EnquadramentoPeriurbano, isolado no topo de um cabeço a O. da Vila, fronteiro ao Rio Tejo, na sua margem direita, junto à confluência do Ribeiro de Belver, desfrutando um magnífico panorama.
A E. e SE. montado de olival.
DescriçãoPlanta composta por uma torre isolada, rectangular, rodeada por cerca de traçado arredondado. A torre apresenta a porta na face S., antecedida de escada de alvenaria de pedra adossada ao respectivo paramento.
Ultrapassada a entrada da torre, de tripla porta em arcos redondos, acede-se ao primeiro piso, com a boca da masmorra no pavimento.
Esta sala apresenta uma janela de moldura rectangular e uma escada que dá acesso ao segundo piso.
A segunda sala possui janela semelhante à do piso inferior, uma porta em arco redondo a dar para uma varanda de que só existem vestígios, e uma outra porta também em arco redondo, que dá acesso à escada para o eirado.
Este apresenta ameias pouco largas e adarve que rodeia a cobertura telhada da torre. Cerca com adarve, ameias e seteiras primitivas.
Porta principal a S., em arco redondo, sendo a constituição do amuralhado a seguinte, a partir desta porta e no sentido dos ponteiros do relógio: torreão de secção rectangular com sala sob o eirado e porta em arco redondo; troço de muralha terminando em cubelo; na confluência, varanda com porta de arco redondo; cubelo; troço de muralha que apresenta uma sobrelargura junto a outro cubelo, a que se liga, escondendo a Porta da Traição; cubelo; troço de muralha; torreão de secção rectangular com sala sob o eirado e porta de arco redondo; troço de muralha com quatro seteiras primitivas na base e, nas ameias, abertas com peitoril redondo; torreão de secção rectangular; troço de muralha com sete seteiras de tipo primitivo na base e, nas ameias, as abertas apresentam peitoril redondo; torreão de secção rectangular com sala sob o eirado e porta de arco redondo; troço de muralha com a porta principal do castelo.
Todos os torreões têm a gola aberta para o adarve.
Vestígios dos edifícios da alcaidaria e da guarnição, a SE., S. e SO., entre os quais uma parede com três arcos frente à porta principal.
A O., uma cisterna com duas bocas redondas.
A N., a capela de São Brás.
Época ConstruçãoSéc. XII / XIII / XIV / XVI / XVII / XX
Cronologia1194 - D. Sancho I concede a região a N. do Rio Tejo, denominada
Guidintesta, ou
Guidi in testa, ou ainda
Costa, à Ordem do Hospital, para ali se construir o castelo, previamente chamado de Belver pelo monarca;
1210 - D. Sancho I dita o seu testamento, recebendo a Ordem do Hospital, cuja vanguarda se encontrava instalada no castelo de Belver, grosso quinhão da sua herança;
1212 - o castelo já estaria construído;
1336 - 1341 - Belver foi uma das Comendadorias mais importantes da Ordem do Hospital, mas não a Sede e a Casa Capitular, que terá permanecido em Leça do Balio;
1336 - 1341 - transferência da cabeça da Ordem do Hospital para Crato/Flor da Rosa, criando-se o Priorado do Crato;
1390 - D. Nuno Alvares Pereira ampliou e reabilitou o castelo;
Séc. XVI, finais - construção da capela de São Brás;
Séc. XVII - há notícia de que Cosmander terá realizado algumas reabilitações no castelo;
1846 - o castelo passa a albergar o cemitério de Belver;
1909 - ocorrência de um terramoto que causa graves danos na fortificação;
1939 - 1946 - obras de reconstrução, com demolição e reconstrução de alguns elementos;
1992, 01 Junho - afectação do imóvel ao IPPAR, pelo Decreto-lei 106F/92.
TipologiaArquitectura militar, medieval.
Castelo de montanha de planta irregular com torre no interior e capela renascentista.
A torre de menagem não maciça, com masmorra no piso térreo parece ser uma característica das construções da Ordem do Hospital em Portugal, já que a torre do Mosteiro de Leça do Balio, construída antes do Castelo de Belver, e as Torres do Castelo de Amieira, construídas depois, apresentam esta característica; isto acontece num tempo em que o castelo estratégico apresenta quase sempre as torres maciças até ao adarve.
(fonte: IHRU)Mais sobre o
Castelo de Belver; merece uma visita.