que tinha ardido);
- 1482 - reconhecimento do Recolhimento da Santa Iria pelo Prior de Tomar, D. Pedro, a pedido de Marta de Cristo (Marta de Almeida);
- 1523, 27 de Outubro - o recolhimento de freiras clarissas de Santa Iria passa à observância franciscana, a pedido de D. Marta de Almeida, seguindo as regras de Santa Clara (existiam 15 freiras, em 1540 existiam 20 e anos mais tarde a 36), foi nomeada abadessa Mécia da Silveira, do Convento de Santa Clara da Guarda;
- 1536, c. de - reconstruída e aumentada a primitiva capela por Pedro Moniz da Silva, irmão de Frei António de Lisboa, Dom Prior do Convento de Tomar (de acordo com a lápide da Capela-mor e com a data inscrita na porta principal );
- 1550, c. de - construção da Capela dos Vales, encomendada por Miguel do Valle;
- 1555, 26 de Novembro - grande cheia que aluiu várias casas do Convento. As freiras vendem casas nobres que pertenciam ao Convento, a D. Isabel de Magalhães, que deixou a seu sobrinho Lourenço do Valle e depois, se incorporaram no Convento de Santa Iria;
- 1610 - D. Vitória de Vilhena, neta de Pedro Moniz, manda decorar a Capela-mor (pintura dos tectos e douradura);
- 1632 - morte do pintor tomarense Domingos Vieira Serrão (atribuição das pinturas decorativas do tecto), sepultado no pavimento da nave;
- 1719, 21 de Abril - por escritura incorporam-se no Convento duas moradias de casa, com um pedaço da Cerrada de João do Coito;
- 1775 - era Madre do Convento Sóror Felizarda Teresa de Jesus;
- 1791- era Madre do Convento das Religiosas de Santa Iria, D. Rita de Meneses Vasconcelos;
- 1810 - alegam-se prejuízos causados pelas tropas francesas de Massena;
- 1835 - morre a última freira do Convento;
- 1836 - o Convento de Santa Iria foi vendido em hasta pública a Nepomuceno de Freitas, que realizou grandes obras.
Estas obras fizeram desaparecer os túmulos de Casta e Júlia;
- 1837 - a Igreja é adquirida por Tomé Rodrigues da Silva e seus descendentes;
- 1842, 1 de Fevereiro - de (lista nº 131 do D.G.), o Convento e a Igreja são postos em hasta pública, tendo sido vendidos em 20 de Dezembro a Thomé Rodrigues da Silva;
Terão a partir daqui vários proprietários e várias utilizações:
armazém, hospedaria, fábrica de lanifícios de "mantas de cordão de lã e alforges" fundada por José António Nunes da Covilhã então pertença de D. Maria da Conceição Rodrigues Faria e Silva, e ainda Casa Bancária Pinto de Magalhães; a casa do capelão das freiras (actual edifício do Café de Santa Iria) foi vendida pelo filho de Thomé R. da Silva a Daniel Ribeiro dos Santos;
- 1872 - em sessão camarária, o vereador Macedo, tendo conhecimento de que se ia vender, em praça, a Igreja do extinto Convento de Santa Iria, pertencente ao menor Luís Rodrigues da Silva, filho de D. Maria C. R. F. e Silva, propõe a respectiva aquisição pela Câmara Municipal;
- 1877 - a Igreja do extinto Convento já vendida, ao Arq. José Maria Nepomuceno que a pretendia restaurar o que nunca veio a acontecer.
A sua viúva remove, para venda, alguns azulejos da parede oeste da nave;
- 1897 - após a morte de Nepomuceno a igreja é comprada pela condessa de Sarmento, passando depois ao sobrinho, João do Valle Mexia;
- Finais do Séc. XIX - a Igreja de Santa Iria teria já o aspecto actual.
A janela renascentista, existente na fachada, encontrava-se anteriormente no coro alto, que foi cortado, tendo sido deslocada um pouco mais para a direita.
Foi igualmente inutilizada parte do tecto em caixotões, com ornamentos picturais de Séc. XVII;
- 1905, 16 de Agosto - incêndio que deflagrou na fábrica de lanifícios destrói a maior parte do edifício que volta a ser vendido;
Os novos proprietários (António Gonçalves da Silva, avô de Maria Ermelinda Batista Gonçalves da Silva) dividem então o convento em duas habitações e uma serração de madeira;
- 1920 - era proprietário da Igreja de Santa Iria o Dr. João do Valle e Sousa Menezes;
- 1947 - descoberta a laje tumular de Casta e Júlia (tias de Iria) que tinha sido colocada, de reverso, na construção da fábrica de Fiação;
- 1965 - Segundo o Tesoureiro da União dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo, encontravam-se no seu museu, no Convento de Cristo, 2 painéis de azulejos que eram pertença da Capela da Rua Peralves Sêco, em Tomar, e que o retábulo da capela foi aplicado na Igreja de Santa Iria;
- 2000 - venda condicionada do Convento de Santa Iria à PZ - Sociedade Imobiliária, Ldª. pela proprietária Maria Ermelinda Batista Gonçalves da Silva ;
- 2003/4 - O Convento volta à posse dos filhos dos antigos proprietários, Luís António Gonçalves da Silva Jardim Pereira e João Augusto Gonçalves da Silva Jardim Pereira;
- 2004, Julho, a CMT exerce o direito de preferência e adquire o Convento.
Fonte: IHRU
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