quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Balanço 2008, novo ciclo 2009

2008 foi um ano de Evolução; novos Horizontes se abriram.
Dou Muitas Graças por tal.
Um Amor Profundo, Doce e Terno a Deus.

Recorta-se no horizonte o 9 - Compreensão, Sabedoria e Justiça
- realização, universalidade, abnegação e compaixão.

O 9 representa a realização total do homem.
Capaz de dedicar-se ao amor universal, incondicional, por tudo e todos.
Nesta etapa, a busca resume-se a obter a perfeição.

Amor universal, paciência, tolerância, fé, generosidade.
Aprender o que é o amor universal, a compreensão e a compaixão.

Votos de Coragem, Amor e Paz

Aspiração... desejo aberto todo
Numa ânsia insofrida e misteriosa...
A isto chamo eu vida: e, d’este modo,

Que mais importa a forma? Silenciosa
Uma mesma alma aspira à luz e ao espaço
Em homem igualmente e astro e rosa!

A própria fera, cujo incerto passo
Lá vaga nos algares da deveza,
Por certo entrevê Deus – seu olho baço

Foi feito para ver brilho e beleza...
E se ruge, é que a agita surdamente
Tia alma turva, ó grande natureza!

Sim, no rugido há uma vida ardente,
Uma energia íntima, tão santa
Como a que faz trinar ave inocente...

Há um desejo intenso, que alevanta
Ao mesmo tempo o coração ferino,
E o do ingênuo cantor que nos encanta...

Impulso universal! forte e divino,
Aonde quer que irrompa! e belo e augusto.
Quer se equilibre em paz no mudo hino

Dos astros imortais, quer no robusto
Seio do mar tumultuando brade,
Com um furor que se domina a custo;

Quer durma na fatal obscuridade
Da massa inerte, quer na mente humana
Sereno ascenda à luz da liberdade...

É sempre eterna vida, que dimana
Do centro universal, do foco intenso,
Que ora brilha sem véus, ora se empana...

É sempre o eterno gérmen, que suspenso
No oceano do Ser, em turbilhões
De ardor e luz, evolve, ínfimo e imenso!

Através de mil formas, mil visões,
O universal espírito palpita
Subindo na espiral das criações!

Ó formas! vidas! misteriosa escrita
Do poema indecifrável que na Terra
Faz de sombras e luz a Alma infinita!

Surgi, por céu, por mar, por vale e serra!
Rolai, ondas sem praia, confundindo
A paz eterna com a eterna guerra!

Rasgando o seio imenso, ide saindo
Do fundo tenebroso do Possível,
Onde as formas do Ser se estão fundindo...

Abre teu cálix, rosa imarcescícel!
Rocha, deixa banhar-te a onda clara!
Ergue tu, águia, o vôo inacesssível!

Ide! crescei sem medo! Não e avara
A alma eterna que em vós anda e palpita...
Onda, que vai e vem e nunca pára!

Em toda a forma o Espírito se agita!
O imóvel é um deus, que está sonhando
Com não sei que visão vaga, infinita...

Semeador de mundos, vai andando
E a cada passo uma seara basta
De vidas sob os pés lhe vem brotando!

Essência tenebrosa e pura... casta
E todavia ardente... eterno alento!
Teu sopro é que fecunda a esfera vasta...
Choras na voz do mar... cantas no vento...


- Antero de Quental, I, Odes Modernas

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um Amor Eterno

Star-Crossed Lovers?

A que mais se pode aspirar, que se iguale a tão preciosa jóia?
Nada é mais Belo, Puro e Sublime que: Um Amor Eterno.

O Amor, Essência prímeva, única, absoluta.
Que tudo pode, ultrapassa e alcança.

Não existe tempo e/ou espaço, onde tudo é agora, sem princípio nem fim.

Mas o amor, primeiro aprendido nos olhos de uma mulher,
Não vive sozinho, fechado na cabeça,
Mas, com a agilidade dos elementos,
Corre com a rapidez dos pensamentos
E dá a cada faculdade dupla potência,
Acima das suas funções e dos seus ofícios.


Acrescenta preciosa visão aos olhos;
Os olhos de um amante vêem mais longe que uma águia;
Os ouvidos de um amante ouvem o som mais tênue,
Que passaria despercebido ao ladrão mais cauteloso:
O tacto do amor é mais fino e sensível
Que as sensíveis antenas do caracol;
Ao paladar do amor desagradam os petiscos vulgares de Baco.

Pela coragem, não é o amor um Hércules
Ainda galgando as árvores nas Hespérides?
Subtil como a Esfínge; doce e musical
Como o alaúde do brilhante Apolo,
Encordoado com os seus cabelos;
E quando o Amor fala, a voz de todos os deuses
Deixa os céus estonteados com a sua harmonia.
Nunca deve o poeta tocar numa pena para escrever, antes
que a sua tinta seja temperada pelos suspiros do Amor.


- William Shakespeare, Love’s Labour’s Lost

domingo, 28 de dezembro de 2008

O vento do espírito

Senti passar um vento misterioso,
Num torvelinho cósmico e profundo.
E me levou nos braços; e ansioso
Eu fui; e vi o Espírito do Mundo.

Todas as cousas ermas, que irradiam
Como um nocturno olhar inconsciente,
Luz de lágrima extinta, não sentiam
A trágica rajada, que somente

Meu coração crispava! Ó vento aéreo!
Vento de Exaltação e Profecia!
Vento que sopra, em ondas de mistério,
E tanto me perturba e me extasia!

Estranho vento, em fúria, sem tocar
Na mais tenrinha flor! E assim agita
Todo o meu ser, em chamas, a exalar
Luz de Deus, luz de amor, luz infinita!

Vento que só encontras resistência
Numa invisível sombra... Um arvoredo,
Ou bruta pedra, é como vaga essência;
E, para ti, eu sou como um penedo.

E na minha alma aflita, ó doido vento,
Bates, de noite; e um burburinho forte
A envolve, arrasta e leva, num momento;
E vai de vida em vida e morte em morte.

Vento que me levou, nem sei por onde;
Mas sei que fui; e, ao pé de mim, bem perto,
Vi, face a face, a névoa a arder que esconde
O fantasma de Deus, sobre o deserto!

E vi também a luz indefinida
Que, nas trevas, se fez, esclarecendo
Meu coração, que voa, além da vida,
O seu peso de lágrimas perdendo.

E aquele grande vento transtornou
Minha existência calma; e dor antiga
Meu rude e frágil corpo trespassou,
Como a chuva uns andrajos de mendiga.

E fui num grande vento; e fui; e vi;
Vi a Sombra de Deus. E, alvoroçado,
Deitei-me àquela sombra e, em mim, senti
A terra em flor e o céu todo estrelado.


- Teixeira de Pascoaes

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Pentagrama - πεντάγραμμος

O Pentagrama representa os Quatro Elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, acrescido do Espírito, que coordena o conjunto.

É ainda considerado como símbolo do Infinito.

Possui múltipla simbologia, sempre com base no número cinco que expressa a união dos desiguais.
Representa a união fecunda, o casamento.

Foi utilizado como símbolo da deusa Vénus, associado a diversas divindades e utilizado por diferentes culturas.
O símbolo é encontrado na natureza, como a trajectória que o planeta Vénus realiza durante a aparente retroacção da sua órbita.

Trata-se ainda de um símbolo pagão.
O termo pagão, tem sido constantemente deturpado, tentado desacreditar o amor à terra e à natureza.
Os pagãos eram, literalmente, pessoas que amavam, respeitavam e adoravam a natureza.

Como se pode ver na imagem, de Santa Maria do Olival, o Pentagrama foi profanado e mutilado.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Festa Feliz

I

A ti, ó Senhor !
Na solidão deste templo
Onde o insenso
M’embriaga
A ti me dirijo
A ti proclamo

Em ti ó Senhor !
Pequeno como um seixo
Nas mãos dum ribeiro
Como um luar por
Entre canaviais
Em ti sossego

Em ti sossego
A minha fronte
Cansada de tanto
Cogitar
Em ti sossego
Os meus membros
estigmatizados

Vem, ó Senhor
Abre o teu manto
Toma-me em teu regaço
e deixa-me planar
para além das minhas
fronteiras
para além
de todas as palavras...

vem, ó Senhor
Vem, com passos de borboleta
e perfumes de rosas
por entre um mar de candeias
Ás horas mortas
e deixa-me ver para
além dos olhos
tal como tirésias...

Vem, Senhor
vem
Recebe a minha oração
Deixa-me por um pouco
Mergulhar no teu ventre
De nada
Saborear o ar da praia
Onde não existem
Horas absurdas
Onde o Alpha e o Omega
Dançam ao ritmo
Da madrugada

Vem, ó Senhor
Penetra a minha angústia
Penetra a minha solidão

II

Para conseguir avançar
Mas para conseguir
Mesmo avançar
Procuro os teus olhos
Olhos povoados de mares
E selvas intocáveis
Onde a clorofila é translúcida
E as borboletas são livres
E as caravelas do Gama
Perfuram o verde das palmeiras
Com cânticos de louvor
E os ossos de animais antigos
Se misturam com o plâncton
Rodeado de peixes, mastros
E ânforas fosforecentes
E iluminam a noite
Do nada
Mistura irredutível
Entre lâminas e mandíbulas
De mistérios

Sim
para conseguir avançar
procuro os teu olhos,
amplos, d’águas ternas
avistados por Tirésias
algures
entre baías e pórticos
de paz e descanso
ou por trás do arvoredo
ou por trás dos nossos corpos
agitados pelos vendavais
da vida moderna...
Ah! sim, esses teu olhos...
Que os ribeiros tornam rios
E os rios tornam mares
E que absorvem os astros
E que tragam os deuses
De barro
E que digerem os desertos
Com seus rochedos,
Noites e dias
E que são carne
Da nossa carne
Sangue do nosso sangue...

Esses teus olhos...


- Luís Costa, II Salmos

Ouro, Incenso e Mirra

Matéria, mente e Espírito

The Magi

terça-feira, 23 de dezembro de 2008






É tão suave ess'hora,
Em que nos foge o dia,
E em que suscita a Lua
Das ondas a ardentia,

Se em alcantis marinhos,
Nas rochas assentado,
O trovador medita
Em sonhos enteado!

O mar azul se encrespa
Coa vespertina brisa,
E no casal da serra
A luz já se divisa.

E tudo em roda cala
Na praia sinuosa,
Salvo o som do remanso
Quebrando em furna algosa.

Ali folga o poeta
Nos desvarios seus,
E nessa paz que o cerca
Bendiz a mão de Deus.

Mas despregou seu grito
A alcíone gemente,
E nuvem pequenina
Ergueu-se no ocidente:

E sobe, e cresce, e imensa
Nos céus negra flutua,
E o vento das procelas
Já varre a fraga nua.

Turba-se o vasto oceano.
Com hórrido clamor;
Dos vagalhões nas ribas
Expira o vão furor

E do poeta a fronte
Cobriu véu de tristeza;
Calou, à luz do raio,
Seu hino à natureza.

Pela alma lhe vagava
Um negro pensamento,
Da alcíone ao gemido,
Ao sibilar do vento.

Era blasfema ideia,
Que triunfava enfim;
Mas voz soou ignota,
Que lhe dizia assim:

«Cantor, esse queixume
Da núncia das procelas,
E as nuvens, que te roubam
Miríades de estrelas,

E o frémito dos euros,
E o estourar da vaga,
Na praia, que revolve,
Na rocha, onde se esmaga,

Onde espalhava a brisa
Sussurro harmonioso,
Enquanto do éter puro
Descia o Sol radioso,

Tipo da vida do homem,
É do universo a vida:
Depois do afã repouso,
Depois da paz a lida.

Se ergueste a Deus um hino
Em dias de amargura;
Se te amostraste grato
Nos dias de ventura,

Seu nome não maldigas
Quando se turba o mar:
No Deus, que é pai, confia,
Do raio ao cintilar.

Ele o mandou: a causa
Disso o universo ignora,
E mudo está. O nume,
Como o universo, adora!»

Oh, sim, torva blasfémia
Não manchará seu canto!
Brama a procela embora;
Pese sobre ele o espanto;

Que de sua harpa os hinos
Derramará contente
Aos pés de Deus, qual óleo
Do nardo recendente.


- Alexandre Herculano, A Voz

domingo, 21 de dezembro de 2008

Solstício de Inverno

A noite mais longa do ano

O Encontro entre o Céu e a Terra

O Solstício de Inverno marca a noite mais longa do ano.

É o apogeu do Inverno, o ponto culminante da escuridão e do frio que afasta a vida.

O apogeu, marca também o início da decadência.
Uma vez que se trata do apogeu da sombra, que entra agora em decadência; estamos pois perante o regresso à luz.

A noite começa gradualmente a encurtar até ao Solstício de Verão; momento em que os papéis se invertam na eterno equilíbrio da natureza.

É a estação da colheita.

YULE: um vocábulo de origem germânica absorvido pelo idioma inglês.
Nos dicionários, é descrito como uma palavra antiga (não utilizada) para designar... o Natal!

Marca um ciclo de vida da Terra e da sua relação com o Sol.

As culturas européias do neolítico atribuíam grande importância a este período, como atestam as muitas construções megalíticas a ele relacionadas.
Stonehenge e Brú Na Bóinne, na Irlanda. Esta última, trata-se de uma enorme estrutura, erguida pelos habitantes da Irlanda neolítica há mais de 4500 anos, é uma obra prima da engenharia pré-histórica. Um monte erguido artificialmente sobre uma câmara em forma de cruz, que tem penetra mais de 24 metros no interior do monte.
Lá dentro reina a escuridão total e o silêncio; apenas existe uma excepção, durante três dias por ano: no Solstício de Inverno e nos dias imediatamente antes e depois dele.

Actualmente, com o auxílio de computadores e cálculos, é possível determinar com exactidão o ponto exacto do horizonte oriental em que o sol nasce, a cada dia. Mas naquela época, em 2500 A.C., eram necessários muitos anos de observação e de conhecimento do movimento da terra e das orbes celestes para determinar com precisão o momento.
Isto demonstra claramente que o Solstício de Inverno é uma data importante para a humanidade há muito tempo.
Pesquisas arqueológicas indicam que, no interior da câmara subterrânea de BRÚ NA BÓINNE, eram colocados os corpos e as cinzas dos mortos. Ali permaneciam, intocados durante, quase, todo o ano. Mas, nos três dias do Solstício de Inverno, eis que: entram na câmara os primeiros raios do sol nascente, o Novo Sol que volta a crescer depois do Inverno, trazendo consigo a certeza de que, após o frio invernal, sem dúvida virá o brilho e a certeza da primavera e da vida que renasce.
Ao iluminar o interior da câmara, os raios do sol – um pilar de luz – penetra no útero da Terra, onde as cinzas dos mortos haviam sido depositadas, fecundando-as novamente, e assim garantindo a continuidade da vida após a morte.

É esse o significado do simbolismo do Solstício de Inverno: A união do Sol (princípio masculino) com a Terra (princípio feminino).

É o milagre do renascimento e a preservação da vida.

É a união do e em Equilíbrio, que garante que a Primavera regressará, e com ela: a alegria, a fertilidade, e o amor da Terra e de todas as suas criaturas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Dia de colheita

Sexta-feira, será dia de colheita na Mata dos Sete Montes.

A Fé — diz Paracelso — é uma estrela luminosa que guia o investigador através
dos segredos da Natureza.

É necessário que busqueis o vosso ponto de apoio em Deus, e que coloqueis a vossa confiança no divino, forte e puro; aproximai-vos Dele de todo o Coração, cheios de amor e de forma desinteressada.

Se possuirdes esta fé, Deus não vos esconderá a verdade,pelo contrário, revelar-vos-á as suas obras de forma visível e consoladora.

Os Três Princípios:

- sustenta que cada substância ou matéria em crescimento é constituída de Sal, Enxofre e Mercúrio;

- a força vital consiste na união dos três princípios; existe, portanto, uma ação tríplice, que actua de forma constante para cada corpo: a
ação da purificação por meio do sal, a da dissolução ou consumação pelo enxofre
e a da eliminação pelo mercúrio.

O sal é um alcalino;
o enxofre, um óleo;
o mercúrio, um licor (a água);
mas cada uma das matérias possui uma acção separada das restantes.

Nas doenças mais complexas, são indispensáveis as curas mistas.
Deve ter-se o maior cuidado no exame de cada doença: identificar se é simples, de duas espécies ou tríplice; se é oriunda do sal, do enxofre ou do mercúrio e que quantidade contém de cada elemento ou de todos; qual a sua relação com a parte adjacente do corpo, a fim de saber se convém extrair dela o alcalino, o óleo ou o licor; em resumo, o médico deve procurar não confundir duas doenças.

A Virtude — é a quarta coluna do templo da Medicina e não pode ser fingida. Significa o poder que resulta do facto de ser um homem na verdadeira acepção da palavra e de possuir não somente as teorias relativas ao tratamento da doença, mas igualmente o poder de curá-las.

Da mesma forma que o verdadeiro sacerdote, o verdadeiro médico é ordenado por Deus.

Aquele que pode curar doenças é médico.
Nem os imperadores, nem os papas, nem os colegas, nem as escolas superiores podem criar médicos.
Podem outorgar privilégios e fazer com que uma pessoa, que não é médico, aparentemente o seja.
Podem conceder-lhe uma licença para matar, mas não podem dar-lhe o poder de curar; não podem fazer dessa pessoa um verdadeiro médico, se esse não for o designio de Deus.

O verdadeiro médico não se gaba de sua habilidade, nem elogia a sua medicina, nem procura monopolizar o direito de explorar o doente, pois sabe que é a obra que há de louvar o mestre e não o mestre a obra.

Há um conhecimento que deriva do homem e outro que deriva de Deus, através da luz da Natureza.
Quem não nasceu para ser médico, nunca o será.
O médico deve ser leal e caritativo.
O egoísta muito pouco fará a favor dos seus doentes.

É muito útil a um médico conhecer as experiências dos demais, mas toda ciência de um livro não é suficiente para tornar um médico, a menos que seja por natureza.
Somente Deus dá a sabedoria médica.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Historiografia

Em 1118, foi criada a Ordem do Templo, ou Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, na cidade de Jerusalém, inicialmente, para a protecção dos peregrinos que se deslocavam aos locais sagrados.
A sua divisa era "Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam...", do salmo 115, o pode ser traduzido como "Não nós, Senhor, não nós, ao Teu nome dai glória ...".

Em 1127, a Ordem do Templo entrou em Portugal, tendo recebido de D. Teresa a doação de Fonte Arcada, no Minho. Um ano depois, entregou-lhe o Castelo de Soure sob compromisso de colaborarem na conquista de terras aos mouros.

Em 1145, recebeu o Castelo de Longroiva, e dois anos depois, em reconhecimento da ajuda prestada a D. Afonso Henriques na conquista de Santarém, ficou responsável pelo território situado entre o Mondego e o Tejo, a montante de Santarém.

Em 1159, em Fevereiro, D. Gilberto, bispo de Lisboa doou-lhe a igreja de Santiago de Santarém e outras. Na mesma data, D. Afonso Henriques doou-lhe o castelo de Ceras com seu termo, em compensação das igrejas de Santarém.

A partir de 1160, os templários portugueses fixaram-se em Tomar e, em 1162, D. Gualdim Pais, Grão-Mestre da Ordem, fundou o Convento de Tomar.

Em 1206, em Abril, o bispo e cabido da Sé de Coimbra e a Ordem do templo fizeram uma composição pela qual a Ordem se obrigava a pagar, anualmente, 50 áureos pelas igrejas de Ega, Redinha, e Pombal e a dar procuração ao bispo quando este as fosse visitar pessoalmente.

Após a extinção da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, autorizada pelo papa Clemente V, a pedido do rei de França, em 1310, em Frielas, a 14 de Abril, foi feito o tratado entre D. Dinis e o rei de Castela, para impedir que os bens da Ordem dos Templários fossem dados a estranhos aos respectivos reinos. D. Dinis mandou negociar, em Roma, a criação da uma nova ordem que o servisse e o ajudasse a defender o reino. O negócio foi cometido ao cavaleiro Lourenço e ao cónego de Coimbra, Pedro Pires, com procuração datada de 14 de Agosto de 1318.

Em 1319, foi instituída canonicamente a "Ordo Militiae Jesu Christi", Ordem da Milícia de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Santarém, a 18 de Novembro, fundada pela bula "Ad ea ex quibus", de João XXII, datada de 14 de Março e ratificada pelo rei a 5 de Maio desse ano. Por ela, os direitos de visita e de correição foram entregues ao abade de Alcobaça, na medida em que seguiam a Regra de São Bento, na versão transmitida por Cister à Ordem de Calatrava.
A referida bula autorizava ainda a incorporação na nova milícia, de Castelo Branco, Longroiva, Tomar, Almourol, e de todos os castelos, bens móveis e de raiz, direitos, jurisdições, honras, homens e vassalos que tinham pertencido à ordem suprimida. Ainda em 1319, a 26 de Novembro, D. Dinis mandou entregar à Ordem de Cristo todos os domínios que tinham pertencido à Ordem do Templo, que guardara como seu procurador. Desta forma, se transformou numa ordem nacional.

O primeiro mestre, Gil Martins do Outeiro, era mestre de Avis, tendo sido dispensado dos votos anteriores, e autorizado a professar na nova Ordem.

Em 1321, em Lisboa, nas casas que tinham pertencido à Ordem do Templo, fizeram-se os primeiros estatutos, confimados por D. Dinis, e, em 1326, foram elaborados os novos estatutos, confirmados por D. Afonso IV.

Seguiu-se o período de fixação no castelo de Castro Marim, que está relacionado com a missão de combate aos infiéis. Em 1357, a sede foi transferida para o Convento de Tomar.

Em 1407, por carta do mestre enviada aos almoxarifes e provedores das terras da Ordem de Cristo, foi ordenado que prestassem auxílio na demarcação das terras, herdades e possessões, bem como nas confrontações das mesmas e respectivos foros, registando-o em tombos, a depositar no Convento de Tomar.

De 1484 a 1521, D. Manuel, filho do infante D. Fernando e irmão do duque D. Diogo, regedores da Ordem de Cristo, governou a Ordem tomando medidas consideradas adequadas ao seu bom aproveitamento, sendo de referir o Capítulo Geral da Ordem de Cristo, de 14 de Outubro de 1503.

Ao longo do século XIV, foi-se consolidando a sujeição da Ordem aos interesses e ao serviço do rei, evidenciada no funcionamento institucional, e no seu envolvimento na guerra santa realizada em África e no Oriente, na direcção espiritual dos novos territórios descobertos e colonizados, que lhe foi confiada pelo Infante D. Henrique, em 1454, e na intervenção directa assumida por D. Manuel, governador e administrador perpétuo do Mestrado e Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, antes e depois de ser rei, como provam a representação da Esfera Armilar, do escudo de Portugal e da Cruz de Cristo, que iluminam o fólio 7 do Tombo dos bens, rendas, direitos e escrituras do Convento de Tomar.
A intervenção directa do rei pode também ser documentada pelo Rol de peças e de obras enviado ao D. Prior do Convento de Tomar, copiado de um apontamento, provavelmente, escrito pelo rei, onde constavam indicações precisas sobre peças, paramentos, obras que o prior devia mandar executar no Convento de Tomar, a avaliação das casas dos moradores da cerca da vila para lhes serem construídas casas do mesmo valor em São Martinho, o encerramento das portas do Sol e de Almedina (esta de pedra e cal), os itens relativos ao frontal de prata, que devia ser feito de acordo com conversa anterior havida entre o rei e o prior, às cadeiras mandadas fazer para o sacerdote, diácono e sub-diácono, e ao que ficou por dar ao prior e freires. O rei concedeu-lhe numerosos privilégios, obtendo benefícios papais, destacando-se a criação das novas comendas, tornando-a proprietária de um património vasto, de bens e comendas situadas, maioritariamente, no centro e norte do país.

D. João III, 11.º rei de Portugal, foi o segundo administrador do mestrado da Ordem de Cristo, com posse tomada a 23 de de Julho de 1523; a esse facto se refere o fólio 115 do Tombo dos bens, rendas, direitos e escrituras do Convento de Tomar, iluminado com a inicial E (de «El rei» ) e cercadura onde sobressaem a Cruz de Cristo, o escudo de Portugal e a Esfera Armilar.

Em 1531, pela Bula «Exposcit debitum», dada em Roma, em São Pedro, a 30 de Junho, Clemente VII, confirmou a reforma realizada no Convento de Tomar por Frei António de Lisboa, concedendo-lhe poder para elaborar regras e estatutos (de parceria com outros padres jerónimos a quem o rei desse o seu consentimento) a serem aprovados pela Sé Apostólica, a jurisdição dos priores sobre os religiosos e sobre os cavaleiros (enquanto permanecesse no Convento), a presença dos religiosos jerónimos de que o reformador necessitasse.

A reforma impunha-se pela ausência de regra no modo de viver dos freires, porque o prior deposto não tinha a formação própria da Ordem, porque ao ser criada pelo papa João XXII não tinha recebido nem regra nem estatutos [?], e ainda, porque, Frei António, ao visitar a Ordem, verificara que os freires não usavam o hábito que lhes estava destinado.
Na sequência da mesma bula, impôs o hábito aos primeiros 12 noviços.
O rei concedeu-lhe a jurisdição prelatícia no termo de Tomar.

Em 1551, pela bula "Praeclara clarissimi" do papa Júlio III, no reinado de D. João III, os Mestrados das Ordens Militares foram unidos à Coroa, anexando-os "in perpertuum", passando a ser administrados pela Mesa da Consciência e Ordens, criada em 1533.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Castelo de Santa Maria

Dedicado a Santa Maria, padroeira dos Templários.


Um Castelo de uma beleza ímpar.
Repleto de significado e de significados
Não apenas uma fortificação militar, mas um local de histórias de conto de fadas

O Castelo da Feira, também denominado como Castelo de Santa Maria ou Castelo de Santa Maria da Feira, localiza-se na cidade e freguesia da Feira, Concelho de Santa Maria da Feira, Distrito de Aveiro, em Portugal.

Outrora cabeça da Terra de Faria, ex-libris de Santa Maria da Feira, é considerado como um dos exemplos mais completos da arquitectura militar medieval portuguesa, uma vez que nele se encontra representada a vasta gama de elementos defensivos empregues no período.

Antecedentes

Embora a primitiva ocupação humana do seu sítio remonte à pré-história, adquiriu maior relevância quando os Lusitanos aqui ergueram um templo em honra da divindade Bandeve-Lugo Tueræus. Após a Invasão romana da Península Ibérica, por aqui passava a estrada que unia Olissipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga), conforme os testemunhos arqueológicos que remetem esta ocupação ao período do Baixo-Império.

O castelo medieval

À época da Reconquista cristã da península, este centro religioso pagão tendo sido transformado em um centro mariano, desenvolveu-se aqui uma feira regional, cuja elevada expressão daria nome ao local (Feira de Santa Maria).

A primeira referência documental à sua fortificação consta na Chronica Gothorum (anônimo, fins do século XII), que noticia a vitória de Bermudo III de Leão (1028-1037) sobre um chefe Mouro em terras do Castelo de Santa Maria (1045). Será deste período a construção da parte inferior da Torre de Menagem com funções de alcáçova, protegida por uma cerca amuralhada, da qual restam apenas os vestígios.

O reino de Portugal e a Dinastia Afonsina

Quando D. Henrique (1095-1112) recebeu as terras do Condado Portucalense (1095), estas incluíam os domínios não só deste Castelo de Santa Maria, mas também o Castelo de Guimarães, o Castelo de Faria e o Castelo de Neiva. Com o falecimento do Conde, diante da ascendência do galego Fernão Peres de Trava sobre a viúva, D. Teresa, os senhores ao sul do rio Minho, insatisfeitos, se organizaram em torno do jovem D. Afonso Henriques, que, nesse ínterim, se armou cavaleiro (1125).

Parte expressiva desta articulação política terá tido lugar nas terras e Castelo de Santa Maria, sob o domínio do nobre Ermígio Moniz, culminando na batalha de São Mamede (Guimarães, 1128), razão pela qual se afirma ser este monumento o verdadeiro berço da independência de Portugal. As terras de Santa Maria compreendiam, à época, um extenso domínio que se estendia, em grandes linhas, da orla marítima até ao curso do rio Arda e, desde o curso do rio Douro até ao sul de Ovar e de Oliveira de Azeméis.

No testamento de D. Sancho I (1185-1211), redigido em 1188, este foi o principal dos cinco castelos ali previstos pelo soberano para eventual refúgio da rainha, quando viúva, e das infantas.

Em 1282, D. Dinis (1279-1325), incluiu-o entre os doze castelos assegurados como arras a sua consorte, a Rainha Santa Isabel. Mais tarde, ainda neste período, foi tomado pelas forças do infante D. Afonso, em luta contra o soberano, seu pai. Quando celebrada a paz entre ambos, por iniciativa da Rainha Santa (1322), o domínio deste castelo (entre outros) foi outorgado a D. Afonso, mediante o compromisso de menagem prestado por este último ao pai.

Posteriormente, em 1357, era seu alcaide o nobre Gonçalo Garcia de Figueiredo.

O rei D. Fernando (1367-1383) fez a doação das Terras de Santa Maria e seu castelo a D. João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos (10 de Setembro de 1372), que instituiu como alcaide do castelo a D. Martim Correia.

A Dinastia de Avis

Ao eclodir a Crise de 1383-1385, o conde de Barcelos tomou partido por Castela, atitude seguida pelo alcaide do castelo. Em 1385, o castelo e os domínios foram conquistados pelo alcaide do Castelo de Penedono, Gonçalo Vasques Coutinho, com o auxílio de recursos e gentes do Porto, para serem entregues ao Mestre de Avis, que por sua vez os entregou a D. Álvaro Pereira (primo do Condestável D. Nuno Álvares Pereira) (8 de Abril). Posteriormente, o novo soberano concedeu o castelo a João Rodrigues de Sá.

O rei D. Afonso V (1438-1481) fez mercê deste castelo a Fernão Pereira, 3º senhor da Feira, com a obrigação de fazer os reparos que se lhe impunham (1448), posteriormente sucedido por seu filho, Rui Vaz Pereira, primeiro conde da Feira. É deste período a atual conformação do monumento e a sua adaptação às funções de residência senhorial, em que se hospedou o rei D. Manuel I (1495-1521), quando de sua peregrinação a Santiago de Compostela (1502). Na segunda metade do século XV, D. Diogo Forjaz, 4º conde da Feira, procedeu-lhe novas reformas, entre as quais se destaca a construção da torre do relógio (desaparecida com o terramoto de 1755), conforme inscrição epigráfica numa lápide colocada sobre a porta da barbacã (1562).

O Caminho de Si Mesmo - The Kingdom of Heaven

sábado, 13 de dezembro de 2008

Hoje a Lua Cheia vai ser a maior dos últimos quinze anos

Satélite está mais perto da Terra do que o normal

A lua costuma estar a 385.000 quilómetros de distância da Terra


A lua vai estar hoje cerca de 30.000 quilómetros mais perto da Terra do que o normal. Por isso quem olhar pela janela e achar o satélite mais brilhante não está enganado, está a ver a maior lua cheia dos últimos quinze anos.

(...)
Um Ano Excepcional

Os Reinos Perdidos


De: Zecharia Sitchin

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A Lua


A Lua é um símbolo quase universal de feminilidade, passividade, fertilidade, periodicidade e renovação.

Enquanto espelho da luz do Sol, a Lua atravessa as suas quatro fases visíveis para a Terra e, neste contexto, é sinónimo de transformação e evolução, pois o seu movimento é de um eterno crescimento, de lua nova a lua cheia.

A Lua define-se em relação ao Sol e este em relação à Lua, já que ambos simbolizam respectivamente as polaridades feminina e masculina.
Aparentemente, a sua importância é secundária em relação ao Sol, mas na verdade a Lua é tão fundamental como o Sol porque rege a água, fonte de fertilidade e de vida.

A Lua traduz os movimentos biológicos já que tem uma influência dominante sobre a água, seja nas marés, nas chuvas ou na constituição líquida dos seres humanos, dos animais e das plantas, sendo a água a maior percentagem da sua matéria.

Símbolo da fecundidade, a Lua está associada às águas que provocam o início da criação.

A Lua simboliza o tempo presente e para muitas culturas ela foi a medida do tempo, como é o caso dos índios da América que mediam o tempo pelos ciclos da Lua, que completos traduziam uma unidade mensal.
Para certos povos, a fase oculta da Lua simboliza a passagem da vida para a morte e o renascimento subsequente traduzido pelo crescente lunar.

A Lua simboliza ainda a vida imortal, que só é acessível aos heróis e aos reis. Nas culturas da Antiguidade, a Lua estava associada às deusas Ísis, Istar, Artemisa, Diana ou Hécate.

No Hinduísmo, a Lua representa a vida dos antepassados e também a faceta transformadora de Shiva, que tem como emblema o crescente lunar.

Entre os Maias, que adoravam o deus Sol, a Lua era a sua consorte e o seu aspecto negativo.

Entre os Astecas, a Lua era filha do deus das chuvas e, para os Incas, era simultaneamente deus das mulheres, consorte do Sol, deusa feminina e esposa incestuosa do seu irmão Sol, já que ambos eram filhos de Viracocha.

Tanto na América do Sul como na Europa, as crenças populares atribuíam as manchas da Lua aos ciúmes do Sol, que lhe teria deitado poeiras para ofuscar a sua beleza. Nas culturas etíopes, árabes e sul-arábicas, o Sol é de natureza feminina e a Lua é de natureza masculina, simbolizando a noite apaziguante e repousante para as tribos nómadas do deserto.

Para uma tribo de índios do Brasil, a Lua é uma divindade masculina que nada tem a ver com o Sol.

Entre os Hebreus, a Lua simboliza o povo de Israel, e no Alcorão é um dos símbolos do poder de Alá e também um símbolo da beleza suprema.
Na tradição islâmica, existem dois calendários, um solar, para as actividades da agricultura, e um outro lunar, para as actividades religiosas.

O primeiro calendário Céltico era de natureza lunar e a Lua fazia parte das fórmulas de juramento.

Para Plutarco, a Lua era a morada dos mortos de boa índole antes da sua segunda morte, que seria um novo nascimento.

Na astrologia, a Lua simboliza o subconsciente, a noite, a passividade, o sonho, a imaginação ou o psiquismo e tudo o que é inconstante, transitório e instável.

Antes do actual Zodíaco de doze casas, existiam outros mais antigos baseados no ciclo da Lua, com vinte e oito casas, que correspondiam ao número de dias do seu ciclo completo.

A carta número 18 do arcano maior do Tarot, a Lua, diz respeito à tristeza, à solidão, às doenças, ao fanatismo, à magia e à falsidade.
- Lua (Simbologia), Porto Editora


Na areia dos mapas escreves o teu nome.
Os ventos do norte chegam e levam-no
Pelos quatro cantos da terra: Palavra
Indecifrável, silenciosa como a eternidade.

Porém quem colocar o ouvido sobre o peito
de Geia, quem se libertar da sua própria voz ,
poderá ouvi-la ecoar no fundo dos precipícios,
Clara e profunda como a lua cheia....


- Luís Costa, O Nome

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Santa Maria do Olival: A Chave

Hoje, voltei lá.
Ela chamava-me, e eu, tive de ir.

Em boa hora, em momento certo.

Não é, nem lápide, nem arte decorativa, é: A Chave.
Encontra-se incompleta, fruto do vandalismo a que foi cometida, e conforme podeis constatar falta-lhe o restante do quadro.

É IMPERATIVO SALVÁ-LA.

Vós, que aí estais, mexei-vos.
Protegei-a. É essa a Vossa função. Cumpri.
Tirai-a de onde se encontra, e colocai longe dos pés, dos insultos e desmandos.
Ou tomarei medidas radicais.

Santa Maria e o continuado vandalismo.

(clicar na imagem para aumentar)

Um crâneo Templário exposto a céu aberto.
E assim vai a falta de respeito ...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cuidado onde põem os pés!! 2

Scaliburis disse...

O que é que podemos pisar?
A foto não é muito esclarecedora.
Podes desenvolver o teu tópico?

4 de Dezembro de 2008 13:06

Este comentário do Scaliburis relativamente ao artigo anterior requer maior desenvolvimento e análise de todos os elementos constantes da "pedra".
O que é que não se deve pisar. E transladar daquele local para um mais adequado aos seus desígnios.

Conforme se pode constatar pelas imagens originais (1600x1200), estamos perante uma pedra, possivelmente uma laje decorativa ou mesmo de uma laje funerária decorativa.

Existem 4 flores de lys, em cruz, onde no centro faz um losango, losango esse que ainda ser pode perceber existir outro bordado interior no seu centro, lateralizado por 4 folhas, emoldurado este quadro por moldura quadrada em alto relevo, lembrando um emblema.
Como a fotografia foi tirada num dia de intensa pluviosidade, não possibilitou uma melhor observação do bordado interior.
A pedra - qual o nome correcto para a descrever (?), encontra-se quase à entrada da portada da igreja, e é de corte rectangular e deve ser considerada vista à entrada, mas principalmente à saída da igreja, desta forma:

Deverá ler-se como se estivesse colocada numa parede.
Aliás, pode verificar-se não só que esta pedra é idêntica às originais do Séc. XII do interior, como é muito diferente em textura, cor e formato das adjacentes.

É verdade que encontra-se gasta pelo tempo, mas principalmente pela incúria - limpeza abrupta, pisadelas e todo o tipo de maus tratos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

No Caminho de Santiago ...

... os Templários.

Erigida no sec. XVI com grandes lajes de granito, substituiu uma outra, de tábuas, cuja referência data do Séc. XII.
O italiano Canfalonieri, em peregrinação a S. Tiago de Compostela em 1594, refere-se a esta ponte como sendo de pedra.

Na margem direita, do lado jusante, observa-se em duas pedras do pavimento, cruzes templárias.

Tábua deve-se provavelmente, a uma ponte de tábuas que existiu em tempos do Condado Portucalense. O topónimo principal do concelho, "Tábua” parece tratar-se de uma referência arqueológica, aludindo a uma ponte de tábuas, sobre qualquer ribeiro ou curso de água.

Também a atestar a sua antiguidade de povoamento está o facto de Tábua ter feito parte dos domínios da "civitas" senense, estando desta forma as suas paróquias integradas administrativamente na "terra" ou julgado medieval de Seia.

Obteve Carta de Foral em 1136, passada por D. Afonso Henriques, em que são definidos os limites da referida "terra", a sua fronteira seria junto à povoação de Carapinha, que actualmente está integrada no concelho de Tábua.

Desde o século XII, Tábua foi honra e julgado da família Cunha, por dádiva de D. Teresa a Fernão Pais da Cunha. Este senhorio só se viria a extinguir em 1895. Por carta de 30 de Março de 1342, D. Afonso IV concedeu a esta família a jurisdição civil e criminal de Tábua.

O concelho de Tábua faz fronteira com os concelhos de Carregal do Sal e Santa Comba Dão, a Norte; com Arganil, a Sul; com Oliveira do Hospital, a Este e com Penacova, a Oeste.

O relevo do concelho é planáltico como toda a Beira Alta, enquadrando-se entre as serras da Estrela, da Lousã, do Buçaco e do Caramulo.
O seu ponto mais alto verifica-se no "Pinhal de Santa Cruz", em Venda da Esperança, com 514 metros de altitude.
Há no entanto outros outeiros de altura considerável, nomeadamente o de "S. Miguel" com cerca de 314 metros; o "Outeiro das Forcas", com 406 metros e o "Monte de S. Brás", junto à sede do concelho, com 278 metros.

O concelho de Tábua é atravessado por vários cursos de água: o rio Mondego limita o concelho a Norte, separando-o de Santa Comba Dão e tem como principais afluentes o rio de Cavalos, o rio Ceia, o rio Ribelas e varias ribeiras. A Sul, o concelho é dominado pelo rio Alva que funciona como uma fronteira natural com o concelho de Arganil.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cuidado onde põem os pés!!

Não piseis esta obra extraordinária, bem debaixo dos vossos olhos em Santa Maria dos Olivais!

Senti algo debaixo dos pés ... quando olhei ... fiquei estarrecida!
Não podia ser!
E ali estava, de uma beleza ímpar, debaixo dos pés de qualquer pessoa!!

Protegeia.
Não permitais que lhe coloquem os pés em cima.
Fazei algo, vós que aí estais.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A Estrela de Belém

Brilhou de novo no Céu.

A Lua, Vénus e Júpiter uniram-se em Conjunção de Amor para revelar a Mensagem.

Cuidar das origens, das fontes, do passado, de tudo o que foi construído pelos ancestrais, pelos antepassados.
As raízes , o solo, a água geradora de vida...

As mudanças serão inexoráveis.
Não esquecer que tudo contém o seu oposto.
Quando se perde algo, ganha-se outra coisa para compensar, não como prémio ou condescendência, é o efeito da acção natural das Coisas.
Morremos hoje, para nos transformarmos em outro Ser.
Crescer dói, e nunca paramos de crescer, não necessariamente em termos físicos, mas Espiritualmente.


O Centauro resplandescente montou guarda, e tratou de curar as feridas do passado.
Permitiu tomar consciência, compreender, assimilar e perdoar as falhas.
Monta guarda ao Futuro, o Passado Futuro, o Retorno.

É a Hora.

Amor, Coragem e Espírito.

(Fotografia tirada no local Certo: Castelo e Convento de Cristo - Tomar 01/12/2008
Addenda: O único retoque que esta fotografia teve foi de escurecer um pouco o azul para tornar mais legível o "fenómeno", o restante foi comme il faut!)